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Nave árabe foi a primeira a aproximar-se de Marte num voo histórico

Daqui a poucos dias estarão na órbita de Marte três naves que partiram da Terra há cerca de 7 meses. A sonda da China está quase lá, já conseguiu fotografar o planeta, a Perseverance da NASA chega no próximo dia 18 de fevereiro e a nave dos Emirados Árabes Unidos foi a primeira a entrar na em órbita marciana.

Esta é a maior expedição terráquea alguma vez lançada a um planeta. Assim, das 3, só a árabe ficará pelo espaço, enquanto a missão dos EUA e China irão colocar um ou mais veículos no solo do planeta.


Terra na conquista de Marte

Uma nave dos Emirados Árabes Unidos foi colocada em órbita de Marte na primeira missão interplanetária do mundo árabe nesta terça-feira. Assim, torna-se na primeira das 3 missões com exploradores robóticos a chegar ao planeta vermelho. Estas missões partiram da Terra no ano passado e todas deverão atingir as suas metas na próxima semana e meia.

O orbitador, chamado Amal, que significa esperança em árabe, viajou 483 milhões de quilómetros em quase sete meses para chegar a Marte com o objetivo de mapear a sua atmosfera ao longo de cada estação.

Também o orbitador e módulo de pouso da China já está perto. A nave chinesa tem prevista a sua chegada amanhã. Contudo, a missão chinesa só em maio irá enviar o seu rover ao solo marciano, com a intenção de procurar sinais de vida antiga.

O mais avançado rover produzido pelos Estados Unidos, a Perseverance, vai juntar-se aos outros na próxima semana, visando um pouso no dia 18 de fevereiro. Será a primeira etapa de um projeto de uma década entre os EUA e Europa para trazer as rochas de Marte de volta à Terra. Este material é ansiado cá para ser examinado na procura de provas de que o planeta já abrigou vida microscópica.

 

Momentos históricos vividos com muita angústia

Cerca de 60% de todas as missões a Marte acabaram por falhar, cair, arder ou ficar aquém das expectativas. Estes números são uma forte evidência do complexo e difícil desafio destas missões interplanetárias. Os próximos dias para a NASA serão de uma pressão enorme. Isto porque o projeto que custou cerca de 3 mil milhões de dólares irá enfrentar momentos infernais na descida da Perseverance através da fina atmosfera de Marte. Este site irá mostrar tudo em tempo real.

Conforme foi referido, depois da NASA será a vez da missão chinesa, em maio, enfrentar todas estas dificuldades. Se o conseguir, a China tornar-se-á apenas o segundo país a aterrar com sucesso em Marte. Os EUA já o fizeram oito vezes, as primeiras há quase 45 anos. Um rover e um lander da NASA ainda trabalham na superfície.

Para os EAU foi o primeiro empreendimento do país para além da órbita da Terra, tornando o voo uma questão de imenso orgulho nacional. Aliás, durante dias, marcos históricos, incluindo Burj Khalifa, a torre mais alta da Terra, brilharam de vermelho para marcar a chegada antecipada de Amal. Este ano é o 50.º aniversário da fundação do país, dando ainda mais atenção à Amal.

 

Estação árabe irá vigiar a meteorologia de Marte

A estação meteorológica celestial visava uma órbita marciana excecionalmente elevada de 22.000 quilómetros por 44.000 quilómetros. Estava programada para se juntar a seis naves espaciais já a operar à volta de Marte: três norte-americanas, duas europeias e uma indiana.

Esperava-se que Amal realizasse uma série intrincada de movimento. Seriam de alto risco as manobras e disparos de motores para manobrar em órbita e alcançar o que tantas vezes já escapou.

Qualquer coisa que corra mal e perdes a nave espacial.

Disse Sarah al-Amiri, ministra de estado da tecnologia avançada e presidente da agência espacial dos EAU.

As expectativas são altas nesta missão. O sucesso será um tremendo impulso para as ambições espaciais dos EAU. O primeiro astronauta do país entrou no espaço em 2019, quando apanhou boleia para a Estação Espacial Internacional com os russos. Isso foi 58 anos depois de a União Soviética e os EUA terem lançado os astronautas.

No desenvolvimento desta missão, os árabes optaram por colaborar com parceiros mais experientes em vez de ir sozinhos ou comprar a nave espacial noutro local. Então, os seus engenheiros e cientistas trabalharam com investigadores da Universidade do Colorado, da Universidade da Califórnia em Berkeley e da Universidade Estatal do Arizona.

 

O planeta vermelho ali tão perto

As três naves espaciais a caminho do planeta vermelho levantaram voo com poucos dias de diferença umas das outras. Isto porque era crucial tirar partido do estreito alinhamento da Terra e de Marte. A viagem levou praticamente o mesmo tempo.

Segundo o que foi publicado pela agência espacial, o Amal, que tem o tamanho de um carro, custou 200 milhões de dólares para construir e lançar. Fora destes valores estão os custos operacionais em Marte. As expedições chinesas e americanas são consideravelmente mais complicadas – e caras – por causa dos seus rovers.

 

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