Está a chover plástico nos Estados Unidos: fibras microscópicas caem do céu
Os avisos não são de agora e não é novidade que o planeta está cada vez mais poluído pelo plástico. Há plástico por todos o lado, é nas águas que bebemos, no sal que ingerimos, nas correntes dos oceanos, nos picos gelados montanhosos, no interior dos glaciares e agora já chovem resíduos de plástico. Literalmente, está a chover plástico nos Estados Unidos.
Embora os cientistas estudem a poluição plástica há mais de uma década, ainda não se sabe os efeitos na saúde.
A água, os alimentos e até o ar está contaminado com microplásticos
A descoberta levanta novas questões sobre a quantidade de resíduos plásticos que permeiam o ar, a água e o solo em praticamente todo o mundo. Conforme podemos ler no The Guardian, o plástico era a coisa mais distante da mente do investigador do US Geological Survey, Gregory Wetherbee. Este ficou surpreso ao detetar fibras plásticas microscópicas multicoloridas de plástico nas amostras de água da chuva recolhidas nas Montanhas.
A descoberta, publicada num estudo recente intitulado "Está a chover plástico", levanta novas questões sobre a quantidade de resíduos plásticos que existem no ar, na água e no solo em praticamente todos os lugares da Terra.
Penso que o resultado mais importante que nós podemos partilhar com o público americano é que há mais plástico lá fora do que o que se encontra à nossa vista. É na chuva, é na neve. Agora faz parte do nosso ambiente.
Referiu Wetherbee.
Plástico pode viajar com o vento ao longo de milhares de quilómetros
As amostras de água da chuva recolhidas em todo o Estado do Colorado e analisadas sob um microscópio, continham um arco-íris de fibras plásticas. Além disso, existiam também grãos e fragmentos. As descobertas chocaram Wetherbee, que estava a recolher as amostras para estudar a poluição por nitrogénio.
Conforme o investigador referiu, os resultados que recolheu são puramente acidentais. Contudo, estes dados são consistentes com outro estudo recente que encontrou microplásticos nos Pirenéus. Assim, tais coincidências sugerem que as partículas de plástico podem viajar no vento por centenas, se não milhares, de quilómetros.
Está a chover plástico nos Estados Unidos
De maneira idêntica, existem estudos que revelaram microplásticos nos pontos mais profundos do oceano. Além desses, também foram detetados microplásticos em lagos e rios do Reino Unido e nas águas subterrâneas dos Estados Unidos.
Um dos principais contribuintes é o lixo, disse Sherri Mason, investigadora de microplásticos e coordenadora de sustentabilidade da Penn State Behrend. Mais de 90% dos resíduos de plástico não são reciclados e, à medida que se degradam lentamente, são decompostos em pedaços cada vez menores.
As fibras plásticas também se partem do nosso vestuário sempre o que o lavamos.
Explicou a investigadora. Na verdade, as partículas de plástico são subprodutos de uma variedade de processos industriais.
Perdemos o controlo, o plástico conquistou o planeta
Segundo as palavras de Mason, é impossível perseguir as pequenas peças até às suas fontes. Isto porque atualmente quase tudo o que é feito de plástico pode estar a lançar partículas na atmosfera.
E então estas partículas são incorporadas em gotículas de água quando chove.
Sintetizou a investigadora.
Posteriormente, a chuva leva esses plásticos para os rios, lagos, baías e oceanos. De seguida, tudo isto é passado para as fontes de água subterrânea, aquelas que também consumimos.
Animais e humanos consomem microplásticos via água e comida, e provavelmente respiramos partículas micro e nanoplásticas no ar. Contudo, os cientistas ainda não conseguiram apurar os efeitos que isso tem na nossa saúde. Os microplásticos também podem atrair e anexar metais pesados como o mercúrio e outros químicos perigosos, além de bactérias tóxicas.
Como estamos todos expostos a centenas de substâncias químicas sintéticas assim que nascemos, é difícil dizer quanto tempo mais viveríamos se não fôssemos expostos.
Este artigo tem mais de um ano
Imagem: 3BLmedia
Fonte: The Guardian
Neste artigo: chuva, estados unidos, plástico, poluição
o que interessa ‘e que a economia do pais cresca..
Correcção: “O que interessa é que haja futebol…”
Os cientistas estudam hà mais de 10 anos e ainda não se sabe os efeitos na saúde??? Não sou cientista e posso ajudar, não faz nada bem à saúde e ao ambiente,… Mas não sou cientista… Por isso… Continuem o estudo e dentro de um milénio já devem ter a certeza sobre os efeitos.
🙂 Foooonix, aqueles marmanjos com anos de estudos, decadas de pratica, ali a empatar há tanto tempo, e tu chegaste aqui e destruiste os gajos. Um verdadeiro génio como o mundo até hoje não tinha visto!
Devias chegar-te à frente com a conclusão do teu bitai– estudo detalhado. O Nobel é teu garantidamente.
Parabens. Disseste o que qualquer criança de 3 anos que engula alguma peça de Lego te pode dizer, e que os cientistas já sabem há decadas. Agora, os promenores? Queres contribuir com alguma coisa? Tens mortes devido à presença das micro particulas? Sintomas de doença? Evidencias?
Não é assim tão simples estudar isto. O que se sabe até agora é que as pessoas estão relativamente saudáveis, ainda que se possa especular que bem à saude não vai fazer. Não consegues determinar qual o real impacto que isto está a ter neste preciso momento, e o que vais ter quando as condições piorarem e a que ritmo.
Mas já existem diversos estudos a dizer que plásticos causam alterações hormonais no homens, aumentando os recetores de estrogénio e alguns tipos de cancro….
Calma rapaz, ainda não percebeste que se eles vierem a dizer que faz mal acabou-se o dinheiro para os estudos.
E medidas realmente práticas para acabar com isto? Acabar com os sacos de plástico e reduzir embalagens é excelente, mas não é suficiente. É preciso descobrir alguma forma/produto de acabar com os plásticos nos equipamentos tecnológicos.
Estou na Polónia e aqui todos usam palhinhas de plástico. Sinceramente nunca entendi a utilidade da palhinha, mas é só mais um exemplo de que o plástico veio para ficar
Estou no Reino Unido e ja ‘e proibido oferecerem palhinhas de plástico em restaurantes tipo mcdonalds. Ou utilizas de papel ou então bebes pelo copo
No entanto estas medidas só resolvem 0,00000001% dos problemas. Daqui há um século talvez conseguiremos eliminar plásticos por completo. Talvez não.