Análise: Ebike Gogobest GF600 – os mesmos trilhos mas muito menos cansaço
Ir à descoberta da natureza é algo que faz bem ao corpo e à mente. Para os que gostam de o fazer de bicicleta, mas que não arriscam alguns percursos por serem mais exigentes, ou se simplesmente gostavam de desfrutar mais e cansar menos, uma Ebike como a Gogobest GF600 preenche muito bem essa necessidade. Conheça tudo o que esta grande bicicleta oferece.
A popularização das Ebikes leva a que, de forma natural, haja mais concorrência, e consequentemente mais opções para os utilizadores. Já podemos dizer que, atualmente, há Ebikes para todos os gostos, a pensar em diversas finalidades.
Se muitos procuram substituir o seu meio de transporte diário para o trabalho, com vista à poupança ou à rapidez de deslocação, outros preferem passear ao ar livre sem terem de se cansar. Mas há passeios para todos os gostos, e a Ebike adequada ao propósito fará a diferença consoante a sua preferência.
Desta vez, a Gogobest GF600 chega-nos como uma opção para a montanha e trilhos longos em terra ou neve. Os pneus largos ajudam à estabilidade em terreno irregular, capazes de absorver parte dessas irregularidades. É muito agradável de conduzir, tem mudanças altas, travões de disco, e muito mais.
Características
A Gogobest GF600 é uma Ebike elétrica em liga de alumínio, com roda de 26" e grossura de 4". Tem uma bateria 13Ah a 48V, demorando cerca de 5 a 6 horas a carregar na totalidade. O motor tem uma potência de 1000W e, de acordo com fabricante consegue uma autonomia de até 100km.
Tem apoio ao pedal em várias velocidades, incluindo a de 25 km/h, que cumpre estritamente o limite legal na via pública. Mas é possível ir mais além, e se se quiser divertir-se um pouco mais, conseguirá chegar aos 42 km/h em terreno plano (só com a força do motor), capaz de apoiar até aos 50 km/h... isto fora da via pública, claro. Para condução, o utilizador tem à sua disposição o modo híbrido (apoiado pelo motor enquanto pedala) com 5 níveis, o modo normal (só pedal) e o modo 100% elétrico. Tem ainda um sistema de transmissão Shimano de 7 velocidades.
Ao centro do guiador, está disponível um ecrã onde poderá ter acesso a informações como nível de carga da bateria, velocidade instantânea, quilómetros percorridos, indicador de faróis ligados e modo de apoio elétrico selecionado. Com a ajuda de um pequeno seletor, de 3 botões, poderá fazer a navegação por todas as opções disponíveis.
A forqueta é amortecida, com possibilidade de bloqueio e ajuste de força. Os travões são de disco, acionados por espia. O selim, como habitual, é ajustável em altura, e o guiador é ajustável em rotação.
A Ebike pesa cerca de 28kg com bateria, sendo que pode facilmente remover a bateria e pedalar com 4 kg a menos. Suporta um peso de até 200kg e tem um grau de proteção água e poeiras IP54.
Em termos de montagem para a primeira utilização, resumidamente, é necessário colocar o selim, colocar a roda da frente, rodar e apertar o guiador e colocar os pedais. Demora mais tempo a tirar abraçadeiras e esponjas de proteção do que propriamente a montar a bicicleta. Como acessórios, traz chave de boca/luneta 15 para os pedais e carregador.
Um design imponente
Os pneus "gordos" chamam a atenção, é inevitável. Pelo menos por cá, não tenho memória de ter visto uma bicicleta com pneus desta grossura, pelo que numa roda de 26" a altura total da roda fica semelhante a uma roda 28" de pneu dito normal.
Depois, a altura do quadro também é elevada. No meu caso, que meço 1,74m, quando em cima de bicicleta sob o quadro junto ao selim, embora consiga estar de pé de forma estável, não consigo colocar os 2 calcanhares no chão. A partir daí e olhando em direção ao guiador, o quadro vai sempre a subir, pelo que dá para ter uma ideia da altura a que fica o guiador.
Como já referido, estes penus ajudam a tornar a condução mais agradável e permite circular com maior segurança em pisos mais desafiantes, como é o caso da neve, terra ou areia.
A bateria é removível, bastando destrancar com a chave. Pode assim ser carregada convenientemente no interior de casa, sem a necessidade de levar a bicicleta para junto de uma tomada.
A forqueta é interessante, com robustez QB, e agarrado a ela encontra-se o farol com 2 LEDs, com uma projeção de luz mais que suficiente para condução à noite. Note-se que não está incluído nenhum sinal luminoso para a retaguarda, apenas os pedais servirão de refletor.
Por fim, os guarda-lamas não destoam nesta Ebike, mas podem ser facilmente removidos se for essa a vontade. Está também disponível um suporte traseiro para pequenas cargas, vendido separadamente.
Modo de funcionamento do sistema elétrico
A alimentação na Ebike é controlada pelo interruptor existente na bateria. Assim que é ligado, basta um toque longo no botão Power e o sistema arranca, com indicação de estado no ecrã. Arranca sempre em modo de apoio 1, pronto para começar a empurrar o utilizador durante a pedalada. Como já referido, tem 5 modos de apoio, cada um com um limite diferente de velocidade:
- Modo 1: 18 km/h
- Modo 2: 25 km/h
- Modo 3: 32 km/h
- Modo 4: 42 km/h
- Modo 5: 49 km/h
Por questões de segurança, cada uma das manetes de travão tem um sensor, que desativa imediatamente o motor no caso de travagem, mesmo que muito ligeira.
Depois, o modo 0, tem ação apenas com o acelerador. O comportamento é bom, progressivo, com vários níveis de aceleração, dando uma sensação agradável na condução. Segundo o código da estrada, não é legal a existência de um acelerador numa bicicleta elétrica para circulação na via pública, mas pode ser removido com facilidade se o utilizador assim o entender.
Tem também disponível o modo caminhada, onde o motor funciona a uma velocidade constante baixa e configurável, útil para andar a pé com a bicicleta pela mão.
Veredicto
A Ebike Gogobest GF600 é uma bicicleta completa, onde o design é o que mais se destaca. Os "fat tires" ajudam à estabilidade e segurança, e não parece comprometerem a capacidade elétrica da bicicleta.
A interface de utilização é simples e intuitiva. Os travões de disco travam bem e as mudanças, como referido, são altas, onde na 7ª velocidade é possível acompanhar os 50 km/h sem grande dificuldade.
Relativamente ao desempenho em modo puramente elétrico, nota-se que este não é foi considerado o modo mais importante. E digo isto porque, numa subida relativamente acentuada, e mesmo considerando que o motor tem uma potência de 1000W, não é possível fazer essa subida sem dar uma ajuda com os pedais. Também aqui, a desmultiplicação do motor, para que consiga dar um apoio até aos 50 km/h, não tem binário suficiente para uma subida acentuada. Reforça-se a ideia do propósito do motor, que serve principalmente para apoio ao pedal.
Quanto à autonomia, é algo sempre difícil de avaliar. O fabricante anuncia 110 km, mas no meu caso, que usei maioritariamente o apoio elétrico, consegui cerca de 80 km. Parece-me completamente possível que, numa utilização onde prevaleça mais o pedal, consiga os 110 km ou até mais. Só depende do utilizador.
Preço e disponibilidade
A Ebike Gogobest GF600 está disponível em promoção, na cor verde, amarelo ou cinzento, por um preço de 1187,50€ (IVA incluído), utilizando o código F7WQ68 para um desconto de 5%. O envio é gratuito e feito a partir da Europa, com entrega rápida e sem custos adicionais.
Poderá encontrar outras promoções a decorrer atualmente na Gogobest, na página Weekly Deals.
O Pplware agradece à Gogobest a cedência da Ebike Gogobest GF600 para análise.
Este artigo tem mais de um ano
1000W?? Ajuda até 49Km/h?!
Do que sei a legislação Portuguesa não comporta estas especificações…. e circular numa ciclovia a mais de 25Km/h é proibido, alem de que coloca em perigo toda a gente (já a >20km/h é perigoso, quanto mais 49!!!)
Apesar de gostar de saber que a tecnologia está a evoluir tenho receio de que este tipo de equipamentos coloque em perigo muita gente. Aqui por Lisboa, são carradas de Ubers de “bicicleta” a subir ciclovias, estradas, passeios a bem mais que os 25Kmh que deveriam ser a limitação da assistencia. Já para não referir que nem aos pedais dão!
Cuidado a quem usar. E que use nos locais apropriados e não onde co-circulam crianças p.e.
Obrigado pelo comentário e pelo alerta, é sempre importante!
No entanto, fico na dúvida quanto ao principal propósito do comentário, principalmente devido a informação imprecisa:
Será que andar de bicicleta acima de 20 km/h é assim tão perigoso? Nas bicicletas normais, não elétricas, a que velocidade andamos? Fico confuso. O código da estrada indica que o condutor deve moderar especialmente a velocidade… depende do local e da situação, cada caso é um caso.
Mas o ponto principal da questão é aquilo que é evidente ao olhar para esta bicicleta: o seu propósito. Esta ebike é, de caras, uma bicicleta off-road. Naturalmente que cada um faz o que quiser dela, mas era um “crime” limitar um “brinquedo” destes com o que vem na legislação para circulação na via pública.
Efetivamente fiz confusão com o limite de velocidade, talvez porque em Espanha tenham falado em implementar isso mesmo.
No entanto desafio a fazer o teste de circular a 20kmh numa ciclovia e ser ultrapassado nessa mesma via por uma bicicleta a 30Kmh. O espaço que existe nas ciclovias é muito estreito, especialmente tendo em conta que muitas vezes essas mesmas ciclovias existem lado a lado com passeios sem qualquer separação entre ambos.
Em relação à minha exclamação dos 1000W é semelhante a uma que teria sobre um carro com 250cv!!! Para quê? More is better?! Para subir declives de 35% de inclinação?!
Mas há mais: “Depois, o modo 0, tem ação apenas com o acelerador” que não está de acordo com o mesmo artigo 112, nr.2 – Velocípede com motor é o velocípede equipado com motor auxiliar com potência máxima contínua de 1,0 kW, cuja alimentação é reduzida progressivamente com o aumento da velocidade e interrompida se atingir a velocidade de 25 km/h, ou antes, se o condutor deixar de pedalar.”
Ainda do artigo 112, neste caso os pontos 6 e 7:
“6 – Quem circular de trotineta ou dispositivo de circulação com motor elétrico, autoequilibrado e automotor ou em meio de circulação análogo com motor, equipado com motor com potência máxima contínua superior a 0,25 kW ou atinja uma velocidade máxima em patamar superior a 25 km/h, em desrespeito das características técnicas e do regime de circulação previstos no número anterior, é sancionado com coima de (euro) 60 a (euro) 300.
7 – Os veículos referidos no número anterior são apreendidos de imediato”
Tal como referi no meu comentário, estes equipamentos são interessantes, mas devem ser usados em ambientes próprios e controlados. Nada contra quem adquire.
E repara que apesar do meu comentário inicial pode levar a pensar que sou anti-bicicleta, é precisamente o contrário. A minha Orbita sem motor é usada [quase] diariamente em deslocações para tarefas do dia-a-dia, que incluem p.e. ir buscar a minha filha à escola.
E… precisamente por fazer uso [quase] diário dela, e ver o que se passa nessas ciclovias (neste caso da capital) em que a coexistência de bicicletas tradicionais e com assistência (Giras), que consigo entender a diferença de andamento (especialmente em subidas) e o risco que isso comporta para todos os utilizadores da via.
Mas… cada um sabe de si, e o meu alerta é apenas para alertar que nem tudo o que é vendido e que nos chega a PT pode ser usado à vontadinha sem que isso tenha restrições legais ou possa colocar outros em perigo. Acho que o excesso de velocidade nos automóveis já acontece em demasia e causa demasiados acidentes… não necessitamos que isso passe a acontecer com ciclistas e peões, que frequentemente partilham a mesma zona.
Numa bike “normal”, sem assistência eléctrica, o Vicenzo Nibali foi cronometrado a 108 km/h na etapa do Mont Ventoux.
O Vicenzo Nibali não é um normal commuter a partilhar a ciclovia com pessoas dos “7 aos 77” com as mais diversas capacidades de controlo de uma bicicleta.
Pois não, mas serve para ver que limitar os motores a 250 wh e a assistência eléctrica aos 25 km/h vale exactamente zero. E o Nibali não está proibido de partilhar a ciclovia com as tais pessoas dos “7 aos 77”.
Porque é que os sem vergonhas do lobby automóvel se preocupam e ladram tanto contra os perigos de bikes de 25 kgs e estão caladinhos como ratos com as mais de duas toneladas do nojo dos SUVs que comercializam?
A legislação portuguesa foi escrita pelos sem vergonhas do lobby automóvel e por decisores políticos coniventes com eles. Que a última coisa que querem ver é a população a substituir em massa os maravilhosos carrinhos, que lhes dão uma mina de ouro, por bikes que andam praticamente à borla. Vai daí que a palavra de ordem é fazer a vida negra ao ciclista.