Serão as terapias psicadélicas o caminho para o tratamento de problemas de saúde mental?
Os tratamentos psicadélicos têm sido apontados como um elemento de terapia para problemas de saúde mental. Como em tudo, as opiniões dividem-se. Mas, então, serão estes compostos, realmente, um dos caminhos?
Numa intervenção intitulada "The second age of psychedelic therapies for mental health" (em português, "A segunda era das terapias psicadélicas para a saúde mental"), Greg Mayes partilhou a sua opinião relativamente ao papel que as terapias psicadélicas desempenham e poderão vir a desempenhar no tratamento de problemas de saúde mental.
Greg Mayes é o CEO da Reunion Neuroscience, uma empresa focada no desenvolvimento de soluções psicadélicas para o tratamento de condições relacionadas com a saúde mental.
Tratamento comum para problemas de saúde mental
Há quase meio século, a medicina introduziu aquilo a que chamou inibidores seletivos da recaptação de serotonina (SSRIs), como o Prozac, destinados ao tratamento de, por exemplo, depressão. No entanto, segundo Greg Mayes, apesar de, efetivamente, ajudarem no tratamento dessa condição, não funcionam para cerca de 30% das pessoas, nomeadamente aquelas com significativas desordens depressivas. Mesmo quando são eficazes, o seu efeito pode demorar algumas semanas a ser sentido.
Em princípio, serão soluções de toma contínua - este tempo, claro, dependerá -, e resultam nalguns pacientes em efeitos secundários pouco positivos, como boca seca, náuseas, aumento de peso, entre outros. Por esta razão, há quem descarte a possibilidade dos SSRIs, ou os tome com menos frequência do que o necessário, ou ainda esteja sempre a mudar, procurando maior eficácia ou tolerabilidade.
Considerando este cenário, há especialistas e teóricos a explorar alternativas, sendo as terapias psicadélicas apontadas como uma delas.
Psicadélicos como a psilocibina e a cetamina estão a ser tocados como a próxima geração de tratamento para a depressão, ansiedade, e outras questões de saúde mental. Não há dúvida de que é necessária uma próxima geração.
Escreveu Greg Mayes, ressalvando que "não é como carregar num interruptor", pois estas terapias envolvem "um novo paradigma de administração, aceitação pelos organismos reguladores, e apreciação pública do seu valor medicinal único".
Psicadélicos como alternativa para o tratamento de problemas de saúde mental
Depois do estudo relativo a drogas psicadélicas ter sido colocado em pausa, durante largos anos, a necessidade de alternativas aos SSRIs resultou na retoma da investigação sobre os benefícios das substâncias psicadélicas para a saúde mental, iniciada nos anos 1990.
Segundo o CEO da Reunion Neuroscience, algumas instituições de ensino superior americanas já abriram centros de estudo dedicados às substâncias psicadélicas e à sua aplicação para resolver problemas de saúde mental: a Johns Hopkins University, a University of California, e a Icahn School of Medicine at Mount Sinai.
Há um consenso científico crescente sobre o potencial terapêutico dos medicamentos psicadélicos, e as agências reguladoras estão a começar a aceitar a forma como os psicadélicos tratam a depressão e outras questões mentais.
Explicou Greg Mayes, admitindo que, ainda assim, "será necessário algum trabalho para que estas terapias estejam prontas para o horário nobre".
Além disso, o CEO partilhou que as terapias psicadélicas vão além da toma de um comprimido, estando, por sua vez, divididas em três fases distintas:
#1 - Preparação
Nesta primeira fase, Mayes explica que o médico deve procurar estabelecer confiança com o paciente, tranquilizando-o relativamente à eficácia e segurança do tratamento.
Ser capaz de tranquilizar um doente, especialmente um que nunca teve uma experiência psicadélica antes, sobre o estado psicoativo ser curto deve servir para aliviar as ansiedades e conduzir a uma melhor experiência global.
#2 - Sessão
O estado psicoativo deve ser curto, pois, de acordo com o CEO da Reunion Neuroscience, caso uma experiência psicadélica dure, por exemplo, oito horas, são necessários dois monitores formados. Uma vez que há um limite para o número de profissionais, terapias mais curtas abrem a porta ao tratamento de mais pacientes.
#3- Integração
Após a sessão, é utilizado apoio psicológico para ajudar o doente a refletir sobre os conhecimentos adquiridos durante a experiência psicadélica, desconstruindo-os para uso contínuo. Isto é diferente da psicoterapia, porque é limitado a um curto período de tempo imediatamente após a sessão.
Entraves à adoção generalizada dos psicadélicos
No artigo que escreveu para a Stat, Greg Mayes também explicou dois dos principais desafios que esta alternativa psicadélica enfrenta.
Em primeiro lugar, mencionou a necessidade de fortalecer a propriedade intelectual dos produtos psicadélicos. Isto, porque, por serem maioritariamente genéricos, hoje em dia, as empresas poderão ver os seus investimentos clínicos e de comercialização limitados, encontrando fraquezas financeiras que não permitem ultrapassar as barreiras que surgirão pelo caminho.
Depois, referiu a necessidade de estudar a forma como a psicoterapia comportamental tradicional irá interagir com o tratamento psicadélico. Afinal, os "esforços colaborativos para integrar criativamente um novo paradigma de administração destes produtos a pacientes com depressão crónica e ansiedade" serão imprescindíveis.
Para Greg Mayes, a receita é clara: "O tipo certo de teimosia e o tipo certo de recursos para financiar o tipo certo de equipas".
E, na sua opinião, serão as terapias à base de medicamentos psicadélicos o caminho para o tratamento de problemas de saúde mental?
Este artigo tem mais de um ano
O melhor caminho é largar os SSRI’s e fazer uso de cannabis medicinal.
Tenho dito, uma vez que entram para os SSRI’s o desmame é complicado…
Na verdade, não existem doenças mentais. Tudo é provocado por problemas hormonais, virus, bactérias (a medicina chinesa por exemplo liga os rins ao medo)
O que não é de estranhar. Por acaso muitas das pessoas quando têm medo geralmente sentem uma pressão ou sensação nos rins.
Dito isto a saúde mental também pode estar a nível espiritual.
Pela minha experiência, é que claro que as terapias à base de medicamentos psicadélicos são o caminho para o tratamento de problemas de saúde mental, muitas vezes é o que me faz fugir à depressão.
Em vez de passarem drogas as pessoas que sofrem de depressão, receitem canábis (nas muitas e diferentes formas de consumo). O número de pessoas com problemas ia decrescer bastante.
Mas em Portugal (e na maioria dos países) canábis ainda é visto como a porta de entrada para heroína ou drogas duras.
Faz mais mal uma garrafa de vinho (para não falar de outras bebidas) do que uma sessão controlada de canábis para aliviar dores, acalmar e relaxar.
Não e a toa que em cada célula do nosso organismo tem o sistema endocanabinóide, mais, produz as mesmas substâncias activas presentes na canabis, THC, CBD, CBA e mais de 900 canabinoides que ainda estão para estudar.
Uma planta que acompanha o homem desde sempre, capaz de curar e evitar inúmeras doenças, para além de ser capaz de substituir o plástico, exista um preconceito enorme, este criado pelos EUA, e hoje em dia já e legal na maioria dos states.
Sabem que sem o cânhamo, planta indentica a canabis mas sem THC, sem ela, não havia descobrimentos portugueses, cada barco era constituído com dezenas de toneladas de cânhamo.
Resumo da para fazer de tudo com essa fibra de cânhamo, mas o preconceito fala mais alto.
Abraços
Humanos crueis, ja devia ser liberado as drogas como canabis e psicodelicas, etc. Quero liberdade de escolha. As pessoas tem que se divertir. Hoje em dia esta tao pesado e ruim atualmente devido a noticias ruins, futuros ruins, mundo super progressita, que a canabis é mais do que necessaria. É mais do que necessario usar algum tipo de drogas hoje em dia para ser feliz e voltar a normalidade devido a sobrecarga de noticias ruins, gente progressistas que so pensam em evolucao e dinheiro e prgresso, IAs superpoderosas que nos dao medo… As vezes regredir é fundamental, morar em roças, fazendas, criar galinhas, criar gados e porco, patos, plantar milho, etc. Igual antigamente. Ou seja, ter uma vida simples e primitiva nao é nada mal, muito pelo ao contrario, é melhor. Tem paz iguais os animais nas fazendas, melhor que a nossa vida pesada que levamos atualmente. Ou seja, usar drogas hoje em dia virou quase que necessario para ter uma valvula de escape.
“em cada célula do nosso organismo tem o sistema endocanabinóide, mais, produz as mesmas substâncias activas presentes na canabis, THC”
Essa foi muito boa!!! Então as nossas celulas produzem THC!!! LOOOL!!!
Há com cada um…!
Não vejo porque não. Até existe estudos para a introdução de MDMA em sessões terapêuticas que quando ingerido em pequenas doses tendencialmente leva o paciente a ‘escavar’ as memorias mais antigas e reprimidas. Uma sessão de psicólogo com esteroides digamos.
Tudo isto com nem 1/20 de efeitos nefastos para o corpo humano comparado com os típicos antidepressivos que eles passam como rebuçados se tratassem.
Microdosing também parece um estudo bastante interessante a ter em conta, mas para um publico alvo diferente.
Existe um documentário na Netflix sobre esse assunto. Deveras interessante.
Mas lá está, temos que preparar bem as pessoas para a sessão. Isto nada mais é que um estimulador mental. Se estás confortável, confortável vais estar. Se estiveres mal, é uma porta aberta a uma bad trip e/ou mesmo psicose.
Psicadélicas servem para abrir portas e transcender ou atravessar dimensões. Adquirir conhecimentos diferentes daqueles aplicados onde estamos, onde quer que “onde estamos” fique ou o que “onde estamos” seja. Não devia ser tomado assim sem mais nem menos e muito menos fazer disso uma terapia. Completamente loucos, como já não podem lobotomizar à doida há então que arranjar alternativas para na mesma deixar os pacientes viajando sem rumo mas amarrados ou algemados a uma cama. E nem é surpresa a universidade da California e a John Hopkins estarem metidas nisto, tinham que haver psicopatas metidos no assunto. Eventualmente resultará daqui outra terapia genética, o que seja que deixe os pacientes mansos e cumpridores naquilo que esperam deles e sem que reclamem.
Obivamente que não é boa ideia a não ser nos casos extremos em que já não há mais nada a fazer, ou em doses infimas. Por exemplo está provado que a psilocibina em DOSES MINIMAS, que nem dá para sentir nada quase, ajuda sim, nos neurotransmissores, a aliviar dores e nas reações com o hipotalamo.
Aliás, também está provado que consumo de cannabis bem como o consumo de outras drogas como LSD em excesso ou mal utilizado pode levar à esquizofrenia, no minimo.
Drogas psicodelicas, e TODOS tipos de drogas ja deviam ser liberados. É melhor liberar, que ter mercado negro funcionando a todo vapor. Isso ja é direito humano ja, direito de liberdade. Com a liberacao do governo, pode se apoiar, rastrear, mensurar, e intervir/ajudar psicologicamente caso alguem ultrapassar niveis seguros de dosagem e dependencia e danos familiares.