Análise: LG G Flex, porque não basta ser curvo…
Durante o último ano assistiu-se a um verdadeiro boom no mercado dos smartphones e aquele que mais veio surpreender foi a inclusão de ecrãs curvos nestes dispositivos. Vários rumores de ecrãs desse tipo surgiram à volta de grandes marcas como a Apple, mas a Samsung chegou mesmo a lançar o Galaxy Round, porém a venda deste equipamento não foi alargada a muitos mercados.
Já a LG decidiu arriscar e lançou para os mais diversos mercados aquele que é o expoente máximo da tecnologia num Smartphone: o LG G Flex, primeiro Smartphone de ecrã e bateria curvos e flexíveis.
Este dispositivo já se encontra à venda em Portugal desde o início do mês de Fevereiro. Nós já o analisámos e trazemos agora a nossa opinião.
Uma maior ergonomia, um Smartphone que se adapta na perfeição à nossa mão e à nossa face, é o que é prometido pelo LG G Flex. A sua ligeira curva representa um salto naquilo que é um Smartphone convencional. Além do ecrã, também a sua bateria é curva e além disso são ambos flexíveis, o que lhe confere uma maior resistência.
Dadas várias características em comum entre o LG G Flex e o LG G2, este último será utilizado como termo de comparação sempre que necessário.
1 - Características Gerais
O seu design em curva é sem dúvida alguma aquilo que destaca o LG G Flex, mas este equipamento é muito mais do que uma curva!
O G Flex vem equipado com um SoC Qualcomm MSM8974 Snapdragon 800, processador Quad-core 2.26 GHz Krait 400, tem 32GB de armazenamento interno e 2GB de memória RAM.
O ecrã P-OLED curvo de 6 polegadas é completamente inovador e desenvolvido totalmente pela LG. A tecnologia P-OLED é baseada nos ecrãs OLED mas composto por um substrato de plástico que lhe confere grande flexibilidade. A resolução é baixa, de apenas 768x1280 píxeis, com uma densidade aproximada de 245ppp, contudo, compensada por uma matriz RGB completa.
O G Flex está disponível na cor prateado titânio (titan silver) e a capa traseira tem uma tecnologia de "auto-regeneração" face a pequenos riscos. Com 177g e 8,7 milímetros de espessura, apresenta-se como o primeiro Smartphone de bateria curva e também ela flexível.
Vem com a versão 4.2.2 do Android (Jelly Bean) com uma interface muito semelhante ao G2, ajustada ao tamanho e curva do ecrã. Infelizmente, nem sempre se sente a fluidez desejada num equipamento desta gama, ocorrendo algum arrasto dos movimentos em alguns jogos ou simplesmente na passagem de um separador para o outro.
A caixa do G Flex foi desenhada à sua medida, com uma curva onde ele se encaixa na perfeição. Lá dentro, além do G Flex, traz os auscultadores, carregador USB de 2A, cabo USB-microUSB, acessório para slot do cartão micro-SIM e manual de instruções.
Especificações completas
-
Ecrã
- 6" P-OLED Curvo, 768x1280 píxeis (~245ppp de densidade)
- Multitouch
- Protecção Corning Gorilla Glass 2
-
Processador
- Qualcomm MSM8974 Snapdragon 800, Quad-core 2.26 GHz Krait 400
- GPU Adreno 330
-
Rede
- 2G (GSM): 850 / 900 / 1800 / 1900 MHz
- 3G (HSPA + 42Mbps): 850 / 900 / 1900 / 2100 MHz
- 4G LTE
-
Sistema Operativo
- Android 4.2.2 (Jelly Bean)
-
Memória
- 32GB memória interna, 2GB RAM
-
Câmara
- Principal (traseira): 13 MP (4160 x 3120 píxeis), foco automático/manual, Flash LED
- Secundária (frontal): 2.1 MP com capacidade de gravação de vídeo 1080p @ 30fps
-
Funcionalidades da câmara
- Gravação de vídeo e captação de imagem em simultâneo, geo-tagging, detecção de caras, panorama, HDR
-
Vídeo
- Gravação e reprodução: Full HD (1080p @ 60fps), gravação de som em stereo, estabilizador de vídeo
-
Funcionalidades adicionais
- Integração SNS
- Cancelamento activo de ruído com um microfone dedicado
- Player MP3/WAV/FLAC/eAAC+/AC3/WMA
- Player MP4/DviX/XviD/H.264/H.263/WMV
- Organizador
- Visualizador de documentos
- Editor de vídeos/fotos
- Acções por voz: lembretes, comandos e marcação
- Escrita de texto inteligente
-
Sensores
- Acelerómetro, giroscópio, sensor de proximidade, bússola
-
Dimensões e peso
- 160.5 x 81.6 x 8.7 mm, 177g
-
Arquitectura
- Corpo e ecrã curvos
- Protecção anti-riscos
-
Conectividade
- WiFi 802.11 a/b/g/n/ac, dual-band, Wi-Fi Direct, DLNA, Wi-Fi hotspot
- GPS / GLONASS
- NFC, Bluetooth® 4.0 com A2DP
- IR LED (controlo remoto)
-
Bateria
- 3500 mAh
2 - Hardware e design
Além da evidente arquitectura em curva, este Smartphone salta à vista pela sua dimensão. O G Flex suporta um ecrã de 6 polegadas numa carcaça com 16.05 centímetros de comprimento, 8.16 de largura, 8.7 milímetros de espessura e pesa 177g.
O ecrã é realmente inovador, a LG é a primeira marca a desenvolver e a aplicar num Smartphone um ecrã com tecnologia P-OLED (Plastic OLED), que lhe confere grande flexibilidade, maior até que a própria capa.
O LG G Flex tem uma capa traseira também ela inovadora e flexível, com uma protecção que se "auto-regenera", dependendo do tipo de risco, está claro. Num pequeno teste à auto-regeneração desta capa passei com uma lima, sem fazer grande pressão, e realmente os riscos desapareceram depois de aquecer um pouco a superfície com um pano, mas não na totalidade. Portanto, se está a ponderar comprar este equipamento não o aconselho a testar esta tecnologia, porque pode mesmo ficar com alguns riscos permanentemente.
Contudo, aquele desgaste normal da capa nas partes que contactam directamente com superfícies é mais lento, sendo que além dos riscos de "teste", o LG Flex está impecável.
Depois dos testes à auto-regeneração da capa traseira, o teste seguinte a fazer é o da flexibilidade, que funciona tal como a LG promete. No entanto, quando se pressiona o Smartphone parece que qualquer coisa se vai ali partir e, na verdade, nada se parte mas a capa traseira em cima sai ligeiramente do seu encaixe.
Como já havia acontecido com o G2, a LG deu continuidade a uma ideia inovadora nos seus smartphones, a de colocar os principais botões na traseira do dispositivo, ao invés de os colocar de lado. Se ao início pode parecer estranho, com um ou dois dias de utilização já nem nos lembramos que existem smartphones com botões de lado. Esses botões são o do Power, a meio, e os de Volume.
Esses botões ainda auxiliam em algumas tarefas como a captura de ecrã, combinando o Power com o Volume para baixo, como zoom da câmara ou como captura de fotografias, através de qualquer botão de volume. Para a captura de imagens de ecrã os botões até se tornam simples de usar, porém para capturar fotografias não é nada prático, principalmente pelo facto de a câmara estar colocada mesmo por cima dos botões, o que faz com que esta acabe inevitavelmente por ficar tapada pelos dedos. Nesta situação diria que um botão na lateral até daria algum jeito.
O botão do Power emite, por omissão, uma luz sempre que se recebe uma notificação ou se está em chamada. A primeira coisa a fazer é definir que tipo de acções se pretendem receber através do LED RGB que ilumina este botão, porque durante uma chamada, se for feita num local escuro, é extremamente incomodativo ter uma luz a piscar.
Tal como já foi referido, mesmo junto a estes botões traseiros encontra-se uma câmara fotográfica de 13 megapíxeis com uma abertura de lente de f/2.4 e que grava 1080p a 60fps. Ao contrário do G2, esta câmara não tem estabilizador óptico.
Ainda junto a estes encontra-se o flash LED e, curiosamente, o emissor de infravermelhos IR Blaster, que por norma vem alojado na parte superior dos dispositivos móveis. Sendo a sua principal função interagir com as TVs, até faz algum sentido esta posição, já que pode haver essa interacção sem que pareça que se está a utilizar um comando de televisão. Além das TVs, este emissor promete controlar uma vasta gama de equipamentos recorrendo à aplicação QuickRemote, que falamos mais à frente.
Ainda na parte traseira encontra-se a coluna. O som é bastante bom e nem no volume máximo se houve qualquer ruído anormal. Quando o G Flex está sobre uma superfície plana o som não sofre qualquer alteração já que a coluna se encontra na extremidade e não tem qualquer contacto com a superfície, mas se estivermos a segurá-lo com as mãos, é muito fácil tapá-la com os dedos.
Olhando para os restantes pormenores do G Flex, este tem 2 microfones, um na parte superior e outro na inferior, que gravam com algum (muito) ruído quando existe muito barulho.
Na parte de baixo encontra-se ainda uma porta microUSB 2.0 com a funcionalidade SlimPort e o jack áudio de 3.5mm.
À semelhança do G2, o slot para cartão SIM encontra-se na parte lateral, do lado esquerdo, sendo que o direito não tem qualquer botão, entrada ou sensor. Contudo, no dispositivo curvo o slot não é nada discreto nem elegante, ao contrário do G2 que a sua existência quase passa despercebida.
Na frente do G Flex, em cima, além do auscultador de chamada, encontra-se a câmara de 2.1 MP com capacidade de gravação de vídeo 1080p até 30fps, os sensores de proximidade e de luminosidade e o LED de notificações RGB, que é controlável por cor e tipo de notificação.
3 - O G Flex por dentro
Assim que se liga o G Flex, a primeira coisa que chama a atenção é a sua imagem e as cores que emite. Com uma resolução abaixo do esperado para um equipamento deste género, seria de esperar que se notasse alguma diferença em relação a outros dispositivos (para melhor), contudo a diferença que surge é para pior: nota um certo esbatimento dos contornos da imagem tornando-a de baixa qualidade, como se a imagem estivesse a ser composta apenas por 256 cores. A composição de cores surge como se fosse um filtro que sobrepõe a imagem. Este problema é minimizado de forma substancial quando se altera a luminosidade do G Flex para níveis elevados.
Além do problema descrito, é ainda perceptível a permanência da "sombra" dos widgets anteriores quando se altera a imagem do ecrã, como se pode verificar nas imagens abaixo. Neste caso é no ecrã de bloqueio, mas acontece o mesmo em qualquer transição de imagens que tenham diferentes contrastes. Recomendamos que, se estiver interessado em adquirir o LG G Flex, analise este aspecto em pormenor para que não tenha uma decepção no que diz respeito à qualidade de reprodução de cores.
Relativamente à luminosidade, em ambiente normal e dentro de casa, com luz natural ou artificial é perfeitamente razoável manter a luminosidade acima dos 50%, diria mesmo que se estiver a 80% não há problema nenhum, já que minimiza o problema da qualidade da imagem. Porém, em situações extremas, escuro total ou luz solar forte, não há um ajuste de luminosidade perfeito em nenhum dos casos. No escuro total, a luminosidade mínima é ainda forte, e ao sol acontece a situação inversa.
De uma forma geral a interface do G Flex é bastante semelhante à do G2, mas existem algumas funcionalidades que resultam melhor no G Flex e ainda algumas diferenças motivadas pelo ecrã maior e curvo.
Para activar o ecrã no G Flex basta um simples toque mais longo no ecrã, é o chamado knock on, ao invés do duplo toque existente já em alguns dispositivos, nomeadamente no G2. Pessoalmente, não me agradou esta opção já que bastava segurar o Smartphone tocando sem querer no ecrã para ele se ligar.
O ecrã de bloqueio é bastante mais interactivo que o do G2. Por omissão, vem com duas imagens, uma do dia outra da noite, que se alteram automaticamente consoante o período do dia correspondente. Essas imagens também não são estáticas e "movem-se" com a curva do ecrã, indo de um fundo do mar até ao céu, consoante a posição do Smartphone. Também a forma de desbloqueio se altera consoante o sítio por onde se passa o dedo, se na água ou no ar.
No ecrã de bloqueio é possível a colocação de vários widgets e tem vários ecrãs, como vem sendo habitual nos equipamentos com Android.
Uma das funcionalidades das definições que não utilizo no G2 mas que no G Flex dá muito jeito, é a inclusão nos botões tácteis frontais do botão de puxar a barra de notificações para baixo. Como o telefone é muito grande é quase impossível aceder à barra de notificações se tivermos apenas uma mão disponível, mas tendo o botão adicional essa tarefa fica facilitada e passa a ser possível aceder com muita facilidade às notificações.
A função "Operação de uma mão" também é outra das definições a pôr em prática no G Flex, dispensável no G2. É possível adaptar ao lado do ecrã com que se está a segurar o Smartphone o teclado de marcação do telefone, o teclado LG, o controlo de gestos do teclado LG, o teclado de marcação do PIN de segurança e ainda os botões tácteis frontais, tudo com um simples toque na seta que aparecerá do lado oposto das várias funções.
Outras opções interessantes características desta interface da LG são, por exemplo, o QSlide que permite a gestão de múltiplas tarefas, sendo que pode ser movido, redimensionado ou tornado transparente, ou o Slide Aside que, através do deslizar de 3 dedos em simultâneo para a esquerda sobre uma aplicação, "congela-a", podendo aceder a outras aplicações, sendo depois mais fácil aceder-lhe sem ter que recorrer à lista da gestão de tarefas, com novo deslizar de dedos para a direita ou indo barra de notificações; o Slide Aside suporta até três aplicações. Também a aplicação destinada ao Controlo Remoto Universal, a QuickRemote, ao qual se podem ligar uma série de aparelhos desde TVs, ar-condicionado, projectores, leitor de DVD e Blu-Ray.
As aplicações destinadas a anotações são também elas um ponto forte do G Flex. Com o Quick Memo é possível tirar notas rápidas por cima do ecrã que se está a utilizar, ou escolher uma "folha em branco"; o Note Book de livros de anotações onde podem ser personalizadas as capas para diferentes assunto, por exemplo uma agenda de trabalhos, um livro de receitas ou listas de compras, podendo ser adicionadas várias imagens, texto manuscrito ou à "máquina"; depois ainda existe disponível a aplicação Notas que funciona como qualquer bloco de notas normal.
Índice
- Página 1
- 1 – Características gerais
- 2 – Hardware e design
- 3 – O G Flex por dentro
- Página 2
- 4 - Afinal o que traz de novo o G Flex da LG?
- 5 - Fotografia e Vídeo
- 6 - Autonomia
- 7 - Veredicto
1 2
Este artigo tem mais de um ano
Inf€lizm€nt€, não posso gostar d€st€ €quipam€nto :\
Se a LG continuar assim no mercado a evoluir chegara muito depressa ao topo, para que um telefone ser curvo? Podem fazer imensa coisa se riscarem com a chave do carro ele volta a regenerar e o curvo já cabe nos bolsos.. ajusta-se muito melhor.
A LG pode chegar ao topo se quiser só têm e que continuar a trazer grandes maquinas como foi o caso do LG G2 que adoro muito esse telemovel digam o que digam.
Pena a LG ser fraca a nivel de telemoveis low cost.
Ei!
Que andas aqui a fazer? 😀
Ei!
Parem com isso, eu sou o verdadeiro!
O problema da LG não é só os custos dos equipamentos, mas sim as actualizações do OS. Tirando a Samsung, todas as outras marcas deixam muito a desejar, a única coisa que tem a Apple de vantagem, todos recebem a actualização sempre. Também culpa de só terem um equipamento, só tem de retirar coisas ao OS e já bomba nos iphones mais antigos..
Continuam a falhar na localização da coluna, este como é curvo ainda disfarça quando pousado, agora o Nexus 4…
Gostei das ultimas 2 fotos :3
A minha experiência é praticamente nula, resumindo-se a ter experimentado numa FNAC.
quando comecei a ler é artigo ficou espantado regalarem a ergonomia, quando foi exactamente este o ponto que me desagradou. Quer dizer não me desagradou, achei horrível.
No futuro até pode ser este o caminho, mas alguma coisa terá que mudar. Sinceramente não gostei
Horrível. Exageradamente grande e ecran curvo que não faz o minimo sentido. Para resumir lg nem um cêntimo….
Fanboy detectado.
Eu já tive com o telemóvel na mão.
É diferente, e está bonito, a sensação de solidez não é agradável, preço a pagar pela flexibilidade e pelo material da traseira, o símbolo da LG também fica um bocado a destoar, muito brilhante, num design tão minimalista.
Está um produto diferente, mas apetecível.
Se ele é um fanboy tu és o quê?! Uma mascote provavelmente.
Não digo mal de nada só porque sim,
Não entendo a vantagem dos ecrãs curvos… se é que existem.
Eu odeio² a LG, com boas razões (devido à péssimas experiências no passado com seus telemóveis), mas este realmente me faz repensar nas coisas… gostei bastante deste review 😉
Eu tive um LG P500…
Achei um telemóvel jeitoso para o tempo/preço…
Tb tive uma máquina dessas.
À data era grande bomba relativamente a preço/qualidade.
O problema é que o sistema Android evoluiu muito rapidamente e o P500 como era parco em recursos ficou rapidamente desactualizado.
Ainda está para as voltas pois é o telefone da minha mulher.
Diria que a LG “vai ser a próxima Samsung”… pelo menos já a substitui nas parcerias com a Google…
Pra quem acha q o celular e ruim. E isso e aquilo outro. Só tenho uma coisa a dizer, o celular e ótimo, tenho um e não me arrependo.. Além dele ser grande e top, roda todo tipo de apk de precisão de muito esforço do celular sem travar nem nada… E pra quem acha q ele é ruim e pq nunca teve a condição de comprar um e usar pra ver…
E se tivesse, veria que esse bate de 100 a zero nos pebas de vcs que travam virado no Capiroto.. Tanto no desenvolvimento quanto a bateria que dura umas 3 ou 4 vezes mais q qualquer outro por aí… Vlw, flw