AirTag da Apple permite recuperar um carro roubado numa história curiosa
Provavelmente, os localizadores já ajudaram a encontrar muitos objetos perdidos e a recuperar valiosos bens roubados. Contudo, os AirTags da Apple têm uma grande visibilidade dentro deste segmento e são cada vez mais usados. A sua rede gigante permite o que nenhum outro sistema permite. E foi nesse cenário que um utilizador do reddit, Scotty, morador na cidade de Chicago, partilhou a história sobre como o seu Subaru foi roubado.
Após ter dado conta que o carro havia sido roubado, o homem participou à polícia o roubo. A polícia, contudo, não conseguiu fazer muito, a não ser dar entrada da informação no seu sistema. A boa notícia foi que Scotty lembrou-se que havia escondido um AirTag no seu veículo. Depois a história torna-se... peculiar!
A tecnologia também é uma inimiga dos larápios, apesar destes também já dominarem os meandros dos gadgets e dos mecanismos de segurança. No entanto, as plataformas de localização de objetos têm-se tornado populares e fáceis de usar.
A Apple potenciou a sua Rede Encontrar com um dispositivo que permite localizar objetos e não só. Chama-se AirTag e foi lançado em maio deste ano, como mostramos detalhadamente.
AirTag responsável por localizar Subaru roubado
Scotty partilhou a sua história do seu carro roubado no reddit onde o protagonista de toda a história foi um AirTag. O jovem chama a experiência de "um dos dias mais ridículos da minha vida". Notavelmente, admitiu (no final) que deixou o seu carro destrancado com as chaves dentro, mas a história, apesar de tudo, é bastante surpreendente.
Segundo o seu testemunho...
Eu sou uma coruja noturna. Saí para entrar no meu carro pelas 3 da manhã no início desta semana e descobri que o meu carro havia desaparecido. Estou separado, mas ainda sou amigo da minha esposa, e o seu irmão mais novo mora comigo. Ele também é uma coruja noturna, então pensei que ele tivesse levado o carro para o McDonald's ou algo assim. Mandei-lhe uma mensagem para ver se era esse o caso, e ele disse-me que não, ele não tinha.
O meu carro (um Subaru Forester 2010) foi roubado.
Fiz todas as coisas normais que se deve fazer quando o carro é roubado. Liguei para a polícia e apresentei um relatório. Eles relataram o roubo do carro, mas não pareciam otimistas, havia muito a fazer. O que faz sentido, eu vivo nos subúrbios de Chicago, onde há milhões de carros e a polícia está ocupada. Começo uma queixa ao seguro e, muito aborrecido, sento-me a chafurdar de pena e frustração comigo mesmo e com quem quer que tenha roubado o meu maldito carro.
Bom, até aqui é uma história como outra qualquer, até ao momento que Scotty tem um "epifania". Escondido dentro do carro estava um AirTag!
O homem descreve que quando estava a maturar no assunto lembrou-se que tinha colocado um AirTag de reserva no suporte dos óculos de sol do carro. Ele explicou que tinha comprado um pacote de 4 AirTags que poderiam um dia fazer jeito. Com o dispositivo a funcionar, havia agora uma hipótese remota que alguém com um iPhone passasse perto do carro e o ajudasse a identificar a sua localização.
As hipóteses são favoráveis, visto que há milhões de iPhones em Chicago. Então, no seu iPhone, ativou o AirTag como perdido. A informação que dispunha dizia que a última localização gravada foi às 22:17 da noite anterior, por isso sabia que o carro tinha sido roubado nas 5 horas anteriores.
Claro que em pouco tempo começou logo a receber informações.
Menos de 10 minutos depois, recebi uma notificação de que o meu carro tinha sido encontrado em Northlake, um subúrbio de Chicago, cerca de meia hora da minha localização. Estava sentado num parque de estacionamento do Walmart.
Obviamente, voltei a ligar imediatamente para o 911 e expliquei a situação. A polícia foi verificar o parque de estacionamento, mas não conseguiu encontrar o carro.
Como o sistema permanece ativo e dá o alerta da posição a cada iPhone que passe perto da etiqueta localizadores, Scotty começou a receber mais pings:
Enquanto conduzia até ao Walmart, tenso e ainda empolgado, recebi mais alguns pings do localizador. Eu sabia exatamente onde estava.
Quando cheguei ao parque de estacionamento, conduzi com o meu telefone à janela até o meu Bluetooth ligar-se ao localizador. Estacionei e andei por aí até encontrar o localizador, tocando-lhe. Estava debaixo de um carro estacionado, e eu podia ouvi-lo, mas estava molhado e lamacento e não queria deitar-me na poça debaixo do carro para o ir buscar. Por isso sentei-me e esperei, na expectativa de que o carro pertencesse a um cliente que se fosse embora.
Após cerca de meia hora, aborreci-me de esperar e decidi simplesmente ir para casa, derrotado, e na expectativa que corresse bem com o seguro. Pensei ainda telefonar ao investigador e dizer-lhe que sabia que o carro tinha estado no parque de estacionamento, para ver se ele conseguia as imagens de segurança do Walmart. Talvez mostrasse alguém conhecido deles. Quem sabe.
Sentei-me no semáforo para deixar o parque de estacionamento do Walmart.
Depois vejo O MEU CARRO A VIRAR À DIREITA E A PASSAR POR MIM NO MESMO PARQUE DE ESTACIONAMENTO. Isto pode ser visto nas filmagens do meu segundo carro, onde também me podem ver a chamar a polícia de forma exagerada.
O ladrão volta sempre aos mesmos locais
O homem percebeu que o carro voltava ao mesmo parque de estacionamento onde ele encontrou o AirTag. Possivelmente, quem roubou o carro terá encontrado o AirTag e deitou-o fora, portanto, ou não abonava a inteligência, ou desconhecia para que servia. Contudo, a história continua...
Não pude acreditar. Não vi a matrícula, mas o meu carro é desta cor laranja feia invulgar e tenho 90% de certeza de que é meu. Espero que o carro desapareça ao virar de uma esquina no meu espelho retrovisor e viro-o ao contrário. Vejo este tipo no meu carro a conduzir lentamente e encontro um lugar discreto para estacionar. Ele volta para dentro para que a matrícula fique escondida.
Neste momento estou determinado a não perder o meu carro, tendo-o encontrado de forma semi-miraculosa. Sinto-me tentado a conduzi-lo e a bloqueá-lo no seu lugar. Mas não quero levar um tiro, e não quero danificar os meus carros se ele tentar sair à pancada. Por isso, um pouco assustado, volto a chamar a polícia. Esta é a quarta vez que chamo o 911 em 3 horas, e a polícia de Northlake transferem-me para conhecer a situação.
Felizmente, em muito pouco tempo chegam dois carros da polícia. Aceno e aponto freneticamente pela minha janela para o meu carro até o verem, e eles encostam-no.
Tiraram um miúdo magro e pálido do carro, tão magro e desajeitado que senti um pouco de pena dele. Senti-me ainda pior depois de saber que ele é um sem-abrigo e, a julgar pela difícil parafernália de drogas no meu carro, é viciado.
O meu carro foi destruído. Cheirava a cigarros e erva, e havia pontas de cigarro espalhadas no meu chão. Em menos de 7 horas, o meu carro parecia agora um carro de acumulador, não estou a exagerar. A polícia fez-me examinar todas estas coisas, peça por peça, para descobrir o que era meu e o que não era. Existem vários sacos de telefones, tablets, relógios roubados e apenas uma tonelada de lixo.
Depois o jovem refere que nesta busca apareceu uma chave de outro carro roubado, assim como material que levará a outras descobertas em investigações em curso. Acaba por confessar que não trancava o carro, o que será sempre uma boa prática.
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“Provavelmente, os localizadores já ajudaram a encontrar muitos objetos perdidos e a recuperar valiosos bens roubados. Contudo, os AirTags da Apple têm uma grande visibilidade dentro deste segmento e são cada vez mais usados. A sua rede gigante permite o que nenhum outro sistema permite.”
Gostava de saber o que é tão único nisto que “nenhum outro sistema permite”, já que tracking de objectos já existe à anos, e a funcionar melhor que a dos AirTags.
Nenhuma outra rede tem mais de mil milhões de dispositivos ativos aptos a rastrear os localizadores. Fácil perceber que as hipóteses de sucesso desta etiqueta localizadora é imensamente superior a qualquer outra. Eu tenho várias e nenhuma funciona melhor. Além de terem menos funcionalidades, têm muito menor mercado. 😉
Lê aqui: https://bit.ly/3qcWxQg
Se tirares as palas, é fácil perceber que há Tens soluções no mercado que funcionam em todo lado que tenham uma ligação GSM disponível, não é preciso ficar à espera de ter a sorte de alguém com iPhone passar por perto. Eu tenho dois e consigo ver quando o meu carro está em casa do meus pais (ninguém ali tem um dos mil milhões de dispositivos ativos). Já para não falar da vantagem de poder ter um “live feed” vs. um feed que vai dando notícias de vez em quando
E quanto custa um localizador GSM? Qual é o seu tamanho? Quanto dura a bateria? E quais são os custos anuais/mensais pelo serviço?
Localizadores GSM existem há muito. Mas nunca ganharam tração no mercado (excepto para localizar artigos volumosos de valor elevado como um carro) porque não são convenientes para o uso em objetos do dia a dia.
Neste caso as Airtags criaram um mercado completamente novo. E até agora sem nada equivalente.
Ora nem mais.
Tu com a forma que falas deves usar, não faço ideia que palas falas, mas vejo que tens experiência. Além disso, não percebes muito do que falei, és limitado portanto a vários níveis tecnológicos.
Desde quando os sistemas GSM chegam a este nível de serviço? Nem por sombras.
E os custos/benefícios são tão díspares que até em certos mercados, como das ambulâncias/bombeiros, por exemplo, que conheço alguns sistemas, acabam por ser pouco produtivos face a alguns problemas que apresentam (latência na informação, por exemplo).
O facto desta rede Apple ser muito maior, imensamente melhor no geral, preço, qualidade de informação e fiabilidade, tem muito mais hipótese de crescer do que os sistemas GSM. Como é óbvio. Qualquer pessoa pode usar sem custos disparatados.
Além disso, são coisas diferentes na sua essência (não vais perceber), mas acredita que são.
A rede Encontrar é geral, genérica, apenas com custo inicial dos dispositivos, tem uma dimensão universal, ao passo que os sistemas GSM GPS são caros, não funcionam em locais com obstáculos ao sinal, como garagens, e não são para qualquer objeto. Tem uma utilização muito mais reduzida.
No caso do AirTag pode ser colocado num qualquer objeto, pode fornecer informações a partir de qualquer parte do mundo, independente da rede GSM ou WiFi, tem um ano de autonomia, com fácil substituição da bateria e não tem mensalidade.
Pode mesmo dar informação com muita precisão. 😉
Fantástico. Não há nada semelhante da Google que funcione com todos (ou pelo menos muitos) os Android?
Não.
Então o AirTag não ajudou, ele passou à frente por acaso. Estou errado?
Estás errado. Ele só passou à frente do lugar onde foi localizado o AirTag. O erro do artista roubado foi ter o AirTag à vista e teve sorte, porque o tipo que roubou o carro deitou-o fora… ainda ativo 😀
Não percebi metade da estória… que confusão!
Mas esta foi uma das utilidades que previ para os airtags, pelo menos enquanto os ladrões não conhecerem bem a existência das mesmas. Só é pena a própria tag denunciar-se ao ladrão (se bem entendi).
Como se denúncia?
Só há uma forma, mas tem um determinado cenário. Fora isso, não sabes que o AirTag lá está.
Desculpem a minha ignorância neste assunto, mas se o ladrão for portador de um iPhone também ele sabe do que se procura certo?
à partida sim!
O AirTag não foi pensado para seguir objectos roubados, apenas objectos perdidos/esquecidos.
Comprei hoje um Air Tag, depois de perder as chaves de casa (a bem dizer, nem sei se as perdi ou se não as encontro, o que vai dar ao mesmo).
35€ pelo Air Tag + 12€ pelo porta-chaves (os da Apple, de couro, são 35€)
Ao menos sei se as chaves estão dentro de casa (e apitam).
Instalar um canhão, bom, numa porta blindada pode ir aos 190€ + chatices. Um Air Tag até pode ser barato.
Essas airtags só funcionam se os apples tiverem o BT activado ou tb funcionam com o wifi?
Eu não sei como é com os outros, mas eu é raro ligar o BT…
Para android o que há de mais parecido?