Análise ARK: Survival Evolved (Playstation 4)
Foi finalmente lançada a versão física de ARK: Survival Evolved, abandonando assim, na plataforma onde foi realizada a análise, o estado de acesso antecipado em que se encontrava desde dezembro de 2016. Para descrever o tipo de jogo que ARK é, tenho que mencionar dois jogos bastante populares: Minecraft e Rust. A Studio Wildcard combinou a mecânica de construção de Minecraft com a mecânica de sobrevivência de Rust para dar vida ao seu próprio jogo.
Fiquem a saber o que achámos de ARK: Survival Evolved.
Há que referir que este é o jogo que inaugura o catálogo da Studio Wildcard, que se baseou no feedback obtido por parte dos jogadores para melhorar, consideravelmente, o jogo ao longo do tempo em que este se encontrou em acesso antecipado. Mesmo assim, alguns problemas persistem nesta fase de lançamento, mas com a promessa de melhoramentos através de futura atualizações.
Há pouco para dizer sobre a história de ARK. Basicamente, após a criação do nosso personagem, masculino ou feminino, somos colocados numa ilha cheia de criaturas pré-históricas, estruturas flutuantes e artefactos com aparência alienígena. A partir daqui o jogador é livre de progredir e explorar como quiser, uma vez que não é dado qualquer contexto do que fazer ou de para onde ir a seguir.
A única oportunidade para se aprender mais sobre a ilha e do propósito desta, são as notas de explorador que estão espalhas pelas diferentes regiões da ilha. Nestas notas estão relatos, em género de diário, sobre a experiência de vida de outras pessoas, que no passado terão também habitado a misteriosa ilha de ARK. As notas podem conter informação vital sobre o que poderemos encontrar em determinado local, como materiais raros, necessários para certas construções, ou até sobre o tipo de bestas gigantescas nos vão tentar extinguir.
A jogabilidade de ARK é seu ponto mais forte. É fundamental dominar as mecânicas de construção e de sobrevivência, e isso não é de todo fácil para os novos jogadores. Numa primeira abordagem parece tudo muito confuso, uma vez que grande parte do que nos é apresentado no ecrã não é explicado e não existe tutorias as explicar as várias funcionalidades e menus. Por vezes foi necessário recorrer à internet para me inteirar de algumas particularidades do jogo.
É possível jogar em servidores PvP – Jogador contra jogador, onde é possível enfrentar outros jogadores humanos, PvE – Jogador contra o ambiente, onde apenas a fauna da ilha de ARK nos pode causar dano e ainda em modo solitário, onde não há qualquer interação com outros jogadores. É claramente subjetivo, mas ARK é especialmente brilhante no modo PvP, onde o desafio aumenta exponencialmente e onde o aspeto social passa a ter um papel importante para se evoluir no jogo. A formação de tribos, com outros jogadores humanos, para defender as aldeias é quase obrigatória, caso contrário é quase certo que seremos pilhados e perderemos o nosso precioso loot.
Como dito mais acima, ARK utiliza as mecânicas de construção de Minecraft, ou seja, é necessário apanhar matéria prima para se construir objetos mais complexos, como por exemplo: cortar árvores para extrair madeira de forma a se conseguir construir um abrigo ou até mesmo uma jangada. As receitas para as construções existem sobre a forma de blueprints e engramas. A diferença entre eles, é que os engramas podem ser desbloqueados conforme se sobe de nível, permanecendo sempre com o personagem mesmo após a morte, ao contrário dos blueprints, que ocupam espaço no inventário e necessitam de ser recapturados caso os perdermos. Como é lógico, conforme o nível, mais evoluídos os itens que poderemos criar, por isso não pensem que ao fim de cinco minutos já possuem o vosso próprio T-Rex.
Sim, é verdade, uma das funcionalidades mais gratificantes é a possibilidade de domesticarmos as imensas criaturas pré-históricas da ilha de ARK. Para alguns tipos de animais é simples, basta alimentarmos a criatura, com a comida favorita, que eventualmente estes passam para o estado de domesticado, para outros nem tanto, sendo necessário dominarmos o bicho antes de passarmos a comida para o inventário destes. A vantagem de termos o nosso próprio dinossauro, para além de parecermos o tipo mais fixe de sempre, é o facto de o podermos utilizar como meio de transporte na ilha e de defesa contra outros jogadores ou dinossauros.
Para compor os gráficos de ARK, a Studio Wildcard utiliza o motor Unreal Engine 4. Apesar disso a aparência medíocre e amadora persiste em quase todas as vertentes visuais e técnicas. De qualquer das formas nas opções do jogo existe a opção de ativar um modo de maior detalhe, que aumenta a resolução nativa, e, consequentemente, a qualidade de imagem, tudo isto em detrimento da, já pouco estável, framerate. Desta forma é pouco recomendável a ativação desta opção, pelo menos na versão base da PlayStation 4.
Uma das características mais positivas na vertente visual são os modelos de alguns dinossauros e as diferentes regiões da ilha, com densas florestas ou zonas cobertas de neve, de resto pouco há que elogiar nos visuais de ARK.
Tecnicamente está bastante fraco, com a framerate a oscilar constantemente e com algumas quedas acentuadas em períodos de maior ação no ecrã. Também é frequente depararmos com bugs e com pop-in acentuado de cada vez que se andam alguns metros. A inteligência artificial dos dinossauros também é fraca, ficando frequentemente presos noutros objetos ou a fazerem ações sem sentido nenhum.
Veredicto
Felizmente os problemas técnicos conseguem, de certa forma, ser ofuscados pelas horas de diversão que ARK: Survival Evolved fornece aos jogadores mais dedicados. É sem dúvida um bom jogo e especialmente gratificante de jogar em cooperação com amigos. De referir ainda que não é fácil de encontrar um outro jogo que nos permita montar um tiranossauro domesticado, enquanto empunhamos uma espingarda.
Este artigo tem mais de um ano
Para quem não sabe: há a possibilidade de criar o proprio servidor para jogar sem outros jogadores. É um bocado mais lento a carregar o panorama todo, mas como no meu caso, não ha jogadores a aproveitarem-se de bugs.
Nao aconselho a comprar a versão para Linux, dizem que suporta, mas há 2 meses para cá, tem um bug gráfico que impede de jogar, e apesar de ser reportado, falado nos foruns e nas reviews, nada de update a resolver. Existe bugs quase desde o inicio do early access, que estão por resolver.
Essa de os desenvolvedores ouvirem os jogadores, muito pouco de verdade tem. Não há feedback da parte deles, nem sequer para dizer que estao a averiguar o problema ou mesmo para pedir mais detalhes.
Para windows, vale a pena comprar apesar de ser necessário uma maquina relativamente potente para jogar em condições. Linux ou Mac, não aconselho. Demasiadas mas mesmo demasiadas reclamações nos foruns, e até no meu caso, no linux, nao dá sequer para jogar.
Boa jogabilidade, um jogo feito com base em uma boa ideia, com muito potencial, mas mal otimizado.
Ja agora, paulo, boa review!
Boas Celso. Obrigado mas os méritos devem ser dados ao Ricardo Correia (ver no final do texto).
Obrigado!
Ah sim, é verdade! Nao vi que tinha sido redigido por ele. Parabéns!
A review ta muito boa. Simples, honesta e bem redigida. Apenas o pequeno reparo em que os devs pouco ligam ao que dizemos. Até chegamos a publicar no twitter a questionar sobre os bugs e os tweets foram apagados. Enfim…
Fica aqui a sugestão para uma nova review, o já algo “velhinho” The Talos Principle. Tbm está muito bom.
Cumprimentos
Tenho o jogo para PC e ainda parece que pouco mudou relativamente ao early access.
O que me surpreende como lançam uma versão final com tanto bug.
Boa review.
Tenho o jogo para pc desde o dia 1 de early-acess. e como disse o Carlos emtermos de estabilidade pouco mudou. O conceito é fenomenal, mas a execução está péssima! Com uma 1080ti n consigo o minimo de estabilidade nos fps, ora teno 80 , ora tenho drops para 40. Os framedrops são constantes. Nos servers oficiais pior ainda.