Algo impensável aconteceu: um robô tocou com uma orquestra
Estamos a ver paulatinamente os robôs e a inteligência artificial tomarem os lugares outrora ocupados por humanos. Não tenhamos dúvidas, todos seremos substituíveis... até numa orquestra!
Um requintado e afinado robô ao violoncelo
É inegável que estamos a viver tempos de mudança. Temos máquinas autónomas, robôs que substituem humanos nas mais variadas tarefas, inteligência artificial capaz de ultrapassar o cérebro de cada pessoa. Do mais grosso ofício, ao fino recorte, como um afinado instrumento de cordas numa orquestra icónica e majestosa. Sim, foi provavelmente a primeira vez que um robô tocou violoncelo em palco durante uma atuação de uma orquestra sinfónica.
Segundo a Reuters, um par de braços robóticos industriais programados pelo investigador e compositor Fredrik Gran tocou uma peça do compositor sueco Jacob Muhlrad ao lado da Orquestra Sinfónica de Malmo no início deste mês.
As imagens do evento invulgar mostram os braços a deslizar suavemente um arco pelas quatro cordas do instrumento, um pouco à semelhança de um músico humano, enquanto um apêndice impresso em 3D permite manipular o braço do instrumento, resultando numa atuação assustadora, embora rude e sem expressão.
Trata-se de uma proeza tecnológica particularmente difícil, tendo em conta a complexidade de tocar um instrumento de cordas em comparação com uma simples nota num piano ou uma batida num tambor.
Na verdade, Gran trabalhou com dois braços de robôs industriais que podiam tocar violoncelo. E eu achei isso muito interessante, porque obviamente há muitos pianos que se tocam sozinhos, mas o instrumento de cordas é tão complexo, por isso fiquei muito curioso sobre como é que ele realmente funciona.
Disse Muhlrad à Reuters.
Teoria das cordas
Muhlrad já fez experiências com tecnologia de ponta para atuações antes.
Para mim, enquanto compositor, é um pouco libertador ir além da anatomia humana quando se pensa no que escrever para um violoncelo.
Disse à Reuters.
Apesar de já estar a considerar a utilização de IA em futuras atuações, também disse que é “impossível” alguma vez “substituir totalmente os músicos ao vivo”.
E tendo em conta a performance sem brilho e sem expressão - afinal de contas, trata-se de um par de braços robóticos e não de um artista humano que aperfeiçoou o seu ofício ao longo de décadas - estamos contentes por ele continuar a ser otimista em relação aos humanos.
Um telemóvel e uma coluna bluetooth ficava mais barato 😀
A música foi escrita para o robot, que não usava IA.
Acho que o mantra que se continua a repetir de ““impossível” alguma vez “substituir totalmente os músicos ao vivo ” é algo que dizemos para nos tentarmos convencer que as coisas não vão mudar.
Outro dia ouvi um video de uma pessoa amiga que apenas escreveu a letra de uma musica e a AI fez o resto (melodia, etc..). Diria que ficou muito bom e o comum mortal não saberia se a voz que cantou a musica e o que a acompanhou foi AI ou uma banda normal.
Muito do tempo de estudo de um músico está muito voltado para a tecnica e isso pode ser ensinado a uma AI (sendo a única limitação a tecnologia para movimentos finos). No entanto o que a AI terá dificuldade em criar sozinha será, penso eu, a emoção na dinâmica. Diria que uma AI poderá replicar a emoção mas não sei se numa música nova sem referência conseguirá “saber” que em determinada frase é para ser com mais emoção ou menos – apesar de a tecnica ser tão perfeita como de um miudo de 10 anos chinês com 30 anos de prática.
O mesmo na fotografia, na pintura, escultura, etc.. a tecnica uma boa AI com bons “braços” poderá com muita facilidade substituir os humanos. O lado criativo, ou mais humano, é que poderá ser complexo para replicar mas, sejamos honestos, olhamos para muitas criações artísticas hoje em dia e nós próprios questionámos onde está a criatividade e a emoção daquilo.