Alexa da Amazon pode ser uma testemunha chave num caso de assassinato
As colunas inteligentes, como a Amazon Echo, Google Home ou Apple HomePod, estão cada vez mais presentes nos lares e começam a ser relevantes nos bons e nos maus momentos. Ano passado, por exemplo, a Amazon Echo foi considerada importante para a investigação de um crime ocorrido no Arkansas, Estados Unidos. Mas ao que parece, este não foi um caso único.
No julgamento de um crime que ocorreu em Farmington, um juiz ordenou que a Amazon entregasse os dados de uma pessoa presente no local de um assassinato. O caso está a ter uma importância quer ao nível da capacidade da Alexa ouvir permanentemente as conversas, quer ao nível na proteção da privacidade.
Um eco da Amazon pode ser testemunha num assassinato
Na semana passada, um juiz em New Hampshire ordenou que a Amazon entregasse as gravações da coluna inteligente da Amazon, a Echo, encontrado na casa onde ocorreu um duplo assassinato ano passado em Farmington.
As autoridades acreditam que as gravações podem fornecer informações essenciais para colocar o assassino atrás das grades. Se a Amazon entregar os dados privados dos seus utilizadores, para a aplicação da lei, isso não envolverá apenas a empresa de tecnologia num caso de assassinato. Também será o mais recente incidente a levantar questões sérias sobre a quantidade de dados que as empresas de tecnologia recolhem sobre os seus clientes com e sem o seu conhecimento, como estes dados podem ser usados e o que isso significa para a privacidade.
O caso do ponto de vista factual
Em janeiro passado, Timothy Verrill foi acusado de assassinato em primeiro grau pela morte de duas mulheres, Christine Sullivan e Jenna Pellegrini. A polícia encontrou os corpos das mulheres no quintal do namorado de Christine Sullivan, Dean Smoronk, segundo relatos. Segundo relatos o principal suspeito, Verrill sabia onde estavam os corpos.
Verrill foi apanhado em flagrante num vídeo gravado por uma câmara de vigilância doméstica, ia com Christine e Jenna. Posteriormente, o suspeito foi visto noutro vídeo horas depois a comprar material de limpeza numa loja, voltando de seguida para casa.
Após estas ações, Dean Smoronk ligou para o número de emergência americano, o 911, alertando as autoridades para o desaparecimento da namorada.
A polícia no local encontrou os corpos e apreendeu a coluna inteligente, a Amazon Echo na cozinha, sítio onde a polícia acredita ter sido o sítio onde ocorreu o crime.
Amazon está "obrigada" a entregar as gravações
Na sexta-feira passada, um juiz ordenou que a Amazon entregasse as gravações feita com a Echo, bem como qualquer informação de smartphones que foram emparelhados com a coluna na data do assassinato.
Segundo a Associated Press , os promotores acreditam que a Echo pode ter informações úteis para apresentar o caso contra Verrill, cujo julgamento começa em maio de 2019, incluindo detalhes sobre o que aconteceu durante e após o assassinato, como “possível remoção do corpo da cozinha. "
Num comunicado à Vox, a Amazon disse que "não divulgaria informações de clientes sem um mandado legal válido e vinculativo que os servisse adequadamente" e que "a Amazon opõe-se às investigações exageradas ou inadequadas, como é óbvio".
Mas poderá a coluna Amazon Echo ter registado tudo o que se passou?
Embora seja totalmente possível que a coluna inteligente Echo não tenha nada registado, no que toca aos factos relacionado ao caso, também pode muito bem ter informações pertinentes.
A coluna para "interagir" precisa de uma palavra gatilho, existem 4 palavras que fazem a coluna despertar: "Alexa", "Echo", "computer" e "Amazon" - e o sistema começa de imediato a gravar depois de ouvir estas palavras, mesmo quando não está a ser falado nada.
Estas gravações são então armazenadas num servidor da Amazon, acessível à empresa, e aos proprietários por meio da aplicação Alexa.
Há, contudo, muitas evidências que o dispositivo faz muito mais do que aquilo que na realidade a Amazon conta aos proprietários, sobre as capacidades da Alexa.
Isto porque há factos, como uma gravação que a coluna fez sem ser solicitado, como, por exemplo, em maio passado, em Portland, a coluna/assistente pessoal gravou indevidamente uma conversa privada e partilhou-a com um contacto, um funcionário do marido que imediatamente alertou o patrão do sucedido. Tudo porque a Alexa confundiu os termos e disparou uma ação.
Também há casos em que uma palavra dita na TV ou no rádio, faz disparar a assistente virtual e esta começa a gravar a conversa a partir daquele momento. Também fica um pouco "aberta" a suspeita que a coluna esteja permanentemente à escuta pelas palavras gatilho, mas que esteja efetivamente sempre a ouvir. Podendo estar permanentemente a gravar as conversas.
Tudo isto são possibilidades que podem ajudar as autoridades, mas colocam em causa, uma vez mais, a privacidade de cada um dos utilizadores quando estão próximos destes dispositivos.
Este artigo tem mais de um ano
E as pessoas compram essa porcaria.. incrível.
Ah! Ah! Ah!
há uns atras tinhamos medo que nos ouvissem. agora colocamos dispositivos de escuta permanente nas nossas casas… enfim
Já era altura das pessoas serem mais inteligentes e zelarem mais pela sua privacidade.
Além disso, existem muitos casos escandalosos em que as pessoas estão à mercê de empresas sem escrúpulos que ocultam funcionalidades que são um autêntico “Big Brother” e infelizmente ninguém as protege.
A título de exemplo, estão as Smart TV’s que monitorizam as nossas preferências e as recolhem para fins duvidosos ou, ainda mais grave, o reconhecimento de voz do sistema poder gravar e compartilhar as conversas privadas e permitir a activação da câmara de vídeo sem o consentimento do utilizador.
Sim é verdade, mas a verdade é que cada vez mais temos “ouvidos” ele´tronos em todo o lado. Na sala e no quarto temos SmartTvs, no escritório computadores e colunas inteligentes, no bolso e na cabeça smartphones com microfones apurados, no pulso levamos o smartwatch, do WC levamos o tablet… no carro, temos sempre os sistemas modernos prontos a escutar e responder aos nossos pedidos… haverá algum lugar onde possamos estar desligados do mundo?
“haverá algum lugar onde possamos estar desligados do mundo?”
Há! Numa aldeia e com o estilo de vida tradicional.
Mas a questão é: estaríamos nós citadinos e consumidores de tecnologia preparados para o regresso “à terra”? Se calhar não 🙂
Lol, como se na aldeia não existissem smartphones.
Ou Google Earth e satélites a tirar fotos suas lá do espaço
Não, não há.
Nem na casa de banho isso é possível!
Por um lado, há muito quem tenha o gosto especial de levar o smartphone consigo. Por outro lado, parece que também já estão na moda as casas de banho com câmaras ocultas…
Por isso, é para esquecer.
😀
Pois, pois.
O próximo passo vai ser o implante de um chip. Todos vão querer um. A começar por aqueles que nada têm a esconder, porque são trigo limpo! Ah! Ah! Ah!
E depois vêm o restantes…!
Com gentinha assim, estamos governados, na graça do Senhor!
Estás a confundir a beira da estrada com a estrada da beira. Eu, por exemplo, não tenho nada a esconder, daí não me preocupar que me possam escutar as conversas no smartphone ou tv. Ainda assim, não uso apps do banco no mesmo nem tenho colunas inteligentes, assim como só aceitaria um chip caso fosse mesmo obrigatório ou as vantagens fossem efectivamente superiores às desvantagens.
A ignorância está por todo o lado, não só nos que não têm nada a esconder como nos que pensam estar seguros.
Olá, gostei muito das informações de seu site.
Ótimos quando lemos artigos de qualidade como esse.
Parabéns
Neraul link, só isso é o que tenho-a dizer, IA já está a nossa frente quantum computing e 5g aliados já não nos deixa espaço a privacidade e nem ao anonimato, we are under control e nos damos conta….