Facebook usava o seu domínio sobre os dados dos utilizadores para prejudicar a concorrência
O Facebook continua envolto em polémica. No que toca à rede social de Mark Zuckerberg, os problemas estão geralmente relacionados com o controlo da plataforma ou com os dados dos utilizadores... Que agora podem ter sido utilizados para prejudicar a concorrência como o YouTube, Twitter e Amazon!
Estas informações foram todas desvendadas numa fuga de documentos internos da empresa, que incluem e-mails e mensagens trocadas entre executivos de topo.
Os últimos dias têm sido difíceis para o Facebook. Ainda ontem noticiámos no Pplware que entidades externas tiveram acesso indevido a dados de utilizadores.
No mesmo dia, ocorreu a fuga de documentos internos. São milhares de páginas que foram divulgadas pelo jornalista de investigação Duncan Campbell. Estes documentos contêm sobretudo comunicações internas da rede social de Mark Zuckerberg e dão-nos a conhecer alguns contornos que eram naturalmente do desconhecimento público.
Desde então têm sido várias as histórias e rumores que são confirmados por estes documentos. No final do ano passado, as comunicações divulgadas pela Six4Three davam contam da intenção de o Facebook vender dados de utilizadores a terceiros... Tal volta a ser confirmado nesta nova fuga de documentos!
Facebook usou o seu domínio sobre os dados para prejudicar a concorrência!
Para além da confirmação de informações e suspeitas levantadas anteriormente, esta massiva fuga de documentos revela várias coisas novas.
Como é sabido, o modelo de negócio do Facebook é fundamentado em publicidade... Especialmente publicidade direcionada que requer a recolha e tratamento dos dados nesse processo. Os utilizadores estão conscientes desta realidade e, ao usarem a rede social, estão a aceitar estes termos.
Neste grande meio de dados em que o Facebook governa, a rede social permite ainda que a conta dos seus utilizadores seja acoplada a outros serviços de modo a partilharem informações. O utilizador ganha no sentido em que os processos de autenticação são mais simples e pode, por exemplo, saber quais os seus amigos do Facebook que estão presentes no serviço em que acaba de entrar.
Ora, sucede que a rede social, no início desta década, decidiu prejudicar alguma da sua concorrência neste processo. Mesmo que o utilizador desse autorização para tal, o Facebook ía bloquear a partilha de dados entre plataformas concorrentes como o YouTube, Twitter, Amazon e Pinterest.
Em declarações ao Business Insider, um porta-voz da rede social afirmou que os documentos foram partilhados ilegalmente e que as mensagens descobertas estão a ser usadas fora de contexto.
Estando fora de contexto ou não, as mensagens agora divulgadas são claras e mostram que o Facebook usou o seu poder contra a concorrência. Tal ação é naturalmente reprovável, representando uma espécie de abuso de poder que ía inclusivamente contra a vontade dos próprios utilizadores que fornecem os dados à rede social.
Os problemas a envolver o Facebook são cada vez mais e será interessante ver como a rede social de Mark Zuckerberg conseguirá dar a volta a isto... Especialmente quando pretende lançar, já em 2020, a criptomoeda Libra que também está a enfrentar diversos obstáculos na regulamentação.
Saiba como pode guardar as informações que o Facebook tem sobre si...
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e? cada um por si. sempre foi, sempre será
A intenção inicial por detrás do facebook até pode ter sido boa, mas a partir do momento em que este se torna um fenómeno social com milhões de utilizadores em todo o mundo e onde a partilha de conteúdos vai muito para além da foto da praxe ao lado da Torre Eiffel, o pessoal realmente influente percebeu que tinha ali uma mina de ouro pronta a ser explorada.
Quando se vê uma rede social cotada no NASDAQ, o que abre a possibilidade de investimento externo por compra de acções e onde o negócio não é mais do que a informação a título pessoal dos utilizadores… Creio que está tudo dito.
Nada contra quem usa o facebook, mas sinceramente não percebo como é nos dias de hoje ainda há quem não passe sem isto.
Nem vale a pena falar da situação da Cambridge Analytica. Seja como for, acho que já todos vimos AVs a flagarem trojans por bem menos do que aquilo que a app do Messenger faz.
E logo agora que a moeda crypto Libra estava a tentar limpar a sua imagem de um Facebook arrependido…
Desde que a minha conta foi usada indevidamente que a fechei e passo muito bem sem ela, alias repudio sites, nomeadamente sites de opinião que me obrigam a ter uma conta de facebook para poder dar a minha opinião lá pois só me posso autenticar com o plugin do facebook. Sabem o que acontence vai para a minha lista negra de sites a nao visitar, exactamente como os sites portugueses que usam o noniu ou lá o que é, esqueçam tenho a minha opinião gosto de expressa-la, mas não obrigado a registar-me num site ou forum ou outra coisa isso só serve mesmo para o que o facebook faz, recolher dados pessoais para depois vender.
Não é necessário meter os sites na lista negra, basta utilizar bloqueadores de conteúdos que bloqueiem as ferramentas de comentários (etc.) do Facebook e companhia (i)limitada.
Não vejo tais caixas de comentários em lado nenhum. Também não participo em discussões, mesmo que tivesse algo a dizer de (in)útil, porque simplesmente nem vejo tal possibilidade.
Quem quiser receber comentários tem de fazer como o pplware, também comento em web sites que aceitam contas da Google, mas só porque tenho uma conta à parte só para isso, e a Google não precisa de saber tudo sobre a minha vida, embora não seja por falta de o quererem saber!
Sou da mesma opinião. Evito sites de notícias ou opiniões que tem os comentários com conta de facebook ou da nonius (estes então irritam que nem permitem que se continue sem registo).
aliás evito ou fujo de sites que exijam registo para ver o conteúdo. Paredes em toda a internet, é uma frustração e contrário ao espírito da internet inicial.
E já que estamos a falar de recolha de dados pessoais, enoja-me o facto de a maioria dos sites portugueses não ter uma janela para bloquear/desactivar tudo quando se visita pela primeira vez. Na maioria dos sites internacionais tem logo no topo um botão para activar tudo e outro para desactivar tudo.
Convenhamos, qualquer empresa que possua dados estratégicos, irá usá-los contra seus concorrentes! É óbvio.