Muito água já correu no rio das baterias e estudos atrás de estudos tentam perceber quando é que a Europa conseguirá ser independente neste sentido. Ora, um novo relatório concluiu que a independência face à China para a produção de baterias de elétricos poderia chegar, em 2027.
Mas, para isto, a Europa precisaria de arrojar, em termos de visão e, claro, investimento.
Um novo relatório da Transport & Environment concluiu que a Europa poderia conseguir a sua independência relativamente às baterias da China, em 2030. Afinal, se o objetivo dos seus países passa por apostar fortemente nos carros elétricos, não convém, conforme temos visto, depender do exterior.
Assim sendo, a Europa precisa de assegurar e enrijecer a indústria das baterias, garantindo uma sólida cadeia de fornecimento e uma produção oleada.
O novo relatório mencionou que a Europa poderia seguir os passos dos Estados Unidos da América (EUA). Com cerca de 369 mil milhões de dólares de subsídios em jogo, Joe Biden assinou um projeto que tem como meta a independência do país face à China em matéria de baterias e produção dos componentes, bem como de reforço das energias renováveis.
Ora, a Transport & Environment percebeu que, da mesma forma, a Europa poderia lançar as bases para deixar de ser dependente da China e da Coreia do Sul, produzindo células de bateria suficientes para satisfazer 100% da procura interna, até 2027. Por sua vez, percebeu que 50% da procura europeia de lítio refinado poderia ser respondida por empresas internas, até 2030. A par disso, no final da década, a procura pelos recursos da China para refinação e processamento de metais diminuiria.
Atualmente, metade das baterias de iões de lítio utilizadas na União Europeia já são fabricadas nos EUA. Mas a Lei de Redução da Inflação alterou as regras do jogo, e a Europa precisa de pôr mais dinheiro na mesa ou arriscar-se a perder fábricas de baterias e postos de trabalho para os EUA.
Explicou Julia Poliscanova, diretora de veículos elétricos e mobilidade da Transport & Environment.
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