Project Maven – Google cede à pressão e vai abandonar o projeto militar
Foi há alguns meses que a Google anunciou a sua colaboração com o Departamento de Defesa dos EUA no Projeto Maven. Um projeto militar que se baseia na construção de drones que recorrem à inteligência artificial em cenário de guerra, para acelerar o processo de reconhecimento de objetos.
Esta colaboração foi encarada de uma forma muito negativa por parte dos funcionários da Google, resultando em protestos, petições e até em demissões. A Google parece ter cedido e ao que tudo indica não deverá continuar associada ao projeto.
Google a voltar-se para o lado negro
Há dias escrevíamos um artigo intitulado de Três sinais que poderão mostrar que a Google está a voltar-se para o lado negro, que dava conta da alteração do slogan da Google “Don’t be evil” ou, em português, “Não seja mau”, com as alterações ao seu código de conduta.
Esta alteração pode parecer mínima, mas pode ser encarada como um sinal de que a Google pode estar a mudar as suas prioridades morais. Dado que a empresa agora fornece muito mais do que apenas respostas às nossas perguntas mais importantes (ou mais idiotas), essa alteração pode significar “problemas” para o futuro da humanidade.
O Projeto Maven
O Projeto Maven surgiu como um dos sinais de mudança da Google. Ver a empresa que tudo sabe sobre nós associada a projetos militares causa desconforto e até uma certa revolta.
Este projeto em concreto é liderado pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos e recorre a tecnologia de inteligência artificial e análise de dados da Google para processar imagens captadas por drones em ambiente de guerra, com o objetivo de automatizar o processo de identificação de veículos e outros objetos de interesse do exército norte-americano.
O descontentamento por parte dos funcionários da Google chegou a público no passado mês de março na sequência de vários protestos e até algumas demissões, por não se identificarem com o projeto e por não quererem ver o seu trabalho associado a fins militares. A resposta da Google sempre foi no sentido de que a cooperação com o Departamento de Defesa dos EUA não tinha "fins ofensivos".
O abandono do projeto
Apesar desses argumentos, a Google parece ter cedido à pressão e em 2019 não deverá continuar a fazer parte do projeto Maven.
A responsável do Google Cloud, Diane Greene, anunciou a decisão da não renovação do contrato com o Departamento de Defesa dos Estados Unidos. O anúncio foi feito numa reunião com funcionários que deverão ter feito chegar a informação à imprensa, já que até ao momento ainda não foi confirmada pela empresa. No entanto, o contrato entre ambas exige que a Google mantenha a sua colaboração até 2019.
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Este artigo tem mais de um ano
– Vale mesmo tudo por dinheiro. E não é só a “Google”!…
– E infelizmente, em todos os países, os fundos “estatais” desde que sejam para aplicações militares, parecem ilimitados… São os humanos que pagam para a criação de armas para liquidar… humanos!…
– Para mim, é um sinal que existe muita “inteligência artificial”… Mesmo fora das máquinas dos “binários”, infelizmente…
Quando a esmola é grande, o santo desconfia, já diz o ditado popular.
Temos o abandono por parte da Google em projetos militares e temos de repente o trampa a ficar todo bonzinho com o rocket men.
Embora tudo boas noticias e muito desejáveis, faz temer que por detrás disso estejam outros interesses escondidos.
Vamos dormir mais uma noite descansados, porque amanhã poderá estar diferente.
Já deves saber que certas sanitas custam mais do que deviam .
“cede a pressão” foi boa. kkk
Parece-me que fazem mal… Um projeto militar é um projeto de defesa das nações soberanas. Não fossem os militares dos EUA e da Rússia e hoje estávamos a ver o Estado Islâmico a alargar o seu território para a Turquia, e depois para a Europa.
Houve muitos danos colaterais como mortes de civis, que talvez pudessem ser ter sido evitados com esta tecnologia que a Google estava a desenvolver. Ou então agravados, se caírem nas mãos erradas. E há lá mãos mais erradas que as de Trump, homem tresloucado e que tem pode para dar ordens diretas ao Pentágono? – o problema é este.
O POTUS dar ordens directas ao Pentágono não funciona bem assim.
“While the president’s ability to use executive orders as a means of implementing presidential power has been established as a matter of law and practice, it is equally well established that the substance of an executive order, including any requirements or prohibitions, may have the force and effect of law only if the presidential action is based on power vested in the president by the U.S. Constitution or delegated to the president by Congress,” the CRS says. “The president’s authority to issue executive orders does not include a grant of power to implement policy decisions that are not otherwise authorized by law.”
Claro, decisões ilegais (i.e. que estejam fora do seu poder atribuído) não podem ser tomadas. E mesmo em decisões legais mas insensatas, há chefias militares americanas a dizerem que podem recusar-se
A colaboração não deveria ser sempre vista de forma negativa.
A Google colaborar neste projecto pode ser positivo se o resultado final for utilizado de forma conscienciosa e de forma a contribuir para a paz mundial ou para repelir ameaças concretas…
Agora, com os polícias do mundo (EUA) a utilizar este equipamento bélico e outros como tem utilizado, em que tudo é feito em “prol da paz mundial” e “contra o terrorismo”, já não sabemos muito bem se se invadem países ou se há intervenções militares com vista a garantir a paz de forma legítima……e necessária…
Assim, a terá que se concordar e concluir que, actualmente, colaborar no desenvolvimento destes equipamentos (podendo ser, como estão a ser, utilizados de forma interesseira e abusiva) pode sim ser visto de forma negativa. A Google fez bem deixar o projecto.