A utilização do telefone associada ao desemprego
Os comportamentos e hábitos das pessoas vão-se alterando conforme a sua situação laboral, não só entre a situação de troca de empregos, como entre estar empregado e ficar desempregado.
Segundo um recente estudo do MIT, os dados móveis do telefone poderão fornecer uma visão mais rápida dos níveis de emprego, precisamente, porque os padrões de comunicação se alteram nas diferentes situações.
A ideia principal do estudo é clara e simples de entender: se uma pessoa ficar desempregada (independentemente da causa), as hipóteses de alterar o seu comportamento de utilização do telefone são elevadas. As chamadas passam a ser feitas maioritariamente a partir de casa e há a possibilidade de se passarem a fazer menos chamadas.
O estudo realizado pelo MIT na Europa revela que o número total de chamadas feitas por indivíduos demitidos diminuiu 51% em comparação com os empregados e, 41% em comparação com todos os utilizadores de telefones. Além do mais, o número de chamadas feitas por um indivíduo recém-desempregado a alguém na cidade onde havia trabalhado caiu 5% e os destinos das chamadas se alteraram-se.
Individuals who we believe to have been laid off display fewer phone calls incoming, contact fewer people each month, and the people they are contacting are different. People’s social behavior diminishes, and that might be one of the ways layoffs have these negative consequences. It hurts the networks that might help people find the next job.
Referiu Jameson Toole, do MIT.
Segundo revela o estudo, os padrões de utilização da rede móvel associados às alterações da situação de emprego/desemprego poderão permitir aos analistas elaborar as suas projecções de desemprego 2 a 8 mais cedo do que através dos métodos tradicionais.
O ponto de partida
Depois do encerramento de uma fábrica de automóveis na Europa em 2006, que empregava cerca 1100 trabalhadores de uma cidade com cerca de 15000 habitantes, os investigadores criaram um algoritmo de identificação de padrões da utilização do telefone, através da utilização da rede móvel.
Através do padrão criado com base nestes desempregados, os investigadores foram capazes de aplicar este modelo por 52 regiões de país europeu, com o objectivo de compreender o impacto económico e os indicadores económicos críticos dessas regiões, face às situações de desemprego.
Um complemento ao estudo do desemprego
O método apresentado pelo MIT não surge como um substituto aos métodos tradicionais, mas sim como um complemento que poderá acelerar o desenvolvimento dos estudos.
These methods should not be viewed as substitutes for current methods of collecting data about the economy as much as very powerful complements.
Referiu David Lazer, co-autor do estudo.
Fonte: MIT News
Este artigo tem mais de um ano
interessante
Uau! Grande estudo…
Dizem que as chamadas passam a ser feitas maioritariamente a partir de casa e há a possibilidade de se passarem a fazer menos chamadas. Aposto que o impacto dessas mesma pessoas que perdem o emprego passem a comer mais em casa do que em restaurantes , ou que passem utilizar mais a internet em casa do que nos telefones, ou que passem a ver mais televisão… Que eu saiba as pessoas desempregadas já não estão no seu local de trabalho e, de facto, passam mais tempo em casa.
É um estudo à “La Palice”
+1
E com certeza vão estar mais tempo fora do local de trabalho e ainda vão contactar mais os amigos através de chats.
Acho que podem adicionar isto tb, o meu estudo de 3min deve comprovar ahah
eu só leio os artigos da pplware usando o tlm, será k isto é o motivo de eu estar desempregado?
Excelente artigo,Maria Inês Coelho.Muito bom. 🙂
Façam de conta que eu percebo disto (realmente não percebo).
Mas sei que há sistemas de informação geográfica (SIG) e informação socioeconómica de base geográfica.
Um elemento é o código postal. Pode-se saber quantas empresas abriram, quantas empresas fecharam – mas conhecendo o seu código postal pode-se-lhe dar uma dimensão geográfica.
Nos telefones do post obviamente está-se a dar um tratamento estatístico a dados fornecidos pelos operadores. A localização geográfica dos telefones fixos é conhecida. Quem ficar desempregado (ou se reformar, ou estiver de férias “cá dentro”) telefonará mais de casa, às horas normais de trabalho.
Não me custa a acreditar que haja uma forte correlação entre o desemprego e o número de chamadas feitas a partir de casa em horário normal de trabalho – quando o desemprego aumenta o número de chamadas aumenta, quando diminui é porque o desemprego diminui.
Este tipo de informação pode não ser fácil de recolher, atempadamente, por outras vias. Acho que o que o que se diz no post faz sentido.
Será mesmo que se aplica em Portugal ?
Comba-te o desemprego em http://www.techjobs.pt