Cuidado: tentativa de roubo de credenciais através de falsos avisos da Via Verde
As burlas por email continuam a ser uma das formas mais comuns de fraude online, e os criminosos refinam constantemente os seus métodos para enganar os utilizadores mais distraídos ou menos informados. Recentemente, tem circulado uma nova tentativa de burla que simula comunicações da Via Verde, utilizando uma mensagem aparentemente legítima, mas cujo único objetivo é recolher os dados de acesso ao serviço.
O conteúdo da burla
O utilizador recebe um email com o seguinte conteúdo:
Estimado Cliente, Contactamos para informar sobre uma utilização do seu dispositivo Via Verde que necessita de regularização. O valor encontra-se em aberto desde a última passagem registada.
Para manter o funcionamento normal do seu serviço, agradecemos que efetue o pagamento através do nosso portal online nos próximos dias. Após o processamento, receberá confirmação por email e o serviço permanecerá ativo. Se já efetuou este pagamento, agradecemos e pode desconsiderar esta mensagem.
O valor em causa é aparentemente inofensivo: 1,60 €. Este detalhe é propositadamente escolhido para não levantar suspeitas. Contudo, o objetivo não é o pagamento em si, mas sim levar o utilizador a aceder ao link fornecido, que o direciona para uma página falsa, muito semelhante ao site da Via Verde.
Como funciona a fraude
- Engenharia social: a mensagem é redigida com um tom institucional e urgente, comum em comunicações reais, levando o utilizador a crer na sua legitimidade.
- Imitação visual: a página para onde o utilizador é encaminhado reproduz fielmente o design da plataforma da Via Verde.
- Captura de dados: ao tentar efetuar o “pagamento”, a vítima insere os seus dados de login, que são imediatamente recolhidos pelos burlões.
- Exploração posterior: com os acessos, os criminosos podem consultar dados pessoais, tentar aceder a outras contas associadas ou, em casos mais graves, fazer movimentos financeiros.
Como identificar o esquema
- Verifique o remetente do email: muitas vezes o domínio é suspeito ou ligeiramente alterado (ex.: @viavirdbo.web.app/).
- Passe o cursor sobre os links antes de clicar: o endereço falso revela-se na barra inferior do navegador. A URL pode conter erros subtis ou estar alojada num domínio que não pertence à Via Verde.
- Evite clicar em links de emails não solicitados: prefira aceder diretamente ao site oficial escrevendo o endereço no navegador.
- Desconfie de valores baixos com prazos curtos: são estratégias para levar à ação imediata sem reflexão.
Conclusão
Esta burla é mais um exemplo da sofisticação crescente destes esquemas. Embora o valor pedido seja simbólico, o risco é elevado. O verdadeiro objetivo é o roubo de credenciais e, com isso, o acesso a informações sensíveis.
A melhor defesa é a atenção ao detalhe, verificação rigorosa dos endereços e uma política de nunca fornecer dados através de links recebidos por email.
Se recebeu uma mensagem semelhante, não aceda ao link, não forneça qualquer informação e denuncie a tentativa à Via Verde e às autoridades competentes (como a Polícia Judiciária ou o Portal da Queixa).
Esses esquemas com a Via Verde não são novos, há anos que tentam. Nunca percebi bem o que conseguem depois se acederem ao portal, se conseguem dados bancários ou algo assim.
Que se pode dizer? Quando é o Estado diariamente a criar mecanismos que abrem as portas a estas roubalheiras. O pagode acha bem, daí adere. Que lhes faça bom proveito. Pena é que, não sejam enganados em dobro. Parolo por parolo, parolo a 100%. Danem-se!