Em que países é que a DeepSeek já foi proibida e porquê?
A DeepSeek deu-se a conhecer ao público há relativamente pouco tempo e a reação do mercado à sua chegada foi impressionante. Por vários motivos, a empresa de Inteligência Artificial (IA) já foi proibida em alguns países, esperando-se que outros adotem a mesma medida. Quais e porquê?
Após ter feito cair os preços das ações das empresas tecnológicas americanas, por ter afirmado que o seu modelo de IA era mais barato do que as alternativas dos seus concorrentes, a DeepSeek está a ser proibida em alguns países.
Numa reportagem, a Al Jazeera compilou os países em que a DeepSeek já foi proibida, bem como as medidas que estão a ser consideradas.
Que países já proibiram a DeepSeek?
#Itália
No dia 30 de janeiro, conforme informámos, a autoridade italiana para a proteção de dados anunciou que tinha ordenado "a limitação do tratamento dos dados dos utilizadores italianos" pela DeepSeek devido à falta de informações sobre como a empresa poderia utilizar os dados pessoais fornecidos pelos utilizadores.
#Taiwan
Na segunda-feira, Taiwan impediu os departamentos governamentais de utilizarem os programas da DeepSeek, alegando riscos de segurança.
#Austrália
Na terça-feira, o Governo australiano anunciou que bloqueou o acesso aos serviços da DeepSeek em todos os dispositivos do governo, alegando que a proibição se destinava a "proteger a segurança nacional e os interesses nacionais da Austrália", segundo os meios de comunicação australianos.
Esta proibição foi ordenada a todas as agências governamentais, numa declaração, assinada pelo secretário do Departamento de Assuntos Internos, e obrigava todas as entidades governamentais:
[...] impedir a utilização ou a instalação de produtos, aplicações e serviços Web da DeepSeek e, sempre que possível, remover todas as instances existentes de produtos, aplicações e serviços Web da DeepSeek de todos os sistemas e dispositivos do Governo australiano.
#Coreia do Sul
Na quarta-feira, um porta-voz do Ministério do Comércio, Indústria e Energia da Coreia do Sul anunciou que tinha proibido temporariamente a DeepSeek nos dispositivos dos funcionários, citando preocupações de segurança.
As autoridades disseram que o Governo sul-coreano tinha aconselhado os ministérios e agências a terem cuidado com a utilização de programas de IA em geral, incluindo o ChatGPT e DeepSeek.
Isto aconteceu depois de a Comissão de Proteção de Informações Pessoais de Seul ter anunciado, no dia 31 de janeiro, que iria enviar um pedido por escrito à DeepSeek para obter detalhes sobre como as informações pessoais dos utilizadores são geridas.
A Korea Hydro & Nuclear Power, gerida pelo Governo sul-coreano, disse que bloqueou a utilização de serviços de IA nos dispositivos dos seus trabalhadores, incluindo o da DeepSeek, no mês passado.
#Estados Unidos da América
Na quinta-feira, o The Wall Street Journal informou que os legisladores dos Estados Unidos estavam a planear apresentar um projeto de lei para bloquear a DeepSeek de dispositivos governamentais.
Antes disso, no dia 31 de janeiro, a NASA bloqueou a DeepSeek nos seus sistemas e nos dispositivos dos seus funcionários.
Uma semana antes, a Marinha dos Estados Unidos já havia avisado os seus membros, por e-mail, contra a utilização da DeepSeek devido a "potenciais preocupações éticas e de segurança associadas à origem e utilização do modelo", segundo a CNBC.
Proibições devem-se, geralmente, a questões de segurança nacional
Sem surpresas, a maioria dos países que bloqueiam os serviços da DeepSeek diz estar preocupada com os riscos de segurança que a empresa chinesa representa.
Conforme argumentam, as autoridades nacionais não dispõem de informações suficientes sobre como os dados pessoais dos utilizadores serão armazenados ou utilizados pela empresa.
Será a recolha de dados pela DeepSeek preocupante?
De acordo com a política de privacidade do ChatGPT, a OpenAI recolhe, também, informações pessoais, como o nome e as informações de contacto fornecidas durante o registo, informações sobre o dispositivo, como o endereço IP, e informações fornecidas ao chatbot "apenas durante o tempo necessário".
Estas informações podem ser partilhadas com as empresas parceiras da OpenAI.
De facto, segundo Eddy Borges-Rey, professor associado residente na Northwestern University, no Qatar, à Al Jazeera, "praticamente todas as grandes empresas tecnológicas - da Meta à Google e à OpenAI - exploram os dados dos utilizadores até certo ponto".
Utilizam os dados para publicidade direcionada, aperfeiçoamento de algoritmos e treino de IA. Muitas foram multadas ou investigadas por violações de privacidade, mas continuam a operar, porque as suas atividades estão de certa forma regulamentadas em jurisdições como a União Europeia e os Estados Unidos.
Esclareceu Eddy Borges-Rey, explicando que as aplicações ocidentais não são vistas como uma ameaça pelos governos ocidentais, pois "as empresas ocidentais são frequentemente vistas como problemáticas, mas passíveis de serem resolvidas através de regulamentação".
Em 2023, o ChatGPT suscitou preocupações por ter violado o Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD) da União Europeia, tendo sido temporariamente bloqueado, em Itália.
Por sua vez, plataformas chinesas como a DeepSeek são "tratadas de forma diferente pelo ocidente, porque são vistas como estando a operar sob a jurisdição do Governo chinês, que tem leis [como a Lei de Inteligência Nacional] que teoricamente permitem o acesso do Estado aos dados".
[Por este motivo,] os governos ocidentais receiam que os dados dos utilizadores recolhidos pelas plataformas chinesas possam ser utilizados para espionagem, operações de influência ou vigilância.
Se isto está a acontecer na prática é discutível, mas a mera possibilidade é suficiente para justificar proibições numa perspetiva de segurança nacional.
Fonte: Al Jazeera
Neste artigo: Deepseek
Onde é que está a malta da UE a dizer que “é por isso que a UE não anda para a frente?” xD
Até tremem como os chineses fazem mais com menos…
Aqui está a rodar localmente sem problemas.
Na verdade não fizeram mais com menos. Criaram um alarido para manipular o mercado.
Ah, “Segurança Nacional”, o termo mágico que resolve tudo sem precisar de explicação! Um verdadeiro coringa no baralho diplomático e geopolítico. Afinal, basta pronunciá-lo e – voilá! – qualquer decisão fica automaticamente justificada. Quer bloquear uma empresa (ex: Huawei)? Segurança Nacional. Quer proibir uma tecnologia (ex: DeepSeek)? Segurança Nacional. Quer barrar alho produzido na China, claro, Segurança Nacional. Quer barrar até um simples aplicativo (ex: Tik Tok)? Claro, Segurança Nacional de novo.
DeepSeek e o contexto global
De facto, a DeepSeek (seja lá qual for a razão específica para proibi-la) parece estar a seguir o mesmo “modus operandi” que vimos com o caso do 5G da Huawei. Os Estados Unidos levantam a bandeira da “Segurança Nacional”, e os outros países, especialmente os “acólitos” (ótimo termo, diga-se de passagem), alinham-se sem questionar. Afinal, quem ousaria desafiar o líder do mundo livre, não é?
E o mais fascinante é que nunca há necessidade de fornecer provas concretas. “Confia, é pela tua segurança” – é tudo o que precisamos ouvir. É claro que, em casos como o 5G, a narrativa foi recheada de acusações de espionagem, sem nunca apresentar evidências públicas sólidas. Mas hey, quem precisa de provas quando temos… adivinhe? Segurança Nacional!
Reflexão final
Nada de novo sob o sol, como bem disseste. A DeepSeek parece apenas ser mais uma peça de um jogo maior, onde a geopolítica dita as regras e a “Segurança Nacional” é a desculpa perfeita para consolidar poder e alinhar interesses. Afinal, quando os americanos decidem, os acólitos seguem religiosamente. É quase como assistir a uma coreografia bem ensaiada – previsível, mas ainda assim impressionante pelo nível de coordenação.
Caro Ivo, “acólito” é mesmo um óptimo termo mas saído dos seus dedos parece ser utilizado de modo pejorativo: uma condição negativa de subserviência cega ou algo parecido, se percebi bem o seu ponto de vista.
Mas o Ivo, dados os seus comentários… por sinal bastante extensos, emotivos e sempre em favor do mesmo lado, corre o sério risco de ser considerado precisamente um acólito… do Xi Jipingas. Com certeza não há-de querer que tal rótulo (que o próprio Ivo lançou a outros) regresse à proveniência (tipo bumerangue) e lhe seja colado a si… que vergonha seria! Por isso talvez lhe fosse conveniente fazer o mesmo tipo de exercício mas na direcção inversa, para compensar. (conselho de amigo)
Assuntos não lhe faltariam para criticar ou não fosse o grande líder que tanto defende:
– um ditador que controla e oprime a sua própria população com mãos de ferro (como ficou bem patente, até para os mais “distraídos”, durante a “crise” do covid),
– um expansionista que intimida militarmente os seus vizinhos na ânsia de aumentar o território para explorar os recursos que não lhe pertencem,
– um imperialista com o objectivo bem claro de espalhar o domínio do Partido Comunista Chinês (PCC) a nível global comprando mesmo dirigentes de países do 3.º mundo (perdão, subornando dirigentes de países em vias de desenvolvimento) para, mais uma vez, explorar até ao tutano e por tuta-e-meia os recursos dos seus países… só para dar uns poucos exemplos.
Mas facilmente e sem esforço encontraria mais assuntos como o controlo absoluto pelo PCC das empresas, o roubo de tecnologia ocidental, a promoção da indústria de contrafacção, o desrespeito pelos direitos humanos até mesmo daqueles que nós consideramos dos mais fundamentais, a opressão e perseguição de (crentes de) religiões minoritárias, o genocídio contra os uigures, a censura dos meios de comunicação e da Internet para que o pensamento único prevaleça, os campos de concentração eufemisticamente apelidados de reeducação… entre tantos outros periclitantes assuntos como ainda a espionagem e ataques informáticos por hackers ligados ao PCC.
Caro Ovni em bico,
Aprecio a sua preocupação em equilibrar as críticas, mas permita-me devolver-lhe o bumerangue com um toque de ironia e alguma reflexão.
Ponto 1: “Acólitos” e a segurança nacional
Realmente, “acólito” pode soar pejorativo, mas, convenhamos, não é exatamente injusto quando vemos uma coreografia tão bem ensaiada e sincronizada. Afinal, o conceito de “Segurança Nacional” tornou-se uma espécie de “passe-partout” diplomático, que justifica tudo, desde barrar empresas até espiar cidadãos. Curioso, não é? Até porque, enquanto acusações são feitas ao Partido Comunista Chinês (PCC), esquecemos que a democracia ocidental também tem as suas “pérolas”. Por exemplo, não foi o serviço secreto britânico que exigiu/obrigou recentemente que a Apple abrisse a “porta traseira” dos seus sistemas para facilitar a vigilância? Mas claro, isso tudo é em nome da nossa segurança nacional, certo? Nada como ser espiado com o selo de “democracia”!
Ponto 2: Direitos humanos e coerência
Falando em coerência, apreciei a sua lista de acusações ao “grande líder”. É uma pena que o mesmo zelo não se aplique aos aliados ocidentais. Por exemplo:
A opressão de minorias é um tema importante, mas será que podemos esquecer o tratamento dado a refugiados em alguns países da UE ou as condições nas prisões privadas e secretas americanas?
O expansionismo militar… ah, claro! Mas será que as invasões do Iraque e Afeganistão, ou o apoio a golpes em países da América Latina, não contam para essa categoria? E, que tal, a “tentativa” da apropriação da Gronelândia? Tornar Canadá como o 51º estado dos Americanos? Ou será que só é expansionismo quando vem de “outro lado”?
Ponto 3: Espionagem e tecnologia
Quanto ao “roubo de tecnologia”, é um tema interessante. Mas deixe-me perguntar: será que o programa de vigilância mundial (revelado por Edward Snowden) foi um caso isolado? Ou talvez o facto de aliados como Alemanha e França terem sido espionados pelos EUA seja algo a ignorar porque, novamente, é “pela nossa segurança”? Os líderes Franceses e Alemães até tiveram medo para confrontar o facto. Talvez seja mais fácil criticar o outro lado enquanto fechamos os olhos para as práticas de casa.
Ponto 4: Contrafação e capitalismo global
Quanto à contrafação, é sempre bom lembrar que as empresas ocidentais migraram as suas fábricas para a China em busca de mão de obra barata e lucros maiores. Então, será que a contrafação não é também uma consequência direta desse sistema global que o Ocidente ajudou a criar? Afinal, quem quer pagar preços justos quando pode explorar e depois culpar quem produziu?
Reflexão final
Caro Ovni em bico, críticas são sempre bem-vindas e necessárias – mas, como sugere no seu próprio comentário, a coerência é fundamental. Talvez valha a pena fazer o exercício na direção inversa, como diz, e avaliar se os “líderes do mundo livre” são realmente tão inocentes assim. Afinal, a “Segurança Nacional” parece ser um conceito mágico que funciona tanto no Oriente quanto no Ocidente, não acha?
Ah, e só para concluir: será que a Apple vai ceder ao pedido do serviço secreto inglês? Afinal, quem precisa de privacidade quando temos democracias tão bem-intencionadas para nos proteger a segurança nacional?
O Ivo nem venha com essa da “democracia ocidental” como se estivesse a tentar contrapor com uma democracia oriental… chinesa. Os chineses não vivem em democracia, vivem em opressão numa ditadura totalitária. A ilusão de liberdade dos chineses consegue ser tão efémera que basta que se desviem um pouco do caminho que lhes foi traçado para logo verem essa “liberdade” a esfumar-se mais depressa do que conseguem piscar os olhos!
Na verdade nem precisam de se desviar de tal caminho, basta aparecer um vírus para logo ficarem literalmente trancados em casa ou amontoados num qualquer edifício governamental, muitos de estômago vazio.
Aconselhei-o a fazer o exercício inverso de ver os defeitos do lado chinês… não só não teve coragem de o fazer (será genuína convicção ou será medo de represálias por parte das esquadras clandestinas de polícia chinesa espalhas pelo mundo ocidental?) como ainda me devolve o conselho para que eu o ajude a colectar ainda mais defeitos da sociedade ocidental que tanto o parece enojar. Pois tenho a certeza de que para isso não precisa de qualquer ajuda minha… mas ao contrário de si eu sei que não há sociedades perfeitas, bem pelo contrário, pois onde há humanos há defeitos com fartura (excepto na China, julgará o Ivo) mas mesmo com todos os imensos defeitos desta sociedade ocidental onde vivo sei que ainda assim é largamente preferível à sociedade que o Ivo aqui vem defender tão acerrimamente.
E aqui tem: eu consigo fazer o inverso e admitir defeitos em qualquer tipo de sociedade, mesmo naquela onde vivo e escolho continuar a viver. Já o Ivo prefere esconder os muitos erros da sociedade que defende… por detrás dos muitos erros que aponta à sociedade que acusa. É este o único equilíbrio que o Ivo conhece: nunca admitir nada e acusar para esconder.
(E ainda diz o Ivo que “críticas são sempre bem-vindas e necessárias ” quando, como se vê, não aceita nenhuma.)
O Ivo, sem a mínima admissão de erro do lado que defende, ao insistir em apenas lançar acusações, acaba assim de ver colado na sua testa o selo:
«Acólito do Xi Jipingas»
Fica a derradeira questão: Onde vive o Ivo? Nessa sua idílica China tão do seu agrado? Ou nesse seu ocidente que acusa e que tanto o repugna?
(Por não querer que ninguém sofra por viver numa sociedade que odeia, pela sua saúde, espero mesmo que viva na China.)
Caro Ovni em bico,
Agradeço a sua preocupação com a minha localização geográfica e, claro, com a minha saúde mental. É sempre reconfortante saber que há quem se preocupe tanto com o bem-estar alheio, mesmo que o faça com a delicadeza de um elefante numa loja de porcelanas. Mas vamos ao que interessa, porque, como bem sabe, eu adoro uma boa troca de ideias – especialmente quando o outro lado se esforça tanto para me entreter com argumentos tão… criativos.
Primeiro, adorei o seu uso do termo “acólito do Xi Jipingas”. É sempre bom ver alguém a tentar inovar no insulto, mesmo que o resultado seja tão previsível quanto um filme de domingo à tarde. Mas, já que insiste em colar-me esse rótulo, permita-me devolvê-lo com um pequeno ajuste: “acólito do Ocidente Imaculado”. Afinal, a sua visão do mundo parece tão monocromática que até me pergunto se não vive numa realidade paralela onde o Ocidente é um bastião de virtudes e a China é o único vilão da história.
Agora, vamos desmontar algumas das suas pérolas, porque, convenhamos, elas merecem atenção:
1. “A China é uma ditadura totalitária e o Ocidente é a terra da liberdade”
Ah, sim, o clássico argumento do “nós somos melhores porque temos democracia”. É curioso como essa democracia ocidental, tão perfeita, permite coisas como espionagem em massa (obrigado, Edward Snowden, por nos lembrar disso), prisões secretas, tortura em Guantánamo e, claro, a vigilância constante de cidadãos sob o pretexto de “Segurança Nacional”. Mas, claro, quando o Ocidente faz, é para o nosso bem. Quando a China faz, é opressão. Fascinante como a moralidade muda dependendo de quem segura o bastão, não acha?
E já que mencionou a pandemia, permita-me recordar-lhe que, enquanto critica os lockdowns na China, muitos países ocidentais também trancaram as suas populações em casa – só que com o bônus de sistemas de saúde colapsados e taxas de mortalidade assustadoras. Mas, ei, pelo menos podíamos reclamar no Twitter, certo?
2. “Expansionismo militar e imperialismo chinês”
Adoro como aponta o dedo para a China enquanto ignora alegremente as décadas de invasões, golpes e interferências patrocinadas pelo Ocidente. Iraque, Afeganistão, Líbia, Vietname… a lista é longa, mas, claro, isso não conta como expansionismo, porque foi feito em nome da “liberdade”. E que tal o apoio a regimes autoritários quando convém? Arábia Saudita, alguém? Ou será que só é imperialismo quando vem do Oriente?
3. “Roubo de tecnologia e contrafação”
Ah, o velho argumento do “os chineses roubam tudo”. É engraçado como se esquece de mencionar que muitas dessas tecnologias foram alegremente transferidas para a China por empresas ocidentais em busca de lucros rápidos. E, já agora, será que o programa PRISM, que espionou líderes aliados como Angela Merkel, também foi um caso de “roubo de tecnologia”? Ou será que, mais uma vez, é diferente quando o Ocidente faz?
4. “Direitos humanos e coerência”
A sua lista de acusações contra a China é impressionante, mas falta-lhe um pequeno detalhe: coerência. Fala de genocídio, opressão e censura, mas esquece-se convenientemente de mencionar os refugiados a morrer no Mediterrâneo, as crianças separadas dos pais na fronteira dos EUA ou as minorias perseguidas em países europeus. Será que esses problemas não contam porque acontecem no “lado certo” do mundo?
5. “Onde vive o Ivo?”
Ah, a cereja no topo do bolo. Quando os argumentos falham, a solução é sempre mandar o outro “viver na China”. É um clássico, quase tão previsível quanto um discurso político em época de eleições. Mas, já que perguntou, deixe-me esclarecer: vou à China mais vezes do que vou a Lisboa. Conheço o país, a cultura e as pessoas melhor do que muitos que falam dele sem nunca terem saído do sofá. Tenho familiares portugueses que vivem e trabalham lá, e, surpresa, não estão trancados em campos de reeducação nem a passar fome. Mas, claro, isso não encaixa na sua narrativa simplista, pois não?
Reflexão final
Caro Ovni em bico, o mundo não é preto e branco, por mais que tente pintá-lo assim. Criticar o Ocidente não significa defender a China, e apontar os erros de um lado não apaga os do outro. Talvez seja hora de abandonar essa visão maniqueísta e aceitar que tanto o Ocidente quanto o Oriente têm os seus defeitos – e que a verdadeira coragem está em reconhecer as falhas de ambos, em vez de se esconder atrás de narrativas convenientes.
E, já agora, se quiser continuar a discutir, fico à disposição. Só peço que, da próxima vez, traga argumentos melhores. Afinal, até os “acólitos do Xi Jipingas” gostam de um bom desafio intelectual.
Já agora, quer comentar sobre este tópico?
https://pplware.sapo.pt/informacao/governo-do-reino-unido-exige-a-apple-porta-de-acesso-aos-dados-encriptados-no-icloud/?utm_source=SAPO_HP&utm_medium=web&utm_campaign=destaques
Com os melhores cumprimentos,
Ivo
Os seus argumentos realmente são do melhor, especialmente nas acusações que me dirige: o Ivo “leu” apenas o que lhe interessou da minha resposta para reescrever algumas das palavras que lhe dirigi dando-lhes uma reviravolta para então me as devolver de modo a acusar-me exactamente daquilo que o Ivo faz e ainda fazer-se agora passar como moderado e corajoso. Gostei imenso! O Ivo é de uma honestidade e modéstia a toda a prova!
No entanto, o Ivo, à excepção de agora se fazer de magnânimo à custa dessas acusações que me dirige (que nem me vou dar ao incómodo de refutar, não vale a pena com pessoas como o Ivo), continuou essencialmente com a mesma táctica… até repetiu argumentos que já tinha feito no seu anterior comentário. Para quê? Fui assim tão certeiro? Sentiu-se assim tão atingido para ter de se repetir?
Ao contrário do que falsamente me acusa eu não tentei sequer negar as suas acusações ao Ocidente. Admiti claramente haver muitos erros na sociedade ocidental. Nem mesmo tentei negar as acusações mais injustas que fez (e que continua a fazer), admiti-as todas por igual no mesmo lote, mesmo aquelas que são da responsabilidade de pessoas com o mesmo tipo de pensamento do Ivo, de pessoas da mesma ala política/ideológica do Ivo… que só fazem asneiras quando governam (como se tem visto) parecendo quererem levar-nos de volta para a Idade Média.
Para “além da cereja no topo do bolo” de sonharem com os paraísos chineses enquanto turistas mas viverem e beneficiarem da democracia, do estilo de vida e da liberdade do Ocidente… é esta uma das hipocrisias de pessoas como o Ivo nas acusações que fazem ao Ocidente:
os males que apontam (exactamente como os males que o Ivo aponta) são frequentemente e em grande parte da responsabilidade dos seus correligionários.
Também me acusa de insultar o seu ídolo… caro Ivo, não fiz tal coisa. Já lhe disse antes, se não gosta de “Xi Jipingas”… reclame com os lituanos.
Quem foram as almas caridosas que conseguiram fazer passar a população nativa de dois continentes para valores abaixo de 5%? Ajuda do publico não foram os chineses.
Caro Ovni em Bico,
Agradeço a oportunidade de esclarecer minha posição sobre a China e as acusações mencionadas anteriormente.
Minha Posição sobre a China
É importante ressaltar que, embora eu não seja comunista, tenho uma visão favorável da China baseada em conhecimento direto do país. Minha simpatia pela China não contradiz minha lealdade a Portugal, que é primordial. Minha perspectiva sobre outros países ocidentais é neutra.
Ao analisar notícias sobre a China, priorizo a verificação de fatos e a consulta de múltiplas fontes. Ao acompanhar as notícias sobre a China, priorizo a verificação de factos e a análise de múltiplas fontes. Observo uma disparidade significativa entre a cobertura de alguns meios de comunicação ocidentais – influenciados, em parte, pela lei “H.R.1157: Fundo de Combate à Influência Maligna da República Popular da China” (uma legislação Americana para espalhar as narrativas negativas sobre a China no mundo Ocidental) – e as narrativas apresentadas por jornais asiáticos, como os de Singapura, Malásia, Tailândia, Hong Kong e Macau, estes últimos inclusive com jornalistas portugueses que vivem em Macau.
Abertura da China ao Ocidente
Para combater às desinformações, a China tem feito esforços para promover a transparência, abrindo suas portas para turistas ocidentais. Essa iniciativa permite que visitantes formem suas próprias impressões diretas sobre a realidade do país, muitas vezes contrastando com as percepções difundidas pelos meios de comunicação ocidentais.
Experiência Pessoal e Observações
Recentemente, um amigo meu, com opiniões políticas conservadoras visitou a China a negócios. Sua experiência resultou em uma mudança significativa de perspectiva, reforçando a importância de vivenciar a realidade em primeira mão.
É crucial reconhecer que a China, como qualquer nação, tem seus desafios e complexidades. Minha simpatia pelo país não implica uma aprovação irrestrita de todas as suas políticas ou ações. Como português, mantenho uma visão crítica e equilibrada, reconhecendo tanto os aspectos positivos quanto os negativos do desenvolvimento chinês.
Em vez de focar em acusações mútuas ou debates polarizados, acredito que um diálogo construtivo deve se basear em fatos verificáveis, experiências diretas e uma análise ponderada de diferentes perspectivas. Esta abordagem nos permite compreender melhor as nuances das relações internacionais e o papel de Portugal nesse contexto global em evolução.
Espero que esta resposta esclareça minha posição e contribua para uma discussão mais produtiva sobre este tema complexo.
Atenciosamente,
Ivo
Tem razão, o Ivo não é um comunista. Tem crista de comunista e cacareja como um comunista ocidental mas definitivamente não é um comunista, o que o Ivo é… é um chinesista, a 100%.
Quando é para fazer acusações ao Ocidente… não há travão que o segure.
Quando é para defender a China… o Ivo, continuando a não admitir qualquer erro do lado chinês, metamorfoseia-se instantaneamente num moderado. Absolutamente lindo de se ver mas não é, de todo, surpreendente.
Caro Ovni em Bico,
Ah, a sua defesa apaixonada do Ocidente é realmente de tirar o chapéu! É fascinante como você consegue ignorar as pequenas nuances, como, por exemplo, o fato de que nem todos os que chegam ao solo americano são tratados como cidadãos de primeira classe. Lembro-me bem de um momento memorável na alfândega americana, onde, com todo o respeito, fomos todos chamados de “here come the hispinics (lá vem os hispânicos)” quando desembarcamos da TAP pelos agentes alfandegários. Uma verdadeira recepção digna de um filme de Hollywood!
É curioso como você critica “o Ivo” por sua simpatia à China, mas ignora as alegações de hipocrisia que permeiam as interações do Ocidente com o mundo. Talvez a sua visão sobre o Ocidente tenha um filtro especial que só permite ver o que você quer?
Continue nesse seu caminho de defender o Ocidente como se fosse um cavaleiro andante, mas não se esqueça de que a realidade é um pouco mais complicada do que a sua narrativa etnocentrista. Nada como uma boa dose de ironia infantil para temperar a discussão!
E aqui vai um detalhe curioso para refletir: ao postar esses comentários, você está, ironicamente, a usar PCs, tablets ou telemóveis fabricados pela China e/ou com peças feitas lá. É engraçado pensar que está a criticar, mas ao mesmo tempo depende da tecnologia chinesa para o fazer. Não acha isso ligeiramente incoerente e ridículo?
Atenciosamente,
Ivo
E a IA dos States também não oferece o mesmo perigo á Segurança Nacional desses países. Fiem-se na Virgem e não corram.
Prefiro ser espiado pelos americanos.
Cá em casa evita-se tudo o que é produto chinoca.
Até o aço…. Segurança Nacional…. Ou seja o puto dono da bola tá a perder o jogo, logo é pegar na bola e ir para casa e mais ninguem joga. O ploblema do puto é que agora há muitas bolas……..
Proibição da DeepSeek em vários países reflete um padrão já visto noutras empresas tecnológicas chinesas, como a Huawei e a TikTok, onde o receio de que os dados possam ser acedidos pelo governo chinês leva a medidas preventivas de restrição a DeepSeek, ao afirmar ter um modelo de IA mais barato e competitivo do que as alternativas ocidentais, não só ameaça os gigantes tecnológicos dos EUA, mas também levanta preocupações geopolíticas e de segurança ,principal razão apontada para estas proibições prende-se com a falta de transparência sobre a recolha e utilização dos dados dos utilizadores. No entanto, como o artigo sublinha, a OpenAI, a Google e outras empresas ocidentais também recolhem informações pessoais e já foram alvo de processos e multas, mas continuam a operar devido à regulamentação existente, diferença essencial está na perceção: enquanto as empresas ocidentais são vistas como reguláveis, as chinesas são consideradas extensões potenciais do Estado chinês, sujeito a leis que podem obrigar a partilha de informações com Pequim.
O duplo critério na abordagem a estas empresas sugere que, para além das preocupações legítimas com a privacidade e a segurança, há também um fator de rivalidade económica e política a rápida ascensão da DeepSeek pode ser vista como uma ameaça ao domínio ocidental na IA, e os bloqueios podem ser uma forma de conter essa influência, questão que se impõe é se estas restrições resultam de um verdadeiro risco de segurança ou se fazem parte de uma estratégia mais ampla de contenção tecnológica e económica.