“Não devemos confiar as decisões a organismos internacionais”: EUA anunciam reforma bancária
Numa altura em que os Estados Unidos da América (EUA) procuram reforçar-se, com taxas comerciais e outras medidas protecionistas, o secretário do Tesouro anunciou, agora, uma reforma da atividade bancária no país.
Num discurso proferido numa conferência da American Bankers Association, em Washington, divulgado posteriormente pelo Departamento do Tesouro dos EUA, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, anunciou uma reforma da atividade bancária no país. Esta cortará, nomeadamente, com regras criadas após a crise financeira de 2007-2008.
Temos de adotar uma abordagem diferente, não devemos confiar a tomada de decisões dos Estados Unidos a organismos internacionais.
Em vez disso, devemos efetuar a nossa própria análise desde o início para determinar um quadro regulamentar que seja do interesse dos [EUA].
Conforme disse, Bessent espera que algumas das normas - cujo processo de adoção foi iniciado pelo Governo de Joe Biden, em 2023, e será agora interrompido - "possam servir de inspiração" à reforma, mas sê-lo-ão de "forma seletiva".
Desde logo, a imprensa cita que será analisada a "reserva de capital que se aplica aos maiores bancos", tendo em conta "o papel que os testes de stress associados desempenham indiretamente na fixação de preços e na atribuição de financiamento".
Já manifestei anteriormente a minha preocupação quanto ao facto de as restrições ao capital de alavancagem serem demasiado frequentes.
Afirmou, concretizando que "as reformas pós-2008 exigiram grandes aumentos nos investimentos dos bancos em reservas do banco central, títulos do Tesouro e outros ativos de alta qualidade [o que motivou a que] mais de um quarto dos balanços dos bancos [esteja] agora afetado a estes ativos, mais do dobro da percentagem que antes da crise de 2008".
💰 Desde a crise financeira de 2007-2008, os dirigentes europeus e internacionais aplicaram normas bancárias internacionais, com o objetivo de assegurar que os bancos são sólidos e conseguem resistir a quaisquer potenciais futuras crises.
Os acordos de Basileia referem-se a um conjunto de três acordos internacionais sucessivos de regulamentação bancária (Basileia I, II e III), estabelecidos pelo Comité de Basileia de Supervisão Bancária (CBSB).
O acordo mais recente, Basileia III, foi celebrado a nível internacional, para dar resposta às consequências da crise financeira mundial de 2007-2008.
Este obriga os bancos e outras instituições de crédito a manterem um nível suficiente de fundos próprios e de liquidez para cumprirem as suas obrigações e absorverem perdas inesperadas.
O secretário do Tesouro dos EUA criticou que a transferência para ativos seguros "significou menos financiamento disponível para empréstimos e outros ativos produtivos".
É altura de recuarmos e reavaliarmos estes e outros custos e benefícios do quadro de liquidez.
Disse, anunciando que essa avaliação irá "alargar o papel dos empréstimos e de outros ativos produtivos como garantia de financiamento durante um período de tensão, ajudando assim os bancos a regressar à atividade de concessão de crédito".
A nova administração pretende "promover a paridade competitiva entre os bancos grandes e pequenos e os credores não bancários", reduzindo nomeadamente os requisitos de fundos próprios para empréstimos hipotecários e outras exposições para os bancos mais pequenos.
EUA querem aproximar-se do mercado das criptomoedas
Segundo Bessent, esta reforma bancária irá rever "outros aspetos da regulamentação prudencial", por exemplo, revendo "de perto os impedimentos regulatórios para blockchain, stablecoins e novos sistemas de pagamento".
Este objetivo vai ao encontro das promessas de Donald Trump que, em março, prometeu abrir o caminho às moedas digitais e posicionar os EUA como pioneiros das criptomoedas.
Na altura, considerou-as "uma oportunidade enorme para o crescimento económico e a inovação no setor financeiro" norte-americano.
Ainda ontem à tarde tinha dito que o Trump ia voltar com a palavra a traz em relação as tarifas e pronto lá o estarola alaranjado voltou com a palavra atrás, é caso para dizer e novidades há?
Trump diz que as pessoas estavam assustada e recuou. E recuou porque, com a “tarifada”: 1) as bolsas estavam a cair, 2) as “yield bond” (os juros exigidos pelos investidores para comprar títulos de dívida do Tesouro dos EUA) estavam a subir, quando era de esperar que descesse (“refletindo a erosão da confiança na estabilidade da política fiscal e comercial dos EUA”) e 3) porque a sua taxa de desaprovação junto dos eleitores estava a subir.
Manteve na China
Sim e? Se o objectivo era esse porque não fez logo isso?
Não manteve na China: 1) subiu de 54% (20% pelo fentanil + 34% da “tarifa recíproca”) para 104% por a China ter retaliado passando a sua taxa para 34%, 2) e voltou a subir de 104% para 125%, por a China ter voltado a retaliar, subido a a sua taxa para para 84%.
Em relação à UE, tal como em relação aos países que não retaliaram, a “taxa recíproca” (de 20%, no caso da UE) sobre todos os produtos foi suspensa por 90 dias, estando em vigor a taxa mínima de 10%. Mas atenção que escreve o Trading Economics: “A UE também pode ser excluída da pausa tarifária, após o anúncio de contramedidas contra os EUA”, anunciadas ontem, não em retaliação à “taxa recíproca” de 20%, mas em relação às anteriores taxas de 25% sobre o aço e 10% sobre o alumínio.
Ou seja temos de pagar sempre um tributo ao rei, para o manter feliz.
Atualização:
“Von der Leyen anuncia que UE vai suspender tarifas de retaliação sobre produtos dos EUA durante 90 dias”.
Estão em vigor as taxas alfandegárias dos EUA de:
– 25% sobre o aço e 10% sobre o alumínio
– 25% sobre os automóveis
– 10% sobre a generalidade dos produtos, que não deve mexer nos próximos 90 dias (por a UE não ter retaliado).
Trump ainda não anunciou as taxas sobre produtos farmacêuticos e chips.
Correção sobre a taxa alfandegária final sobre produtos da China: é de 145% e não de 125% (à taxa anunciada por Trump de 125% mencionada em 2) soma-se a de 20%, do fentanil mencionada em 1))
O que o Trump sempre quis realmente é regoniciar acordos onde os EUA sempre foram prejudicados, principalmente em relação á UE.
Estas tarifas foi um ameça bruta para chegar a esse fim que na realidade já está a acontecer com mais de 75 representantes mundiais a querer negociar com Trump.
Mas esta parte não sabes porque só comes CNN e SIC.
E tu onde consegues confirmar isso sem ser pela boca do Trump?
Até não é normal ele vestir a pele de Pinóquio nem nada.
Eu como gelados com a testa, mãos, pés, não separo nenhuma parte do meu corpo para comer um gelado, serei o único?
+1 e não esquecer a doação anual a pagar aos aos EUA como compensação.
Penso que cada cidadão europeu desembolsar 3 ou 4 mil euros anuais para pagar aos EUA é mais que justo. Já chega de os enganar.
Como piada não está mal, pagar 4,000€ aos USA?
Proposta do Trump. Se o lider Supremo Trump quer que a Europa pague o dizimo todos os anos só temos que aceitar. Decerto que os seguidores o terao todo o gosto em fazer. O Anung vai ser o primeiro a enviar um cheque
Deixa de desconversar, todos sabem que os produtos americanos eram fortemente taxados pela UE.
A UE tem de encontrar o seu caminho e não andar sempre dependente dos EUA.
Ele não pretende que ninguém vá à falência, muito menos empresas americanas. O facto dele impor tarifas é para levar a negociações sobre os acordos ruinosos em que os EUA estão desde as políticas económicas fracassadas do Bill Clinton. As tarifas recíprocas só são más porque são os EUA a tentar resolver os seus problemas,mas se for a UE ou outro país a aplicá-las aos americanos está tudo bem?! Soa a hipocrisia, não? A verdade é que ele tinha prometido tudo isto ainda durante a campanha. E está a cumprir. Podem não gostar dele,como eu,mas está a fazer tudo aquilo para que foi eleito!
As taxas da UE a veiculos chineses foram a oitava maravilha europeia! (Isso e agarrar as tampas ás garrafas)
Quando é os outros a fazerm mesmo são facistas, nazis, etc…
Trump vai conseguir o que quer desde o início que é negociar acordos. Estas “ameaças” brutas de tarifas é um meio para ele chegar a um fim.
acordos ruinosos?! o eua são considerados o país mais rico do mundo (por uns critérios muito discutíveis mas é o que temos) sem ter recursos naturais notáveis e com uma população de nem 400 milhões de habitantes.
rouba recursos naturais por todo o mundo, promove golpes de estado em países soberanos ao redor do globo apoderando-se dos seus recursos naturais, impedindo populações de aceder à água, etc.
e os eua é que estão metidos em negócios ruinosos?!
das duas uma, ou tens que meter mais tabaco nisso ou ir menos à “cataquese”! ou as duas…
Tinha prometido o quê, criar a maior das confusões aumentando as taxas alfandegárias com base numa fórmula estapafúrdia e depois retirá-las no dia em que entravam em vigor? Duas reações que traduzem a “tarifada”:
– O senador republicano, Rand Paul, disse ao Punchbowl News: “Espero que haja uma lição aprendida. Quando você adiciona um monte de tarifas, perderá seis biliões no mercado. Quando você se livra das tarifas, adivinhe, isso volta.”
– O estratega democrata Sawyer Hackett escreveu no X: “Uau. Trump acabou de ceder às tarifas recíprocas, emitindo uma pausa de 90 dias. Todo aquele caos, biliões de dólares evaporaram-se —por nada.”
Ele está se a “cagar” para tudo. Ele pretende vender, todo o lixo americano, que ninguém quer. A Europa quer galinhas cheias de esteroides? Não. A Europa quer carros americanos que não comprem a nossa legislação (tamanho, alturas, consumos e emissões)? Não, já temos os nossos construtores a fazer isso, Volkswagen. A Europa quer um serviço de pagamento universal americano? Sim e por isso paga por ele. A Europa quer um serviço de apoio militar americano? Sim e por isso paga por ele. Era ter líderes com carisma na Europa, assim, sempre que tiver escolha, 1.º Nacional, 2.º Europeu, 3.º Chinês.
Ninguém está contra o direito dos EUA aplicar as taxas para equilibrar a balança mas a forma como está a ser feito. São usadas fórmulas sem nexo nenhum e de forma intimidatória.
O Trump não está no recreio da escola e mesmo os EUA tendo o maior poder no mercado não pode fazer o que quer e não levar resposta.
Mexer no sistema bancário/financeiro??? Isto só pode acabar mal.
O pior é que nunca sabemos se as propostas é para ir em frente ou se só duram até à próxima vez que o Trampa for à casa de banho.
A politica dele é de atirar o barro à parede. Se resultar como ele quer (e se os amigos não se revoltarem) a coisa avança, se não volta ao ponto de partida.
Trump é o melhor presidente que os estados ja tiveram…..ja chega da agenda woke! A unica coisa que discordo no Trump é ser amigo do Putin, a Europa ser chamada a atencao é bem feita, andaram a dormir e queriam os estados unidos a terem os gastos e tropas a protegerem sem nada em troca? A Europa que nao faz nada a israel apesar da guerra, a europa que nao investe em africa e america latina por interesses….tenham juizo! O Mercosul é um excelente mercado e a europa nao quer so porque o Macron tem medo de prejudicar os interesses da franca..entao mas a europa preocupa se como um todo ou com estados individuais?
“mas a europa preocupa se como um todo ou com estados individuais” exatamente, tem de ler a constituição europeia, para ficar mais elucidado. A U.E. é uma UNIÃo, tenta alinhar a preocupação de todos os estados no que concordam, mantendo os estados soberanos ou semissoberanos (euro). O que pretende está no conceito de uma Federação Europeia, para tal deve começar a votar nas eleições europeias em partidos que pretendem essa mudança.
Só uma pergunta: Sem ir ao google, sabes o que quer dizer “Woke”?
A Europa não investe em África e America Latina? Óvalhamedeuzzzz
Eu continuo a achar que os americanos daqui a mais uns anos vão deletar dos livros de história americana esta fase presidencial 🙂
Livros? Antes de terminar o 3º mandato Trump já proibiu os livros. Só autoriza que se leia posts no X.
Engraçado como tudo se repete e ninguém vê um boi à frente. Sempre que há uma bomba atómica financeira aprova-se regulamentação para evitar que volte a acontecer (pelo menos da mesma forma). Assim foi após o descalabro dos sub-prime, do Maddof, do mal parado, dos seguros manhosos e dos fundos rafeiros… a grande causa veio precisamente dos USA. Houve regulamentação internacional porque, na verdade acabou por contagiar o resto do mundo financeiro. Agora querem voltar ao mesmo. Mas faz sentido. A cada grande crise financeira os super ricos distanciam-se mais dos pobretanas.