Sendo o lítio essencial para a produção de baterias e sendo estas um dos principais componentes dos elétricos, a sua relevância tem aumentado, pelo mundo todo. Os países que o exploram estão a abrir os olhos e, no caso do Zimbabué, já há mudanças: o país deixará de exportar o mineral em bruto.
Isto, porque percebeu que estava a perder (muito) dinheiro.
Recentemente, mostramos-lhe um infográfico que ilustra 25 anos de história da produção de lítio, com base em dados da Statistical Review of World Energy da BP. Nessa lista, além de países como a Austrália, que só no último ano produziu mais de 52% de todo o lítio, consta também Portugal, os Estados Unidos da América, o Brasil, a Argentina e o Zimbabué.
Ao longo dessa história, a narrativa foi mudando e houve personagens a ganhar destaque, bem como outras a perdê-lo. Agora, há vários países muito empenhados na exploração deste “ouro branco”, essencial à produção de baterias e, consequentemente, de carros elétricos.
Zimbabué quer alargar a sua presença na indústria do lítio
Por lhe reconhecer potencial, o Presidente do Zimbabué decidiu proibir a exportação de lítio em bruto. Afinal, de acordo com estimativas governamentais, o país perde, anualmente, cerca de 1,7 mil milhões de euros ao exportá-lo como mineral bruto, ao invés de o refinar internamente.
Tendo em conta o panorama africano, o Zimbabué é o país com maior quantidade de lítio, estimando-se em 220.000 toneladas métricas. De acordo com o governo, isto é o suficiente para satisfazer um quinto das necessidades do mundo.
Assim sendo, e considerando o aumento da procura, os executivos do país dizem que este deverá iniciar a sua própria indústria de refinação de lítio, bem como de produção de baterias. Desta forma, aproveitará a sua matéria-prima, em vez de a vender a empresas estrangeiras.
Se for bem-sucedido, o Zimbabué poderia ser protagonista de uma reviravolta histórica. Afinal, no passado, o país autorizava que multinacionais estrangeiras extraíssem os minerais em bruto, barrando o desenvolvimento de indústrias locais, a criação de empregos e o potencial crescimento económico.
Além disso, poderá ver a sua estratégia a inspirar outros países que, embora tenham reservas significativas de lítio, não exploram o mineral, nem procuram beneficiar do negócio à sua volta.
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