China quer juntar-se a universidades estrangeiras para ser líder tecnológico
Como parte de um plano a 10 anos para transformar a China numa superpotência global, o Governo do país asiático apelou às autoridades locais para estabelecerem parcerias com universidades estrangeiras com programas científicos e tecnológicos de alto nível.
Dias depois de a Universidade de Michigan ter anunciado que iria pôr termo à sua parceria de longa data com a Universidade Jiao Tong de Xangai, em resposta à pressão exercida pelos legisladores norte-americanos, o Governo da China apelou à parceria com universidades estrangeiras.
O instituto conjunto, criado em 2006, declarou o seu encerramento meses após o Comité de Seleção da Câmara dos Representantes sobre a China ter afirmado que a universidade chinesa desempenha um "papel crítico" na "estratégia de fusão civil-militar" do país.
Segundo a imprensa, trata-se "de um emaranhado de interesses militares e civis em tecnologia e investigação que há muito é objeto do interesse dos Estados Unidos".
China quer crescer tecnologicamente
Num plano para 10 anos, emitido pelo Comité Central do Partido Comunista e pelo Conselho de Estado, o Governo da China apelou ao avanço da investigação fundamental e interdisciplinar, à formação de jovens talentos e à promoção de um ambiente que "encoraje a exploração e tolere o fracasso".
O Governo chinês apelou, também, às autoridades locais para que "reforcem as colaborações internacionais de alta qualidade nos domínios académico, industrial e da investigação", ao mesmo tempo que "participam ativamente na cooperação científica global".
Como parte do plano que visa transformar a China numa superpotência global em matéria de educação, o Governo encorajou projetos conjuntos que envolvam universidades estrangeiras com programas científicos e tecnológicos de alto nível.
Neste momento, a China está a explorar todas as vias possíveis para aumentar a sua capacidade de inovação interna à medida que a sua vasta concorrência com os Estados Unidos se intensifica.
Nesta fase, o desenvolvimento tecnológico e o consequente crescimento económico são considerados "forças produtivas de nova qualidade" pelas autoridades chinesas.
Reeducação dos cidadãos procura reforçar país enquanto potência global
Por via deste plano, as autarquias locais chinesas foram incentivadas a aumentar o financiamento da educação, a estabelecer mecanismos que associem prémios orçamentais aos resultados em termos de desempenho e a assegurar que as despesas públicas com a educação cresçam de forma constante todos os anos.
Além disso, o Governo incentivou o cultivo de talentos desde tenra idade, com programas para promover a literacia científica entre os alunos do ensino básico e secundário, e apoiar os alunos do ensino secundário com potencial excecional.
Relativamente ao ensino profissional, o plano refere que é necessário um melhor enquadramento político para garantir que os diplomados deste ensino tenham igualdade de oportunidades em áreas como o emprego, a avaliação de títulos profissionais e o registo de famílias, sem desvantagens em relação aos seus pares de formação académica tradicional.
Para colmatar o fosso entre o meio urbano e o meio rural no domínio da educação, o plano sublinha a necessidade de garantir que os filhos dos trabalhadores migrantes rurais tenham os mesmos direitos educativos que os estudantes locais nas suas novas cidades, e que os recursos devem ser mais bem adaptados às alterações demográficas, à medida que o nível de cobertura do ensino gratuito se expande gradualmente.
A China precisa do resto do mundo para seu crescimento, não o contrário. O excedente comercial é de $1 trilhão.