Identificada a molécula que torna o vírus HIV tão perigoso
Há uma doença que está latente na sociedade e que tem sido combatida com forte empenho em Portugal. Números mais recentes referem que Portugal mantém a tendência decrescente no número anual de novos diagnósticos de infeção por vírus HIV e Sida, registando, em 2016, 1030 novos casos de infeção, conforme anunciou o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA). Mas ainda assim no mundo há cerca de 36,7 milhões de pessoas que vivem com HIV.
Poderá haver uma nova esperança com a descoberta feita por cientistas da Universidade de Nova Gales do Sul, na Austrália, que identificaram uma molécula-chave explorada pelo HIV quando o vírus infecta células humanas. A descoberta pode representar um grande passo na luta contra esta doença mortal.
IP6 e capsíde
Usando um novo tipo de técnica de microscopia, os investigadores isolaram uma pequena molécula chamada Hexafosfato de inositol (IP6). Os estudos levam a depreender que o vírus pode sequestrar essa molécula nas células hospedeiras, usando-a tanto para se proteger do sistema imunológico quanto para libertar a sua carga viral.
O material genético de vírus como o HIV é alojado dentro de um revestimento de proteína protetora chamado cápside, que não apenas ajuda a proteger o vírus dos mecanismos de defesa de um hospedeiro, mas também permite que ele forneça o seu conteúdo viral às células infectadas.
Apesar de décadas de investigação, ainda há muita coisa que não sabemos sobre o funcionamento do HIV nesse sentido, mas com a identificação do potencial papel do IP6 - que o vírus poderá estar a "recrutar" a partir das células do hospedeiro para reforçar o seu cápside - os mistérios estão mais próximos do que nunca de serem resolvidos.
Desde que foi estudado, o cápside do HIV é conhecido por ser altamente instável por si só.
Isto levou a teorias que talvez a sua falta de estabilidade seja de alguma forma importante para a infecção. Com a nossa descoberta do IP6, sabemos agora que durante as infecções a cápside do HIV nunca está 'sozinha'. Está sempre exposta ao IP6, que dramaticamente estabiliza o núcleo do vírus.
Explicou o investigador David Jacques, da UNSW, na Austrália, à ScienceAlert.
Entender como atuam os componentes do vírus HIV
Os cientistas sabem há décadas que a molécula IP6 foi capaz de ajudar a montar componentes virais em viriões (partículas virais completas), mas não ficou claro a importância da molécula no ciclo de vida geral do HIV.
Parte do problema, segundo Jacques, é a instabilidade intrínseca dos cápsideos - que rapidamente colapsam quando são extraídos dos viriões, dificultando o estudo em laboratório.
A nova investigação mostra por que o recipiente do capsíde desmorona muito facilmente.
Agora sabemos que o problema era um ingrediente ausente: o IP6.
Refere Jacques.
Assim como o composto sequestrado permite que o HIV fortaleça o
seu capsíde - estabilizando a estrutura até 20 horas - uma vez que essa cola defensiva é removida num nível molecular, o capsíde rompe-se rapidamente.
Agora que sabemos que o IP6 está sempre presente durante infecções normais, podemos adicionar este composto para estabilizar o capsíde no tubo de ensaio.
Isso abre novos caminhos de investigação focados em perceber como o capsíde funciona, porque agora temos tempo para o estudar.
Explicou o cientista.
As descobertas - possibilitadas por uma nova técnica de microscopia que usa fluorescência para monitorizar os colapsos de capsíde em tempo real - podem medir a estabilidade de milhares de viriões individuais (incluindo os imaturos) para determinar quais os compostos específicos de efeito, como o IP6, que estão a ter sobre eles.
Combate ao HIV
O método da equipa mostrou que o IP6 liga-se a poros no capsíde viral, com o revestimento reforçado permitindo um aumento de mais de 100 vezes no cúmulo de novo ADN viral dentro da estrutura.
Isso não é um impulso insignificante para algo tão mortal quanto o HIV, e agora que sabemos quão eficaz é essa molécula sequestrada para a ação contagiante do vírus, poderemos realmente explorar o IP6: como um novo alvo para futuros tratamentos antivirais.
Uma vez que entendemos os detalhes moleculares destes processos, poderíamos criar estratégias para 'enganar' o vírus a libertar o IP6 prematuramente, ou bloqueá-lo, de modo a que ele não possa controlar mais o momento correto para a remoção do capsíde.
Explicou Böcking.
Pequenos grandes passos, com explicações ainda na esfera científica, podem dizer pouco ao comum dos mortais, mas a cada um destes saltos há uma esperança renovada na cura do HIV.
Este artigo tem mais de um ano
Fantástico
Nada disso, cada assunto no seu galho. Uma coisa é ciência outra coisa é o mercado da tecnologia. Tal como foi mostrado, no artigo referido das preferências dos jogadores, a Apple tem uma influência grande e os métodos usados foram-se adaptando às regras. É uma questão de saber perceber os assuntos, cada um tem a sua relevância. Um fala de ciência e desenvolvimento de novos caminhos para chegar a um fim, o outro fala de como usar as regras do mercado, como as moldar e servir de forma discreta, de forma “gratuita” e mesmo assim ter um enorme sucesso na maior montra do mundo do futebol. Mas é tudo interpretação. 😉
Não, a minha paixão é a tecnologia, logo, é redutor pensares que é só pela Apple, alias, o assunto aqui é outro, repara bem, aqui o assunto é outro e tu trouxeste a Apple ao assunto, eu diria com segurança que quem nutre uma espécie de paixão secreta, encapotada é o caro Str. Isso está claramente visível.
Depois outra questão utópica que algumas pessoas têm é que quem avalia, quem analisa tem opiniões distantes e desapaixonadas, isso é uma farsa e quem te disser isso está a enganar-te (pior é que que podes acreditar). Quem avalia tem de ter a paixão de usar, para conseguir perceber o valor, tem de conhecer e ninguém se dedica ao conhecimento de não tiver paixão, se não tiver um interesse profundo em saber mais. OS que assim não o fazem, os desapaixonados são uns frustrados. Aqui terás sempre qualidade de análise, demonstrações claras de paixão pelo mundo tecnológico, pelo conhecimento, seja de que marca for. Só assim se conhece e se consegue transmitir a realidade dos factos.
Ok Senhor Vitor M.
Portanto… primeiro diz que é paixão pela tecnologia (negando ser parcial)… Mas depois já diz que é impossível ser-se imparcial, que é utópico. Muito bem…
De qualquer das formas, o Str acabou por trazer inevitavelmente a Apple para lhe fazer cair na realidade e dizer-lhe “isto sim é um bom artigo” em contrário ao que sempre apresenta com idolatração dos produtos Apple (algo que é bastante visível por diversos leitores, ao que parece).
A questão do “tendencioso”, o Str referiu-se ao tendencioso nas análises que faz, não nos artigos que apresenta. Ele disse claramente que as suas análises e artigos são tendenciosos, nada tem a ver com o interesse ou relevância do artigo. Está-se a falar do conteúdo. Tente perceber
Fenomenal, são estes pequenos mas muito importantes avanços que mantêm a chama acesa.
A frase seguinte:
“… mas com a identificação do potencial papel do IP6 – que o vírus poderia estar a ser “recrutado” pelas células do hospedeiro para reforçar o seu cápside … ”
está incongruente com o resto artigo.
Pela ideia da notícia, o IP6 é utilizado pelo vírus para estabilizar o seu cápside. O que a frase de cima indica é que o vírus estava a ser recrutado pelas células do seu hospedeiro (células estas que não têm cápside) para reforçar o seu cápside, o que fundamentalmente não está de acordo com a informação que se quer passar.