Amazon pagou mil milhões de dólares pela Twitch: dos piores investimentos de sempre?
Passaram quase 10 anos desde 25 de agosto de 2014. Foi nessa altura que a Amazon fez uma das maiores aquisições da sua história: comprou a Twitch por 970 milhões de dólares para competir com o YouTube, o Instagram e o TikTok (que ainda não tinha chegado). Uma década depois, as contas da Amazon não batem certo...
A Twitch não é rentável
Depois de todo este tempo, a Twitch continua a não ser rentável, apesar da sua popularidade. Isto de acordo com funcionários e ex-funcionários da empresa citados no The Wall Street Journal, confirmando uma situação sobre a qual o próprio CEO do serviço, Dan Clancy, tinha falado em janeiro de 2024.
A popularidade não é tudo... Isto parece contraditório, especialmente porque a popularidade da Twitch continua a ser extraordinária. A plataforma bateu recordes de audiência, mas tal como o YouTube fez no passado, depois de atrair criadores e streamers, também os "espremeu".
A empresa não parou de fazer cortes: despediu 400 pessoas em 2023 e anunciou mais 500 despedimentos - 35% da força de trabalho na altura - há alguns meses, e o argumento de Clancy foi precisamente que a Twitch não era rentável.
Estamos a ajustar a nossa organização com base na escala atual da empresa e em previsões conservadoras de como esperamos crescer no futuro.
Amazon apoia muito a plataforma de streaming
O responsável também quis esclarecer que, apesar de tudo, "o apoio da Amazon à Twitch tem sido extremo. O mais importante para sermos sustentáveis a longo prazo é garantir que não perdemos dinheiro".
A Amazon é uma empresa que não costuma estar preocupada com o curto prazo: Bezos foi criticado durante anos no início da vida da empresa por falta de rentabilidade, e hoje é um dos gigantes da tecnologia.
No entanto, o fraco desempenho de outras divisões - como os seus dispositivos Echo - pode significar que Andy Jassy, CEO da empresa, pode deixar de dar tanta margem de manobra à sua subsidiária.
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demasiadas redes sociais 😛
A Twitch tem estado constantemente envolvida em polémicas em especial relacionadas ao conteúdo para maiores de idade com conteúdo quase explícito de corpos de mulheres, mas também conteúdo tendencialmente violento, também conteúdo onde o que é dito tende a não ser muito amigo das famílias com filhos menores.
Se a plataforma cobrasse a criadores e ao seu público de tal forma que os mesmos sustentassem a plataforma a 100% talvez estivesse tudo bem do ponto de vista da empresa, mas a questão é que eles cobram aos mesmos de diversas formas, mas ainda permitem uma utilização sem cobrar directamente às pessoas, mas dependem da publicidade, e demasiados anunciantes não querem associar as suas marcas a conteúdos potencialmente errados, para as pessoas não começarem a associar as marcas a esses conteúdos errados e assim deixarem de as considerar nas suas vidas, e isto impede esta divisão da empresa de ser rentável.
Cobrar directamente aos criadores e aos outros utilizadores parece ser a única alternativa para tornar a empresa lucrativa no longo prazo, ou isso ou mudam as regras para a plataforma se tornar atractiva para os anunciantes.
Por falar em anúncios, a forma como a plataforma inclui os mesmos nos vídeos, cortando a transmissão em directo (que continua a decorrer), e depois quando o(s) anúncio(s) termina(m) a transmissão volta no ponto em que a transmissão em directo estiver ocorrendo significa que se podem perder partes do conteúdo somente porque a própria plataforma interrompe directos para meter anúncios, e a única forma de ver uma transmissão do início ao fim é pagar, porque de resto só se tiver a sorte de ser um momento temporal em que a plataforma não tem anúncios para mostrar… e isto é muito irritante se for algo que necessite de visualização e audição contínua para fazer sentido estar a assistir (exemplo: conversas temáticas sobre algo).
O Objectivo de certas plataformas/apps e afins nem sempre é ser rentável
Por exemplo o MB WAY, dá 0 lucro á SIBS