Chuva de microplásticos não dá origem a cheias, mas é real e preocupa os cientistas
Os microplásticos estão, aos poucos, a revelar-se uma praga: já os vimos no sal, no meio da neve, no Evereste, em tecidos humanos, e até no sangue. Agora, sabemos que estão mesmo em todo o lado, a cair em cima das nossas cabeças, como uma chuva invisível.
Os cientistas sublinham que os microplásticos são preocupantes e prejudicam a nossa saúde.
Depois dos alertas de seca e do caos relacionado com os incêndios que pautam os verões, de norte a sul, Portugal tem conhecido, nos últimos dias, condições quase extremas de chuva. Como resultado das inundações, os portugueses estão a ser alvos de largos prejuízos.
Se esta chuva tem preocupado os cidadãos, uma outra, mais silenciosa, tem inquietado os cientistas: a dos microplásticos que, de forma invisível, infetam o ar que nos rodeia.
Microplásticos caem aos nossos pés
De acordo com um novo estudo, publicado na Environmental Science and Techology e elaborado por cientistas da University of Auckland, estamos continuamente a ser inundados por fragmentos de plástico minúsculos e, embora sejam invisíveis a olho nu, podem prejudicar a nossa saúde.
De ressalvar que esta prevalência dos microplásticos no ar não é resultado da chuva. Apesar de a precipitação poder arrastá-los, a realidade é que eles permanecem na atmosfera e vão caindo, lentamente, e assentando nas superfícies.
A investigação levada a cabo pelos cientistas da University of Auckland teve em conta as amostras recolhidas em dois telhados, em Auckland, na Nova Zelândia, um deles num edifício universitário e o outro nos subúrbios. As recolhas revelaram uma média de 5.000 partículas de microplásticos por metro quadrado, o equivalente a 74 toneladas métricas de plástico por ano, ou 3 milhões de garrafas de plástico.
Os plásticos que predominaram nas amostras foram o polietileno (PE), policarbonato (PC), e o politereftalato de etileno (PET).
Estas quantidades são consideravelmente superiores àquelas encontradas em Londres, num estudo semelhante, realizado em 2020. Embora a cidade inglesa seja mais poluída, na altura, foram encontradas, em média, 771 partículas de microplásticos por metro quadrado.
A conclusão dos cientistas face a esta diferença curiosa é que Londres deve ter a mesma quantidade de microplásticos, ou até mesmo mais, mas os métodos utilizados para os quantificar não foram os mesmos. Afinal, a conceção de microplástico importa. Segundo a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) dos Estados Unidos da América, qualquer fragmento de plástico com menos de 5 milímetros é considerado como tal. No entanto, os menores são mais difíceis de quantificar e, por isso, alguns estudos não os consideram.
No caso do estudo de Auckland, a maioria das partículas tinha entre 10 e 50 micrómetros, sendo que apenas 3% eram maiores que 100 micrómetros. Por isso, é possível afirmar que é uma chuva invisível: não vemos o plástico ao nosso redor, mas ele está no ar. Aliás, já foram encontrados no sistema respiratório humano, mas o impacto na nossa saúde ainda não foi suficientemente estudado.
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E quem e que cria isso ? E a natureza querem ver ?
Com quase 1 trilião gasto a sustentar um certo conflito causado pelos EUA na Europa, dava para criar ferramentas para capturar os microplasticos da água e não só…
Estás a dizer que a guerra na Ucrânia foi causada pelos EUA?
Não de todo. A brincadeira com plásticos começou a sério pela década de 50. Tens então mais de 70 anos de produção mundial massiva de plástico e posterior descarte no meio-ambiente. Tens plástico em todo o lado, no ar, em ti, no teu sangue, na terra, nos mares e oceanos e eles vão até onde ainda nos é impossível chegar tecnicamente em profundidade, e tens até ilhas de plástico, uma até é conhecida como o sétimo continente, tal é a dimensão dela. Dizem que Portugal cabe lá várias vezes. Tens plástico nos animais, na tua comida, literalmente em tudo e em todo o lado. Então não dá para terminar com isto porque isto é tudo e está em tudo. A engenharia, tecnologia e tempo necessários para detetar um mero punhado de micro-plásticos são absurdos. Isto é um inimigo invisível que não consegues eliminar e não consegues combater de verdade. Mesmo que vás para a apanha do plástico na praia e utilizes sacos “amigos do ambiente” nas compras do supermercado. Não é atingível e é utópico. Tinhas de arruinar com a sociedade e economia mundial e até com o planeta, de outra forma quero dizer. A parte mais positiva talvez seja que ainda não estamos a sentir o auge disto e podemos ainda usufruir da vida com alguma saúde e longevidade, embora já numa altura em que cada vez mais pessoas morrem de cancro, as próximas décadas sim serão bem piores e sacrificantes. A leucemia provavelmente irá para o top de mortalidade e, ler notícias à data que ainda dizem “pode fazer mal à saúde” ou “talvez faça mal à saúde” é algo que não dá alento e esperança alguma. A espécie humana condenou-se a ela mesma e nas próximas décadas estará a morrer de forma massiva, não só por causa dos plásticos mas também por causa de todas as outras componentes poluentes. Infelizmente as próximas gerações estarão ainda mais condenadas a uma vida mais curta e de sofrimento pois o mal espalha-se e aumenta. As políticas ambientais são uma fraude, as empresas poluidoras mascaram os números e metas ambientais, e o plantar de morte continua a todo o vapor. O cancro infantil é já hoje uma realidade tão forte que só consigo mesmo chorar pelas próximas gerações. As crianças nascerão já doentes, nascerão já com cancro e morrerão ainda crianças. Ainda assim há uma pequena possibilidade de encontrar uma cura. Uma cura que alguns dos mais ricos ambicionam, seja para não acabarem como alguns semelhantes (Steve Jobs por ex.) seja para conseguirem algo que os tornará ainda mais ricos. Tens então algo difícil de alcançar e depois o desafio de o tornar acessível para os não tão ricos. Mas a única aparente solução passa por aí, não eliminar o plástico, mas conseguir coexistir com ele no ambiente e em nós. The Devil We Know é um documentário interessante.
Oh Paulo, até o Raimundo tem outro discurso. Atualiza-te.