O prazer simples de conduzir: ao volante do Renault 5 E-Tech
Porque é que o Renault 5 E-Tech ainda faz virar muitas cabeças enquanto rola estrada fora? Será pela emoção nostálgica que o modelo ainda provoca? Ou pelo evidente prazer da condução de quem o conduz? Sentámo-nos ao volante deste já icónico automóvel para perceber o fenómeno.
Determinados carros não precisam de grandes apresentações. Basta sentarmo-nos ao volante para perceber que nasceram com uma personalidade. O Renault 5 E-Tech 100% elétrico é um desses raros casos. Um automóvel que mistura o futuro com o passado sem se tornar refém de nenhum dos dois.
O seu design pode despertar memórias dos anos 1970, mas o que realmente impressiona é a forma como se conduz, se sente e se vive.
Logo ao ligar, o silêncio impõe-se. Não há o ronronar do motor a combustão, apenas um breve aceno luminoso, o "5" no capô acende-se, como quem pisca o olho antes da dança. E depois, um toque no acelerador. Instantâneo. Suave. Direto.
A resposta do motor elétrico síncrono de rotor bobinado, disponível em potências de 70, 90 e 110 kW (até cerca de 150 cv), é imediata, mas não abrupta.
O carro arranca com fluidez, sem drama, como se cada movimento estivesse ensaiado.
Em cidade, o R5 E-Tech é um mimo. Compacto (apenas 3,92 metros), leve (menos de 1.500 kg) e com um raio de viragem curtíssimo, é daqueles carros que parece ler o pensamento do condutor.
As ruas apertadas, os estacionamentos difíceis, o ziguezaguear entre trânsito, tudo acontece com naturalidade, quase sem esforço. A direção é leve, mas precisa, e a suspensão multi-link traseira (um luxo raro no segmento) garante estabilidade e conforto em partes iguais.
Alma dócil, coração de guerreiro
Mas o R5 não é apenas um citadino dócil. Longe disso. Quando a estrada se abre e o modo "Normal" dá lugar ao "Sport", o pequeno elétrico transforma-se.
A aceleração dos 0 aos 100 km/h em pouco mais de 7 segundos (na versão mais potente) é mais do que suficiente para arrancar um sorriso. O binário instantâneo empurra com convicção, e o chassis responde à altura, ágil, equilibrado, com aquele comportamento neutro que dá confiança mesmo quando o asfalto se complica.
Há algo de muito "mecânico" na forma como o Renault 5 E-Tech comunica com o condutor. É elétrico, sim, mas não é assético. O pedal do travão transmite sensibilidade, o acelerador é progressivo, e o conjunto tem alma.
Algo que falta a muitos elétricos modernos. Talvez seja o peso contido, talvez seja o acerto do chassis, talvez seja, simplesmente, aquela velha escola de engenharia francesa que ainda acredita que um carro deve sentir-se.
O silêncio é outra forma de prazer. Na estrada, o isolamento acústico é notável e a ausência de ruído revela sons subtis, como o deslizar dos pneus, o leve assobio aerodinâmico, o próprio ritmo do coração a sincronizar-se com o carro.
A velocidade ganha uma dimensão sensorial diferente e não se mede em decibéis, mede-se em calma.
Interior retro… futurista
O interior segue a mesma filosofia minimalista, mas acolhedor. Os bancos envolvem, o tablier mistura digital e nostalgia com elegância, e o sistema OpenR Link com Google integrado torna tudo intuitivo.
O assistente de voz "Reno" é surpreendentemente humano, responde com humor, ajuda a planear rotas e até se adapta ao estilo de condução. É uma tecnologia que não se impõe, mas que se deixa descobrir, como um bom copiloto.
No que toca à autonomia, a bateria de 52 kWh promete até 400 km WLTP, e os carregamentos rápidos a 100 kW DC garantem 80% em cerca de meia hora. Mais do que números, o importante é a previsibilidade. O R5 gere energia com inteligência, e a travagem regenerativa ajustável permite dosear o ritmo. Em cidade, dificilmente se sente ansiedade de alcance.
Quilómetros de emoção
Mas talvez o que mais surpreenda neste R5 seja algo impossível de quantificar e é a emoção. Há uma empatia imediata. Conduzi-lo desperta uma alegria quase infantil, como se cada arranque fosse o primeiro. E, paradoxalmente, esse é o maior trunfo da Renault: ter construído um carro elétrico que não se limita a ser eficiente, mas que devolve a leveza que a condução perdeu.
O Renault 5 E-Tech é, portanto, mais do que uma reedição bem-sucedida. É uma lição de como o passado pode iluminar o futuro. Conduz-se com o prazer simples de quem redescobre algo familiar e no fim da viagem, quando o carro se despede com aquele “piscar” cúmplice de luzes, há uma certeza de que não estamos perante apenas um elétrico.
Para além do renascimento de um símbolo, pode ter sido o início de uma nova geração de carros com alma.
Em Portugal, o Renault 5 E-Tech está disponível em cinco versões, com preços a partir de 24.900 euros:
- Five, a partir de 24.900 euros
- Evolution, a partir de 27.500 euros
- Techno, a partir de 29.500 euros
- Iconic cinq, a partir de 35.000 euros
- Roland-garros, a partir de 36.500 euros





























Este carro está muito bem conseguido em termos estéticos. Conseguiram um carro moderno mantendo os traços do “original”.
Mesmo quem o vê pela primeira vez diz logo que é um Renault 5. Claro que malta muito nova não o vai fazer porque não se lembra do renault 5.
Já o 4 não achei tão bem conseguido.
Partilho dessa opinião…
E com o novo prelude conseguiram fazer ainda pior que o 4…
Parece-me que os franceses estão melhores a trazer designs antigos e míticos (como o 5) para a actualidade.
Cada vez menos pessoas vão perder tempo a olhar para os designs “retro” em vez das prestações do carro e da etiqueta do preço.
Há aqui um fator que é estranho, algumas pessoas, como tu, mais antigas, não terem conta. Desde há muitas décadas, o comprar com recurso ao crédito e ao leasing não era já para todos, era só para quem fosse cumpridor, mas era e ainda é, uma forma de comprar. No passado, como tu te deverias lembrar, grande parte das vendas eram feitas comr ecurso a crédito, quer empresas, quer particulares.
Se hoje for da mesma forma, não vem mal ao mundo, é um mecanismo lícito e apenas ao alcance de gente cumpridora. Se a essa forma convencional de comércio, juntarem a emoção, o desejo, tanto melhor e deve haver esse desejo, essa emoção.
Emoção? Emoção é tudo menos comprar carros. Ou pagá-los. Isso é puro sofrimento.
Nada disso. Muitas pessoas compram um carro e depositam a emoção na escolha. O pagar faz parte. E ainda bem que podem pagar.
Para dizeres isso só podes pertencer aos menos de 10% que recebem desse negócio, não aos mais de 90% que pagam.
Eu faço parte dos que descontam, e bem, há mais de 30 anos. Por isso, tu quando quiseres dizer o que for, primeiro olha para o teu legado fiscal 😉
Em setembro a concessão de crédito para compra de automóvel ficou muito perto dos 9 mil milhões de euros.
Um exercício financeiro normal e salutar. Atualmente só tem credito quem é sério.
Deixa-me rir! Tem crédito quem tem património para o garantir. Nem que seja o maior corrupto do país.
Isso é a cassete do PCP. Os bancos avaliam rendimentos e taxa de esforço, não o património. Há muita gente sem bens que consegue crédito, desde que prove que pode pagar. Agora, para o comunismo… ter acesso ao crédito, ou é alguém em dificuldades na vida, ou alguém corrupto. Já o usurpar o que é dos outros, como manda a lei comunista,,, isso para ti é lei 😉
Continua caro para o que é…
Nem por isso, em 1986 o Renault 5 mais barato, o Renault 5L custava 911 000 escudos, o ordenado mínimo nesse ano era de 22 500 escudos, portanto custava 40 ordenados mínimos.
Hoje com o ordenado mínimo de 870 euros, necessita de 28 ordenados mínimos para comprar o Renault 5 mais barato.
Lá está, grande parte dos “críticos” não sabem disso, e “botam faladura” mas dizem disparates.
“Antigamente era barato”, “antigamente é que era…” Disparates, a facilidade de aquisição no passado não era superior ao presente. Mas há muita gente que tem memória muito curta, e mandam uns bitaites 😉
Nem mais.
Vocês esquecem-se de que o cabaz de compra de um consumidor não é exclusivamente composto pela despesa com o automóvel. As percepções mudam conforme os contextos. Não existe linearidade nesta análise como vocês querem fazer transparecer.
Mas ninguém disse que a compra de um consumidor é exclusivamente composto pela despesa com o automóvel. O que se disse foi, usando como termo de comparação o salário mínimo, o esforço em termos de aquisição. Prova que atualmente o esforço é menor.
Tal como não era em 1990, além disso hoje compram muito mais coisas por menos dinheiro. Na altura nem pagavam telemóvel, o meu primeiro foi em 1996, onde um telefone custava vários ordenados.
Enfim, hoje reclamam de barriga cheia com o poder absurdo de compra que têm em relação a outros tempos.
Não esquecer de juntar ao cabaz de alimentação, o crédito para o Iphone, o crédito para a PS5, o crédito para o sistema de som, o crédito para as férias, o crédito para…e depois, claro, o carro está caro.
Renault: Aquele fabricante que lança um modelo lindo e épico a cada 30 anos e depois desaparece
Mercado automóvel em Portugal – Outubro de 2025 (ACAP) – Ligeiros BEV (100% elétricos):
Total: 4.899
1º BYD: 459 (9,4%)
2º BMW: 403 (8,2%)
(…º) Tesla: 144 (2,9%)
Outros: 3.893 (79,5%)
Já lá vai o tempo em que elétricos e Tesla eram sinónimos. Agora há marcas que nunca mais acaba.
A bidé vende sempre ≈450 todos os meses
Bom sinal, mais escolha para o cliente.
O R5 é giro mas não passa disso.
Porque não conheces. Normalmente quem fala dessa forma, demonstra logo que é uma conversa do tipo fala barato. Isto porque as vendas estão muito interessantes, e quem o tem ou o experimentou, percebe e testemunha que é um elétrico robusto, urbano, com bons consumos e que traz ao mercado aquela parte emotiva que outrora os térmicos também traziam. Tu, falas, falas, mas… não tens conhecimento de causa.
O que há mais para passar?
É bastante eficiente tem uma autonomia interessante para o carro que é mas claro um carro daquele tamanho não é para toda a gente
Claro que não passa, é o 5, não pode passar a 6.
O que me preocupa neste R5 “é o ruído que revela sons subtis, como o deslizar dos pneus…”. Pensei que os pneus rodassem…
Já o conduzi e corroboro o aqui descrito é uma carro com “alma” que dá prazer conduzir e conforto…
Apesar de eléctrico, existe um real acelerador, na caixa entre D/B e modos de condução, há espaço para muitos estilos 🙂
Mas para mim têm um grande defeito que outros podem achar qualidade, demasiada dependência do Google
Pois isso para mim é uma enorme qualidade, a Google será sempre uma boa empresa com serviços muitos bons felizmente já lá vai o tempo que as marcas tentavam fazer os seus próprios sistemas e assistentes de voz e saia sempre borrada sistemas lentos assistente de voz que simplesmente não dão para usar não é por acaso que a maioria usa android auto e as marcas também já perceberam isso andamos a gastar dinheiro nisto para sair esta borrada e depois a malta usa o android auto mais vale integrar tudo no carro