Qualcomm pode demitir cerca de 4.000 pessoas

As empresas de tecnologia passam por ciclos e ao longo dos tempos temos vindo a assistir a mudanças estruturais significativas, como é o caso recente da Microsoft. Agora, é a vez da gigante dos processadores para dispositivos móveis que atravessa uma grande reestruturação com efeitos colaterais, estando em risco de cortar 4 mil postos de trabalho.

Segundo informações veiculadas por alguma imprensa estrangeira, na próxima semana, dia 22 de Julho, a Qualcomm irá apresentar os resultados do primeiro trimestre de 2015. Nesse evento, a empresa poderá anunciar esses cortes e dar a conhecer toda a amplitude da reestruturação em marcha.

Em Dezembro de 2014, a empresa já havia anunciado que iria cortar cerca de 900 postos de trabalho e acabou por ir mais além nos despedimentos, enviando para o desemprego cerca de 1500 trabalhadores. Com este novo anúncio, a marca poderá ver também reflectido no mercado o mau momento.

Os números das suas vendas estão muito aquém do que seria desejado e a perda do seu maior cliente, a Samsung, empurrou mais ainda os números para a complicadíssima situação. A juntar a tudo isso, há o fraco desempenho que algumas marcas estão a ter no mercado, como a HTC, que está a utilizar o Snapdragon 810, empresa que se tornou o maior cliente final SoC da Qualcomm.

A Qualcomm tem cerca de 31.300 funcionários, número ainda longe de uma Intel, que conta com cerca de 100.000, mas já substancialmente maior que o seu mais directo concorrente de SoCs, a MediaTek, que tem pouco mais de 10.000 funcionários. Pelo facto da MediaTek ter custos funcionais baixos e estar enraizada num mercado de smartphones que tem vindo a crescer, nos chamados de "segunda linha", também tem contribuído para empurrar a Qualcomm para o abismo.

Se o número de funcionários, 31.300, diminuísse em 4.000 de empregos, isso significaria um corte de 12,8% da força de trabalho. Sem dúvida um grande ajuste e uma grande tesourada no tecido produtivo da empresa.

Mas o mercado acredita que a divisão de servidores vai começar a fazer algum dinheiro em 2016 e o novo Snapdragon 820 é esperado para entrar no circuito comercial até ao final deste ano. Mas o futuro não dá margem para erros, até porque muitos grandes nomes estão a mudar as suas estruturas que antes eram suportadas pela Intel e Nvidia passando agora para a MediaTek, isso significa um mercado mais apertado e estreito para a Qualcomm.