China quer um sistema de gestão do tráfego espacial, prevendo 100.000 satélites em órbita
Com a premissa de que é necessário manter o espaço "sustentável", o organismo espacial da China está a planear um sistema de gestão do tráfego. Afinal, as projeções mostram que o número de satélites na órbita baixa da Terra poderá atingir os 100.000.
Além dos satélites a serem planeados e lançados por outros países e empresas, os dados da indústria mostram que a China tem 58 fábricas de satélites em funcionamento, em construção ou em fase de planeamento.
Com base em estimativas de capacidade publicamente disponíveis, prevê-se que a produção de satélites no país ultrapasse as 5000 unidades anuais até ao final do ano.
Os principais projetos chineses incluem:
- O G60 Starlink da Spacecom Satellite Technology, sediada em Xangai, uma rede de comunicações que acabará por ter cerca de 15.000 satélites, 648 dos quais deverão estar em órbita até ao final do ano.
- A constelação de satélites Guowang do China Satellite Network Group, com um plano de 12.992 satélites;
- O objetivo da LandSpace de lançar 10.000 satélites em nome do seu projeto Honghu-3.
Segundo Meng Lingjie, diretor do centro de observação da Terra e de dados da Administração Espacial Nacional da China (em inglês, CNSA), ao portal de notícias Jiemian, na semana passada, "os nossos cálculos mostram que a órbita terrestre baixa poderá ficar sobrelotada com cerca de 100.000 satélites".
Para manter o espaço sustentável, a CNSA está a trabalhar num sistema de gestão de tráfego para organizar melhor a colocação e as operações dos satélites. Sem ele, a sobreposição de projetos e a concorrência repetitiva poderiam prejudicar seriamente o desenvolvimento da indústria.
Disse Meng Lingjie, acrescentando que o Governo da China irá apoiar fortemente o setor espacial comercial, que está a desenvolver várias constelações de satélites de grande escala.
Na perspetiva da China, segundo o South China Morning Post, o crescimento vertiginoso dos lançamentos de satélites exige, urgentemente, uma gestão e coordenação mais fortes.
China não quer sobrecarregar o espaço
Na semana passada, a CNSA anunciou que iria criar uma Aliança para a Inovação no Espaço Comercial, trabalhando com organizações industriais e empresas para enfrentar desafios como a utilização de recursos, as normas regulamentares e a fraca coordenação no setor espacial comercial.
Em primeiro lugar, precisamos de transferir e aplicar a rica experiência acumulada pelas empresas nacionais [estatais] ao longo de décadas - especialmente em tecnologia de foguetões e satélites - para o setor comercial, adaptando-a às necessidades aceleradas dos voos espaciais comerciais.
Em segundo lugar, temos de satisfazer as exigências de lançamentos rápidos e flexíveis, permitindo a criação de redes e operações em grande escala.
Enumerou Meng Lingjie, explicando que "quando os satélites estiverem em órbita, temos de evitar colisões, garantir serviços coordenados entre satélites e manter uma colaboração segura com [dispositivos] operados por fornecedores internacionais".
De forma simples, o objetivo passa por garantir que a indústria espacial comercial se desenvolve rapidamente e em segurança.
Para isso, os organismos espaciais nacionais ajudarão a orientar as empresas comerciais, com o CNSA "a trabalhar para abrir o acesso às principais instalações de teste nacionais que anteriormente estavam restritas a projetos governamentais".
Mais do que isso, o Governo da China está "a explorar a criação de ambientes públicos de 'sandbox' para cenários espaciais comerciais de alto risco, onde as equipas nacionais conduziriam os testes e converteriam rapidamente os resultados em recursos a utilizar pelas empresas comerciais".
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