Barragens.pt diz-nos o nível de água de cada barragem em tempo real
Portugal Continental vive uma situação de seca hidrológica, já classificada pelas autoridades como a pior dos últimos 100 anos. Como tal, grande parte do território está em seca severa ou extrema. O país inteiro teve menos água em julho do que a média dos últimos 30 anos, no mesmo mês. Os níveis de todas as bacias hidrográficas desceram. Para vermos estes dados de forma mais gráfica nasceu o projeto Barragens.pt.
Esta informação, apresentada no mapa que serve o serviço, mostra-nos o nível de água nas barragens portuguesas em tempo real.
Barragens próximas do volume morto
No último dia do mês de julho de 2022 e comparativamente ao último dia do mês anterior verificou-se uma descida no volume armazenado em todas as bacias hidrográficas monitorizadas. Das 60 albufeiras monitorizadas, 5 apresentam disponibilidades hídricas superiores a 80% do volume total e 26 têm disponibilidades inferiores a 40% do volume total.
Os armazenamentos de julho de 2022 por bacia hidrográfica apresentam-se inferiores às médias de armazenamento de julho (1990/91 a 2020/21), exceto para a bacia do Ave.
Segundo as informações, existem já 3 barragens com o volume de armazenamento de água próximo do volume morto - reserva técnica que fica abaixo dos tubos de captação.
Estas e outras informações podem ser seguidas no serviço barragens.pt.
O meu primeiro side project vê finalmente a luz do dia. Espero que gostem e que seja útil de alguma forma. Partilhem se acharem interessante 🙏 E já agora, poupem água 😅https://t.co/7cAOVcFwuK
— Ricardo Paiva (@ricardoccpaiva) August 1, 2022
Este serviço, criado pelo engenheiro de software Ricardo Paiva, que usou a plataforma de mapas Mapbox onde são mostrados dados públicos, usados através de APIs, que nos dão uma visão organizada, simplificada e didática sobre os níveis de armazenamento de 11 bacias hidrográficas de Portugal continental.
O mapa, com a respetiva bacia escolhida, apresenta-nos ainda algumas informações como, por exemplo, o nome da bacia, o rio ou rios que a servem, a percentagem atual de armazenamento e a média. Além disso, os dados dão-nos uma visão mais alargada do nível de água armazenada num período de vários anos.
Os níveis da seca medem-se pelo índice PDSI (Palmer Drought Severity Índex), que tem em conta a quantidade de precipitação, a temperatura do ar e a capacidade de água disponível no solo.
Esta situação está já a levar certos municípios a equacionar o corte da água durante a noite.
Este artigo tem mais de um ano
Mtos parabéns, excelente projeto. E mto obrigado por partilharem.
Bom trabalho. Parabéns, pois está muito fácil de utilizar, mesmo no smartphone. E rápido.
Mais importante do que estar sempre a noticiar a seca e o nível de barragens seria qualquer governo que fosse começasse a implementar medidas estruturais serias neste país governado por incompetentes.
Implementar centenas de centrais de dessalinização, regenerar auguas de etar’s e fazer transvios de água da chuva para lagos e barragens artificiais. Isso sim seria notícias. Agora só enervar a população com notícias destas, nada serve.
Só em Espanha há 800 centrais de dessalinização.
Isso custa muito dinheiro e não iria dar o lucro que eles querem.
Quando serve o povo o serviço nao tem de dar lucro, nao é uma empresa
Um pais é uma grande empresa controlada pelo governo ao qual o povo são os trabalhadores
Não é nada feito sem que gere lucros
Dessalinização tem desvantagens como destruição dos ecossistemas como o mar.
A quantidade de energia que gastas para dessalinizar 1L de água é bastante caro.
Este processo produz em larga escala o Sal…onde é que colocarias esse sal todo? debaixo da terra não é opção porque irias tornar os solos ácidos…
Aqui o grande problema é a gestão das águas…apenas 1% das águas residuais são tratadas e consumidas de alguma forma…pode-se e deve-se começar por aí.
So fala assim quem nao tem a noção do custo e a dificuldade de transformar agua salgada em doce!
Só se justifica em lugares com possivel falta de Agua que seria o Alentejo onde foi resolvido com a Barragem.
O que estamos a passar neste momento é algo pontual e inesperado.
+1
Interessante.
Cá em casa o sistema de domotica da piscina detecta quando existe evaporação de água e enche de volta ao nível programado, seria um bom proximo passo para as barragens.
Não sei se tem ou não uma cobertura na piscina, que até pode recolher integrada com a demótica, mas é uma boa forma de reduzir a água perdida por evaporação em piscinas.
ah é só isso? ok, liga-se as barragens ao sistema domótica de tua casa
Não, criam um sistema de Domotica e criam a infraestrutura para trazer água do mar dessanalizada a partir de determinadas quotas e com energia da própria barragem.
gostava de fazer um tese nesse campo, mas… eu acho que teriamos alguns problemas, a começar pelos económicos e depois porque a geologia do terreno não é a mesma que Las Vegas :X
Sabes que essa energia é produzida a descarregar Agua?? Agua dessanalizada para consumo/beber ainda vá que vá, agora para encher uma barragem temos engenheiro. Só para teres uma central de dessalinização produz +ou- 20 milhões m3 ano uma barragem tem capacidade +ou-3000 milhões m3 de agua dependendo do tamanho claro.
Oh Zé andamos aqui a falar de poupar água e vens mostrar como poupar água com a piscina…??? A seguir vamos para o capítulo: “lavagens eficiente de carros e pátios…”?! 🙂
Piscinas nao gastam água, a minha só é esvaziada para lavagem a cada 5 anos, de resto tens produtos para tudo.
De qualquer forma eu sou contra poupanças quando a culpa é política.
Piscinas não gastam água? Então e a que se evapora, não é reposta? Oh! tristeza de pensamento!
Equivale a menos de banho por dia.
Tenho menos filhos que a média por isso já fiz a minha parte.
Tristeza de pensamento.
No caso das barragens é mais complexo, não podes simplesmente ter sempre cheio, porque em caso de chuva podes ter de esvaziar e podes ter um efeito de cadeia onde a última barragem tem de esvaziar com maré cheia e corres grande risco de causar uma catástrofe (cheias)
O que pensas é possível e muito útil, mas precisa de dados como este site e dados atmosféricos tb, assim como de necessidade energética.
É uma àrea interessante
Também não falei em estar sempre cheio, mas sim ter uma quota estipulada onde começava a encher.
Além que para quem percebe de solos sabe que é melhor ter sempre água do que depois ter de encher, as perdas pela absorção do solo vão ser gigantes.
É isso, quando a barragem estiver com baixo nível, enche-se com água da rede, que vem da barragem…
Para quem acha que a dessalinização é má:
https://www.publico.pt/2022/03/04/ciencia/noticia/transformar-agua-mar-custos-momento-certo-1997313/amp
Investigadores do INEGI desenvolvem tecnologia sustentável para dessalinização de água
https://www.jpn.up.pt/2022/03/07/investigadores-do-inegi-desenvolvem-tecnologia-sustentavel-para-dessalinizacao-de-agua/
Muito interessante!
Paraste no tempo.
Atualiza-te
Eu ando no rio Douro e bem vi como de fevereiro a maio andaram a turbinar como se não houvesse amanhã (preços record da eletricidade) . Mesmo com pouca chuva era só ver água a passar. Não venham agora com choradinhos da seca.
Essa é a grande verdade dos níveis mais baixos de muitas barragens, em especial as que produzem electricidade.
Onde andava o dito “Estado” com dezenas e dezenas de gabinetes/institutos/organismos, etc (com algum exagero) que deveria prevenir contra o excesso de turbinagem.
Excelente trabalho.
Obrigado.
F. Costa
Verdade verdadinha. Ver o caso gritante da barragem do Alto Lindoso. Não venham com histórias de seca, andaram foi a gastar as reservas todas.
Este é um dos lados perversos da chamada energia limpa. As pessoas só vem um mundo cor de rosa.
Continuo a afirmar que esta aposta na electrificação massiva é por todos os ovos no mesmo cesto. Daqui a uns vamos chorar.
É preciso uma petição para acabar de vez com as barragens, e acabar assim com o seu péssimo impacto ambiental.
E a água que tanto precisamos? Podemos fazer como os humanos fazem há muito: gigantescos depósitos subterrâneos ou à superfície onde se guarda a água para quando a mesma não existe em abundância… mas isto sem interferir com os ribeiros e rios propriamente ditos a ponto de cortar a continuidade.
E a electricidade? Painéis solares e eólicas com baterias de grande capacidade e de grande durabilidade (70 ou mais anos de durabilidade). Também poderiam colocar moinhos ao longo dos rios com caudal mínimo suficiente ao longo do ano para produzir energia um pouco por todo o lado, feito de tal forma que minimiza-se a interferência com a vida aquática… existirá sempre algum impacto, mas pode ser minimizado… e ainda assim será inferior a ter uma maldita barragem.
Não se trata de ser contra as barragens, mas a sua gestão. Mais uma vez dou o exemplo do Alto lindoso.
Mais um que vive numa realidade alternativa.
Óptimo trabalho.
é preciso começar a pensar em racionar água. E as câmaras munincipais deveriam ser as primeiras a dar o exemplo. A de Setúbal mete jardins a regar em dias de chuva e muitas vezes com o aspersores direccionados para as estradas. Já quando há um problema com uma ruptura de água esta demora semanas para ser resolvido.
Há qui cada cabeça pensadora!!! devem ser marcianos…
Depois de ver a água a ser cortada à população sob a designação de “racionar” na zona de Portimão ao mesmo tempo que os campos de golf continuavam abastecidos por serem uma questão prioritária e com os aspersores a regar horas a fio já não acredito em nada que seja para beneficiar o povo…
oh homem esses hoeis tem exploração propria—não gastam da agua publica
Não sei se a resposta era para mim ou não mas nunca falei em hotéis.
Falei dos campos de golf que foram efetivamente regados com água da rede que estava a ser racionada à população.
Bom trabalho.
Só indicar que não está no mapa a importante barragem do Fratel em pleno rio Tejo, bem como a barragem de Belver.
Alguma razão para não estarem ?
Oh Paulinho….vê lá melhor sff, que a barragem do Fratel está lá!