A privacidade não deve ser um bem de luxo, afirma o CEO da Google
Sundar Pichai, o CEO da Google, viu recentemente publicado um editorial da sua autoria no jornal The New York Times. A sua peça centrou-se na visão da tecnológica de Mountain View para um futuro em torno da privacidade. Seja para o seu Chrome, Android ou YouTube e Maps, além de deixar uma crítica à Apple.
Para o responsável máximo pela Google, "a privacidade não deve ver um bem de luxo".
Uma simples frase que nas entrelinhas esconde a bicada à Apple. Com efeito, agora mais do que nunca - com os Pixel 3a, a Google visa chegar a todos os estratos da sociedade, não só aos mais favorecidos. De igual modo, a empresa diz colocar-se contra a necessidade artificial, criada por empresas como a Apple.
A dicotomia entre a Apple de Cook e a Google de Pichai
O evangelho da privacidade, pregado pela empresa digital que provavelmente saberá mais sobre si do que muitos dos seus amigos. Ainda assim, esta foi uma das tónicas de toda a keynote, a conferência inaugural do certame Google I/O 2019. Aí, Pichai professou a sua vontade em garantir a nossa privacidade.
Um ponto de viragem para uma das empresas como maior historial de recolha de dados em todo o mundo. A partir do YouTube, Chrome, motor de busca, Drive, Fotos e nos seus mais diversos serviços. Todos eles recolhem dados sobre si para os mais variados fins. Agora, Pichai quer reverter a tendência.
Acreditamos que a privacidade é para todos, não apenas para uma minoria, avançou o CEO. Queremos fazer mais e estar constantemente a melhorar e a superar as expectativas do utilizador final, acrescentou.
A garantia de privacidade no Chrome, YouTube e no Maps
Partindo desta premissa, Pichai deu a saber que o Modo Incógnito vai chegar ao Google Maps, ao YouTube, deixando de ser um exclusivo do Chrome. Com efeito, poderá assim usufruir da sua plataforma de vídeos ou dos serviços de navegação, sem deixar rasto. O CEO louvou a adesão por parte dos utilizadores a este modo.
Em seguida, Sundar precisou que o modo incógnito chegou ao Chrome há cerca de uma década. Entretanto, a empresa apercebeu-se das suas potencialidades, sobretudo como garante da privacidade. O executivo avançou ainda que será possível apagar o histórico de navegação no YouTube de forma completamente automática.
A medida visa aumentar o controlo do utilizador face às informações sobre si recolhidas. Para tal, poderemos definir uma eliminação automática volvidos 3 meses (período mínimo) até 18 meses (período máximo). Já para o Google Maps não sabemos se esta mesma medida será aplicada de igual forma.
Eliminação automática dos dados após 3 a 18 meses
Sempre com a tónica colocada na privacidade, Pichai colocou a sua Google nos antípodas da Apple. Por outras palavras, enquanto a sua empresa "é para todos", a Apple (não referida pelo nome), foi citada como tendência preocupante de aumento dos preços. De igual modo, tivemos várias referências ao segmento premium.
O seu editorial mostra-se democrático na distribuição geral do direito à privacidade. Um dos bastiões e trunfos mediáticos da Apple, a que Pichai apelida de alternativas "só para alguns". Mais ainda, a Google deu a saber que as próximas atualizações facilitarão o maior controlo e limite na recolha dos dados de localização.
Em síntese, Sundar Pichai acaba por estar em sintonia com Mark Zuckerberg. Com efeito, também o CEO do Facebook partilharia recentemente um editorial onde apelava ao reforço da privacidade e há necessidade de mais regulamentação para a internet.
A Google e o Facebook e a...privacidade?
Esperemos que a nova postura de ambas as empresas traga mais vantagens para o consumidor. Ainda assim, não podemos ignorar o facto de ambas as empresas recolherem, durante anos a fio, quantidades massivas de informação dos seus utilizadores. Aliás, o que seriam os algoritmos de machine learning da Google sem esse incalculável volume de informação.
Impera por fim a questão de saber se doravante ambas as empresas agirão de forma diferente. Escândalo após escândalo, seja o motor de busca ou a rede social, os consumidores não serão facilmente convencidos. Algo que encontra repercussão em algumas agências de análise como a Forrester.
Suspeito que elas se tenham apercebido da opinião pública, avança Fatemeh Khatibloo, vice-presidente e analista principal da Forrester. São mudanças importantes no que toca às expectativas dos utilizadores quanto à privacidade, mas não creio que isto mudará de qualquer forma o seu modelo de negócios. Portanto, porque é que eles nos querem dar a impressão de que existirá mais privacidade? Acrescenta Khatibloo.
Limites para as cookies no Google Chrome
Ainda durante a keynote, a Google deu a saber que começaria a limitar o uso das tracking cookies no seu browser, o Chrome. Algo significativo uma vez que este é o navegador mais utilizado em todo o mundo, com cerca de 60% da quota de mercado.
Por sua vez, as cookies permitem às empresas saber quais os sites que as pessoas mais visitam, bem como os anúncios em que mais clicámos. Ao mesmo tempo, permitem que um determinado site saiba quais são as suas preferências e podem, por exemplo, guardar os seus dados para que a próxima visita seja mais gratificante.
A Google "ataca" assim alguns dos perigos da recolha massiva de dados mas, ao mesmo tempo, a própria Google mostra-nos que é graças a esse volume de informações que consegue ser indispensável. Que assim também nos consegue dar ferramentas, produtos e serviços úteis. A propósito, veja-se o vídeo acima.
Em síntese, desde o Maps, ao Chrome e a todos os serviços e produtos Google. Seja de uma forma ou de outra, o que perdemos em privacidade, ganhamos em utilidade. Mas claro, este é um equilíbrio muito melindroso.
Este artigo tem mais de um ano
Imagem: The New York Times
Fonte: The New York Times
Neste artigo: Apple, Google, Sundar Pichai, Youtube
Mas que grande hipocrita!
Podes crer!
+1 O nível de hipocrisia desses tipos é inacreditavel ou levam-nos por lorpas, otarios, ignorantes ou pior burros, mas nada de novo ou surpreenden-te porque é mesmo isso o que a esquerda liberal faz do qual este tipo faz parte.
Eles pregam o PC e simplesmente fazem o oposto este bando de hipodritas porque infelizmente o nível de ignorância do pop ainda é elevado.
Google e privacidade? Tem piada. Esse o Mark têm bastante piada quando falam destas questões.
Este homem destila hipocrisia por todos os poros que tem no corpo.
A privacidade não é um bem, é um direito humano. O modelo de negócio da Google é diametralmente oposto à privacidade. A Google protege a informação que recolhem dos utilizadores pois é isso que lhes gera dinheiro. A Google não vende a informação dos users a terceiros, mas vende a terceiros acesso aos seus users (publicidade e conteúdo direcionado).
O que entendi da notícia é que a Google, uma empresa até agora séria, que nos dizia de forma aberta que inspeciona e-mails, histórico, fotos, e tudo o mais para fazer negócio, ou vai agora passar a mentir a descaradamente afirmando-nos que temos privacidade e navegamos “incógnitos” ou vai fechar portas.
Alternativamente, podem mudar de negócio, talvez uma pizzaria.
Agora esta anedota faz todo o sentido (enviada por um amigo brasileiro)
– Alô, é da pizzaria Gordon?
– Não, senhor, é da pizzaria Google.
– Desculpe, devo ter ligado para o número errado.
– Não o número está correto, o Google comprou a pizzaria.
– Ah, entendi. Pode anotar o meu pedido?
– Claro, o senhor quer a pizza de sempre?
– Como assim, você já trabalhava aí, me conhece?
– É que de acordo com nossos sistemas, nas últimas 12 vezes o senhor pediu pizza de salame com queijo, massa grossa e bordas recheadas.
– Isso, pode fazer essa mesma.
– No lugar dessa posso tomar a liberdade de sugerir uma de massa fina, farinha integral, de ricota e rúcula com tomate seco?
– Não, eu odeio vegetais!
– Mas o seu colesterol está muito alto.
– Quem te disse isso? Como você sabe?
– Nós acompanhamos os exames laboratoriais de nossos clientes e temos todos os seus resultados dos últimos 7 anos.
– Entendi, mas quero a pizza de sempre, eu tomo remédios para controlar o colesterol.
– O senhor não está tomando regularmente, porque nos últimos 4 meses só comprou uma caixa com 30 comprimidos, na farmácia do seu bairro.
– Comprei mais em outra farmácia.
– No seu cartão de crédito não aparece.
– Eu paguei em dinheiro.
– Mas de acordo com seu extrato bancário o senhor não fez saque no caixa automático nesse período.
– Eu tenho outra fonte de renda.
– Isso não está constando na sua Declaração de Imposto de Renda, a menos que seja uma fonte pagadora não declarada.
– Mas que inferno! Estou cansado de ter minha vida vigiada e vasculhada pelo Google, Facebook, Twitter, WhatsApp, essas porcarias todas! Vou mudar para uma ilha sem internet e sem telefone celular, onde ninguém possa me espionar.
– A decisão é sua, senhor, mas quero lhe avisar que seu passaporte venceu há 5 semanas…
Autor: Desconhecido
Fonte: WhatsApp
A Google a falar de privacidade é a mesma coisa que a Marlboro falar em cigarros saudáveis…
Boa!
Tretas e ainda vem falar do modo incognito, nao deixa rastos?? para quem? só se for no nosso dispositivo porque a Google fica na mesma com tudo o que foi feito..
Dados apagados automáticamente? deve ser deve, no lado do cliente é capaz, no lado do servidor fica lá tudo
E como alguém diz, privacidade não é um bem, é um direito
Tudo certo.
Todos têm razão em relação à falta de privacidade, por parte dessas empresas.
Não esquecer que há sempre a hipótese de “bazarem” delas…
Não há hipótese nenhuma, especialmente da Google. Qualquer site da internet hoje em dia está minado de scripts de tracking camuflados em ads e analytics. Se achas que isto é só “deixar de usar” estás bem enganado.
Vindo de quem vem só pode ser a gozar, do início ao fim
Ridículo.
Agora imaginem ele a dizer estas Coisas, mas em formato de South Park no episódio 2 da Temporada 17!
Aquela em que os tipos da Time Warner Cable põem-se a manipular os mamilos tipo SDM!
Hipócrita do caraças!
Não percebo a indignação: a privacidade parte de onde ? Não é do utilizador ? Então dão tudo o que os equipamentos lhe pedem, e depois queixam-se ? O dono da privacidade não é o utilizador ? Na primeira vez que o utilizador se liga à rede, onde está toda a privacidade ? Não é o utilizador que vai cedendo de forma irracional, com o “sim a tudo” o que lhe aparece à frente ?? Tanta parvoíce.
Mas tens noção que para usares o teu equipamento tens de passar a barreira do SIM EU ACEITO, e não precisa de ser a tudo, mas basta uma pequena é o suficiente para toda a tua privacidade estar exposta ponto. Mesmo que digam “a mas ajuda a minimizar a privacidade” a serio? Mas onde é que isso vem no manual, e mesmo que estivesse ficava na duvida. Queres um telemóvel? Compras mas em troca tens de abdicar de outra que se chama PRIVACIDADE ponto e o resto é conversa.