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Logística da Estação Espacial Internacional deixa hoje de estar dependente da Rússia

A Estação Espacial Internacional (ISS em inglês: International Space Station) é um laboratório espacial completamente concluído, cuja montagem em órbita começou em 1998 e terminou oficialmente em 8 de julho de 2011. Nesse ano, a Rússia tornou-se um ator central na exploração espacial. Isto deveu-se à dependência crítica da tecnologia russa e da capacidade logística. Moscovo sabia-o e aproveitou-o. Agora tudo vai mudar.

Apesar de a NASA ter deixado de utilizar alguma logística da Rússia, com o aparecimento da SpaceX, foi a guerra na Ucrânia que fez antecipar uma separação entre os países.


Estação Espacial Internacional está menos dependente da Rússia

A 21 de julho de 2011, através da Atlantis, o programa de vaivéns espaciais dos EUA terminou 135 missões tripuladas e 30 anos de lançamentos espaciais. Desde esse dia, nenhuma plataforma americana (nave espacial e foguetão) tem sido utilizada para lançar missões tripuladas. Desde então, nenhuma plataforma americana (nave espacial e foguetão) capaz de lançar missões tripuladas tem estado operacional.

Embora a China também tivesse a tecnologia, o Congresso dos EUA impede a NASA de trabalhar com o gigante asiático, pelo que a Rússia tornou-se o aliado chave na manutenção de coisas tão importantes como a Estação Espacial Internacional. E a Rússia tirou partido disso.

Conforme foi notícia há uns anos, a conta que a Soyuz apresentava era cada vez maior. O preço do bilhete espacial passou de 21 milhões de dólares em 2008 para 90 milhões de euros em outubro de 2019. Alguns meses mais tarde, a SpaceX colocou a primeira tripulação no espaço.

Romper com o monopólio

O preço da viagem da Crew Dragon, no valor de 55 milhões de dólares, tornou-a a melhor opção para os programas espaciais ocidentais se tornarem independentes da Roscosmos, a agência espacial russa. No entanto, a pandemia abrandou (e até estagnou) o desenvolvimento de todos estes programas.

O sucesso de há alguns dias, com a primeira missão tripulada privada para a Estação Espacial, a Axiom 1, mostrou que a alternativa existe. Com isso, assistimos hoje ao momento chave da tal independência face aos serviços da Rússia.

No início de abril, em resposta às sanções ocidentais sobre a invasão da Ucrânia, a Rússia anunciou que iria suspender a sua colaboração com a Estação Espacial Internacional. Até então, a possibilidade de independência da Rússia era apenas isso, uma possibilidade. Agora tornou-se numa necessidade. Se o programa SpaceX falhasse, o futuro próximo da ISS estaria em perigo.

Crew 4

Hoje às 6:53 da manhã GMT do Centro Espacial Kennedy, um Falcon 9 levou quatro astronautas até à ISS na cápsula Dragon Freedom. Esta é também uma missão histórica: Jessica Watkins será primeira mulher negra na Estação Espacial Internacional. Os quatro astronautas, vão juntar-se à atual tripulação da ISS. A acoplagem está prevista para amanhã.

Conclusão: este lançamento marca o início de uma das maiores remodelações no espaço próximo: uma vez que deixará a Rússia sem o papel central na exploração espacial que anteriormente desempenhou.

É importante salientar que esta rotura com a Rússia não afeta só o transporte de passageiros, ou o envio de material para a Estação Espacial, vai para além disso. A ESA foi forçada a suspender a sua missão Exomars precisamente porque a colaboração com a Rússia era essencial para o seu sucesso.

A missão, a propósito, deveria ter sido lançada em setembro. Como resultado, a corrida espacial para controlar a órbita próxima da Terra, o estabelecer permanentemente uma base na Lua e até chegar a Marte torna-se mais complicada do que nunca.

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