Ups… NASA perdeu mais de 200 fotos de Júpiter após falha da câmara da sonda Juno
A Juno tem feito um trabalho incrível desde que chegou a Júpiter em 2016. Do muito que sabemos do planeta gigante gasoso, deve-se à sonda da NASA. No entanto, as circunstâncias em que opera não são fáceis e a agência espacial norte-americana deu a saber que foram perdidas mais de 200 fotos de Júpiter após falha da câmara da sonda.
Esta é já a segunda vez que acontece uma câmara fotográfica perder informação. Então, qual será o impacto desta avaria?
Juno estará a aquecer demais
A nave espacial Juno da NASA foi lançada em 2011 e chegou a Júpiter em 2016. Desde então, fez cerca de 50 flybys (sobrevoos) ao maior planeta do nosso sistema solar. Nessas passagens conseguiu captar valiosos vislumbres das grandes luas de Júpiter, cada uma delas um mundo estranho por direito próprio.
Contudo, durante o voo mais recente da nave espacial, no dia 22 de janeiro, a câmara conseguiu captar apenas cerca de um quinto das imagens planeadas.
Um problema semelhante ocorreu no voo anterior, em dezembro. Segundo informações, os técnicos da missão acreditam que a falha da câmara resulta do facto do dispositivo atingir uma temperatura invulgarmente elevada, o que traz outros problemas.
Pouco depois do voo de 14 de dezembro, a sonda teve um problema de memória que colocou a nave espacial em modo de segurança. Esta decisão atrasou a transmissão de dados para a Terra, de acordo com uma declaração feita na altura. A Juno recuperou suavemente e a maioria dos dados chegou ao nosso planeta em segurança, mas a JunoCam teve dificuldades no início do voo.
Imagens de Júpiter foram irremediavelmente perdidas
A câmara tinha sido instruída para captar 90 imagens durante o voo de dezembro, mas as primeiras quatro fotos saíram mal. A equipa da missão determinou que quando a JunoCam se ativou, as temperaturas subiram o suficiente para interferir com a fotografia e o instrumento tinha arrefecido no final dessas quatro primeiras imagens.
No entanto, agora a questão parece ter-se repetido, desta vez durante mais tempo: terão sido 23 horas em vez de 36 minutos, de acordo com a NASA. Desta vez, a falha deixou 214 imagens inutilizáveis, com apenas 44 imagens decentes devolvidas após o instrumento ter arrefecido o suficiente.
A equipa da missão está a avaliar os dados de engenharia da JunoCam adquiridos durante os dois recentes flybys - o 47.º e 48.º da missão - e está a investigar a causa raiz da anomalia e estratégias de mitigação. A JunoCam permanecerá por enquanto ligada e a câmara continua a funcionar no seu estado nominal.
Escreveram os funcionários da NASA.
Próximo voo da Juno ocorrerá a 1 de março
O pessoal da missão considerou lançar a Juno sem uma câmara a bordo, uma vez que os objetivos científicos da nave espacial não exigiam tal instrumento, mas a agência decidiu acrescentar a JunoCam como um projeto de alcance público. A câmara a cores tira fotografias dos topos das nuvens dinâmicas de Júpiter, com o público a sugerir onde apontar e processar as imagens recolhidas.
E, segundo a NASA, a JunoCam não tinha a garantia de durar sequer este tempo. Conforme foi referido, a câmara foi concebida para sobreviver a apenas sete passagens através do ambiente perigoso que rodeia Júpiter.
A própria Juno também está a funcionar para além da sua missão principal, que terminou em julho de 2021. Espera-se atualmente que continue a funcionar até setembro de 2025.
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