“Taxas sem fim”: Donald Trump lança ultimato comercial à UE
De volta à Casa Branca, Donald Trump informou que disse à União Europeia (UE) que esta tem de reduzir o seu défice comercial com os Estados Unidos, através da compra de petróleo e gás. Isto, ou enfrentar "taxas sem fim".
De acordo com dados dos Estados Unidos, o défice comercial de bens e serviços do país com a UE foi de 131,3 mil milhões de dólares, em 2022.
Recentemente, Donald Trump disse à UE que tem de reduzir o seu défice comercial com os Estados Unidos, por via da compra de petróleo e gás. Caso contrário, enfrentará taxas.
Disse à UE que tem de compensar o seu enorme défice com os Estados Unidos através da compra em grande escala do nosso petróleo e gás. De outra forma, serão taxas sem fim.
Publicou Donald Trump, na sua plataforma Truth Social.
No seguimento da publicação, um diplomata sénior da UE, que não quis ser identificado pela sensibilidade do assunto, disse à CNBC que esta declaração, em tom de ultimato, não foi surpreendente.
Além disso, revelou que a energia é uma "boa opção" para comprar mais produtos americanos, para colmatar esse défice comercial de bens e serviços.
A mensagem é clara: a UE está empenhada em continuar a trabalhar com os Estados Unidos, de forma pragmática, para reforçar os laços transatlânticos.
Disse António Costa, presidente do Conselho Europeu, após a última reunião do ano com os chefes de Estado da UE, na qual foi discutido o tema das relações entre a Europa e os Estados Unidos.
UE tem de estar preparada para retaliar o ultimato de Donald Trump
Segundo a CNBC, os analistas reconhecem uma grande incerteza quanto à extensão dos direitos aduaneiros que Donald Trump estará disposto - ou será capaz - de aplicar, e sobre quanto da sua retórica é um ponto de partida para a conclusão de acordos.
Na perspetiva de Enrico Letta, antigo primeiro-ministro de Itália e reitor da IE School of Politics, Economics and Global Affairs, a UE tem de estar preparada para retaliar a ameaça de Trump.
Penso que se trata de uma abordagem transacional e que temos de responder a esta abordagem transacional. [Trump] mistura energia e taxas sobre bens, produção e assim por diante. Penso que é incorreto, porque os dois temas são completamente diferentes.
Se o acordo proposto por Trump, um acordo tão assimétrico sobre tópicos que não estão ligados mutuamente, penso que temos de fazer o mesmo. Tendo em conta que a parte mais assimétrica é a relação financeira, temos de começar a considerar que talvez uma resposta financeira possa ser uma solução.
De facto, os Estados Unidos são o maior destinatário dos produtos da UE, representando quase um quinto das exportações do bloco. O maior défice comercial do país com a UE é no setor da maquinaria e dos veículos, com uma diferença total de 102 mil milhões de euros, em 2023.
Em matéria de energia, por sua vez, os Estados Unidos registaram um excedente comercial com o bloco europeu no valor de 70 mil milhões de euros.
Indo ao encontro deste ultimato deixado por Trump, no mês passado, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse aos jornalistas que a substituição das importações russas de gás natural liquefeito (GNL) por volumes dos Estados Unidos seria mais barata, pelo que a UE procuraria envolver-se e negociar sobre o assunto quando Trump assumisse o cargo, em 2025.
Imagem: bertelsmann-stiftung.de
Neste artigo: comercial, Donald Trump, EUA, ultimato
Ao contrário de Enrico Letta, não vejo como possam ser dois temas distintos. Energia é um bem como qualquer outro. A UE tem um défice grande com os EUA. Naturalmente, ou a UE paga a pronto ou então os EUA têm direito de impor condições. A UE ou aceita ou não essas condições, mas neste momento não me parece em condições de fazer grandes negociações. Até porque a compra de energia aos Americanos não é uma má opção quando andamos a comprá-la aos Russos e já que os Franceses não querem o gás Argelino para lá da Península Ibérica e que a maioria da população europeia aparenta ser contrar o nuclear.
Para que a UE vai comprar mais petróleo e gás se está a utilizar cada vez menos?
A ver se é desta que a Europa acorda e deixa de depender dos estados unidos em vários sectores e mandar o trump para a meretriz que o pariu. Que leve o doido do musk com ele também.
O ideal é cortar relações comerciais com os EUA de uma vez por todas, enquanto o Trump lá estiver! Caso contrário vamos andar num constante filme!
Só do dinheiro que a Europa roubou aos russos dava para terem investido… Isso não se faz a ninguém… Mas no Chipre já o tinham feito á uns anos atrás…. Enfim… Quando será a nossa vez?
Um faz ameaças com armas nucleares, o outro faz ameaças com taxas aduaneiras. Um é presidente, o outro ainda não é presidente. Está tudo doido .