Dia Mundial do IPv6 é hoje!
Assinala-se hoje em tudo o mundo o dia mundial do IPv6 tal como anunciamos aqui. Empresas como a Google, Facebook, Yahoo!, Akamai e Limelight Networks e outras grandes organizações e Universidades (veja aqui a lista dos 434 participantes) disponibilizam durante 24 horas muitos dos seus serviços também em IPv6 (além de continuarem a estar disponíveis em IPv4) para que especialistas da área das redes avaliem o impacto e eventuais problemas assim como a performance dos mesmos.
O objectivo do dia mundial do IPv6, também “baptizado” de Flight Test Day, é motivar as organizações, ISPs , fabricantes de hardware, empresas responsáveis pelo desenvolvimento de sistemas operativos, empresas na área da web, entre outros, a preparar os seus serviços para o IPv6.
Perguntas frequentes sobre IPv6
Perguntas frequentes sobre IPv6
O que é um endereço IP?
O IP é um protocolo de comunicação que define, entre outros aspectos, o formato da estrutura de dados (“pacote”) que é utilizado no transporte da informação que circula na Internet.
Cada IP corresponde a um endereço em determinado domínio de Internet, como por exemplo www.pplware.com e serve para que as máquinas saibam exactamente a que site estamos a aceder.
Existem duas versões deste protocolo (a Versão 4 e a Versão 6), sendo que a que hoje continua a ser maioritariamente utilizada é Versão 4.
Porque está a terminar o IPv4?
Quando o IPV4 foi implementado, há cerca de 30 anos, havia menos de 500 computadores ligados à Internet, envolvendo uma comunidade relativamente pequena de pessoas, num ambiente não comercial. Com o passar dos anos, as várias organizações responsáveis pela atribuição de espaço de endereçamento IP foram atribuindo endereços IPv4 públicos aos ISP, às empresas e a outras entidades elegíveis para solicitarem gamas de endereçamento IP. Ao mesmo tempo, verificou-se um grande crescimento do número de utilizadores e um forte desenvolvimento da economia suportada pela Internet.
O que é o IPv6?
Para evitar a estagnação da Internet e permitir aos novos utilizadores e empresas continuar a criar e aceder a websites e conteúdos com a mesma facilidade de até agora, foi criada uma alternativa: o IPv6, um novo protocolo de IP com uma capacidade de endereçamento muitíssimo superior. O IPv6 vai permitir atribuir 2128 endereços o que vai permitir resolver o problema da escassez de IPs durante pelo menos mais um século
A norma do IETF (Internet Engineering Task Force) que especifica o IPv6, foi publicada em Dezembro de 1998 e corresponde ao RFC 2460.
Espaço de endereçamento IPv6
A maior vantagem apresentada pelo IPv6 em relação ao seu antecessor IPv4, é o facto do endereçamento ser feito por meio de 128 bits, em oposição aos 32 bits oferecidos pelo IPv4. Isto resolve o grande problema de falta de endereços disponíveis pois, com 128 bits é possível endereçar um total de : 2^128 = 340,282,366,920,938,463,374,607,431,768,211,456 hosts. Isto significa que podemos não nos preocupar (talvez) com a questão de falta de endereços nos próximos (muitos) anos. Ora a leitura daquele número enorme em inglês será algo do tipo:
340 undecillion, 282 decillion, 366 nonillion, 920 octillion, 938 septillion, 463 sextillion, 463 quintillion, 374 quadrillion, 607 trillion, 431 billion, 768 million, 211 thousand and 456 , uffa que isto custa
Para ajudar a colocar esse número em perspectiva, um espaço de endereço de 128 bits oferece 655.570.793.348.866.943.898.599 (6,5 x 10^23) endereços por metro quadrado de superfície terrestre.
É importante observar que a decisão de criar o endereço IPv6 com capacidade para 128 bits não foi para que cada metro quadro da superfície terrestre tivesse 6,5 x 10^23 endereços. Por serem muito mais longos que os endereços IPv4, os endereços IPv6 são representados através de caracteres em hexa. No total temos 32 caracteres, organizados em oito quartetos e separados separados por dois pontos.
Considerações finais
O novo protocolo da Internet (IPv6), não pode ser visto como tábua de salvação para todos os problemas de redes mas é um óptimo princípio… Oferece alguns benefícios significantes em alguns aspectos, como seja a mobilidade e auto-configuração, e retira opções que se tornaram obsoletas ao longo dos tempos por parte do IPv4. As novas capacidades previstas para este novo protocolo vão propulsionar a criação de novas aplicações com capacidades que até hoje eram impensáveis, devido às limitações da versão da versão do protocolo existente.
Lembramos ainda que a Zon, a Portugal Telecom (PT) e a Optimus já informaram que as suas redes estão a ser preparadas para responder ao desafio do IPv6.
Em Lisboa, de modo a assinalar o dia, a Internet Society – Portugal promove a conferência de imprensa “Dia Mundial do IPv6”, a decorrer durante as 10h e as 15h30, na Fundação Portuguesa das Comunicações. A conferência será presidida pelo Prof. Pedro Veiga, presidente do ISOC – Portugal Chapter e da FCCN – Fundação para a Computação Científica Nacional.
A par dos teste IPv6 realizados durante o dia de hoje, tem havido alguma preocupação por parte dos especialistas neste área, relativamente à possibilidade de hackers aproveitarem este dia para lançar ataques DDos (Distributed denial-of-service).
E você, já tem IPv6?
O que já falamos sobre IPv6
- Eu já tenho conectividade em IPv6. E tu?
- 3ffe:6a88:85a3:08d3:1319:8a2e:0370:7344 – sabe o que isto?
- IPv6 – a tua tartaruga dança?
- Carlos Friaças – IPv6 2011
Homepage: World IPv6 Day
Homepage: Teste a sua conectividade em IPv6
Este artigo tem mais de um ano
Esse aqui ainda não mora. 🙁
Durante quantos anos é que ainda vamos andar a falar que vem aí o IPv6? É como a pilhas duracell, dura, dura e dura…
Devias ter a pergunta ao contrário. Quanto tempo mais vamos usar IPv6…?
E onde é que ele diz isso? lol, deves ter lido mal..
O ideal… era que ninguém tivesse que ouvir falar do IPv6, excepto os administradores de redes e sistemas.
Mas o IPv6 já está em funcionamento, embora não ainda em todo o lado, com já são prova os seguintes registos DNS:
http://www.google.com is an alias for http://www.l.google.com.
http://www.l.google.com has address 209.85.143.99
http://www.l.google.com has address 209.85.143.104
http://www.l.google.com has IPv6 address 2a00:1450:400b:c00::68
http://www.sapo.pt has address 213.13.146.140
http://www.sapo.pt has IPv6 address 2001:8a0:2104:ff:213:13:146:140
http://www.publico.pt has address 195.23.128.85
http://www.publico.pt has IPv6 address 2001:1588:4001::1
Existe alguma info, sobre quais os actuais modems instalados pelos ISPs que suportam IPv6?
Isso é uma boa questão. O meu router pelos vistos aceita IPv6, mas será que configura automáticamente? Se não, terei que configurar manualmente?
Eu acho que os routers já estão preparados. No entanto, os ISP’s têm de colocar o ipv6 a funcionar
A melhor resposta que conheço a esta questão está em:
http://labs.ripe.net/Members/marco/content-ipv6-cpe-survey
Pouco sei sobre o ipv6, mas pelo tempo que existe creio que já deveriamos estar usando a tempo, fiquei curioso agora, vou pesquisar sobre, grande abraço.
Boas,
Em relação ao IPv4 vs. IPv6, gostei muito deste artigo:
http://apenwarr.ca/log/?m=201103#28
Acho que vale a pena ler para estiver interessado.
(É um artigo de opinião)
Faço votos para que quem partilhe da linha de pensamento deste artigo, dentro de algum tempo passe a estar limitado a usar NAT sobre NAT e com apenas acesso a um reduzido conjunto de portos para as suas aplicações.
E melhor, que o seu ISP não tenha efectuado o roll-out de IPv6 na sua infraestrutura, para o caso de entretanto chegar à conclusão que afinal os 32 bits já não são mesmo suficientes…
Aqui fica mais um link para quem pretender testar se tem conectividade IPv6: http://ipv6day.sapo.pt/
O meu D-Link DVA-G3170i/PT dá Sapo deu vermelho 😐
A sapo n tem ipv6 nas ligações domesticas
exacto, tal como todos os outros…
Conectividade IPv6
Tunel, pode ter uma experiência degrada.
Navegação em IPv6
Não consegue navegar sites em IPv6.
Same old, same old…
«
Conectividade IPv6
Nativa, sem problemas.
Navegação em IPv6
Está preparado para sites em IPv6.
»
Pelos vistos consegui inadvertidamente enganar o mecanismo… estou a usar um túnel e se o mecanismo tem avaliado o path MTU até à minha origem, certamente não identificaria a minha conectividade como nativa! 🙂
Gostei do artigo só espero que ajuda na performance e segurança na Internet, a nossa tecnologia de Portugal em nível de informático está bem avançada 😛
cof cof
N ajuda na performance nem na segurança. Permite resolver o problema da falta de IPs. Não é uma questão nacional, é internacional.
As questões de performance são marginais, só no sentido em que poderá restabelecer o princípio da comunicação fim-a-fim, sem ser necessário agentes tradutores pelo meio como acontece hoje em dia numa parte significativa dos cenários.
A segurança também não é um eixo que o uso do IPv6 melhorará. Mais uma vez, o que vejo é um benefício marginal, no caso de as pessoas deixarem de acreditar no mito que NAT = Segurança.
“não pode ser visto como tábua de salvação para todos os problemas de redes ”
Você quis dizer: panacéia?