Para coroar os 10 anos do iPhone no mercado, a Apple, após milhões de unidades colocadas nas mãos dos utilizadores, decidiu dar o salto no conceito. No dia 22 de setembro foi lançado o iPhone X que mudou as regras do jogo. Segundo a crítica, as vendas e a nossa análise, este é um dos melhores dispositivos que alguma vez apareceu no mercado.
Deste modo, aqui fica a análise do Pplware ao iPhone X de acordo com rigorosos testes de utilização convencional.
Entusiasmo X
É verdade que os rumores foram muitos e no dia da apresentação havia um pouco por todo o mundo um certo entusiasmo à moda antiga, uma ansiedade para perceber o que a Apple afinal ia mostrar.
A marca prometia um aniversário cheio de surpresas; começando no muito aguardado Apple Park, que custou a módica quantia de 5 mil milhões de dólares, até ao Steve Jobs Theater, um anfiteatro que representa um tributo ao icónico e eterno CEO da Apple. Deste modo, a partir deste ano, todos os eventos onde a empresa de Cupertino apresenta ao mundo a sua tecnologia, terão lugar neste magnífico anfiteatro.
iPhone X – Um marco no mundo da tecnologia
O iPhone X representou um enorme salto relativamente ao que a Apple nos tinha vindo a apresentar nos últimos anos. Sem dúvida, um salto muito importante e que já fazia imensa falta. Segundo reconhecidos especialistas na área tecnológica, o iPhone X deverá ser considerado o segundo iPhone com mais impacto na história do smartphones, logo atrás do iPhone original lançado em 2007.
Um pouco por todo o Mundo, o novo iPhone da Apple foi considerado o smartphone que apresentava o processador mais poderoso do mercado, o melhor ecrã e a melhor câmara. E os testes de benchmark mostram isso mesmo.
Mas não é só. Há também quem refira que a tecnologia de carregamento sem fios (wireless) também está a ser melhorada com as novas versões de software que estão a sair. Deste modo, se o trabalho da Apple continuar a este ritmo, rapidamente esta tecnologia deverá tornar-se numa das mais rápidas do mercado.
Características Gerais
O iPhone X marca uma enorme evolução no conceito e design do mais conhecido e amado dispositivo da Apple, o iPhone. O novo smartphone da marca da maçã está mais elegante e traz uma bateria maior (que tira partido de uma nova arquitetura de montagem).
Para além disso, incluí um excelente ecrã OLED (fabricado à medida pela Samsung), ao qual a Apple chamou de Super Retina HD. Este é o maior e mais avançado de sempre a ser colocado num iPhone. São 5,8 polegadas de ecrã com excelente qualidade que cobre praticamente toda a superfície da frente do smartphone, à exceção da tão badalada “monocelha” ou notch (uma área dedicada à colocação de vários sensores e câmara frontal).
O seu processador, o poderoso A11 Bionic, foi talhado para as mais exigentes tarefas, como a realidade aumentada e até a renderização de vídeo. O iPhone possui 3GB de memória RAM e em termos de armazenamento está disponível em duas versões: 64 GB e 256 GB.
O modelo que temos para análise é o de 64 GB. Estas especificações combinadas com a eficiência e performance do iOS 11 ajudam a gerir o novo modo de utilização do dispositivo sem botão Home .
Assim, os gestos passaram a ser a maior riqueza do sistema operativo que corre no iPhone, o iOS 11. Para este iPhone, a Apple desenvolveu uma versão própria e independente do iOS 11 que tira proveito das áreas envolventes da “notch”. Estas áreas são agora utilizadas para invocar as Notificações e o Centro de Controlo.
Em termos de fotografia e vídeo, o iPhone X mostra-se um equpimameto extremamente capaz. Apesar de ter câmaras idênticas ao iPhone 8 Plus está mais refinado, sendo capaz de apresentar imagens com ainda mais qualidade. O novo iPhone apresenta uma câmara principal com grande angular e teleobjetiva de 12 MP. A grande angular tem uma abertura de ƒ/1,8 ao passo que a teleobjetiva tem uma abertura de ƒ/2,4.
Por outro lado, na parte da frente do smartphone, a Apple colocou o sistema TrueDepth, do qual o Face ID tira partido, e uma câmara frontal para selfies e gravação de vídeo, que permite alterar a luminosidade e adicionar diferentes filtros.
Finalmente, no que toca à conectividade, o iPhone X é um equipamento muito bem preparado. Conta com Wi-Fi 802.11 a/b/g/n/ac, dual-band, hotspot, Bluetooth 5.0 e uma porta Lightening que permite transferência de dados e carregar o smartphone. Além disso, o novo iPhone da Apple suporta carregamento rápido e carregamento sem fios (wireless).
Especificações do iPhone X
Ecrã
- 5,8″ OLED Super Retina HD
- 2436 x 1125 pixéis (402ppi)
Processador
- Processador A11 Bionic com arquitetura de 64 bits
- Coprocessador de movimento M11 integrado
- Sistema neural
- Apple GPU (three-core graphics)
- NPU
Memória
- 3 GB RAM
- 64/256 GB armazenamento
Sistema operativo
- iOS 11
Dimensões
- Tamanho: 143,6 x 70,9 x 7,7 mm
- Peso: 174 g
Câmara
- Frontal: 7 MP (f/2.2, 32mm)
- Traseira: 12 MP (f/1.8, 28mm) + 12 MP (f/2.4, 52mm)
- Flash com LED duplo tom
- Zoom ótico 2x
- Gravação de vídeo 4K
- Estabilização ótica de imagem
Conectividade
- GSM / HSPA / LTE
- Wi-Fi: 802.11 a/b/g/n/ac, dual-band, hotspot
- Bluetooth 5.0 com A2DP, LE
- Porta Lightning
Cores
- Cinzento sideral e Prateado
Na caixa – o unboxing
- iPhone X
- EarPods com conetor Lightning
- Cabo Lightning para USB
- Adaptador de corrente USB
- Adaptador Lightning para entrada de auscultadores de 3,5 mm
Mais pormenores no vídeo de unboxing:
Hardware e Design
O iPhone X, ao contrário dos últimos lançamentos onde se incluem os iPhones 8 e 8 Plus, apresentados na mesma altura, desprende-se do passado e representa o início de uma nova etapa no design e hardware dos smartphones da Apple. Não passa apenas pela utilização de vidro e aço… não. Isso já existe noutros equipamentos. Aquilo que realmente distingue o novo iPhone de tudo o resto que existe no mercado é o seu fantástico ecrã e todo o conjunto em termos estruturais.
No fundo trata-se de uma mistura de antigo e novo. As novas características são óbvias: este é um smartphone com bisel muito pequeno, um vidro à sua volta e nenhum botão Home.
Quem possuir um iPhone X tem a oportunidade de utilizar um excelente equipamento que cabe e assenta na palma da mão de uma forma agradável. Sentem-se os materiais robustos, materiais que não são baratos e, para quem usou desde o início um iPhone, reconhece o familiar formato arredondado na mão – na verdade, é um agradável regresso aos dias do iPhone 3G, sentindo-se muito semelhante quando agarrado. Isto significa que a cor do aro não é pintado… a cor está dentro do próprio metal, dando a sensação premium bem ao estilo Apple.
O modelo que temos utilizado desde o primeiro dia que chegou ao mercado, a versão em prata, oferece um aro em aço inoxidável polido, enquanto que a opção preta tem uma coloração escura, conseguida, segundo a Apple, através de um processo chamado deposição de vapor.
Contudo, é necessário ter cuidado. Depois deste mês e pouco de utilização, são já percetíveis alguns micro riscos no aro. Como sempre, nos equipamentos que usamos para análise não colocamos capas nem proteções. Usamo-los tal como vieram ao mundo. E, na verdade é assim que se “saboreia” a utilização de um iPhone. Claro, há “riscos” associados a este tipo de utilização. Por isso se quer ter um iPhone imaculado durante muito tempo, compre uma boa capa (cuidado com as capas que acumulam micro areias… depois o dano é ainda maior).
Em termos de hardware, o peso deste novo iPhone X é bastante perceptível. É verdade que pesa menos do que o iPhone 8 Plus (174g em comparação com 202g), mas o iPhone X parece mais pesado.
Pode mergulhar com ele, pois tem certificação IP67, o que significa que é à prova de poeira e protegido contra imersão temporária em água de até 1 metro por 30 minutos. De facto, já existem muitos testes na web em que se submeteu o iPhone X a condições extremas e ele sobreviveu. Mas, se está a pensar fazer mergulho ou caça desportiva, não passe de um metro e deixe-o respirar de 30 em 30 minutos.
Como o desaparecimento do botão Home, a Apple redesenhou e, arrisco-me a dizer, reinventou certas ações com base nos botões existentes na estrutura lateral do equipamento. Assim, temos um botão ligar/desligar maior e mais elegante. Botão este que, para além de permitir ligar e desligar o equipamento, permite agora confirmar compras, invocar a Siri e, em combinação com vários toques e com os botões de volume, executar capturas de ecrã, entre outras operações técnicas (soft reset, modo DFU, etc.).
Tal como foi feito no iPhone 8 e no iPhone 8 Plus, a colocação de vidro na parte de trás permitiu que a empresa de Cupertino fosse capaz de introduzir também neste modelo a tecnologia wireless charging ou carregamento sem fios. Tecnologia que era há muito solicitada pelos utilizadores de produtos Apple.
E o som?
Está muito melhor que qualquer outro iPhone e, dito por muitos, é um dos melhores do mercado. De facto, a Apple colocou altifalantes stereo em baixo e em cima que permitem não só um volume maior, mas também refinar a qualidade sonora em relação ao que antes a empresa havia disponibilizado.
Fizemos um teste rápido. Num ambiente totalmente silencioso e colocamos o tema Moose Blood – Talk In Your Sleep a ser reproduzido através da aplicação oficial da Apple para streaming de música (Apple Music) no iPhone 8 Plus e no iPhone X. O iPhone 8 Plus conseguiu reproduzir a música no seu pico sonoro a cerca de 83DB e o iPhone X a 89DB.
Vale o que vale e não é nada determinante. É apenas é um exemplo convencional e casual do que a Apple trouxe de novo para este campo. Para audiófilos e puristas do som, este não será o teste ideal, mas também não tinha intenções de ir a esse pormenor.
Definitivamente o jack 3,5mm está arredado dos iPhones. Deste modo, cada vez mais a Apple aposta nos auscultadores sem fios, recorrendo à tecnologia Bluetooth 5.0 que permite um emparelhamento e qualidade de altíssimo recorte técnico. Isto testado com os AirPods da Apple.
O que distingue o iPhone X
O iPhone X marca um virar de página no aspeto e no tipo de funcionalidades que a Apple tem vindo a apostar desde o aparecimento do iPhone 4, isto é, desde 2010. Assim, o seu aparecimento nesta altura, para marcar o décimo aniversário do lançamento do smartphone da Apple, traz muitas novidades. Muitas delas são inovadoras dentro dos produtos Apple e outras são inovadoras em todo o mercado dos smartphones.
O Face ID…
Uma das características que está já a marcar este segmento é a aposta no Face ID. A Apple tem feito um excelente trabalho na área da segurança; desde a aposta na encriptação nativa dos dados dos utilizadores no iPhone, até à forma como o acesso à máquina é feito.
Devemos lembrar que, no passado, até ao iPhone 5s, o único sistema de segurança que a Apple colocava ao dispor dos seus utilizadores era o código de 4 dígitos que barrava o acesso a pessoas não autorizadas. Com a chegada do iPhone 5s, o Touch ID foi revolucionário na forma simplista e segura com que permitia o acesso ao iPhone e acabou por contagiar o mercado.
Pela primeira vez era colocado um sensor biométrico num smartphone que funcionava, tinha uma forma segura de guardar os dados e que todo o mercado queria utilizar.
Com o passar do tempo a Apple quis mudar de estratégia e apostar numa outra tecnologia que prometia, mais uma vez, revolucionar o mercado. Foi o que fez com a aquisição de duas empresas israelitas especialistas em cibersegurança, machine learning (aprendizagem automática) e reconhecimento facial: a RealFace, no início deste ano, e a PrimeSense já no passado ano de 2013.
Como funciona o Face ID
Para sustentar toda esta tecnologia, a Apple desenvolveu o processador A11 Bionic. É, de facto, o processador de smartphone mais potente e inteligente de sempre, com uma rede neuronal capaz de executar 600 mil milhões de operações por segundo.
O Face ID apenas funciona se detetar que o utilizador está, de facto, a olhar para o dispositivo. Depois dessa verificação, são projetados mais de 30 mil pontos invisíveis para a cara do utilizador de forma a criar um pormenorizado mapa de profundidade do seu rosto.
A informação recolhida pela câmara TrueDepth é depois enviada para a Secure Enclave de modo a garantir máxima segurança dos dados dos utilizadores. Este é um co-processador que a Apple colocou no iPhone X para fazer o processamento e análise dos dados recolhidos pelo Face ID. Todas as operações são efetuadas no dispositivo e nunca nenhuma informação é enviada para a Cloud.
Face ID vs Touch ID
Após a apresentação do novo iPhone X ao mundo, muitos comentários foram ouvidos e grande foi a discussão em redor do sistema de autenticação desenvolvido pela Apple: o Face ID. Quem usa um iPhone ou outro dispositivo Apple sabe o quão conveniente é ter o Touch ID. Serve para autenticar, revelar informação em algumas aplicações e até fazer compras na App Store.
Sim, o Touch ID é muito bom, mas o Face ID é ainda melhor. Espere até ter oportunidade de o usar.
O processo de configuração do Face ID é tão simples e intuitivo como o do Touch ID. Mas consegue ser ainda mais rápido. Basta simplesmente rodar a cabeça duas vezes em frente à câmara TrueDepth e já está. A partir desse momento, simplesmente funciona.
No que toca ao seu funcionamento, os resultados dos nossos testes surpreenderam-nos pela positiva. Para quem já usou os dois sistemas posso assegurar que o novo Face ID falha muito menos e começando a utilizá-lo no dia-a-dia, não vai querer outra coisa. É rápido, eficaz e funciona em todo o tipo de ambientes.
De acordo com os dados revelados pela própria Apple a taxa de sucesso da autenticação através do Face ID é de 1 num milhão. Por outro lado a do Touch ID é apenas de 1 em 50000. Nos nossos testes não fomos a este tipo de pormenor, mas qualquer pessoa é capaz de notar a diferença. Para quem pratica desporto, ou tem uma atividade onde tem de usar capas de proteção, este sistema é muito mais útil.
Finalmente, em termos de segurança, nos últimos tempos têm aparecido casos em que certos utilizadores têm sido capazes de enganar o novo sistema de reconhecimento facial da Apple. Mas estes casos isolados não devem preocupar os utilizadores, também o Touch ID no início, antes da tecnologia ser afinada, tinham casos de insucesso, depois desapareceram. Assim, acreditamos que o Face ID é seguro e que no futuro irá sê-lo ainda mais.
Sem dúvida, este é um importante ponto de viragem na indústria dos smartphones…
A câmara TrueDepth e a revolução dos Emojis
Com a chegada da câmara TrueDepth ao iPhone X, a Apple quis explorar tudo aquilo que era possível fazer com a sua nova e revolucionária tecnologia. Dado que a câmara permite criar um mapa de profundidade do rosto quase perfeito e em qualquer instante, porque não dar vida aos emojis?
Com os seus novos Animojis a Apple introduziu uma nova forma através da qual os utilizadores podem dar vida aos emojis. Desde sempre, os emojis da marca da maçã foram algo muito apreciado pelos utilizadores Apple, e com está nova funcionalidade, a empresa de Cupertino está a revolucionar forma com expressamos as nossas emoções quando falamos através de mensagens.
Certamente, trata-se de uma funcionalidade que não é absolutamente necessária, mas ainda bem que existe. É divertido utilizar os Animojis e através deles dar uma nova vida às nossas conversas. Falar por mensagem com a família nunca mais será a mesma coisa. E as crianças adoram. A câmara TrueDepth faz um excelente trabalho ao captar perfeitamente grande parte das expressões faciais e, com o tempo, ficará ainda melhor.
O iOS 11 no iPhone X
O iOS 11 somente agora está estável e pode ser avaliado no novo iPhone X. Isto porque as versões iniciais estavam ainda desafinadas, com muitos erros de funcionalidades e careciam de experiência. Por isso, uma análise criteriosa ao desempenho do iOS 11 no iPhone X, somente agora pode ser feita.
Já conhecemos o iOS 11 e as suas mais de 100 novas funcionalidades. Aliás, pode ver aqui algumas delas , que acabam por ser as mais preponderantes. Mas no iPhone X a dimensão é outra.
Com o desaparecimento do botão Home (botão principal), o iPhone mudou de identidade. Sim, porque o botão principal era o centro do funcionamento e o ponto de partida de onde tudo acontecia. Desde o acesso através do leitor biométrico, até à forma de gerir todo o software em funcionamento. Agora o botão desapareceu e o iOS 11 tem gestos inteligentes dedicados somente ao iPhone X.
Agora, deslize o dedo de baixo do ecrã para cima para ter o efeito do botão principal; deslize até ao meio para gerir as aplicações abertas em segundo plano; use a combinação do botão energia (botão power) em conjunto com o botão para aumentar o volume de modo a capturar o ecrã (screenshots).
Use a combinação botão energia com o menos volume (durante 10 seguros) para ações de manutenção e use outros gestos inteligentes para muitas outras funcionalidades.
O Ecrã OLED
Outro fator que diferencia o iPhone X é o seu ecrã OLED. Pela primeira vez, a Apple colocou um ecrã OLED num smartphone, o que trouxe uma maior qualidade de imagem. Se no passado os ecrãs IPS já eram trabalhados com tecnologias Apple, também estes o foram. Mesmo sendo um ecrã que já figurava em grandes máquinas existentes no mercado, este é primeiro ecrã OLED que está à altura do iPhone, com uma relação de contraste de 1 000 000:1, cores deslumbrantes, negros acentuados e alta luminosidade, segundo as palavras da própria Apple.
Agora sim, a Apple tem um ecrã que ombreia com os melhores do mercado, ponto onde no passado estava em desvantagem.
Ao olhar para o novo iPhone X irá ver logo um ecrã ponta-a-ponta, cores claras e vibrantes e o tal notch (monocelha) no topo. Muitos queixam-se mas é exatamente como disse Fernando Pessoa: “primeiro estranha-se e depois… entranha-se”. Tudo sem aborrecer absolutamente nada.
O ecrã OLED de 5,8 polegadas é, simplesmente, o melhor que a Apple já colocou num iPhone. Não tenham dúvidas que é, de facto, um grande salto em relação ao iPhone 8 e 8 Plus. E isto por muitos motivos: a nitidez, a qualidade, o facto de a imagem encher o ecrã totalmente e permitir uma fantástica panorâmica de cores vivas e reais.
Este ecrã, contudo, dá um aspeto menor em relação ao ecrã do iPhone 8 Plus mas é só mesmo impressão. Na realidade, há mais ecrã só que em menos espaço físico.
Com a tecnologia OLED obtemos imagens onde os negros são mais profundos e os brancos mais intensos. Desta forma, observamos uma imagem (fotos ou vídeo) com uma definição muito mais apurada. As fotografias que o seu iPhone agora vai capturar, terão um aspeto mais real e agradável e os filmes em 4K irão tirar partido de um ecrã devidamente à altura.
Claro que o mercado Android, em uníssono, apontou esta evolução como algo insignificante na época que atravessamos; isto porque a Samsung usou ecrãs OLED nos seus smartphones desde o primeiro Galaxy. Mas a Apple contra argumenta dizendo que é só agora que a tecnologia é boa o suficiente para os seus smartphones.
Sem dúvida, é um argumento que “os outros” vão usar, mas quem tem a possibilidade de ter um iPhone X em uso, irá ver que realmente todo o conjunto de tecnologias disponíveis neste ecrã, fazem todo o sentido estarem juntas. Aliás, a Samsung também confirma esta realidade, pois somente nestes últimos smartphones introduziu o 3D Touch como “home botton”.
Ao utilizarmos o novo iPhone X vemos que a Apple definiu um tom controlado de luz e brilho nas suas cores. Agora parecem mais reais e não com a saturação que muitas vezes caracteriza este tipo de ecrã noutros smartphones. A imagem é limpa e nítida e sem os problemas que afetam outros ecrãs OLED.
Como foi dado a conhecer, já foi atribuído a este ecrã a coroa de “melhor do mundo”, pelos estimados testes da DisplayMate, mostrando que é o OLED mais brilhante e mais preciso em termos de cores que existe no mercado. É, sem dúvida alguma, uma combinação perfeita que coloca o melhor hardware da Samsung com o melhor software da Apple. E o resultado não deixa ninguém indiferente.
O termo ‘bezel-less’ foi vendido com iPhone X, mas, na realidade, não será “bem bem bem” assim. Se olharmos para o iPhone X iremos verificar que ele tem uma banda ligeira ao redor das bordas do ecrã. Mas este pormenor faz falta para que os dedos não estejam “dentro do ecrã”. Isto permite que possamos agarrar o equipamento com confiança e, ainda assim, evitar toques acidentais no ecrã.
A Apple poderia tentar reduzir o tamanho deste pormenor no futuro e oferecer um iPhone visualmente ainda mais atraente, mas no X a experiência continua a ser impressionante.
Falando do apelo visual, o entalhe no topo do iPhone X é algo que não deixa ninguém indiferente e acaba por dividir a opinião dos utilizadores e também dos meros espetadores… Mas é algo que está a perder peso. A Apple tirou esse pequeno pedaço da parte superior do ecrã para abrigar a nova câmara TrueDepth. Inevitavelmente, tal inclusão tira algum espaço à parte superior do ecrã. Mas é tudo por um “bem maior”.
No modo retrato, é difícil notar que está lá, e a forma como a Apple deu utilidade aos cantos da monocelha foi um “bom aproveitamento”.
Mas não atrapalha o entalhe?
No dia-a-dia nem damos conta dele. As duas áreas laterais, uma à esquerda que invoca as notificações e a outra área mais à direita que invoca o Centro de Controlo são úteis… pelo menos o espaço em cima está utilizado e inteligentemente otimizado.
Quando vemos um filme ou quando temos uma imagem em ecrã total, a notch poderá incomodar, pois é uma área onde a imagem fica inativa. No entanto, numa resolução convencional, em que a imagem está centrada a uma proporção de 16:9 o tal entalhe não tem qualquer influência.
Em termos de aplicações, à medida que o tempo vai passando os programadores vão atualizando as suas apps de modo a ficarem otimizadas para o iPhone X. Muitas até ganharam algumas funcionalidades novas que tiram proveito do Face ID.
O desempenho
Como é habitual, também o iPhone X foi submetido aos testes através das aplicações AnTuTu e Geekbench e estes foram os resultados:
- AnTuTu v.6.2.7: 210449
- GeekBench 4:
- Single Core: 4186
- Multi Core: 10158
Os quatro núcleos de eficiência do novo CPU são 70% mais rápidos quando comparados aos que existiam no A10 Fusion e os dois núcleos de desempenho são até 25% mais rápidos. Este aumento de poder de processamento é essencial para dar conta das muitas solicitações com que atualmente os SoCs têm de lidar.
Tal como já tínhamos visto na análise do iPhone 8 Plus, o A11 Bionic é o processador mais poderoso e avançado que existe atualmente em qualquer smartphone. As aplicações são mais rápidas a abrir do que nunca e consegue lidar com todo o tipo de tarefas que são realmente exigentes em termos de poder de processamento.
Para além disso, é um processador que foi desenvolvido muito especificamente para ser capaz de levar a cabo todas as operações exigentes de Inteligência Artificial que tem que efetuar. Uma delas é o reconhecimento facial quando é necessária a intervenção do Face ID.
Este é sem dúvida, um excelente processador, muito rápido e eficiente, capaz de se bater de frente com muitos processadores que hoje em dia são colocados em portáteis e desktops. A Apple está, de facto, a tornar-se numa referência de mercado no que toca ao desenvolvimento de processadores.
O ARKit
O ARKit e realidade aumentada em geral tem sido os grandes investimentos da Apple na área de software. Na nossa análise do iPhone 8 Plus fomos capazes de explorar este novo recurso que permite correr aplicações que tiram partido de realidade aumentada. E com o iPhone X fizemos exatamente os mesmo testes.
Enquanto utilizamos várias aplicações da App Store que recorrem à realidade aumentada, percebemos que o novo iPhone é extremamente rápido a analisar o ambiente à sua volta e graças ao poderoso processador A11 Bionic é capaz de executar qualquer aplicação que tira partido desta tecnologia.
Apesar de tudo, comparativamente ao iPhone 8 Plus, percebemos que a experiência de utilização de aplicações de realidade aumentada no iPhone X é mais satisfatória, imersiva e completa. Tudo isto graças ao excelente ecrã OLED que a Apple incluiu neste iPhone. Sem dúvida, o facto de quase não aparecerem bordas à volta da imagem faz toda a diferença.
Certamente que, com o tempo, mais aplicações de realidade aumentada irão aparecer na App Store assim que mais recursos sejam desenvolvidos pela Apple e pelos seus programadores tenham a oportunidade de colocar em prática a todas as suas ideias. De qualquer modo, ficamos muito satisfeitos com o comportamento do iPhone X.
A câmara
A câmara no iPhone X é muito semelhante à do iPhone 8 Plus, com algumas diferenças muito pequenas. Por exemplo, enquanto que ambos os smartphones possuem uma matriz dupla de 12 MP (para tirar fotos ampliadas ou captar a perceção de profundidade numa cena), o iPhone X possui uma abertura f/2.4 e o iPhone 8 Plus uma abertura é de f/2.8.
Também esta foi apelidada de a melhor câmara no mercado pela DxOMark, embora apenas para imagens estáticas, mostrando a proeza técnica do sensor.
Antes de entrarmos em pormenores sobre o desempenho da câmara traseira, vamos falar sobre a câmara TrueDepth que está voltada para a frente. É uma câmara de 7 MP, mas com algumas capacidades inteligentes que acabam por tornar o iPhone X num dos melhores smartphone do mercado com uma câmara self-taking.
Esta câmara, como o nome sugere, consegue medir a profundidade incrivelmente bem. O novo modo Retrato – apresentado no iPhone 8 Plus – pode ser usado com a câmara frontal para tirar excelentes fotos.
Este modo, como aliás já deixamos a análise aqui, permite mais do que simplesmente fazer fotografia. Permite, também, usar opções de modo a alterar a iluminação, quer antes quer depois da imagem captada. Permite usar um filtro de Luz Natural, Luz de Estúdio, Luz de Contorno, Luz de Palco e Luz de Palco Mono.
O novo método consegue depois dar uma profundidade negra à imagem, resultando em retratos fabulosos.
Efeito de profundidade
Esta é ainda uma versão “inacabada” destes novos filtros e sistemas de fotografia. Sistemas que começaram a ser usados no iPhone 7 Plus e que têm evoluído com o iOS 11. Assim, quando funciona, a câmara do iPhone X capta fotografias fantásticas. Ao utilizador, o iPhone oferece fotos atraentes e ricas em detalhes. Embora não seja a melhor câmara de smartphone no mercado, consegue fotos com aparência natural muito para lá da quase totalidade dos dispositivos “ditos concorrentes”.
Claro que além de tirar, o iPhone X passou a mostrar as imagens capturadas com muito mais qualidade, tirando partido do seu novo ecrã OLED. A Apple trabalhou verdadeiramente este ecrã para trazer ao olhos dos seus utilizadores os melhores índices de contraste e cores. Ainda assim, a partilha das mesmas imagens entre um iPhone X e uma Apple TV mostra que estas são um pouco mais brilhantes do que na tela do telefone.
Um ponto negativo tem a ver com o facto da câmara ter uma moldura alta que salta para fora da traseira do iPhone. Pese o facto de provavelmente haver uma necessidade estratutural, a verdade é que não fica elegante e, quando o smartphone está pousado, não está estável. Este é um ponto que não causa transtornos de maior, mas não se coaduna com o estilo compacto do iPhone. É algo que vem desde há alguns tempo nos últimos modelos… mas poderia ser melhor.
Live Photos melhorado
O iPhone X não é de todo o primeiro smartphone da Apple a usar o Live Photos, já há alguns anos se usa, mas este recurso foi melhorado no iOS 11 e traz novidades: podemos agora fazer um loop na imagem, saltar ou exibir fotos. É uma diversão extra para partilhar com amigos.
A velocidade geral do disparo da câmara iPhone X é boa, como já seria de esperar de um aparelho topo de gama da Apple que aproveita o poder do novo processador A11 Bionic.
Desempenho em pouca luz? Ainda há trabalho a fazer!
O desempenho em pouca luz é um pouco melhor do que os iPhones anteriores – embora seja curioso o modo como o iPhone 8 Plus e X têm aberturas diferentes. Ainda assim, oferecem o mesmo tipo de desempenho com pouca luz ampliada. Ainda é um ponto que, não só a Apple mas todas as empresas, têm de melhorar.
Veja estes nossos exemplos:
Em ambiente escuro
Modo retrato
Zoom 1x e Zoom 2x
Outros exemplos
A Bateria
A Apple neste campo também fez algumas alterações e mudou de configuração. Estamos agora perante uma bateria de 2716mAh, o que a torna ligeiramente maior que a do iPhone 8 Plus, que tem 2691 mAh.
Para isso a Apple usou uma nova técnica: colocou duas baterias de iões de lítio que alimentam este telefone. A bateria de duas células é avaliada em 10,35Wh (2,716 mAh a 3,81 V), muito próxima, com o que referimos da bateria de 3,82 V, 2,691 mAh, fornecendo 10,28 Wh de energia ao iPhone 8 Plus.
Esta bateria acrescenta cerca de duas horas a mais ao que o iPhone 7 Plus permitia, o que se traduz num ganho maior, tendo em conta que o ecrã é também ele é maior e com mais necessidades energéticas, face ao iPhone 7 Plus.
No nosso teste, com uma utilização constante, muitas notificações, algumas chamadas, mas acima de tudo com a utilização daquela que é vista hoje como a mais exigente aplicação dos sistemas operativos sempre carregada e ativa, o Facebook, temos mais que um dia de utilização.
Mais de 50% da bateria é consumida pelas aplicações Facebook e Messenger, mas muitas outras são igualmente usadas com a mesma intensidade, estas é que hoje são as que consomem energia de forma compulsiva. Sem estas aplicações, usando o smartphone para navegar, usar o mail, fazer chamadas, usar o GPS (exporadicamente), ver um vídeo pequeno, jogar um jogo casual alguns momentos no dia, ver o tempo, enviar e receber SMS… além de usar mais meia dúzia de imagens, a autonomia, não aumentando de forma substancial, permite já dois dias de utilização. Uma coisa é certa: este iPhone dura mais.
Carregamento rápido
Fizemos um teste de carregamento rápido, tirando proveito desta tecnologia e usando um carregador do MacBook Pro 2016 de 85w e os resultados foram muito interessantes.
O iPhone X traz de facto carregamento rápido mas nota-se que, para defesa da qualidade da bateria, a Apple quer sim um carregamento rápido mas até determinada percentagem de carga, depois o carregamento é lento e fica mesmo muito lento à medida que chega à totalidade da carga. Uma defesa para que o carregamento não provoque aquecimento, pois esta é a causa de stress nas baterias que tira qualidade e longevidade a este tão importante elemento.
Reparem que de 5 em 5 minutos, até cerca dos 50% a velocidade era muito maior, estabilizando e decrescendo daí em diante. Os 50% de bateria forma conseguidos em 30 minutos e os 100% em 140 minutos. Mais de duas horas e meia para carregar a bateria na totalidade usando um carregador rápido.
É incontornável dizer que estes valores encontram-se bastante abaixo do que aquilo que a concorrência mais direta oferece, como se pode ver pelo gráfico abaixo, e consegue ter maior velocidade de carregamento do que o iPhone 8 Plus em teste semelhante.
A Apple fornece o tradicional carregador de 1A e com este o iPhone demora cerca de 3 horas a carregar na totalidade.
Assim, resumindo, quanto a autonomia, esta bateria consegue valores esperados: 1 dia de utilização intensiva e cerca de 2 dias com uma utilização mais moderada. Inicialmente, com a primeira versão do iOS 11, havia um problema claro de autonomia, que foi entretanto corrigido.
Veredicto
Este é o melhor smartphone da Apple e o melhor conjunto de tecnologias presente em qualquer smartphone existente no mercado. Não é o melhor em tudo. É verdade que em algumas tecnologias a Apple foi comedida, mas no seu conjunto, dado tudo o que oferece de inovador, tudo o que melhorou em termos de tecnologias já existentes e, juntamente com o iOS 11, que trabalha em conjunto com o mais avançado ecossistema existente no mundo, este é o melhor smartphone do mercado.
Destaca-se claramente o Face ID como sendo um trunfo inegável e que já está a marcar toda a indústria de smartphones, tal como no passado a Apple fez com o Touch ID. O recuso a técnicas avançadas de reconhecimento facial juntamente com todo o poder do novo A11 Bionic, caracterizado por estar anos à frente da concorrência, permitem à empresa de Cupertino apresentar uma máquina fantástica.
Não se pode dissociar o aparecimento de um ecrã OLED pela primeira vez num iPhone na vida da empresa de Cupertino. É verdade que chegou mais tarde, bem mais tarde, mas chegou com grande qualidade. O iPhone X tem um ecrã OLED com uma relação de contraste de 1 000 000:1, cores deslumbrantes, negros acentuados e alta luminosidade. Finalmente está à altura dos melhores deste segmento.
As câmaras são um terceiro fator que traz o iPhone para o topo do seu segmento. Já fazem parte do grupo das melhores que existem no mercado e incluem tecnologias que têm vindo a transformar os testes de alguns sites dedicados. Para além disso, oferecem algumas novidades em termos de opções fotográficas. Quem tem um iPhone X passa a utilizar um sensor de 12 MP maior e mais eficaz, um novo filtro de cores, píxeis mais profundos e uma nova teleobjetiva com estabilização ótica de imagem.
Com estas características a Apple reinventou os Animoji. Estes “bonecos engraçados” que copiam as nossas expressões tiram proveito da câmara TrueDepth que analisa mais de 50 movimentos musculares diferentes para refletir as nossas expressões em 12 divertidos Animojis.
Não poderia também faltar outra tecnologia que tem vindo a capotar a atenção da Apple, o ARKit que nos fornece capacidades de realidade aumentada. Esta tecnologia tira todo o proveito do processador A11 Bionic, com os seus 4,3 mil milhões de transístores e oferece jogos e apps de realidade aumentada com um nível de fluidez e realismo como nunca deverá ter visto. Mas há ainda muito caminho a palmilhar.
Claro que nem tudo é perfeito. O iPhone é muito caro, apareceu com tecnologias já maduras há alguns anos noutros smartphones e não tem a dureza de materiais que a Apple apregoa. Além disso, padeceu de vários problemas relacionados com o iOS 11 o que, juntando tudo, poderá ter influenciado o seu grau de sucesso. Isto é, ele sucesso já tem, mas deixa muito em aberto quanto à sua aceitação num mercado que é ditado pelos milhões de unidades vendidas na vida útil de uma máquina. Aqui fica o ponto de interrogação do Pplware bem expressivo.
O iPhone X encontra-se disponível em duas cores, prateado ou cinzento cideral, e em termos de armazenamento oferece duas opções: 64 GB e 256 GB.
Análise elaborada com a colaboração de Tomás Santiago.