NASA já tem mapa do tesouro para encontrar a água de Marte
A água em Marte ou na Lua são o "ouro" que as agências espaciais querem encontrar nos próximos anos. Assim, é natural que, daqui a cinco anos, a Rússia, Europa e EUA enviarão missões à Lua para encontrar água. Em breve, teremos robôs da NASA a escavar no solo lunar, nas crateras com sombra permanente no Polo Sul do satélite. No fundo, a Lua será "a rampa de lançamento" para Marte.
Um dos objetivos de ir à Lua é para perceber se a água lunar poderá produzir combustível para os foguetões. Isto servirá para pensar no nosso satélite como porto de partida até ao planeta vermelho.
Missões fundamentais para chegar a Marte conhecendo a Lua
São várias as missões a serem preparadas. Desta forma, os dados a adquirir nestas viagens serão essenciais para aprender a tirar o máximo partido da água de Marte nas próximas décadas.
Segundo um estudo publicado esta semana, na Geophysical Research Letters, com assinatura da NASA, os dados das naves espaciais Mars Reconnaissance Orbiter (MRO) e Mars Odyssey, ajudaram a criar um "mapa do tesouro" com o qual será possível encontrar e aproveitar a água de Marte.
Este mapa mostra que existem grandes áreas onde o gelo da água está a apenas 30 centímetros da superfície. Aliás, existe gelo com maior incidência no hemisfério norte de Marte, onde as condições são mais adequadas para um pouso.
Não vamos precisar de uma retroescavadora para desenterrar este gelo. Uma pá será suficiente.
Referiu em nota Sylvain Piqueux, investigador do Jet Propulsion Laboratory (JPL) da NASA.
O investigador referiu que até esse dia chegar, a NASA irá continuar a extrair dados do gelo enterrado em Marte. Além disso, estão igualmente focados em escolher o melhor local para pousar a nave.
Missão aterrar em Marte e voltar
A missão humana a Marte, planeada para os próximo anos 30, tem uma grande desvantagem: a sua longa duração. Conforme é sabido, esta viagem vai durar pelo menos dois ou três anos, obrigando a tripulação a carregar tudo o que precisa para viver autonomamente no espaço e no planeta vermelho.
Uma opção é produzir combustível para foguetes, que é baseado em oxigénio e hidrogénio, a partir da água de Marte. Além disso, estão igualmente previstos sistemas de apoio à vida que reciclam alimentos, fezes, gases e líquidos, mas um pouco mais de água marciana não faria mal nenhum.
A atmosfera marciana é tão fina que o gelo exposto seria transformado em vapor diretamente, sem passar pelo estado líquido. No entanto, alguns centímetros abaixo da superfície, exatamente onde se acredita que poderá haver vida microbiana segura da radiação que varre a superfície, a situação muda.
Graças a dados de temperatura cruzada, radar e espectrometria, os investigadores concluíram que há um tesouro escondido de gelo de água no pergelissolo dos polos e latitudes médias de Marte. O mapa que desenharam revela a presença de áreas onde este gelo está particularmente próximo da superfície e poderia ser mais acessível.
O mapa mostra áreas em azul e roxo onde o gelo está a apenas 30 centímetros da superfície. Em vermelho estão as regiões onde a água está a 60 centímetros e em preto as partes de Marte onde um navio se afundaria na poeira fina.
Em seguida, os investigadores tentarão analisar como a abundância deste gelo próximo à superfície muda ao longo das estações marcianas.
Local de desembarque em Marte: Arcadia Planitia
Esta informação será fundamental na escolha de um local de aterragem para a primeira missão tripulada a Marte.
Por enquanto, preferem-se as latitudes médias que recebem mais luz solar e têm temperaturas mais quentes. Dentro destas, o hemisfério norte oferece regiões com elevações mais baixas. Como resultado, poderá haver uma vantagem na quantidade de atmosfera para parar as naves espaciais que têm de aterrar ali (em Marte a escassa atmosfera, com a poderosa gravidade, 38% da Terra, tornam as operações muito difíceis, especialmente com grandes aeronaves).
Um dos locais mais promissores no momento é Arcadia Planitia. Esta região tem grandes quantidades de gelo aquático a apenas 30 centímetros da superfície e fica no hemisfério norte. Assim, a questão que paira é se será aí que os primeiros humanos irão tocar no solo marciano.
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Imagem: NASA