Lixo espacial está a cair nas trajetórias de voo dos aviões. Há risco de desastre
Os especialistas dizem que a probabilidade impacto deste lixo espacial colidir em pleno voo com os aviões é baixa. Certo, mas baixa não é o mesmo que não haver probabilidades. Estaremos seguros?
Regular a descida de detritos espaciais poderão salvar vidas
Os controladores de tráfego aéreo têm agora algo novo com que se preocupar: o lixo espacial.
De acordo com um relatório publicado na revista Nature, o risco de peças remanescentes de um foguetão de lançamento ou outros detritos caírem nas rotas de voo globais é atualmente de 26% por ano.
Embora a probabilidade de os detritos atingirem um avião seja baixa, a sua presença nas trajetórias de voo pode ainda representar um risco suficientemente grande para que as rotas tenham de ser alteradas, causando incómodos aos passageiros.
Mais lançamentos, poderá haver mais probabilidades
Tais perturbações não são inéditas. Em 2022, um pedaço de 20 toneladas de um foguetão que reentrou na atmosfera terrestre levou as autoridades aeronáuticas espanholas e francesas a encerrarem partes do seu espaço aéreo.
Com o aumento dos lançamentos todos os anos, aumentam também os riscos de queda de lixo na Terra. Embora o risco de atingir alguém no solo continue a ser relativamente baixo (3%), os lançamentos mais frequentes implicam mais riscos.
Espaço cada vez mais povoado
Na verdade, há duas categorias a considerar: lixo que cai na Terra pouco depois de um lançamento, ou detritos que caem depois de anos em órbita. Esta é uma distinção importante, porque a monitorização e o controlo dos detritos são diferentes em cada um destes cenários.
O primeiro cenário, embora não menos alarmante, é mais fácil de gerir, segundo referem os especialistas. É referida a recente explosão de um foguete SpaceX logo após o lançamento. As autoridades aeronáuticas conseguiram rapidamente encerrar o espaço aéreo afetado.
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— Elon Musk (@elonmusk) January 16, 2025
Não é assim tão fácil quando algo que está em órbita há anos responde ao apelo da gravidade da Terra. Há poucos avisos sobre quando isso pode acontecer e ainda menos capacidade para monitorizar a sua descida.
Os números que alimentam o relatório indicam que estes cenários potenciais estão a aumentar. Em 2024, registaram-se 258 lançamentos de foguetões bem sucedidos e 120 reentradas descontroladas de destroços de foguetões, com mais de 2300 corpos de foguetões em órbita.
Entretanto, prevê-se que o número de passageiros aéreos cresça 7% este ano.
Vida dos passageiros parece não ter interesse
Lidar com o primeiro cenário - detritos que caem pouco depois do lançamento - é teoricamente mais fácil. As fases dos foguetões equipadas com propulsores podem ser ativadas para uma reentrada controlada. Isso acontece nalguns lançamentos, mas não em todos.
A razão pela qual atualmente mais lançamentos não são geridos dessa forma tem a ver tanto com dinheiro como com regulamentação. É mais caro criar uma reentrada controlada.
Atualmente, muitos foguetões transportam satélites de interesses comerciais e militares. Nenhum deles está disposto a suportar os custos adicionais. Além disso, tal como acontece com a gestão da quantidade de lixo espacial, não existem acordos vinculativos e aplicáveis.
Já os detritos que caem subitamente na Terra a partir da órbita são mais difíceis de monitorizar e controlar - especialmente porque os detritos estão a cair a 8 a 10 quilómetros por segundo.
É difícil prever a reentrada. Se nos enganarmos por pouco que seja, pode atingir um país ou continente diferente daquele que previmos.
Disse Ewan Wright, da Universidade da Colúmbia Britânica e autor do estudo.
De acordo com Aaron Boley, professor da UBC e coautor do estudo, os controladores de tráfego aéreo não deverão ter de fazer juízos precipitados sobre as partes do espaço aéreo que têm de fechar para estes eventos.
As reentradas descontroladas de corpos de foguetões são uma escolha de conceção, não uma necessidade.
A indústria espacial está efetivamente a exportar o seu risco para as companhias aéreas e os passageiros.
Afirmou Boley num comunicado de imprensa.
Em resumo, a maior preocupação dos autores é que, embora a probabilidade de um único incidente seja pequena, à medida que os lançamentos aumentam e os satélites se acumulam em órbita, as probabilidades de catástrofe aumentam.
Uma regulamentação uniforme e uma monitorização a nível mundial poderiam minimizar as hipóteses de ferimentos ou morte provocados por detritos espaciais.
Com 7.000 satélites da starkink no céu, não é de estranhar. O Elton Musk anda a fazer das suas.
Andem menos de avião que o ambiente agradece, já os private jets deviam de ser banidos.
Starlink e o maior e melhor projecto de sempre e em breve mais 20 mil satelites vao subir e ter parceria com iphone para internet sem limites em todo o lado. Acaba se o roaming
Põe mais tabaco…