eIDAS: União Europeia abre a porta a uma vigilância sem precedentes
A União Europeia quer criar, como alternativa às grandes empresas tecnológicas, uma "carteira de identidade digital europeia". Para a implementar, está a ser trabalhado o novo regulamento eIDAS ("IDentificação eletrónica, Autenticação e Serviços de confiança"), que alertou várias organizações devido aos seus profundos riscos para a privacidade e a segurança.
No regulamento eIDAS, foi proposta a criação de "Autoridades Certificadas". Estas seriam uma série de empresas europeias selecionadas com autenticação certificada.
A polémica surge no artigo 45.º, que prevê que todos os browsers sejam obrigados a aceitar estes certificados como válidos. Independentemente de estarem ou não em conformidade com as normas de segurança. Em vez de aplicar os critérios do browser em cada caso, este será obrigado a aceitar os critérios de segurança da União Europeia.
Dezenas de organizações e centenas de especialistas são contra o eIDAS
Numa carta aberta, mais de 460 investigadores de 36 países diferentes e dezenas de organizações não governamentais alertaram para os riscos deste regulamento eIDAS. Desde a Electronic Frontier Foundation (EFF) à Document Foundation (LibreOffice), passando pela Mozilla, a Linux Foundation e pioneiros como Vint Cerf.
O artigo 45º é uma "intervenção perigosa na segurança da Internet". Na carta aberta enviada aos membros do Parlamento Europeu e do Conselho, explicam que os atuais certificados HTTPS seguem regras comuns e que qualquer falha pode comprometer as comunicações.
Entre os aspetos do artigo 45.º que criticam está o facto de "obrigar certas entidades a serem certificadas não está de acordo com as recomendações do Fórum CA/Browser".
A atual proposta expande radicalmente a capacidade dos governos para monitorizar os residentes em toda a UE, fornecendo os meios técnicos para intercetar dados encriptados na Internet, bem como minar os mecanismos de supervisão existentes.
Explicam.
O mero erro de um país pode estender-se a todos
O artigo 45º pode ter "efeitos extraterritoriais indesejáveis", explicam na carta aberta. Isto porque as autoridades certificadas de um país devem ser reconhecidas em toda a UE. Suponhamos que um determinado país decide conceder este certificado de forma corrupta. Esta decisão afetaria a segurança de todos os outros utilizadores.
Para além do risco para a privacidade do regulamento eIDAS, o estabelecimento de autoridades certificadas específicas poderia levar a uma situação em que, fora da União Europeia, não seriam aceites e seria escolhida uma lista separada de empresas certificadas. Esta situação teria o efeito adverso de conduzir a uma Web fragmentada, com websites acessíveis apenas em função da região, afirmam as organizações que assinaram a carta contra esta medida.
A grande maioria das alterações que introduzem novos riscos foi feita em reuniões à porta fechada, sem dar aos peritos e ao público a oportunidade de se pronunciarem. Quando as alterações podem ter um efeito importante nas nossas liberdades, deve haver mais transparência.
Afirma Carmela Troncoso, professora associada da EPFL e especialista em privacidade.
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Este artigo tem mais de um ano
Vamos embora quem não deve não teme, as porcarias da privacidade são optimos para os vigaristas ainda há uns dias me assaltaram a casa e a policia assobia para o lado câmaras a apontar para a rua não se pode ter isto é sempre a beneficiar os mesmos
>Vamos embora quem não deve não teme
Palavras bonitas até que um dia o teu conceito de “não dever” seja diferente do de quem te vigia.
+1
Quando fores á tua conta do Banco e tiveres a 0’s porque estas leis cortam-te 12 anos de desenvolvimento em cibersegurança, vens para aqui dizer quem não deve não teme. Mas nem vais ter para dever.
Deixem as CA’s e os técnicos formados em cyber e privacidade fazerem o trabalho deles.
Ai os maganos querem ter controlo sobre todas as comunicações encriptadas?
Os chineses neste momento a sorrir 🙂
Hipocrisia .
Ignorância leva ao abdicar da tal privacidade …
Se as regras forem cumpridas a policia pode não assobiar para o lado …
Enfim …
Quando se quer seguir o caminho de quem mais se critica.
Rússia e Vhina afinal não são maus exemplos, são exemplos a seguir.
Não se escreve «browser» mas sim navegador.
A UE está a pôr as garras de fora e a mostrar o que realmente é sempre foi uma DITADURA. Se isto for para frente podem dizer adeus aos websites fora da UE.
Na China, pelo menos nas grandes cidades, todas as ruas ou praticamente todas, têm câmaras de vigilância.
Nem se dá por elas.
Eu é que por acaso estava num jardim e vi uma câmara no meio das folhas de uma árvore.
Comecei a prestar mais atenção e então é que vi, câmaras em tudo o que é sítio.
Sou plenamente a favor disto, serve para prevenir crimes e se não previne pelo menos pode facilitar em muito a sua resolução.
Ah e tal e o direito à privacidade? Mas quem é que pede privacidade na via pública?
Na via pública não há privacidade.
Quer privacidade fica em casa. A partir do momento em que mete os pés na rua, não há privacidade.
Então não ha crimes na China? Vou para lá. Obrigado
É verdade, não resolvem nem previne mais crimes nenhuns porque a ideia é controlar a população, eles sabem muito bem que o crime não é prevenido com camaras, é necessário outro tipo de politicas que são mais difíceis de implementar e envolvem outro tipo de custo no entanto a população sente a falsa sensação de segurança sem terem noção que os verdadeiros criminosos são quem está atrás daquela camara
PeterJust, mas quem é que lhe disse a si que câmaras não previnem crimes?
Mas vc acha que as pessoas são estúpidas a ponto de cometer crimes sabendo que estão a ser filmadas?
E se forem burras a esse ponto a polícia pode facilmente identificar os indivíduos.
Se soubesse como funciona o sistema prisional na China saberia que ninguém quer ser preso.
Conhece melhor incentivo que este?
Já para não falar que as penas por lá não são como as daqui.
Quer melhor prevenção?
Vou lá há anos e sinto me bem mais seguro lá que cá.
Sou 100% a favor do uso intensivo de câmaras na via pública.
Quer privacidade fica em casa.
Na rua não há privacidade…
É cada maluco e macaco que aparece para querer aprovar isso. Pelo visto, nao vai dar nem para usar internet num futuro proximo ainda mais com IAs neuroticas dominando. Vou plantar batata e maconha, fumar uma droga que é muito melhor que ver isso aqui
É mesmo isso Peter …
Então e os direitos Humanos ?
E os outros direitos e deveres, claro ? … São só para alguns ? Será isso justiça ?
A U. of E. em que tudo e o seu contrario são válidos ….
Offshore !
Mas as pessoas quando confrontadas com a realidade optam por fazer como a avestruz (” de olho bem aberto “) e pior é que não pensam e acham normal pensar que pensam sem pensar e talvez por isso só queiram regras para os outros mas para elas não …
You make the slavery graet again …
Enfim …