Cientistas mais perto de uma pílula contracetiva masculina
Atualmente, a contraceção masculina baseia-se no uso de preservativos ou na vasectomia. Se o primeiro não é completamente eficaz, o segundo é considerado irreversível e, por isso, não é ideal. Pelo interesse em alternativas de contracetivos masculinos, assegurando que a proteção não está apenas a cargo da mulher, um novo candidato mostrou ser promissor.
Após décadas de pouco progresso na contraceção masculina não hormonal, os cientistas estão, agora, um passo mais perto de uma pílula contracetiva masculina.
De nome YCT-529, o novo medicamento, tomado na forma de comprimido mostrou resultados promissores no primeiro ensaio em humanos, recentemente.
O medicamento bloqueia uma proteína envolvida na produção de espermatozoides, especificamente, interrompendo a ação do ácido retinoico, uma forma de vitamina A que desempenha um papel fundamental no desenvolvimento dos espermatozoides nos testículos.
O medicamento YCT-529 é um comprimido oral não hormonal desenvolvido em colaboração com a Universidade de Columbia, em Nova Iorque, e a YourChoice Therapeutics, uma empresa biofarmacêutica que realiza ensaios clínicos.
Anteriormente, o comprimido já tinha mostrado 99% de eficácia em testes com ratos e macacos machos, nos quais a fertilidade foi recuperada em seis semanas nos ratos e em 10 a 15 semanas nos macacos.
Ao contrário de outros contracetivos masculinos experimentais, o YCT-529 não afeta os níveis hormonais, tornando-se potencialmente mais seguro e atraente para uso a longo prazo.
Pílula contracetiva masculina em fase inicial, mas promissora
No primeiro estudo em humanos, cujos resultados foram publicados na revista Communications Medicine, 16 voluntários saudáveis do sexo masculino receberam doses únicas da pílula em diferentes dosagens: 10, 30, 90 e 180 mg.
Entretanto, foram rigorosamente monitorizados por forma a detetar efeitos colaterais e alterações nos indicadores vitais de saúde, incluindo frequência cardíaca, humor, desejo sexual e níveis hormonais.
Os resultados mostraram que, além de não terem sido relatados efeitos colaterais significativos, o medicamento não afetou os níveis de testosterona ou outras hormonas reprodutivas.
Aliás, o humor e a libido permaneceram inalterados, aliviando as preocupações relativamente aos potenciais efeitos colaterais psicológicos ou sexuais.
Os investigadores testaram, também, o comportamento do medicamento quando tomado com alimentos, não tendo sido detetada qualquer diferença. Isto significa que esta alternativa de pílula contracetiva masculina pode ser tomada fora ou nas refeições.
Após esta primeira fase, projetada para testar a segurança do medicamento, serão conduzidas outras, de modo a analisar a sua real eficácia na redução da contagem de espermatozoides, por forma a prevenir gravidezes.





















