Europa anuncia o OpenEuroLLM: projeto de IA open-source para enfrentar EUA e China
Os avanços mais significativos no domínio da inteligência artificial (IA) têm surgido dos Estados Unidos e da China, mas a Europa está determinada a reduzir essa distância com o lançamento do OpenEuroLLM. Trata-se de um projeto inovador que visa o desenvolvimento de LLMs open-source de próxima geração.
OpenEuroLLM tem muito para provar...
O OpenEuroLLM pretende criar uma família de modelos de IA que sejam transparentes, com várias línguas e adaptáveis tanto a serviços públicos como ao setor empresarial e industrial. A iniciativa destaca-se ainda pelo compromisso em demonstrar que é possível desenvolver tecnologia avançada que cumpra integralmente a legislação europeia.
Importa referir que a União Europeia estabeleceu um enquadramento legal pioneiro para a IA, embora algumas das principais empresas do setor tenham argumentado que este pode atrasar a inovação.
Apesar dos desafios, o OpenEuroLLM ambiciona consolidar-se num mercado dominado por gigantes tecnológicas como OpenAI, Google, Meta, Microsoft, Anthropic, Alibaba e DeepSeek. Para tal, conta com a colaboração de 20 empresas, universidades, laboratórios e centros de computação de alto desempenho.
Ainda não foram divulgados detalhes técnicos exaustivos sobre os modelos de IA que resultarão do OpenEuroLLM, mas foi anunciado que o projeto colaborará com comunidades como OpenML, LAION e open-sci.
O OpenEuroLLM garantirá que os modelos, software, dados e mecanismos de avaliação sejam totalmente abertos e adaptáveis às necessidades específicas da indústria e do setor público.
Estes modelos multilingues de alto desempenho preservarão a diversidade linguística e cultural, permitindo que as empresas europeias desenvolvam produtos e serviços de elevada qualidade na era da IA.
Afirma o comunicado oficial.
O OpenEuroLLM é coordenado por Jan Hajič, da Universidade Charles, na República Checa, e tem como codiretor Peter Sarlin, cofundador da Silo AI, um reputado laboratório de IA financiado pela AMD.
O consórcio por detrás do projeto iniciou os seus trabalhos a 1 de Fevereiro, com apoio financeiro da Comissão Europeia. Embora o valor exato do investimento inicial não tenha sido revelado no anúncio oficial, a Forbes avança que a quantia ronda os 56 milhões de dólares.
Embora este montante seja "modesto" quando comparado com os investimentos colossais dos grandes players do setor, poderá ser suficiente para impulsionar a investigação. No entanto, não foi especificado como serão cobertos os elevados custos computacionais.
Para responder a esta necessidade, o OpenEuroLLM recorrerá à infraestrutura de computação da Empresa Comum para a Computação Europeia de Alto Desempenho (Empresa Comum EuroHPC). Os supercomputadores utilizados estarão localizados em diversos centros de investigação na Europa, incluindo:
- SURF (Países Baixos)
- CSC - IT Center for Science (Finlândia)
- CINECA (Itália)
- Centro Nacional de Supercomputação de Barcelona (BSC-CNS, Espanha)
Principais participantes
Participantes
- Silo GenAI (Finlândia)
- Aleph Alpha Research (Alemanha)
- Prompsit Language Engineering (Espanha)
- LightOn (França)
- ellamind (Alemanha)
- Universidade Carlos (República Checa)
- ALT-EDIC (França)
- Universidade de Tubinga (Alemanha)
- Universidade de Oslo (Noruega)
- Universidade de Turku (Finlândia)
- Universidade de Helsínquia (Finlândia)
- Fraunhofer IAIS (Alemanha)
- ELLIS Institute Tübingen (Alemanha)
- Lindholmen Science Park (Suécia)
- Jülich Research Center (Alemanha)
- Universidade Tecnológica de Eindhoven (Países Baixos)
A Comissão Europeia anunciou no X que o OpenEuroLLM recebeu o seu primeiro selo STEP (Strategic Technologies for Europe Platform) como reconhecimento da sua excelência.
Leia também:
Os primeiros meses vão ser gastos em garantir que o modelo cumpre a exigências da Lei da UE sobre Inteligência Artificial.
Agora sim, ficámos com uma Europa forte e coesa. Longe vão os tempos das tampas das garrafas amigas do ambiente.
Até que enfim que a Europa parece estar a acordar.
A grande diferença entre o desenvolvimento de software na Europa e nos EUA está na disponibilidade de investidores.
Os CEO das BigTech, na sua maioria não são americanos, são asiáticos, africanos e europeus.
A Europa tem dos melhores engenheiros de software e é uma pena que não tenha investidores como nos EUA.
Vejam o caso do finlandês Linus Torvalds, ele praticamente “criou” um “novo” sistema operativo robusto e fiável utilizado por muitas empresas em todo o mundo.
E qual o benefício para ele ou para a Europa?
Nos EUA houve logo quem se quisesse apoderar da marca para a poder monetizar, felizmente até agora parece que não conseguiram.
Com a adoção de medidas propostas no relatório Draghi, parece que se vão criar as condições para que a Europa ocupe o lugar e o respeito que merece no mundo.
Sou a favor desta iniciativa.
Vão aparecer daqui a 3 anos e cheios de limitações e burocracias…
A UE está completamente lixada com estes burocratas!