Oceanos continuam a absorver quantidades sem precedentes de calor: níveis recorde em 2024
Com um papel fundamental na formação da vida na Terra e na tendência do clima, o aquecimento dos oceanos está a preocupar os cientistas, uma vez que o volume de calor atingiu níveis recorde, em 2024.
O oceano desempenha um papel fundamental no sistema climático da Terra, atuando como o seu principal reservatório de calor. Absorve quase todo o excesso de calor gerado pelo aquecimento global, ajudando a regular os padrões climáticos globais.
Esta regulação ocorre, quando o oceano transfere calor e humidade para a atmosfera, influenciando tudo, desde a precipitação à intensidade das tempestades.
Segundo John Abraham, da Universidade de St. Thomas, "para saber o que está a acontecer ao clima, a resposta está no oceano". De facto, o oceano, que ocupa 70% da superfície da Terra, desempenha um papel central na compreensão das alterações climáticas.
Respostas sobre o clima residem nos oceanos
Um novo estudo, liderado por Lijing Cheng, professor do Instituto de Física Atmosférica da Academia Chinesa de Ciências, chama a atenção para um problema: o oceano está a atingir temperaturas elevadas sem precedentes.
A investigação de três equipas internacionais, de 54 cientistas de sete países, confirmou que o volume de calor nos oceanos (em inglês, OHC) atingiu níveis recorde, em 2024.
Os dados mostram que as camadas superiores do oceano continuam a absorver quantidades sem precedentes de calor.
Só de 2023 a 2024, o volume de calor dos oceanos aumentou 16 zettajoules (ZJ). Ou seja, cerca de 140 vezes o total de eletricidade gerada por todo o mundo em 2023.
O aquecimento atual dos oceanos é um problema, pois tem consequências profundas para o clima, os ecossistemas e a vida humana.
As variações regionais do aquecimento destacam áreas como o Atlântico, o Mediterrâneo e o Oceano Austral de latitude média, onde as temperaturas estão a aumentar rapidamente.
As regiões polares estão, também, a absorver calor significativo, agravando o degelo e a subida global do nível do mar.
Os oceanos mais quentes amplificam os fenómenos meteorológicos extremos através do aumento do vapor de água atmosférico, um poderoso gás com efeito de estufa.
Este fenómeno intensifica as tempestades, as secas, os incêndios florestais e as inundações, num ciclo vicioso de extremos climáticos, incluindo furacões, tufões e ondas de calor recorde.
A principal forma de o oceano continuar a influenciar o clima é através do aumento do vapor de água na atmosfera.
Explicou o Kevin Trenberth, do Centro Nacional de Investigação Atmosférica.
Durante o ano passado, 104 países sentiram as temperaturas mais altas de que há registo, demonstrando o impacto crescente do aquecimento global.
Este aumento do calor provocou fenómenos meteorológicos catastróficos em todo o mundo, conforme os telejornais foram fazendo chegar: ondas de calor, secas, inundações e incêndios florestais causaram devastação, infligindo danos generalizados a comunidades, economias e ecossistemas.
O oceano é a nossa sentinela do aquecimento do planeta, atuando como o principal recipiente do calor excedente.
Elucidou Karina von Schuckmann, da Mercator Ocean International.
As conclusões do estudo servem como um lembrete para a necessidade de abordar o aquecimento dos oceanos, no sentido de salvaguardar o clima da Terra e o futuro da humanidade.
Afinal, se não forem tomadas medidas imediatas para combater as alterações climáticas, as consequências agravar-se-ão - mesmo que a sensação térmica, em algumas partes do mundo, não corroborem a urgência.
Deixem de destruir floresta em favor de florestas de vidro que é capaz de atenuar o problema.
Diria pelo contrário, quanto mais florestas de vidro houver menos poluição há na criação de electricidade, querem poupar as florestas poupem nos recibos mais de 1 milhão de árvores por ano são destruídas só para fazer papel para recibos