Análise F1 2016 (Xbox One)

A Fórmula 1 é ainda considerada por muitos como o desporto motorizado de eleição e são milhares (para não dizer mais) os fãs que seguem religiosamente todos os Grandes Prémios do campeonato mundial com ansiedade e lealdade intocáveis. Tal sucesso e paixão já foram por inúmeras vezes transpostos para o digital com lançamentos de jogos que remontam ao velhinho Spectrum 48K.

Com maior ou menor sucesso, a Codemasters tem lançado, ao longo das últimas épocas, edições novas da sua série F1 que tenta reproduzir a essência da Fórmula 1 para o digital. 2016 não foi excepção e, como tal, foi lançado F1 2016, no qual o Pplware já meteu mãos e acelerou a fundo.

No ano passado, o Pplware teve ocasião de experimentar F1 2015 (ver aqui) e algumas carências sobressaíram que acabaram por minar o resultado final. Se por um lado apresentava poucos modos de jogo, nos quais se encontrava um menu Carreira desinspirado, por outro lado apresentava algumas falhas técnicas que se tornavam irritantes com o decorrer das corridas. Estes eram os grandes receios que me acompanharam em F1 2016.

E as coisas nem começaram da melhor forma pois apesar de um novo esquema de menus apresentando uma grande preocupação estética (deslocação lateral com imagens espalhadas pelo ecrã), não vislumbrei de imediato muitas novidades no que toca aos Modos de Jogo. (Modo Carreira, Quick Race, Trial, Championship Season e o inevitável modo Multiplayer)

Começando a recear o pior, lancei-me de imediato num par de corridas rápidas e no Modo Carreira tomando controlo do Mclaren de Jenson Button e fazendo equipa com Fernando Alonso.

Nunca é pouco realçar que nos tempos que antecederam o lançamento de F1 2016, e que o Pplware acompanhou (ver aqui ou aqui), foram feitas várias promessas pela Codemasters no sentido de afirmar que o Modo Carreira do jogo teria sido remodelado e melhorado. foi então com expectativas que iniciei a minha carreira na Mclaren.

Melhorado é a palavra certa. E começa logo no ponto de partida de toda a acção, a nossa secretária que é virtualmente representada de forma a que o jogador tenha a sensação de que se encontra na sede da Mclaren. Assim sendo, em cima da secretária temos o laptop que será o hub principal do jogo e de onde podemos partir para os diversos Grandes Prémios do Campeonato Mundial de Fórmula 1, podemos escolher as melhorias a serem desenvolvidas pela equipa de pesquisa ou simplesmente ver os rankings pessoais e da nossa equipa. É aqui que também recebemos os feedbacks da restante equipa.

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Antes de mergulharmos nos Grandes Prémios e no asfalto tenho de dar uma palavra acerca do research que podemos pedir à nossa equipa técnica para desenvolver. Trata-se duma forma inteligente de não dar de barato todas as potencialidades do carro. Funciona com base num sistema de pontos que são adquiridos nos treinos, nas qualificações e nas corridas, e que podemos investir no desenvolvimento de certas áreas do carro (injecção de combustível, melhorias do chassis, ...). Após a investigação feita, são adquiridas melhorias ao carro .

Bem, mas na Fórmula 1 do mundo real o que mais importa é o que se passa nos Grandes Prémios, certo? Pois, também acontece na Fórmula 1 virtual e tal como na realidade (como nos anteriores títulos da série F1), todos os Grandes Prémios apresentam os três dias de treinos livres, um de qualificação e a própria corrida.

No entanto, na edição de 2016, esta última afirmação é algo minimalista pois a Codemasters incluiu um conjunto de novidades que trouxe uma maior e melhor dinâmica a cada G.P.

Os treinos livres continuam, como seria de esperar, a serem livres. Ou seja, o jogador pode ir para a oficina e alterar as definições do carro, partindo de seguida para a pista apenas para treinar. No entanto, foram incluídos 3 novos modos de treino (chamemos-lhes assim) que ajudam (ou não!!!) o jogador a pensar melhor a forma de encarar cada pista:

1. O treino Tyre Management é extremamente importante pois dá-nos dicas acerca de quais as ocasiões em que carregamos em demasia nos pneus (seja por travagens mais bruscas seja por condução mais agressiva).
2. O treino Track Acclimatisation por sua vez, permite-nos compreender a pista e as suas nuances, como os pontos de travagem, as melhores trajectórias para arranque após curvas, os pontos de aceleração ...
3. O treino Qualifying Pace é um modo de jogo que, com base nos nossos tempos de treino livre nos indica a previsão aproximada da nossa posição na grelha de partida.

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Falei atrás nas personalizações que podemos fazer aos carros antes das corridas e nesse aspecto o jogo continua a apresentar variadas alternativas. Modificar a sensibilidade da direcção, a altura do chassis, altura do nariz, tensão nos travões, ... tudo é possivel até à sessão de qualificação. Toda esta parafernália de opções tem um custo: para jogadores menos especialistas em mecânica e dinâmica de carros de Fórmula 1 (como eu) pode tornar-se algo confuso.

Uma coisa que não é confusa é a criação de estratégia de corrida. Antes de começarmos cada Grande Prémio a nossa equipa de backup cria uma estratégia a usar (número de paragens, quais os pneus, quantidade de combustível, ...). No entanto, F1 2016 permite-nos a criação das nossas próprias estratégias o que é extremamente interessante e abre portas a novas abordagens às corridas.

Bem, mas é claro que isto tudo não terá grande significado se o que se passa no asfalto não estiver à altura. Antes de avançar pelo asfalto fora, permitam-me realçar a vasta quantidade de opções de ajudas que o jogo disponibiliza (à semelhança das edições anteriores de F1). Representações virtuais da melhor trajectória, de zonas de travagem, ajudas para travagem, ajudas para sistema de estabilidade, ajudas de controlo, ... enfim, são diversas as formas de personalização para que tanto jogadores mais batidos como rookies se sintam à vontade. F1 2016 é um simulador que conseguirá agradar tanto a "gregos como a troianos" e em grande medida consegue-o quase na perfeição!

Uma das promessas que a Codemasters fez ao longo dos tempos, foi a de que iria haver um esforço suplementar numa melhor e mais realista representação física dos veículos e do seu comportamento no asfalto, sob as mais diversas condições atmosféricas. E realmente, isso nota-se e bem, apresentando um sistema de física que torna muito mais realista e intima a relação entre piloto e carro.

Os pneus adquirem particular importância neste capitulo, pois afectam a performance dos carros de forma concludente. Pneus frios demoram mais a ganhar aderência à pista, exigindo assim maior e cautela na forma de abordar a pista nas primeiras voltas. Por outro lado, quando os pneus se começam a desgastar torna-se imperativo ter atenção a travagens mais bruscas ou acelerações em curva. E isto sente-se ...

A condução com chuva é um terror! A cada momento, terá de existir grande atenção ao melhor trajecto a usar, sendo importante a utilização da parte do asfalto por onde passam os restantes carros, que se encontra menos molhada. Imaginem agora que os pneus se encontram gastos....

Aliás, a parte molhada da pista é uma autêntica armadilha, levando a que qualquer desatenção possa ser fatal. Reparem que quando me refiro a qualquer desatenção estou a referir-me a inúmeros pormenores que decorrem numa corrida. Uma travagem demasiado forçada, uma aceleração excessiva após uma curva, uma curva feita demasiado larga, ... F1 2016 obriga-nos a conduzir de forma extremamente atenta, levando-nos dosear a cada momento a aceleração, a direcção e a travagem (mesmo com algumas ajudas ligadas).

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Estes pormenores podem também levar a que o jogador possa olhar para o desenrolar de uma corrida de forma diferente à medida que a mesma decorre. É possivel proceder à alteração de estratégia a meio de uma corrida, acabando por estar muito dependente destes factores, tendo o jogador de ter em atenção estes pormenores todos. Por exemplo, se estivermos a adoptar uma estratégia de 4 paragens nas boxes, podemos, consoante a corrida nos corra optar por fazer apenas 3 ... mas sempre com atenção ao desgaste do carro e à forma como conduzimos que levará a esse mesmo desgaste.