COVID-19: Espanha quer pôr robôs a fazer 80 mil testes por dia
Dia após dia surgem várias formas de luta contra a tão não desejada COVID-19. Na vizinha Espanha, onde o cenário é caótico, surge a notícia de que o país pretende recorrer a robôs para que realizem 80 mil testes diários.
A aplicação de testes é a mais poderosa ferramenta que, neste momento, existe para detetar casos positivos e, consequentemente, tomar medidas para que não se propague a infeção.
Diariamente milhões de testes ao COVID-19 são feitos em todo o Mundo, em especial nos países mais afetados como Itália, Espanha e França.
No entanto, a aplicação destes testes é feita por profissionais, por humanos e, por conseguinte, ficam expostos a pessoas infetadas podendo ficar também doentes.
Espanha quer colocar robôs a realizar 80 mil testes diários à COVID-19
Segundo as informações, de todos os 35.000 casos na Espanha, 12% são profissionais de saúde que, ao estarem expostos à população doente, têm uma forte probabilidade de ficarem infetados.
Para ultrapassar este problema de contágio, a Espanha pensou numa forma de colocar as máquinas a fazer este trabalho.
O nosso país vizinho pretende adquirir vários robôs que possam, eles, realizar os testes à COVID-19. Dessa forma, aumentar-se-ai exponencialmente a quantidade de testes aplicados, podendo o valor chegar aos 80 mil testes por dia.
Esta solução iria reduzir o risco de exposição dos profissionais, ao mesmo tempo que quadruplicaria a quantidade de testes diários, que, atualmente, tem capacidade de realizar. Segundo informações, neste momento, o país consegue realizar 15 a 20 mil testes rápidos por dia.
De acordo com Raquel Yotti, diretora do Instituto de Saúde Carlos III, em Madrid:
Já foi pensado um plano para automatizar testes através de robôs, e a Espanha comprometeu-se a comprar 4 robots que nos irão permitir realizar 80 mil testes por dia.
Até ao momento, o governo espanhol ainda não divulgou detalhes acerca de como iria funcionar este projeto.
Há mais países a recorrer aos robôs para o combate à COVID-19
Para além da Espanha, há mais países a inserir as máquinas no combate ao novo Coronavírus.
Por exemplo, a Irlanda do Norte está também a desenvolver um sistema de testes robóticos. Nos EUA contam com um robô equipado com um estetoscópio que recebe e analisa os sinais vitais dos pacientes infetados.
Já a China, no início de março abriu um hospital onde os robôs entregam refeições, medem a temperatura dos pacientes e ainda desinfetam as instalações.
Quando há alguns meses, alguns mostravam medo em relação à inclusão de robôs no local de trabalho, hoje certamente agradecemos ter estas máquinas ao dispor da nossa vida.
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Fonte: El País
Não, não são precisos robôs para ajudar. O único robô que me parece útil foi aquele mostrado para desinfetar as superfícies com luz UV.
Estas análises podem muito bem serem feitas por estudantes de enfermagem do 3º e 4º ano se forem autorizados pelo estado e pela Ordem, já que estes estão mais preparados para esta função. Só é preciso investir em material adequado e não em máquinas de empresas manhosas que estão apenas interessadas em ganhar dinheiro.
Quem já pôs os pés nos bastidores de um hospital sabe que faltava material básico mesmo antes desta pandemia e não é só em Portugal. São precisos mais enfermeiros, médicos, auxiliares técnicos, com material de proteção adequado e não aquele que se vê na foto sequer (nem esse existe sequer na maior parte dos locais e quando há não o podem descartar e têm de reusar, em parte porque alguém se lembrou que é moda usar máscaras na rua sem analisar caso a caso se é necessário, mas que nem a sabe colocar e anda com ela ao contrário ou sem estar apertada o suficiente). Podem não querer admitir mas é por isto que tantos destes profissionais estão doentes. São vistos como um número: trabalham sem material, longos turnos, sem as mínimas condições para descansar algumas horas antes de começar um novo turno e irem trabalhar apesar de estarem com fortes dores no corpo, feridas na face e infetados mas sem fazerem análises para não terem de abandonar os contextos, de trabalharem longos turnos sem irem ao WC e sem comer ou beber nada até ao ponto de desmaiarem. Precisamos de tratar melhor quem trata de nós. Acender velinhas ou cantar não serve de absolutamente nada. Exijam mais respostas concretas do governo! A maior parte das pessoas podem não entender a diferença entre ser vista a temperatura por uma pessoa / servir a refeição / ser feita uma recolha para uma análise por uma máquina, mas acreditem que não, não é igual…. No futuro ainda falaremos em questões como dignidade na prestação de cuidados de saúde por estarem a subsistir os profissionais por máquinas que só obedecem a ordens e que não sabem parar e ouvir o outro sequer, se tal for necessário. A realidade não é como nos filmes… os robôs não têm e nunca terão empatia de verdade. Nem todos os problemas da humanidade se resolvem com tecnologia. Um dos grandes problemas nos hospitais ainda são as pessoas se sentirem sozinhas e abandonadas à própria sorte ( e um robô não consegue resolver, ele nem consegue perceber aquilo que as pessoas estão a sentir). Isto só se resolve com a contratação de profissionais. No caso de Portugal: não se esqueçam disto quando pedirem para contratar mais profissionais e o governo assobiar para o lado. Não é agora que o SNS está caótico, ele é caótico devido ao contínuo desinvestimento ao longo de todos estes anos.
Excelente!!!! Muito bem escrito. Leiam decisores de Portugal.