Monero (XMR) – Uma moeda segura, privada e sem rasto
Certamente já ouviu falar de Bitcoin e, caso já tenha explorado este mundo, possivelmente, já reparou que o Bitcoin está longe de ser anónimo. Conheça o Monero e descubra como esta moeda virtual consegue ser privada e ao mesmo tempo descentralizada.
O que é o monero?
Monero é uma moeda virtual descentralizada tal como o Bitcoin, não sendo um descendente do mesmo.
Monero tem como objectivo ser um sistema monetário fungível e não rastreável. Tem, de modo intrínseco, um nível mais elevado de privacidade que a Bitcoin ou qualquer outro dos seus descendentes.
Foi lançado a 18 de abril, 2014, sem nenhum premine (ou seja, não foram criadas moedas para nenhuma entidade e todas as moedas criadas são provenientes de mining) ou IPO (então chamado Bitmonero). O nome significa "moeda" na língua Esperanto.
Características principais:
- Pagamentos não rastreáveis
- Transações não associáveis
- Resistente a análise da Blockchain
- Proof-of-Work igualitário e resistente a centralização
- Parâmetros adaptáveis
Descentralizada
As transações são confirmadas pelos “miners” através do “Proof-of-Work” (POW), e o que é isto do proof-of-work?
Para validar os blocos de transações, os miners têm que exercer cálculos aleatórios para encontrar a hash do bloco corrente, esses cálculos são feitos consoante uma determinada dificuldade que é variável de bloco em bloco de forma a que cada bloco seja encontrada em cerca de 60 segundos.
Para calcular a hash do bloco atual é necessário saber a hash do bloco anterior + transacções não confirmadas + dificuldade atual da rede.
Os miners são recompensados pelo seu trabalho a segurar a rede com o block reward [1] que é variável de bloco para bloco as taxas de transferência (neste momento custam 0.01XMR por cada kb no blockchain).
[1]
Block reward = (M - A) * 2 -20 * 10 -12
A = moneros em circulação
M = 2^64 (18,4 milhões)
A hash utilizada para segurar a rede é o CryptoNight, ao contrário da hash utilizada pelo Bitcoin (SHA256), diminui a diferença que possa existir entre CPU e GPU e, apesar de ainda não existirem equipamentos específicos para minerar apenas o CryptoNight, acredita-se que mesmo esses equipamentos não tenham uma enorme vantagem em relação aos anteriores.
No futuro será implementada uma função de smartmining onde os utilizadores poderão deixar o computador a minerar apenas quando não existe nenhuma atividade, esta implementação futura deverá incentivar a descentralização da rede.
Após a emissão da maioria das moedas existirá uma inflação perpétua de 1% anual.
Porque é que a privacidade importa?
A privacidade financeira é muito mais importante do que algumas pessoas acreditam. A utilização de uma moeda onde a privacidade pode ser violada, como é o caso do Bitcoin e a maioria dos seus descendentes, pode trazer sérias consequências. Imaginem que o vosso patrão consegue saber onde gastam o dinheiro que ele vos paga. Não é uma situação agradável, certo?
No caso do Monero a privacidade pode ser opcional, pois é possível a um detentor de carteira fornecer a sua “viewkey” (chave de visualização) e dessa forma os detentores da viewkey podem saber o balanço de uma carteira mas nunca gastar da mesma. Esta funcionalidade pode ser utilizada, por exemplo, por uma instituição que pretenda receber donativos e comprovar os donativos que recebeu.
A privacidade no Monero está integrada no protocolo de raiz, ou seja, qualquer transação é privada por defeito e apenas publica por escolha, para assegurar a privacidade são utilizadas ring signatures (para que não seja possível detetar de onde são provenientes as transações) e stheath address (para que não seja possível que terceiros saibam para onde foi a nossa transação).
Como funcionam as transações no Monero?
O Bob decide gastar um output, que foi enviado para a chave pública de utilização única. Ele precisa do Extra (1), de TxOutNumber (2), e da sua chave de conta privada (3) para recuperar a sua chave privada de utilização única (4).
Ao enviar uma transação para a Carol, o Bob gera o seu valor extra aleatoriamente (5). Ele usa o Extra (6), o TxOutNumber (7) e a chave pública da Conta da Carol (8) para obter a chave pública de saída dela (9).
No input o Bob esconde a ligação ao seu output entre as chaves estrangeiras (10). Para evitar gasto duplo também embala a imagem-chave, derivada da sua chave privada de utilização única (11).
Finalmente, o Bob assina a transação, usando a sua chave privada de utilização única (12), todas as chaves públicas (13) e a imagem-chave (14). Ele acrescenta a assinatura de anel resultante ao fim da transação (15).
Como são processadas as transações no Bitcoin, Barkcoin e Monero
Como posso começar a utilizar o Monero?
O local mais adequado para obter os binários oficiais será na página oficial do projeto, em https://getmonero.org.
Os binários apresentados na página oficial são a última versão conhecida estável, mas utilizam uma enorme quantidade de memória, pois a base de dados é guardada em memória enquanto está a ser utilizada.
Recomendo que compilem a vossa versão através do repósito oficial. A versão do repósito oficial utiliza base de dados lmdb e, através dos vários reports conhecidos, sabe-se que é possível utilizar o Monero com cerca de 100Mbytes de RAM.
Apesar de tudo ainda existem alguns bugs por resolver, o que impede, até ao momento, a saída de uma nova versão oficial.
De momento ainda não existe uma Interface gráfica oficial.
A carteira oficial é utilizável através de linha de comandos apenas, mas existem muitas não oficiais e de código aberto que podem ser utilizadas:
- MoneroX
- lightWallet
- MyMonero - foi criado por um dos programadores principais do projeto como um projeto privado. Quem optar por utilizar o Mymonero irá fornecer a sua viewkey ao provedor para que ele possa saber o balanço da carteira, mas a chave privada nunca é passada ao provedor, é a encriptação é tratada da parte do browser, tal como pode ser verificado no código-fonte.
- MoneroWallet - é um projeto criado por um membro da comunidade, o mecanismo que efetua a encriptação e é baseado no Mymonero.
OpenAlias
OpenAlias é um standard criado para simplificar os endereços de quaisquer moedas virtuais e o Monero foi uma das primeiras moedas a adotar este standard.
Com este mecanismo é possível transformar qualquer endereço longo (no caso do Monero 95 caracteres) num endereço simples e fácil de recordar, como por exemplo donate.getmonero.org (endereço de donativos dos programadores). Este método funciona através da utilização de um registo TXT associado ao domínio. Mais informação aqui.
Desta forma qualquer pessoa que possua um domínio pode associar o seu endereço de Bitcoin ou Monero ao mesmo. Mas como seria de esperar existem já operadores a oferecer este serviço sem que seja necessário possuir um domínio.
Perspetivas de mercado
O preço do Monero é afetado por vários fatores. O primeiro fator será o custo da eletricidade necessária para minerar os blocos. Apenas compensa aos miners minerar caso consigam vender as suas moedas a um preço igual ou superior ao custo de produção das mesmas.
O Segundo fator será a procura e oferta no mercado, ou seja, a capacidade que o mercado tem de absorver as moedas produzidas. Além disso, existe a inevitavelmente especulação de mercado.
O preço pode ser consultado aqui.
Onde comprar?
Neste momento, a forma mais fácil e rápida de comprar Monero será no Poloniex utilizando Bitcoins.
Outra alternativa mais descentralizada será o Moneroblocks onde a compra é feita e acordada diretamente com outros membros sem necessidade de um mercado central. Caso decida utilizar este mecanismo, recomendamos que peça sempre a um membro mais antigo e com reputação para ser interveniente na transação.
Onde gastar?
Por ser uma tecnologia nova ainda existem poucos sítios onde é possível gastar Monero, mas através de serviços como o xmr.to e o ShapeShift é possível fazer compras com Monero em qualquer local que aceite Bitcoin, o que nos abre as portas para um grande leque de lojas.
Este artigo tem mais de um ano
nao vai dar em nada.
Mais uma de muitas moedas…
Independemente de poder vir dar alguma coisa ou não a tecnologia por de traz desta “moeda” especifica é suberva e pode ser utilizada em outras áreas.
Esta moeda vem trazer-nos privacidade num mundo em que a privacidade está cada vez mais comprometida. Existem outras moedas que tentaram atingir a privacidade utilizando outras tecnicas mas que ainda assim não conseguiram chegar a um nivel de privacidade tão extremo (como é o caso do Dash que utiliza um sub-serviço de mixtura) e existe tambem teorias sobre zero-knowage que na pratica funcionaria melhor que o monero, mas ainda nenhuma dessas teorias foi aplicada devido a problemas de segurança que poderão trazer.
Na minha opinião esta moeda poderá ser um bom investimento, mas não aconselho ninguem a utilizar dinheiro que não esteja disposto a perder. pois é um investimento muito arriscado.
Outra forma de poder obter moneros é obviamente minando, não escrevi sobre isso, mas caso haja interesse poderei fazer um aritog a explicar como minerar moneros
O problema das moedas virtuais, é a de não terem a contra-parte que lhes dê garantias a quem investe, para além de não ser geralmente aceite.
Coloco-lhe um problema, se eu tiver “moneros” e amanhã ficar sem eles, a quem me dirijo?
Outra vantagem com contornos muito obscuros, sabe quem vai querer utilizar uma moeda que não é possível descobrir o rasto? É que não me lembro de nenhuma actividade lícita a quem interesse passar anónimo, que não seja o tráfico de droga, a fuga de capitais sem serem taxados, pornografia, etc…… tudo actividades nada recomendadas!
Em relação ao primeiro problema, imagine que tem uma mala com 500.000€ e por alguma razão pegou fogo, quem lhe irá dar o dinheiro de volta ?
Penso que este é o exemplo mais simples que consigo dar, no caso de estar a referir-se ao dinheiro que tem depositado no banco só lhe posso dizer uma coisa… o dinheiro que lá está não é seu, é do banco até o retirar, e nem sempre os bancos funcionam bem, como o caso que aconteceu recentemente na grecia em que os habitantes só podiam levantar 60€ diarios. Estas moedas virtuais *descentralizadas* trazem-nos a possibilidade de guardar valor e ter a certeza que o que guardamos irá estar lá amanhã (claro que não tem a quem recorrer se perder as suas chaves)
Em relação à questão dos mercados negros, na minha opinião concordo que será utilizado para esses fins tambem, mas tambem as moedas actuais o são e não é por isso que deixamos de usar o euro ou o dollar, a privacidade é um factor muito importante e não deve ser garantido. Imagine que o seu patrão lhe paga o ordenado e mais tarde pode ver que gastou dinheiro no produto da concorrencia?
Aconselho a visualização do seguinte video https://www.ted.com/talks/glenn_greenwald_why_privacy_matters
o banco… o n.º de série das notas queimadas pode ser lido, desde que intactas, através de uv.
O problema destas ditas “moedas” (e também do papel moeda) é que não têm qq valor intrínseco (tirando o potencial calorífico das notas…) uma vez perdido o valor monetário por desvalorização (inflação, perda de popularidade, etc.) ou retirada de circulação; ao contrário, metais preciosos, por exemplo, mantém sempre pelo menos o seu valor comercial.
Coloco-lhe um problema. Se a mãe do Ronaldo levar 50k EUR na mala e as autoridades os confiscarem onde é que ela se dirige?
“É que não me lembro de nenhuma actividade lícita a quem interesse passar anónimo”. Então pode postar aqui para todos nós os seus extratos bancários, por favor?
Eu, aos tribunais… perguntando afinal como é que é: há “livre circulação de pessoas, bens e capitais”, ou é só mais um embuste a servir de engodo aos mais incautos?
Mais opcoes:
Blackcoin
Blackhalo
Dash
Mais uma moeda virtual que ninguem sabe quem é o dono… Acordam de manha e ela vale 0!
o mesmo pode acontecer ao Dollar e ao Euro… just saying…
Sera muito mais dificil acontecer ao euro ou ao dollar
entre as moedas virtuais, qual a mais segura para se investir ?
na minha opinião a moeda virtual descentralizada mais segura para investir neste momento é o bitcoin. Deixo algumas razões:
– Foi a primeira
– Já começa a existir um basto numero de serviços a transaccionar bitcoins (lojas a aceitar bitcoin como metodo de pagament, algumas ATMs espalhadas pelo mundo)
– É de longe a mais liquida tendo uma capitalização de 3.500.000.000 Dolares (em comparação o monero situa-se nos 4.000.000)
“Após a emissão da maioria das moedas existirá uma inflação perpétua de 1% anual.” – em termos práticos isto significa que . . .
Quer dizer que quem gere o monero vai-te ao bolso todos os anos em 1% de tudo o que tiveres. Eles chamam inflação (do mundo virtual, talvez), outros chamam de comissões, taxas de gestão de activos, etc…..
É que para além dessa inflação de 1%, tens sempre de lhe somar a inflação do país onde estás!!!!! Isto todos os anos!
Peço desculpa, mas a parte dos 1% anuais não é totalmente correcta, após a maioria das moedas serem mineradas a inflacção será de 0.3 Moneros por bloco, ou seja, cerca de 157680 moneros novos serão criados por ano (existirá um ponto em que a inflacção será inferior a 1%). Esta inflacção tem duas finalidades:
1º Insentivar os minners (mineradores) a manter a rede segura.
2º Não ter um mercado tão deflacionario, deixo aqui um artigo não relacionado com moedas virtuais a explicar os problemas de um mercado deflacionario http://economico.sapo.pt/noticias/por-que-esta-a-deflacao-a-assustar-a-zona-euro_186581.html
Só um pequeno à parte, em relação “a quem gere o monero”, não existe nenhuma entidade central a gerir o monero, existe uma equipa de developers voluntarios que trabalha activamente em melhorar o codigo do monero. Não existe custos de manutenção, existe custos para validar transacções que são bastante menores que os praticados pelos bancos nos dias de hoje
Não. Como o Pedro Gaspar já explicou, o significado de inflação neste contexto significa que após a emissão da maioria das moedas, o Monero vai continuar a ter uma recompensa base de 0.3 XMR por bloco porque, muito provavelmente, apenas ter como incentivo a taxa de inclusão nos blocos não vai ser suficiente. (Por razões várias que tornariam esta resposta muito extensa).
Ninguém gere o Monero, nem Bitcoin, nem qualquer outra moeda cryptográfica com uma distribuição honesta. Este é um equívoco muito comum entre pessoas que desconhecem esta tecnologia.
Imagina que num só ano a inflação é de 2%, mais o “custo de manutenção” de 1%, quer dizer que perdeste 3% num só ano sem fazeres mais nada!!!!!
Como foi explicado acima não existe “custo de manutenção”. O que existe é uma emissão de moeda contínua de 0.3 por bloco. O que representa uma inflação inicial de 0.8% e que diminuirá todos os anos a partir daí.
O que é a inflação? No sentido mais técnico do termo, inflação é um aumento no suprimento de dinheiro (aquilo que Portugal poderia ter feito se não estivesse na zona euro) o que provoca uma diluição do poder de compra ( ou do valor da unidade monetária) e o aumento dos preços em relação a essa moeda.
Desculpa, devia ter respondido directamente aqui. Vê, por favor, as minhas respostas ao Rui.
Bitcoins estao a ficar como o linux. Aparecem e desparecem sem deixar rasto.
ai é
Podes explicar, por favor?
O linux desaparece sem deixar rasto??? Aprendo cada coisa, nos dias que correm…..
Muito interessante, pelo jeito é melhor que Bitcoin e outras criptomoedas.
Nós também não perpetuamos para sempre, e não será por essa razão que deixamos de ter atitude e objectivos, adoro as criticas ao Bitcoin e ao Linux….. pode ser que daqui a uns tempos, os mesmo consigam deslumbrar uma luzinha na escuridão onde vivem.
O exemplo oficial que justifica a utilização de moedas seguras está longe de ser a verdade. O verdadeiro motivo tem a ver com tudo menos isso. Inclusive para comprar coisas na deepweb convem não ser apanhado.
Será que vale a pena deixar o pc a minar disto o dia todo?
Sinceramente não recomendo ninguem a adequirir equipamentos com o unico proposito de minar, pois é um mercado altamente competitivo e é dificil competir com paises que têm a eletrecidade mais baixa que o nosso. Em relação a deixar o PC pessoal umas horas por dia a minar, na minha opinião é uma opção viavel. Existe planos para implementar o chamado “smart minning” no monero, ou seja, à semelhança de outros projectos irá utilizar o CPU/GPU apenas quando os mesmos não estão a ser utilizados, dessa forma podemos continuar a utilizar o computador para as nossas necessidades mas quando o mesmo esteja inactivo começará a minerar automaticamente. Já existe algum codigo feito nesse sentido, mas ainda não está em fase final https://github.com/oranjuice/bitmonero/tree/smart-mining
O dinheiro virtual existe e irá durar muitos anos, podendo mudar variadas vezes de nome e podendo passar a ser restrito ou manuseado só por alguns, a nível de investimento é equiparado ao nosso grau de inteligência X matemática, ou seja não é para todos e por vezes quem anda à chuva molha-se, quanto a estar ligada a algum caso ilícito……… é possível, como qualquer um outro objecto que represente valor. Agora a nível de taxas não existe nada equiparado, que eu tenha conhecimento.
Monero so falam mal do Dash , porque pessam voces ?
Se aplicasses um pouco melhor o português, talvez percebêssemos o que pretendes.
Cheguei a este topico, devido a esta noticia:
https://www.kaspersky.com.br/blog/hidden-miners-botnet-threat/9706/?platform=hootsuite
como sabemos se nao estamos a gerar moedas virtuais para outros hackers ou saber se já somos mineiros de alguma moeda sem saber que estamos a minerar moedas virtuais pra um hacker qualqquer? Como se pode pesquisar se temos programas de mineração no nosso computador?
Quantas moedas virtuais existem e quantas são inventadas todos os meses? Isto não acaba por ser um esquema da pirâmide versão século XXI? E a privacidade é coisa que só serve para proteger os prevaricadores e aqueles que estão fora da lei. Não sei se não andamos a exagerar nas exigências para a criação de ferramentas e sistemas que garantam a privacidade absoluta de quem o usa, é que a meu ver a privacidade só serve para termos os criminosos mais protegidos e a luta contra eles bem mais complicada.
Partilha connosco os teus extratos bancários aqui por favor se a privacidade para ti não tem valor. O pior cego é aquele que não quer ver. Hoje em dia todo o dinheiro moeda pode ser usado para atividades ilicitas. Acabe-se com o dinheiro. Há cada artista desligado da realidade que não veêm oqual o objetivo final da retirada de toda a privacidade a coberto de temas como crime, terrorismo etc…