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Vulcão em El Salvador já rendeu 29 milhões de dólares em Bitcoin

Como foi amplamente noticiado em 2021, El Salvador, o primeiro país no mundo a adotar Bitcoin como moeda de curso legal, aproveitou os seus recursos geotérmicos para minerar 474 Bitcoins nos últimos três anos. O país utiliza 1,5 megawatts (MW) da sua central de energia geotérmica de 102 MW para alimentar 300 processadores que mineram Bitcoin.


A inovadora estratégia de Bitcoin em El Salvador

Em 2021, o presidente Nayib Bukele aprovou audaciosamente uma lei que concedeu à Bitcoin a mesma legalidade que o dólar americano, a moeda oficial do país. Este movimento revolucionário atraiu a atenção mundial e colocou El Salvador no mapa das criptomoedas.

Para incentivar o uso da Bitcoin, o governo salvadorenho ofereceu 30 dólares em Bitcoin a qualquer residente que criasse uma carteira digital para transacionar com a criptomoeda. No entanto, um ano depois, apenas 14% dos utilizadores continuavam a utilizar Bitcoin como moeda, segundo estimativas.

Apesar dos desafios e da volatilidade do mercado de criptomoedas, o governo de Bukele manteve a sua fé na Bitcoin. Continuou a comprar e a minerar a criptomoeda, acumulando um total de 5.750 Bitcoins, avaliados aproximadamente em 354 milhões de dólares ao preço atual.

Problemas Associados à Bitcoin

O movimento de El Salvador não esteve isento de críticas. Organismos financeiros como o Fundo Monetário Internacional (FMI) expressaram a sua desaprovação devido à natureza volátil da Bitcoin e à ausência de uma autoridade emissora formal. Além disso, para os ambientalistas, a Bitcoin é uma moeda demasiado intensiva em energia.

Para manter os registos públicos das transações de Bitcoin, utiliza-se um “livro-razão público” ou blockchain. Escrever transações neste blockchain requer resolver cálculos complexos utilizando chips e unidades de processamento gráfico avançados (GPUs), o que consome uma grande quantidade de energia.

Dado que a maior parte da procura energética é satisfeita com combustíveis fósseis, este trabalho intensivo em energia aumenta as emissões de carbono, contribuindo para o aquecimento global. Como tal, El Salvador encontrou uma solução mais ecológica para este problema.

O país, conhecido como a Terra dos Vulcões, utiliza o seu melhor recurso, a energia geotérmica, proveniente do estratovulcão (ou vulcão composto) Tecapa no centro do país para as operações de Bitcoin. A produção total do vulcão é de aproximadamente 102 MW, e o governo de Bukele destinou 1,5 MW desta energia para as operações de mineração de Bitcoin.

Benefícios da mineração com energia geotérmica

Um conjunto de 300 processadores aproveita a energia verde do vulcão para escrever transações na blockchain, ganhando recompensas em troca, num processo conhecido como mineração. Até à data, o país minerou 474 Bitcoins, cujo valor de mercado atual se aproxima dos 29 milhões de dólares (cerca de 27 milhões de euros). Com a possível recuperação do mercado de criptomoedas, espera-se que estas reservas aumentem o seu valor num futuro próximo.

O uso inovador da energia geotérmica em El Salvador não só demonstrou ser uma forma sustentável de mineração de Bitcoin, como também fortaleceu a posição do país no âmbito das criptomoedas. À medida que o mundo observa e aprende com esta experiência pioneira, El Salvador continua a explorar novas fronteiras na interseção da tecnologia, sustentabilidade e finanças.

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