Alpine Alpenglow Hy4: não se intimide, que o motor de hidrogénio não estraga a festa
O Circuito de Spa-Francorchamps será palco do espetáculo que a primeira versão rolante do protótipo Alpine Alpenglow proporcionará. O Hy4 entrará em pista, pela primeira vez, no sábado, para realizar uma série de voltas ao mítico traçado belga. Não se deixe intimidar pelo motor de combustão interna a hidrogénio e conheça esta máquina.
Na continuação do concept car Alpine Alpenglow, apresentado no Salão Automóvel de Paris de 2022, o Alpine Alpenglow Hy4 prova, ao correr numa pista, que o desempenho e o desenvolvimento sustentável são compatíveis, com a emoção adicional do som de um motor de combustão interna. O seu nome combina o conceito de hidrogénio "Hy" e "4" para 4 cilindros.
Sob as luzes da ribalta do Salão Automóvel de Paris de 2022, a Alpine apresentou o seu concept Alpenglow, um verdadeiro manifesto das futuras orientações da marca em matéria de design e de inovação sustentável.
Este modelo fundador deu espaço para a marca investigar os motores de combustão a hidrogénio para automóveis desportivos, com potencial para um elevado desempenho, tanto em estrada como em competição. Além disso, surge alinhado com os ambiciosos objetivos de descarbonização da marca.
Atualmente, o Alpine Alpenglow Hy4 já não é apenas um concept car, mas sim um verdadeiro laboratório rolante concebido como um automóvel de competição, com base numa monocoque em carbono e de um motor 2.0 turbo de 4 cilindros que desenvolve 340 cavalos.
Após ser mostrado, oficialmente, hoje, o Alpine Alpenglow Hy4 faz a estreia pública, a 11 de maio de 2024, durante a corrida de resistência TotalEnergies 6 Horas de Spa-Francorchamps (FIA WEC), para uma série de voltas de exibição, perante mais de 70.000 espetadores.
Estas demonstrações permitirão que a Alpine mostre aos entusiastas do desporto automóvel como um motor de combustão interna movido a hidrogénio não elimina os sons e a vibração que são as caraterísticas emocionais de um carro de corrida.
Sobre o design deste protótipo rolante, Antony Villain, diretor de Design da Alpine, partilhou que é "um verdadeiro carro de corrida, com uma expressão visual e acústica que vai surpreender".
Desde a criação do concept car Alpine Alpenglow, apresentado em Paris em 2022, que ansiamos por cumprir a promessa feita com um projeto tão singular: levá-lo para a pista. Isto é agora uma realidade.
O piloto que vai estar ao volante do Alpine Alpenglow Hy4, nas suas primeiras voltas, no circuito de Spa-Francorchamps, tem um perfil único: o belga Guillaume De Ridder é, simultaneamente, campeão de rallycross e engenheiro da Alpine Racing. Uma carreira atípica com várias épocas em diferentes disciplinas: karting, corridas de circuito e ralis, culminando com o título de rallycross FIA RX2e de 2021.
Um carro de corrida que de bonito tem muito
O desenvolvimento do conceito original do Alpine Alpenglow procurou servir os futuros modelos da marca, com uma crash box (elemento de absorção da energia de impactos) redesenhada, um interior alargado para acolher dois lugares e uma maior altura, mantendo a localização dos depósitos de hidrogénio nas cápsulas laterais e atrás do cockpit.
As vias foram alargadas para 2,10 m, para uma largura total de 2,15 m, um comprimento de 5,20 m e uma altura de 1,10 m. Desta forma, a Alpine estabeleceu uma ligação visual com o Alpine A424, que compete na categoria Hypercar, a mais competitiva do Campeonato do Mundo de Resistência.
A dianteira do Alpine Alpenglow, movido a hidrogénio, foi concebida para evocar a sensação de um cometa que chega do espaço, sendo a sua velocidade e entrada na atmosfera sugeridas pelas partículas de luz "poeira cósmica", nos quatro faróis dianteiros e pelo contorno dorsal de cor magenta.
Este último torna-se azul ao chegar à traseira do concept, tal como as luzes verticais junto aos tubos de escape em titânio, simbolizando o hidrogénio e o vapor de água que a sua combustão emite.
Os detalhes aerodinâmicos deste concept são parte integrante da sua conceção e foram objeto de um diálogo permanente entre o design e a engenharia, segundo a Alpine. O spoiler dianteiro foi redesenhado, criando uma entrada de ar baixa que flui sobre o cockpit e afunila, na traseira.
Novas entradas de ar NACA estão integradas para servir os radiadores de óleo e água, enquanto o snorkel assume uma forma mais próxima da de um carro de corrida.
O Alpine Alpenglow Hy4 utiliza o spoiler baixo e transparente visto, pela primeira vez, no concept car, para a sua versão rolante movida a hidrogénio. O difusor traseiro foi redesenhado para uma maior eficiência aerodinâmica.
Curiosamente, a estrutura e o gradiente das jantes evocam velocidade mesmo quando paradas.
Um interior quase tão surpreendente como o exterior
A cinemática de abertura da porta, em forma de élitro, foi concebida para libertar o máximo de espaço possível, facilitando o acesso ao cockpit. O condutor e o passageiro podem deslizar sobre os casulos laterais, que se inclinam em direção ao habitáculo, para chegarem aos bancos tipo baquet moldados e ajustados.
O triângulo na frente do cockpit é também uma caraterística típica dos Alpes, evocando as montanhas. Proporciona várias funções visuais ao condutor: um impulso, uma mudança de direção e pode mudar de cor como num jogo de vídeo.
Hidrogénio tem potencial para a competição automóvel
O laboratório rolante Alpine Alpenglow Hy4, movido a hidrogénio, foi concebido como um automóvel de corridas, com base num chassis de carbono LMP3. Sob o capô de carbono do Alpine Alpenglow Hy4 encontra-se um motor de desenvolvimento, de 2,0 litros, com 4 cilindros em linha e turbocompressor, que debita 340 cavalos (250 kW).
É alimentado a hidrogénio (mais precisamente, a gás de moléculas diatómicas H2) com injeção direta a 40 bar de pressão e injeção de água para reduzir as emissões de NOx. Pode atingir um máximo de 7000 rpm e está acoplado a uma caixa de velocidades sequencial de competição, com uma embraiagem centrífuga.
O desempenho é comparável ao do equivalente a gasolina, com uma velocidade máxima de cerca de 270 km/h.
Os três depósitos de Hy4 do Alpenglow armazenam hidrogénio sob a forma de gás (2,1 kg cada) a alta pressão: 700 bar. Estão situados nos casulos laterais e atrás do cockpit, em compartimentos ventilados e isolados do interior. Um regulador de pressão reduz a pressão de 700 para 200 bar, antes de a baixar para 40 bar, com injeção direta na câmara de combustão.
A Alpine assegura que foram adotadas inúmeras medidas para conferir uma segurança absoluta.
Perante duas soluções principais para a propulsão a hidrogénio, a Alpine optou pelo motor de combustão interna, alimentado diretamente por hidrogénio, oferecendo uma sensação muito semelhante do motor para o condutor e uma sonoridade ideal para a filosofia de corrida.
Além do prazer da corrida e as claras questões ambientais, a Alpine destaca a potência específica, o excelente rendimento em cargas elevadas e a redução das necessidades de arrefecimento.
6 horas de prova, vai ter de parar cerca de 20 vezes para abastecer, mas esperamos pelos resultados…
Penso que necessita 15 vezes. Mas, como carro de produção, nada mau… os restantes param 10/12
Fiz uma conta muito simples, se o toyota corola GR H2 em menos de 12 horas precisou de 35, que tem menos potência e tanques com maior capacidade….
Depende do carro. Geralmente os hypercarros param entre 5 a 11 vezes.
http://fiawec.alkamelsystems.com/Results/12_2023/03_SPA%20FRANCORCHAMPS/469_FIA%20WEC/202304291245_Race/Hour%206/20_PitStops_Race_Hour%206.PDF
Mas não vão em condução citadina…
O carro leva 6.3kg de Hidrogénio (2,1kg por três tanques) e um motor de combustão a hidrogénio gasta 0.05kg a 0.1kg por km numa utilização normal citadina o que dá para 120km…
Já a pista tem 7km, o que significa que vai ter de parar a cada 15 a 17 voltas em condução citadina.
Uma prova deve andar nas 200 voltas o que dá mesmo na melhor das hipóteses 11 a 15 paragens numa condução citadina…
Veremos, o Toyota gastou bem mais.
Eu estou a ser ultra conservador e até estou a assumir que vão andar a 80km/h que é para não parecer tão mau.
Sim, aí talvez sim, o Toyota fez uma média geral de 67 kmh.
Que maquinão. Um homem com um carro destes era um rei em todo o lado.
Em minha casa não era de certeza. Por incrível que pareça, há gente que prefere dar prioridade a boa educação, inteligência, simpatia, empatia… etc… enfim, coisas que não se podem comprar, mas se podem adquirir. Que geração esta…
domdiego, não vale a pena o Mestre Interespacial só pensa em $$$ como se pode observar pelos comentarios que faz…
Eu concordo com o Mestre Interespacial e voto Iniciativa Liberal! we are the champions no time for losers!
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Aqui não servia, tem pouco espaço para meter lenha na mala e ficava atascado logo na entrada do campo. tinham de subir a suspensão e meter 4×4 com bloqueio
Quando novas tecnologias chegam à alta competição por norma a evolução é brutal. vamos aguardar para ver, mas lembram-se andes de começarem a correr tiveram de primeiro começar a andar.
Bravo comentário!
Contudo, não sei se será o Hidrogênio que vencerá está batalha de substituir os motores…
Acho muito inseguro, cara produção e preço/km longe de algo que queremos… Para não falar que para abastecer requer condições especiais e segurança especiais…
Mas curioso até pq por muito tempo defendi que era a solução, mas um sonho ainda muito longínquo…
Depende, se começar a haver muitas restrições às corridas com gasolina, e se fores como eu um verdadeiro fã, o barulho faz parte da experiência, é uma boa opção.
Antigamente os F1 tinham de ser reabastecidos a meio das corridas e agora já não.
A evolução é assim mesmo, tem de se começar por algum lado.
A atual F1 é hibrida mas a parte elétrica é um auxiliar valente mas sem autonomia.
Um carro sem som é o mesmo que uma discoteca sem música!
Mete uns fones nos ouvidos e descarrega uns sons de carros a mandar rateres que isso passa! E em vantagem não incomodas ninguém!
É “piribido” luisinhsa.
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Assim vale a pena, muito fixe!
Ya, para gastar 150 euros a cada meia dúzia de KMS. Looool
Por enquanto. Deixe-os poisar.
Eu deixo, aguardo ansiosamente pelos resultados, só para rir mais um pouco tal como ri com os da Toyota. Lol
Não é por enquanto! Vai continuar assim! Podes melhor ligeiramente a autonomia mas a realidade vai continuar a ser a mesma, fraca autonomia… já disse mais que uma vez o motor a combustão não consegue superar os 50% de eficiência.
Este então nem aos 10% chega.
Aldrabilhas
Alguém me explique SFF:
“É alimentado a hidrogénio” + ” com injeção direta a 40 bar ” ….”reduzir as emissões de NOx”…de onde vem o NOX ?
Da combustão de gases em ambiente pressurizado.
H2 + O2 = H2O + O …N? (Desculparão mas nunca fui bom a química…mas continuo a não ver onde aparece o “N”)
Do Ar que respiramos, azoto…
O ar para a combustão é puro O2???? Ou andas com uma botija de lado?
Ohh! The humanity !!!
Ora bolas, o carro nem sequer pegou, talvez conseguisse fazer 3 voltas, total de 21 kms….
https://pt.autohebdo.fr/not%C3%ADcia/resist%C3%AAncia/Guillaume-de-Rider-sobre-Alpenglow-perdemos-30-minutos.html
O carro fez 700 km, no circuito, onde estive neste fim de semana, e estive na apresentação do carro, não arrancou. É um carro protótipo, já numa fase avançada de desenvolvimento e traz tecnologia pioneira a este segmento. Para as 24 horas de Le Mans, espera-se já o modelo substancialmente mais desenvolvido. Estará, como referimos no nosso artigo (t.ly/JV_95), a ser “fabricado” o futuro dos desportos automóveis “limpos” mas sem perder o barulho da combustão e das dinâmicas, que se estão a perder nos desportos automóveis com veículos elétricos.
Nem por isso:
https://www.youtube.com/watch?v=HZczpFsv9ZY
😀 deixa-me dizer-te que estás enganado 😉 até porque também já conduzi esse carro (https://bit.ly/3UWoYDe). Esse “som” ouve-se sim, bem, dentro do habitáculo, fora é praticamente impercetível, do ponto de vista da relevância em prova 😉 e o som… faz falta, porque sem o som das máquinas a combustão, perde a piada, fica, diria mesmo, ridículo.
“””Limpos””” yah! Acrescenta ai varias aspas a isso! Porque a realidade e que o hidrogénio não vai ter nada de limpo.
Estás enganado. Se falarmos em escala, claramente o uso de hidrogénio verde é um passo para ajudarmos o ambiente. O limpo, como referi, é de facto mais limpo. A descarbonização do planeta é um dos objetivos estipulados por países de todo o mundo até 2050. O hidrogénio é um combustível universal, leve e muito reativo e pode ser gerado através de um processo químico conhecido como eletrólise. Este método utiliza a corrente elétrica para separar o hidrogénio do oxigénio que existe na água. Por esta razão, se esta eletricidade for obtida de fontes renováveis, então produziremos energia sem emitir dióxido de carbono na atmosfera.
Esta maneira de conseguir hidrogénio verde pouparia os 830 milhões de toneladas anuais de CO2 que se originam quando este gás é produzido por combustíveis fósseis. Da mesma forma, substituir todo o H2 cinza mundial significaria 3.000 TWh renováveis adicionais por ano — similar à procura elétrica atual na Europa. Contudo, existem muitas dúvidas sobre a viabilidade do hidrogénio verde pelo seu alto custo de produção. São dúvidas razoáveis que irão desaparecer conforme a descarbonização do planeta avance e, como consequência, se torne mais barata a geração de energia renovável.