Porque é que os smartphones se tornam num vício?
Todos os anos, várias marcas ao redor do mundo lançam smartphones para o mercado com características e novas funcionalidades que nos convencem a compra-los. Obviamente que algumas têm mais sucesso do que outras mas, no final de contas o smartphone serve para conversação em geral, desfrutar das aplicações que mais gostamos e como câmara fotográfica.
É apenas uma ferramenta. Mas se é uma ferramenta, porque é que estamos sempre agarrados a ele a verificar se temos notificações ou se alguém telefonou? Porque é que temos a necessidades de estar sempre a levantar e olhar para o ecrã?
Já é uma parte de nós próprios...
Tal como a cabeça está presa ao pescoço parece que também o smartphone tem que estar sempre colado à mão. O desenvolvimento da nossa própria consciência ocorre após o nascimento. Por exemplo, um recém-nascido afeiçoa-se primeiro a quem cuida dele e só depois, meses mais tarde, a coisas. Essas coisas são chamadas de extensões de si próprio.
Perder uma extensão de nós próprios, que pode ser dinheiro ou um objeto qualquer que tenha valor sentimental faz-nos sentir uma grande perda. Na infância, os bebés, por exemplo, choram se perdem o seu brinquedo favorito, ou seja, uma parte deles próprios.
Com os smartphones passa-se, de certa forma, a mesma coisa. Não é fora do comum ver alguém aflito ou ansioso se perdeu o smartphone ou triste se o partiu. Sem dúvida, isto reflecte o quanto nós gostamos e dependemos dos nossos smarthphones.
E quanto mais velha é a geração, maiores são os níveis de ansiedade registados. Investigadores da Universidade da Califórnia descobriram que 51% dos indivíduos nascidos entre 1980 e 1990 experimentam níveis moderados de ansiedade quando são afastados dos seus smartphones. Interessante é o facto de estes números descerem para 42% para aqueles nascidos entre 1965 e 1979.
Isto acontece porque o desenvolvimento pessoal destas pessoas, agora mais velhas, aconteceu quando as tecnologias de mão ainda não existiam em massa. Para este grupo, os telemóveis apenas se tornaram parte das suas vidas quando já eram adultos. Neste momento, crianças nascidas depois do ano 2000 têm muito mais dificuldade em afastar-se da tecnologia. Por vezes nem estão a fazer nada com o smartphone, mas o facto de o terem na mão já é um conforto.
Independentemente da geração de que falamos ou da situação do mundo numa certa altura, é necessário haver moderação em tudo o que se faz. E o uso da tecnologia é uma dessas coisas.
Será amor?
Quando seguramos o nosso smartphone somos capazes de relembrar momentos íntimos da nossa vida. Aquele namoro que começou com uma mensagem ou aquela pessoa que ligou ao fim de 10 anos e de quem gostávamos muito. Quando isto acontece, o cérebro liberta dopamina (hormona associada à recompensa e prazer) e oxitocina (hormona do amor) que criam um sentimento de pertença e de afeição.
De certa forma, segurar o smartphone tem o mesmo efeito de quando um pai olha para um filho ou quando dois namorados se olham olhos nos olhos. Todos estes sentimento que vêm à flor da pele são bons e temos a necessidade de os procurar com frequência.
No entanto, essa procura não precisa de ser feita através do ecrã. Olhando em frente e não para baixo encontramos locais onde também podemos estabelecer conexões profundas com os outros.
Uma versão melhor de nós próprios...
O antropologia Michael Taussing afirma que está na natureza do Homem copiar, imitar e explorar as diferenças à medida que tentamos tornar-nos pessoas melhores.
Os nossos smartphones ajudam-nos a fazer isso. Tiramos fotografias, manipulamos imagens, tratamos das nossas selfies e estabelecemos contacto com outros. Enviando mensagens para a frente e para trás conseguimos conversar com pessoas que nos fazem crescer. E através da procura de informação adquirimos mais conhecimento.
Tal como os nossos antepassados desenhavam nas grutas e contavam histórias à volta das fogueiras nós, ao que parece, estamos destinados a partilhar momentos e vivencias com o smartphone na mão.
Conclusão
Cada vez mais a tecnologia desempenha um papel vital nas nossas vidas e na sociedade em que vivemos. Dependemos dela, sim. E, por isso, é fácil que os nossos smartphones se tornem num vício. É através deles que muitas vezes tomamos grande parte das decisões nas nossas vidas e não podemos evitar que se forme uma conexão.
A tecnologia não é boa nem má, mas também não é neutra.
Melvin Kranzberg
Leia também:
Este artigo tem mais de um ano
na Secção Será Amor? onde diz “Todos estes sentimento”.
não parece fazer muito sentido pois não.. Todos estes sentimento. 1 erro minimo nada de mais ;D
confesso já era adulto quando começaram a surgir os primeiros telemoveis, e mais tarde com a evolução PDA telefone e os actuais smartphones, mas não tenho o vicio de estar constantemente a olhar para o mesmo, é uma ferramenta que me permite estar ligada ao mundo, mas só me sirvo dela para falar, mandar sms, e interagir com outros pelas redes sociais ou jogar um pouco para distrair, mas não é algo que seja essencial, pois consigo passar bem sem ele, tanto que anda quase sempre no bolso, e em casa fica pousado, não estou como muitos grudados que não vem nada nem ninguém, e se acontece alguma coisa, parece logo que o mundo vai acabar…
Não me consigo identificar com este artigo.
Cresci numa geração que assistiu a uma evolução tecnológica brutal, desde os dias em que saia de casa com um relógio e me era apenas pedido para voltar antes das X horas até aos dias em que passava tarde inteiras a jogar online.
Ainda hoje gosto de videojogos. Uso facebook/whatsapp para combinar jantares, futeboladas etc com os amigos. Posso cuscar o facebook, ver o tempo ou consultar o google acerca de uma dúvida que me “acabou” de surgir, as vantagens de ter um smartphone com dados móveis à mão são enormes. Mas vício? Definitivamente, não.
No instagram, que não uso, assisto constantemente a um fenómeno ridículo que é amigas comentarem coisas do tipo “a minha foto x ou y já tem 67 gostos”. É aqui que a minha cabeça dá o nó. Não sei se são viciadas, mas têm claramente um problema.
Se por ventura o instagram colocasse like aleatórios de contas falsas nas fotografias destas pessoas tenho a certeza que elas iriam ficar mais felizes e é aqui que eu não entendo como uma coisa que não tem ligação directa absolutamente nenhuma comigo me pode influenciar o estado de espírito.
Who cares. Mas Facebook e outras perdas de tempo similares??? Quem usa que se desintoxique disso que faz bem.
Que comentário mais absurdo.
Todos os consumidores de vinho são alcoólicos? Ou os jogadores de euromilhões/raspadinhas viciados no jogo?
Absurd? Concordo adoro um bom vinho e não sou alcoólico. Mas viciados/as em redes sociais e jogos. Vejo muitos a minha volta. Boa semana a todos.
A questão é que um smartphone não se limita a um telefone portátil.
O seu hardware e software permitem-lhe também ser:
PC PORTÁTIL
CÂMARA FOTOGRÁFICA ( até os há com objectivas Leica e Karl Zeiss )
CÂMARA DE VÍDEO
GRAVADOR DE SOM
SCANNER
RÁDIO
TV
DESPERTADOR / TIMER
PLAYER AUDIO/VÍDEO
GPS E MAPEAMENTO
BÚSSOLA
RELÓGIO
CALENDÁRIO
AGENDA / ORGANIZER
BLOCO DE NOTAS
LANTERNA
CALCULADORA CIENTÍFICA
INTERNET BROWSER
MESSENGER e MAIL
LEITOR DE e-BOOKS
TRADUTOR
MÁQUINA DE JOGO
EMULADOR DAS MAIS VARIADAS CONSOLAS
IDE
EDITOR DE IMAGENS / VÍDEO / SOM
PROCESSADOR DE TEXTO
BASE DE DADOS
FOLHA DE CÁLCULO
APRESENTADOR GRÁFICO
LEITOR DE CÓDIGOS QR
DICIONÁRIOS DE TODO O TIPO
TRADUTOR
MEDIA CENTER ( p.e KODI )
RÉGUA PARA MEDIÇÃO DE COMPRIMENTOS
METEOROLOGIA
MEDIDOR DA TEMPERATURA AMBIENTE
MEDIDOR DAS PULSAÇÕES CARDÍACAS E FITNESS
COMUNICADOR WIFI
COMUNICADOR BLUTOOTH
COMUNICADOR NFC
COMUNICADOR COM IMPRESSORA
Com uma flip-cover adequada ainda pode dar um óptimo PORTA-CARTÕES E BOLSA DE DINHEIRO.
E desculpem este momentâneo lapso de memória, uma inconveniente branca ao ter esquecido outras tantas funcionalidades.
Agora pensem na carga que seria o transporte físico de todas estas coisas em separado ou singelo.
Neste caso talvez fosse necessário uma van ou uma bem aparelhada junta de bois ( um burro não era suficiente, desfalecia pelo caminho com todo este peso sobre o lombo, coitado !). Nem um avião, por excesso de bagagem !
“Uma van” ?? “Uma van” ?? Mas que diabo,porque não diz somente “carrinha” ?? Isso é triste,dizer esses estrangeirismos,ainda por cima tendo uma língua tão bonita como a portuguesa.Tenha mais prudência,meu caro. 🙂
Caro Hefesto, o Grande, a razão está consigo. Obrigado.
*carrinha ( em vez de van )
PS: Porque razão a língua portuguesa terá adoptado o diminutivo e o género feminino para significar um carro mais comprido, pesado e com bagageira generosa ?
“Porque é que os smartphones se tornam num vício?”—»Posso até ter vícios mas este não é,de maneira alguma,um que eu tenha.até porque nem smartphone uso !! 😀 😀 😀
Vicio….posso ter vários. Por e simplesmente este não tenho, por uma razão muito simples:
Não sinto necessidade em ter um equipamento destes…..
É uma questão de prioridades pura e simplesmente!!
Estou como o senhor.Tenho smartphone só que contudo raramente o usei e já o tenho encostado sem o ligar há mais de 1 mês.Quase nunca o usei.É um Huawei Ascend Y320.Agora telemóvel sim,uso e abuso.Tenho um Nokia 1800,que me chega para TUDO !! 🙂