Prestação da casa vai ficar mais barata: BCE corta taxa de juro para os 3%
É uma boa notícia para quem está a pagar um crédito à habitação. O Banco Central Europeu decidiu cortar a sua taxa de referência para os 3%, a quarta descida que ocorre em 2024. Já não será uma notícia assim tão boa para quem tem depósitos a prazo.
O Banco Central Europeu (BCE) anunciou uma redução de 25 pontos base nas suas taxas de juro diretoras, fixando a taxa de depósito em 3%, o nível mais baixo desde março de 2023.
Esta medida marca o quarto corte consecutivo em 2024, refletindo a estratégia do BCE de ajustar gradualmente a sua política monetária em resposta às condições económicas atuais.
A decisão do BCE baseia-se numa avaliação atualizada das perspetivas de inflação, da dinâmica da inflação subjacente e da eficácia da transmissão da política monetária. Apesar de a taxa de inflação ter subido para 2,3% em novembro, o BCE considera que o processo desinflacionista está bem encaminhado.
As projeções indicam que a inflação global deverá situar-se, em média, em 2,4% em 2024, 2,1% em 2025, 1,9% em 2026 e 2,1% em 2027. A inflação subjacente, que exclui os preços dos produtos energéticos e alimentares, é projetada para uma média de 2,9% em 2024, 2,3% em 2025 e 1,9% em 2026 e 2027.
A presidente do BCE, Christine Lagarde, destacou que, embora a inflação esteja a aproximar-se do objetivo de médio prazo de 2%, ainda não se pode considerar que a batalha contra a inflação esteja vencida.
Além disso, o BCE reviu em baixa as previsões de crescimento económico para a zona euro, refletindo as incertezas e turbulências em economias-chave como a França e a Alemanha.
Impacto nas famílias e empresas
Esta queda das taxas de juro tem implicações significativas para as famílias e empresas. Para os proprietários com crédito à habitação de taxa variável, esta medida poderá traduzir-se numa diminuição das prestações mensais, aliviando a carga financeira.
Já os depósitos bancários poderão oferecer rendimentos mais baixos, afetando os aforradores que dependem desses juros.
As empresas, especialmente as que procuram financiamento para investimentos, poderão beneficiar de condições de crédito mais favoráveis, estimulando o crescimento económico. A eficácia desta medida dependerá da transmissão das condições de financiamento mais favoráveis para a economia real.
Alguns analistas consideram que o banco central está a adotar uma abordagem cautelosa, ajustando gradualmente as taxas de juro em resposta às condições económicas. Mas há críticas de que estas ações podem ter chegado tarde e sem o ímpeto necessário, potencialmente prejudicando o crescimento económico na zona euro.
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