Incidentes entre drones e aviões – Problema real ou alarmismo?
Nos últimos tempos, vários têm sido os incidentes relatados com drones, especialmente entre estas aeronaves e aviões nas imediações de aeroportos ou aeródromos.
Numa altura em que se considera o agravamento da legislação, fica a pergunta se todos estes incidentes serão tal como relatados e que medidas adicionais devem ser apresentadas.
Os incidentes registados nos últimos meses relacionados com drones tem levantado várias questões relacionadas com a utilização e regulamentação deste tipo de aeronaves. Mas, antes de analisarmos os casos conhecidos, é importante conhecer-mos um pouco mais sobre este tipo de equipamentos.
O que é um drone?
Numa definição simples e curta, um drone é um veículo aéreo não tripulado controlado remotamente. Embora este termo seja muitas vezes ligado aos drones mais comerciais, como os DJI Phantom, engloba uma grande variedade de aeronaves, desde as militares até aos drones brinquedo. O nome oficial destas aeronaves é Veículos Aéreos Não Tripulados (VANT) ou Veículos Aéreos Remotamente Pilotados (VARP).
Olhando para a história, o primeiro registo de utilização de um drone surgiu a 22 de agosto de 1849, com o lançamento de cerca de 200 balões não pilotados carregados com bombas, por parte da Áustria, contra a cidade de Veneza. Posteriormente, este tipo de aeronaves continuou a ser desenvolvido, especialmente na área militar, onde servem de exemplo os torpedos aéreos controlados por rádio usados na Segunda Guerra Mundial e os materiais de reconhecimento aéreo usados durante a Guerra Fria.
A primeira versão moderna deste tipo de drones surgiu em 1981, quando Abraham Karem desenvolveu o Albatross drone capaz de se manter no ar durante 56 horas.
Ao longo dos anos este termo foi-se desenvolvendo, levando à criação de uma grande variedade de drones existente nos dias de hoje. Os drones têm hoje uma grande variedade de utilidades que vão desde a entrega de encomendas, medicamentos, policiamento, entre outros.
Leia ainda: Para que raio serve um Drone?
Diferentes tipos de drone
Embora a palavra drone esteja muitas vezes associada a um tipo específico de drone, existe uma grande variedade de aeronaves que se enquadram neste termo. De entre as várias hipóteses de caracterização deste tipo de aeronaves, destacamos três dos principais tipos de drones.
Multirotor
Este é o tipo mais comum de drones, sendo o mais usado dentro das marcas mais conhecidas, como DJI, Parrot ou 3D Robotics. Um claro exemplo deste tipo de drone é o DJI Mavic Pro, que já analisamos aqui.
Este tipo de aeronaves são classificadas pelo número de motores que possuem: quadricópetero (quatro motores), hexacópetero (seis motores), octocópetero (oito motores); ou pela configuração dos braços: Y, Y invertido, X, +, entre outros. Quantos mais braços tiver, mais estabilidade e segurança oferecem e, quantos mais motores, maior propulsão e consumo.
É neste tipo de drones que se enquadram os modelos mais populares e mais usados, muito devido à sua facilidade de voo e estabilidade.
Helicópteros
Este tipo de drones possuí apenas um motor, o que o torna preferencial quando o objetivo é ter uma maior autonomia e uma maior capacidade de carga.
Os helicópteros são mais difíceis de controlar e carecem de ajustes regulares para manter o voo estável.
Asa fixa
Os drones de Asa Fixa são aqueles que oferecem melhor autonomia, muito devido à sua aerodinâmica. Podendo ser equipados com um motor elétrico ou de explosão, conseguem manter-se no ar durante um grande número de horas. Podem ser também considerados mais seguros em caso de falha dos motores, dado que têm sempre a hipótese de planar.
O controlo deste tipo de drone é um pouco mais complicado, quando comparado com os drones multirotor. A descolagem e a aterragem precisa também de um pouco mais de espaço, uma vez que não é possível fazer um movimento estritamente ascendente ou descendente.
Incidentes entre drones e aviões
Nos últimos dias têm sido vários os relatos de incidentes entre aviões e drones, especialmente nas proximidades de aeroportos e aeródromos.
Embora todos os casos sejam possíveis, mostrando a irresponsabilidade de alguns pilotos, acabam por haver alguns pormenores estranhos em algumas histórias.
Em 2016, segundo a GPIAA, foram registados 31 incidentes com drones nos aeroportos nacionais. O incidente mais grave registou-se no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, a 11 de Dezembro, quando um drone levou ao cancelamento temporário da descolagem de um avião tendo condicionado também, durante cerca de meia hora, a operação de uma das pistas do aeroporto. Estes incidentes levaram à criação de uma legislação própria para este tipo de aeronaves.
Mais recentemente, especialmente nas últimas semanas, têm sido muitos os incidentes relatados. No início de junho, segundo a NAV Portugal, um avião da TVF necessitou de fazer manobras para se desviar de um drone a 450 metros de altura, quando se preparava para aterrar no aeroporto do Porto. Pouco tempo depois, um novo incidente foi confirmado pela mesma entidade, quando um avião da TAP se cruzou a 700 metros de altura com um drone, quando se preparava para aterrar no aeroporto de Lisboa.
Na semana passada, um avião da Aero Vip teve de realizar uma manobra para evitar um drone a 300 metros de altura, quando este se aproximava do Aeródromo de Cascais.
Por fim, e num relato mais estranho, houve relatos de que um avião da KLM voou com um drone ao seu lado a 1200 metros de altitude, junto ao farol do Bugio.
Perigos reais ou demasiado alarmismo?
Um drone, embora por vezes encarado como um brinquedo, pode ter graves consequências quando mal utilizado, podendo mesmo ferir alguém ou provocar acidentes graves. Nos casos relatados, embora um drone possa não ser suficiente para despenhar um avião, existe sempre uma responsabilidade acrescida devido ao número de passageiros que transporta.
Estes acidentes põe em foco a irresponsabilidade de alguns pilotos, que mesmo com uma legislação que proíbe este tipo de voos, arriscam a voar nestas zonas proibidas, colocando em risco terceiros.
Mas serão todos os relatos verdadeiros?
Embora a presença de drones seja quase certa em alguns dos incidentes, existem outros que deixam alguma dúvida. De entre os incidentes registados, praticamente nenhum identifica o tipo de drone avistado, referindo-se apenas a "drone" no sentido geral da palavra.
Os drones mais comerciais conseguem atingir a altitude dos incidentes. No entanto, existem algumas reticências sobre a utilização de drones "pequenos" como Phantom neste tipo de incidentes, sendo mais provável que sejam usados outros tipos de drones mais especializados. Esta dúvida agrava-se quando, num dos últimos relatos, o piloto refere que o drone voou ao lado do avião. Tendo em conta a velocidade que um avião necessita para voar, a probabilidade de um drone tradicional conseguir acompanhar um avião comercial é nula.
Outro dos casos que levantam algumas dúvidas é a necessidade dos aviões em fazer manobras para desviar de drones, sendo de certo complicado avistar, com a devida antecedência, especialmente à velocidade com que circulam, um objeto pequeno, quando consideramos um modelo Phantom.
Com isto não digo que as histórias não sejam verdade, apenas que existe uma generalização da palavra drone. Quando se refere este termo, a associação que a maior parte das pessoas faz são os tradicionais drones quadricópeteros (como os DJI, Parrot, entre outros), quando na verdade nos podemos estar a referir a drones de muito maiores dimensões de estilo militar ou com forma de avião.
Que diz a legislação portuguesa sobre os drones?
No início do ano, e como resposta aos diversos incidentes registados, foi lançada uma legislação, regulada pela ANAC. Estes são os principais regras:
- Assegurar de que o drone está em perfeitas condições
- Seguir as instruções de segurança do fabricante
- Manter o contacto visual com o drone ao longo de todo o voo
- Voar só com boa visibilidade e boas condições meteorológicas
- Se avistar uma aeronave tripulada, deve desviar-se e dar-lhe prioridade
- Respeitar a privacidade de todas as pessoas
- Manter uma distância segura de pessoas e bens, de forma a evitar danos causados pelo drone. Para aeronaves brinquedo a distância mínima é de 30 metros.
- Não sobrevoar concentrações de 12 ou mais pessoas
- Não voar sem autorização da ANAC para drones que pesem mais de 25 kg.
- Não realizar voos noturnos, além da linha de vista ou acima dos 120 metros sem autorização da ANAC
- Não sobrevoar áreas restritas, proibidas, perigosas, reservadas ou temporariamente reservadas
- Não sobrevoar zonas de sinistro onde estejam a decorrer ações de proteção e socorro sem autorização do comandante de operações
- Não voar acima das alturas definidas nas áreas de proteção operacional dos aeroportos nacionais sem autorização da ANAC
- Não realizar fotografia ou filmagens aéreas sem contactar previamente a Autoridade Aeronáutica Nacional – Força Aérea
- As aeronaves brinquedo não podem sobrevoar pessoas nem voar acima de 30 metros de altura
Leia ainda: Novo regulamento para drones disponível
Que outras medidas deveriam ser implementadas?
Os acidentes registados até agora já levaram o Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF) a realizar um estudo de segurança com o objetivo de caracterizar um historial de acidentes deste tipo em Portugal e verificar a eficácia do regulamento atual.
Embora a legislação exista, muitos pilotos acabam por não a cumprir irresponsavelmente, gerando diversos tipos de incidentes e prejudicando a imagem e o trabalho daqueles que diariamente respeitam as regras e fazem dos drones a sua atividade profissional.
Das opiniões que tenho lido sobre este assunto, as medidas que mais consenso reúnem são a obrigatoriedade de registo dos drones e de uma formação específica por parte dos pilotos para poderem controlar este tipo de aeronaves.
União Europeia prepara uma regulamentação unificada para 2019
Não é só em Portugal que estes incidentes tem ocorrido, sendo comuns noutros estados-membros da União Europeia.
Embora cada país tenha a sua legislação, a União Europeia prepara-se para lançar algumas normas para regulamentar o uso deste tipo de aeronaves dentro do espaço europeu, de forma a unificar a legislação dentro dos estados-membros. As medidas serão propostas em novembro, com o objetivo de serem aplicadas a partir de 2019.
A nova legislação europeia irá criar um novo espaço aéreo de baixa altitude, chamado U-space, que irá até aos 150 metros de altitude. Este espaço será gerido por um sistema idêntico ao já existente no tráfego aéreo que será automatizado através de ferramentas como a e-identification e o geo-fencing de forma a que a informação possa ser acedida pelos drones autónomos.
A European Aviation Safety Agency (EASA) está a trabalhar com os estados-membro e a indústria dos drones no desenvolvimento de regras de segurança que integrem a atual regulamentação de segurança básica da aviação. A União Europeia irá também financiar a integração dos drones no sistema atual de aviação.
Todo o sistema de registo e operação de drones, e-identification e geo-fencing deverá estar implementado e pronto a funcionar em 2019.
Leia também:
Que outras medidas acha que deviam ser implementadas para controlar os incidentes com drones?
Este artigo tem mais de um ano
Essa do drone que voou ao lado de um avião a 1200 metros…
o piloto ou tinha alguma coisa no olho ou puxou de mais
Mesmo…exageraram desta vez…
O “incidente” que ocorreu no Porto é no mínimo estranho… Nos registos do Flight Radar 24 a aproximação e vôo do avião foi 100% normal…
Como consegues perceber pelo Flight Radar 24 que um aviao teve ou nao uma “aproximaçao 100% noramal???
Excelente noticia, é perceptível que quem escreveu a mesma, tem a mínima noção do assunto, ou pelo menos perdeu algum tempo a investigar á cerca do mesmo. Ao contrario de praticamente todas as outras sobre Drones em circulação.
Mais uma vez está excelente.
Muito obrigado 🙂
“Tendo em conta a velocidade que um avião necessita para voar, a probabilidade de um drone tradicional conseguir acompanhar um avião comercial é nula.”, sim é possível como podem ver na pesquisa abaixo.
https://www.google.pt/search?q=rc+jets+speed&oq=rc+jets+spe&gs_l=serp.3.0.0i22i30k1l10.23823.24047.0.25031.3.3.0.0.0.0.141.340.1j2.3.0….0…1.1.64.serp..0.3.340…0.RwzXrvhC4QI
O meu instrutor de aeromodelismo chegou a ter vários jatos semelhantes que a meio gás davam 200km/h, certo que para aterrar usava 400m de pista, mas não deixava de ser fixe ver passagens à pista a 300km/h ou mais com fumo e a subir direito às nuvens de seguida 🙂
Bonús: fica aqui um video que fiz à uns anos (a câmera não é de FPV, é só gravação, mantive sempre Line of sight com ele e em plenas condições de segurança) https://www.youtube.com/watch?v=Kb6353l2WU8
Quando digo um drone tradicional, posso ter-me explicado mal. Falo dos normais que se compram dentro das gamas mais comerciais. Claro que existem outros tipos de drone que acompanham a brincar 😀
Ainda é das câmaras antigas 🙂 mas deve ser também uma experiência excelente 😀
Visto do chão era um pontinho minúsculo, houve uma altura que já nem sabia se estava a voar invertido ou não. E o vento lá em cima tb não ajudava muito :/
Mas ya fica a informação de que não é impossível de todo um “drone” acompanhar um avião
Nesse tipo de drones é que se aprende realmente a pilotar 😀
Não há cá gps, giroscópios, sensores de altitude, nada… agora pego nestes drones mais comerciais e parece brincadeira de meninos
atualmente é muito mais fácil pilotar com um drone. Claro que também é preciso saber, mas tem muito mais automatismos e ajudas
lol esqueci-me de dizer que o meu avião tem 1,7m comprimento de asa (assim percebe-se melhor a altura a que estava a voar)
há uma pequena incorreção, o que está apresentado são aeromodelos. Aeromodelos não são drones
Para ser classificado como drone o equipamento tem que ter capacidade de entre outras coisas proceder a comandos automaticamente, e ainda segundo o ICAO, estar fora de uma pista de aeromodelismo. Dentro desta qualquer drone é classificado como aeromodelo.
Ex. Um aeromodelo necessita que o factor humano esteja a dar a todo o momento todos os comandos para poder manter a velocidade, direcção e altititude. Um drone seja de asa fixa ou rotativa, o operador apenas necessita de dar a indicação para onde quer ir, e a altura. E até comando em contrario, o drone faz todos os calculos para manter essa indicação e o factor humano não tem interferência no voo.
Exelente artigo!!! Parabéns.
Dos poucos artigos sobre o tema que são informativos, sem alarmismos e expõe o que realmente se passa.
Muito obrigado 😀
Excelente noticia, parabéns.
Obrigado 🙂
Desde já agradeço este tipo de reportagens que focam mais em esclarecer do que alarmar. Como piloto de drone acho importante manter a opinião pública livre de preconceitos e de ideias erradas. Eu sou a favor de uma legislação “parecida” com a americana aonde drones (não brinquedos) são de registo obrigatório e as multas são verdadeiramente pesadas.
Muito bom também é o destaque a aplicação Voa na Boa. Aconselho vivamente para qualquer pessoa que tenha começado com este hobby e que o procure fazer em segurança e dentro da lei reguladora.
A aplicação Voa na Boa é realmente boa para saber onde podemos ou não voar em tempo real. Se todos seguirem as regras, pelo menos as principais, acaba por beneficiar a todos e evita-se mitos e alarmismos desnecessários.
Bom dia,
Tenho um Nexus 7 (2013) android 5.0.2 e não consigo instalar a referida aplicação (Voa na Boa) neste tablet. Quando vou à Play Store Google surge a mensagem que a aplicação não suporta o dispositivo.
Alguém pode dar alguma dica/ sugestão?
Cumprimentos,
Carlos
Isso será por problemas de compatibilidade da app. Só mesmo tentado com o apk, mas não sei onde o aranjar.
Boas se ajudar alguem eu deixo aqui a apk do (Voa na Boa), para poderem testar ou solucionar alguns problemas que tenha na instalação da mesma.
Podem efectuar o download no seguinte link:
https://mega.nz/#!nRsUlR4A!q_nqWT0vtG45aypm9QBh9gbiPtwC04DKLr_YHnYsHNo
Eu também tive o mesmo problema com o meu Shield K1. O que fiz foi, como a aplicação é compatível com o meu Xperia Z1 Compact, criar um APK de backup usando uma aplicação como o My APKs, transferi-lo para o tablet, e instalar lá. Ficou a funcionar.
Tenho “drones” há já cinco anos e desde o inicio optei por um comportamento semelhante àquele que hoje vigora na legislação. Sei que há gente que se descontrola e o risco nunca é zero, mas isso acontece com os automóveis com armas de fogo etc. Tenho visto milhares de vídeos na internet e no inicio dos drones vi alguns testes aos limites de altitude, que embora fossem em zonas rurais, tinham quase sempre algum comentário negativo a estas experiências. O que tem acontecido entretanto é uma consciencialização dos utilizadores para um civilidade que creio tem singrado. Estas máquinas tornaram-se um caso sério para o vídeo e fotografia e o dinheiro investido não é para espreitar a casa do vizinho até porque faz muito barulho e acima dos vinte metros as pessoas são tão minúsculas e não identificáveis. A beleza das imagens pelos ângulos inusitados tornaram estas máquinas fotográficas voadoras em miradouros móveis, quem gosta e sabe de imagem só pode adorar. Com os relatos dos incidentes, creio que há algum alarmismo, navegações estranhas, mal documentadas e que tecnicamente deixam os conhecedores desta modalidade perplexos e desconfiados. No entanto tudo deve ser averiguado porque não quero que os malucos ou maldosos intencionais ponham em causa uma tecnologia onde era preciso investir milhões de euros para se ter acesso a imagens que agora se tornaram moderadamente acessíveis. A forma correta de controlar abusos está já a ser implementada, por via da electrónica estes aparelhos vão voar dentro dos limites georeferenciados. O verdadeiro perigo virá dos drones comerciais e continuará nos militares.
Excelente comentário. 🙂
Excelente trabalho de pesquisa por quem fez o artigo, a legislação em vigor está ótima embora ache que está mais direcionada para o meio profissional pelo tempo de espera para obter autorização para poder fazer fotos e vídeos para quem apenas quer obter fotos ou vídeos por hobby que é obrigado a programar por exemplo todos os vôos com 15 dias de antecedência quanto a altura de voo axo que serve bem não seria preciso mais
Esse será ainda um grande problema, a burocracia. Quem comprou um drone como hobby para ir dar umas voltas ao fim-de-semana tem ainda muita resistência a ter de preencher um formulário com tal antecedência.
Para isso servem as pistas autotizadas e aceites pela Federação e pela Anac, n tens de preencher formulários com antecedência
Apesar de algum alarmismo e alguns testemunhos “estranhos”, este problema não é de relativizar.
Quanto à a que um drone consegue ou não voar, depende de muitos factores, mas tem sempre o limite máximo dos controlos. Quanto mais poderoso for o emissor e receptor de rádio para o controlar, maior a distância que e o drone pode estar do seu controlador, seja esta vertical, horizontal ou combinada.
Relativamente a velocidade horizontal, será muito difícil para um drone tradicional (um quad, p.e.) atingir as velocidades de aterragem de um airbus ou similar (à volta dos 250Km/h).
MAS os estragos causados aos motores por corpos estranhos aos mesmos (pássaros, p.e.) pode ter efeitos catastróficos e colocar em risco todos os ocupantes da aeronave.
https://www.youtube.com/watch?v=lgspIiTFWIk
https://www.youtube.com/watch?v=NAhOYGHBgNo
Um estrago desta magnitude num avião comercial que pode estar muito carregado pode comprometer a aproximação ou manobras de aborto à aterragem.
Portanto, acho bem que se fale sobre este assunto, que se legisle e que se arrange uma forma de controlar voos de drones perto de aeroportos.
Apenas para conhecimento geral, para quem quiser ler um artigo da Boing acerca de “Bird Strikes” (colisões de aves com aviões). Destaco a caixa “Wildlife strike facts”.
Cuidado com esses voos.
Penso que todos os passageiros o agradecerão.
faltou-me o link para o artigo da boing:
http://www.boeing.com/commercial/aeromagazine/articles/2011_q3/4/
Com certeza não se deve relativizar, mas é preciso ter cuidado com alguns histerismos que criam alarmismos e problemas para quem faz dos drones vida profissional.
Devem sim ser reforçadas as medidas de proteção em aeroportos e tentar consciencializar os pilotos e arranjar uma maneira de controlar a circulação dos drones
Não comento muito. Mas penso que não está completo o artigo. Já vi um drone a cair sobre um casal no parque da cidade com crianças ao lado, com licença, de uma operadora, e o corte nas costas da senhora foi grande. Foi de INEM, se pesquisarmos na net podemos ver alguns casos. E no aviões, se um pássaro pode causar problemas… Sou adepto de imagem, e photografia tenho como hobby. No caso dos drones existe uma responsabilidade acrescida, tem de existir registo obrigatório quando a venda, para o dono ser chamado a responsabilidade.
Eu defendo que esse registo e essa responsabilidade têm de existir. Mas o foco aqui são as notícias que têm surgido nos últimos dias com incidentes com aviões, que acabam alguns por ser demasiado estranhos.
No entanto, o perigo existe e conhecem-se os riscos e a responsabilidade que um piloto tem de ter quando tem um drone nas mãos.
Destes drones “não comerciais” é que a malta nem ouve falar nas noticias… muito provavelmente são capazes de fazer mais estragos que os comerciais (quando usados devidamente):
http://terrademaresol.blogspot.pt/2017/06/queda-de-drone-na-atouguia-da-baleia.html
Andei à procura dessa notícia e não encontrei.
Essa foi bastante caricata. Quando foi dado a conhecer esse caso, as imagens dos artigos sobre esse assunto eram quase todas de um phantom ou de um inspire. Quando líamos o texto lá encontrávamos uma tímida referência ao estilo e dimensão do drone.
Mais uma vez, os drones têm um risco alto e é preciso responsabilidade para os usar, no entanto, a desinformação também é muita.
Quando estão em causa vidas humanas não se brinca. Ponto!
Mais um pouco e no artigo ainda se dizia que os pilotos são tolinhos que vêm coisas… Enfim…
Talvez depois da legislação europeia ser unificada cheguem à conclusão que a nossa é ligeira e inútil.
Outra coisa que deveria de ser obrigatória era o registo dos drones adquiridos, porque até ao momento cada um compra o que quer, onde quer, sem se ter conhecimento atempado de quem, onde estão e a que finalidade esses drones se destinam.
Ninguém disse que os pilotos vêem coisas. Acho que o que está em causa é o tratamento das notícias pela comunicação social. De recordar que há dois dias atrás caiu um Canadair supostamente Espanhol e o piloto era Inglês. Penso que não é preciso explicar mais nada, pois não?
Dado estarem generalizados no territorio nacional dos locais “não especializados” de venda de “drones”, desde a Imaginarium, Fnac, e inclusive Continente, deveria de existir a obrigação de esses locais fazerem a sensibilização dos compradores, para as regras da ANAC, respetiva regulamentação e site/app “voa na boa”.
“Não sobrevoar concentrações de 12 ou mais pessoas”
Portanto, se eventualmente algo correr mal, é aceitável que até 12 pessoas sofram consequências físicas?!
Compreendo que é mais fácil dispersar 12, do que 120 pessoas concentradas num ponto, mas…
“Se avistar uma aeronave tripulada, deve desviar-se e dar-lhe prioridade”
Semáforos e sinalização vertical flutuante? Ou a ANN desvia todo o tráfego aéreo das áreas que mencionei no requerimento?
Tenho “drones” há já cinco anos e desde o inicio optei por um comportamento semelhante àquele que hoje vigora na legislação. Sei que há gente que se descontrola e o risco nunca é zero, mas isso acontece com os automóveis com armas de fogo etc. Tenho visto milhares de vídeos na internet e no inicio dos drones vi alguns testes aos limites de altitude, que embora fossem em zonas rurais, tinham quase sempre algum comentário negativo a estas experiências. O que tem acontecido entretanto é uma consciencialização dos utilizadores para um civilidade que creio tem singrado. Estas máquinas tornaram-se um caso sério para o vídeo e fotografia e o dinheiro investido não é para espreitar a casa do vizinho até porque faz muito barulho e acima dos vinte metros as pessoas são tão minúsculas e não identificáveis. A beleza das imagens pelos ângulos inusitados tornaram estas máquinas fotográficas voadoras em miradouros móveis, quem gosta e sabe de imagem só pode adorar. Com os relatos dos incidentes, creio que há algum alarmismo, navegações estranhas, mal documentadas e que tecnicamente deixam os conhecedores desta modalidade perplexos e desconfiados. No entanto tudo deve ser averiguado porque não quero que os malucos ou maldosos intencionais ponham em causa uma tecnologia onde era preciso investir milhões de euros para se ter acesso a imagens que agora se tornaram moderadamente acessíveis. A forma correta de controlar abusos está já a ser implementada, por via da electrónica estes aparelhos vão voar dentro dos limites georeferenciados. O verdadeiro perigo virá dos drones comerciais e continuará nos militares.
O problema foi aplicação do termo “drone”.
Antes, chamávamos aeromodelismos, aviões telecomandados de grande porte, que voam a alta velocidade e grandes alturas e precisam pista para levantar/aterrar (isto já existe a anos). Hoje são chamados drones.
Antes, os militares tinha aviões não tripulados que permitem fazer espionagem, ataques, entre muitas outras coisas. Hoje são chamados de drones.
Hoje, qualquer pessoa compra uma drone que permite fazer pequenos voos.
Resumido, actualmente todo o tipo de equipamento que voa, seja ele de grande ou pequeno porte, chama-se drone. Isso pode causar grande confusão se a informação passada não for bem dada. E as pessoas menos informados ou menos dentro deste assunto, acabam por achar que os drones que se vendem na FNAC (por ex.) são um perigo para a segurança publica.
A partir de 2019 está ok. Tudo com muita calma e estupidez natural por parte de quem gosta de filmar ou correr lado a lado com aviões voando. Até lá temos tempo para ver que poderá acontecer se um drone for “sugado” por uma turbina. Caso o avião entre em perda esperemos que o piloto consiga fazer no Tejo ou no Douro o que o outro fez no Hudson por causa dos patos. Se não, salve-se quem puder.
Excelente informação, infelizmente inútil para esses utilizadores de drones sem qualquer sentido de responsabilidade ou respeito pelas leis já em vigor.
É difícil de as pessoas perceberem q simplesmente não podem voar onde querem é que há espaços próprios para tal finalidade
Bom artigo! Gostei dos “2 gumes da face”. Muito informativo. Continuação de um bom trabalho e bom fds o7
Já chega de aviões a rassar aminha cabeça quando estou em casa a descansar. Moro em Lisboa e bem juntinho do mar e isto está impossivel de aturar. Se calhar é uma boa resposta ter uns drones ou ovnis ou seja lá o que isso seja.
podes ir viver para outro sitio.. muito provavelmente o aeroporto já cá estava antes de tu morares aí.
Bastante informação útil condensada no mesmo artigo. 5 estrelas!
Alarmismo ou falsismo. The metade dos acidentes reportados são falsos.
Apenas uma pergunta …uma vez tentei pilotar um drone Mavic Pro da DJI e deu-me a sensação que a aplicação do drone simplesmente o proíbe de voar em locais próximos a aeroportos ou instituições militares… denominadas “no fly zones”
Por exemplo em Alverca do Ribatejo não me deixou voar na zona do Jumbo provavelmente derivado ao facto de existir a OGMA próximo…
Estou errado?
Sim a aplicação já proíbe o voo nessa zonas mas ainda pode ser revertido. Uma vez que isso chegou por atualização, pode ser revertido instalando uma versão do firmware mais antiga
O artigo está interessante mas peca por, nos seus reparos se basear nas próprias fontes que critica. A maior parte dos reportes têm sido feitos por pilotos de aviões turbo-hélice. Não todos mas a maior parte, sendo que estes têm uma velocidade bastante inferior aos jactos tanto em cruzeiro como em fase de aproximação e aproximação final. São também mais manobráveis, justificando a questão da acção evasiva em Cascais por exemplo.
No entanto, se atendermos às noticias que usas como fonte de referência para os tipos de drones é raro veres um avião desse tipo. Vês A319, A320, um ou outro B738 ou até A330. Donde que, por analogia e extrapolação, duvido muito que os senhores jornalistas tenham acertado no tipo de drone.
Eu sei, porque ouvi, que o reporte de um dos pilotos de um ATR dizia que o drone teria “pelo menos um metro de largura” isto a “3000 pés (900 mts) de altitude”.
Há incompetência jornalística em Portugal? Há! Isso implica que as noticias são falsas? Não propriamente, talvez erróneas ou tendenciosas.
O piloto de ATR é que viu o drone, provavelmente já lá estava há muito, numa zona onde pode fazer perigar a operação de uma aeronave com centenas de passageiros que se dirige a um aeroporto no meio de uma cidade com vários milhares de pessoas. Não sei, apenas o piloto do drone sabe.
Se alguém acha isto alarmista então ainda bem. Espero que o paizinho deste piloto de drone lhe dê um correctivo correspondente às suas acções
incidente em cascais, aeronave envolvida:
http://www.aerovip.pt/corporate/images/photos/do228/Do228_2new.jpg
ATR da TAPexpress (incidentes/reportes vários em Lisboa)
https://www.flytap.com/-/media/Flytap/fly-tap/content-images/Frota/ATR-72.png?la=pt-PT&hash=F3019A33284427A9E9D1184A41B37E023F04F49B
https://img.planespotters.net/photo/759000/original/oy-jzu-tap-express-atr-72-500-72-212a_PlanespottersNet_759037.jpg
Ainda há umas semanas fui com o meu filho ver os aviões aterrarem no novo Jardim da Av. do Brasil (Pista 03), e reparei numa cegonha que paulatinamente deslizava, no eixo da pista, enquanto os aviões, iam aterrando, quantos pilotos não terão confundido essa cegonha com um drone!?