Novo recorde mundial de eficiência solar para uma célula de silício
O famoso Instituto Fraunhofer para Sistemas de Energia Solar (Fraunhofer ISE), da Alemanha, juntamente com o instituto de investigação holandês AMOLF, deixaram a sua marca no mundo da energia solar. Criaram uma célula solar "multijunção" que atingiu uma eficiência recorde de 36,1%, um valor nunca alcançado para células baseadas em silício.
Um salto quântico na tecnologia solar
Embora o silício seja amplamente utilizado na tecnologia solar em todo o mundo, a sua eficiência tem um limite natural de 29,4%. Mas, de acordo com o Fraunhofer ISE, há formas de ultrapassar este limite. O segredo está em revestir estas células solares com materiais adicionais, transformando-as naquilo que se designa por células solares "multijunção".
Estas células inovadoras têm várias camadas de absorção de luz, cada uma dedicada a um espetro de cor específico do sol, permitindo uma utilização mais eficiente.
Albert Polman, líder do projeto AMOLF, salientou a importância da colaboração entre os dois institutos, que teve início em 2020 e que resultou neste feito sem precedentes. A combinação das especialidades de cada equipa foi crucial: enquanto o Fraunhofer é conhecido pelo fabrico de células solares ultraeficientes baseadas em silício e semicondutores como o GaInP ou o GaAs, o AMOLF acumulou experiência na otimização do tratamento da luz nas células solares.
Como é que este avanço foi conseguido?
O fabrico recorde utilizou uma célula solar de silício TOPCon combinada com duas camadas semicondutoras de gálio, índio e fósforo (GaInP) e gálio, índio e arsenieto de fósforo (GaInAsP) desenvolvidas pelo Fraunhofer ISE. Este conjunto foi subsequentemente revestido com um nanorevestimento especial de metal/polímero concebido pela AMOLF e fabricado em colaboração com o Fraunhofer ISE.
Um elemento adicional foi o refletor posterior da célula solar, que melhora a recolha de luz no interior da célula, permitindo-lhe ultrapassar pela primeira vez os 36% de eficiência.
Qual é o futuro desta inovação?
Embora estas células solares ultramodernas possam ter um custo mais elevado, o Fraunhofer ISE vê um grande potencial em locais com limitações de espaço, onde é necessário gerar grandes quantidades de energia solar em pequenas áreas.
As aplicações futuras são vastas e vão desde os veículos elétricos movidos a energia solar, à eletrónica de consumo e aos drones.
Frank Dimroth, do Fraunhofer ISE, congratula-se com este resultado e sublinha a contribuição do novo refletor traseiro da AMOLF e da célula GaInAsP melhorada do Fraunhofer para este resultado extraordinário.
Esta descoberta abre, sem dúvida, um novo capítulo na história da energia solar e na forma como a aproveitamos para um mundo mais sustentável.
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A questão não é só eficiência. É quanto mais isso vai custar em relação a uma célula convencional.
Durabilidade também. Mas todo o avanço na produção de energia é boa notícia, sem energia não existe civilização.
Sim agora não compensa de certeza, mas daqui a uns anos pode vir a ser o barato e o normal.
Acontece o mesmo nas mais diversas áreas tecnológicas, antigamente o HD era uma TV super cara, hoje em dia nem sei se ainda se vende TVs sem HD ou full HD.
Diz isso aos Maias…
As células convencionais também já foram caras, pois na altura eram inovação.
Tudo que é inovação, aparece no mercado sempre caro.
Primeiro porque a produção é baixa e tentam recuperar o investimento na investigação.
Depois sim, passa a ser convencional, se tiver sucesso.
Isso passa pela boa gestão do produto, desde criar um modo de produzir o produto em massa e mais barato, e pelo marketing.
Até lá, só a notícia que já existe é boa.
Por exemplo, ainda não há notícias de uma célula com eficiência 50%!
Quando houver, significa que já existe.
Depois é esperar…
Está semana tivemos aqui alguém a dizer que depois ia ser só silício espalhado por todo o lado…. O gajo está na padaria e não vê os pães….
Pois, até porque o silício está mesmo espalhado por todo o lado, basta dar um chuto numa pedra. Ehehhe
Á… foi sobre os painéis num país onde só tem sol meio ano…. Os painéis de silício tem mais eficiência com a Irradiação e não com a radiação directa …. Mas não… para ele se fossem feitos de água é porque a água não tinha o pH 7 e fazia mal a algo… Alguns gajos são piores que sogras ressabiadas
Limite natural de 29,4%? Pensei que ainda estávamos nos 24%, já é muito bom. Agora se é revestido com materiais raros, pode até ter 50%, mas não é viável financeiramente.