Cientistas conseguiram criar galinhas capazes de resistir à gripe das aves
Um grupo de cientistas revelou ter conseguido criar galinhas resistentes à infeção pela gripe das aves. Mas há um longo caminho a percorrer.
Conforme recorda o Sky News, mais de oito milhões de aves de capoeira morreram ou foram abatidas em resultado de surtos de gripe das aves, no Reino Unido, desde 2021.
Assim, na procura por uma solução, investigadores da Universidade de Edimburgo e do Imperial College London utilizaram uma técnica de nível molecular para cortar e editar o ADN de um gene chamado ANP32A.
Este gene tem uma função biológica em células saudáveis de galinhas. No entanto, quando as células são infetadas com infeção da gripe das aves, o vírus sequestra o gene para fazer mais cópias de si próprio.
Os resultados do estudo mostraram que quando as galinhas com o gene alterado foram expostas a uma dose típica do vírus, nove em cada 10 foram capazes de resistir à infeção. Apesar de uma galinha ter libertado pequenas quantidades do vírus durante um ou dois dias, no geral, as aves mantiveram-se saudáveis e continuaram a pôr ovos durante os dois anos do estudo.
Esta foi uma prova conceptual de que podemos avançar no sentido de tornar as galinhas resistentes ao vírus, mas ainda não chegámos lá.
Esclareceu Wendy Barclay, professora e uma das principais autoras do estudo.
Apesar de as conclusões serem promissoras, os cientistas alertam que é necessário mais trabalho para eliminar qualquer hipótese de a técnica poder levar à mutação do vírus e, potencialmente, resultar em infeções humanas.
Há caminho a percorrer no sentido de livrar as galinhas da gripe das aves
Quando a dose de vírus foi aumentada mil vezes - um nível muito mais elevado do que o que seria encontrado naturalmente - cerca de metade das galinhas tiveram infeções inovadoras. Ou seja, a edição genética conseguiu restringir, mas não bloquear completamente.
Além disso, os cientistas também identificaram mutações, à medida que o vírus tentava evoluir e retomar o controlo do gene ANP32A.
Outros testes mostraram que o vírus mutante tinha alguma capacidade de usar uma versão do gene ANP32A encontrada nas células humanas. No entanto, essa não era suficiente para causar uma infeção.
O que não queremos fazer é tornar o vírus mais arriscado do que já é. O facto de estarmos a dar um passo no sentido de tornar o vírus mais capaz de infetar outras espécies não é algo que queiramos fazer de todo.
Disse Barclay, recordando que ainda há muito para fazer.
Ups, já estão a preparar a segunda ronda.