Faz ideia de quanto vai receber quando parar de trabalhar? Saiba como calcular a reforma
Embora também seja tema para aqueles que começam agora a trabalhar, calcular a reforma atormenta, sobretudo, aqueles que estão perto de se aposentar. Sabe quanto vai receber quando chegar a sua vez? Aprenda a calcular!
Para a Segurança Social, a pensão de velhice é nada mais do que o resultado da carreira contributiva e as remunerações registadas em nome do beneficiário.
Para o cidadão, a reforma é, na maioria dos casos, o (único) sustento esperado para os anos que se seguem àqueles que passou a trabalhar.
Saiba como calcular a sua reforma
É importante saber como calcular o valor que vai receber de pensão de velhice - quanto mais não seja para estar preparado e, quem sabe, avaliar alternativas que tornem o momento da reforma mais despreocupado.
Para isso, é essencial considerar a remuneração de referência, a taxa global de formação da pensão e o fator de sustentabilidade.
O montante da pensão estatutária é definido a partir de:
- Produto da remuneração de referência
Para encontrar a remuneração de referência deve dividir o total de remunerações da carreira contributiva pelo número de anos civis de descontos multiplicado por 14.
Total de Remunerações revalorizadas / n.º x 14
Conforme deve saber, o número de anos civis com registo de remunerações tem o limite de 40. Por isso, caso tenha mais, some as 40 remunerações mais elevadas.
Por sua vez, a revalorização das remunerações trata-se da atualização das suas remunerações pelos coeficientes de revalorização publicados, anualmente, pelo Estado.
- Taxa global de formação da pensão
Esta corresponde ao número de anos civis com descontos considerados relevantes para o regime de proteção social. É considerado um ano civil aquele que tenha registo de, pelo menos, 120 dias de remunerações.
Taxa anual x n.º de anos civis relevantes para o cálculo, com o limite de 40 anos
De ressalvar que a taxa anual depende da carreira contributiva.
Exemplificando, "se tiver 20 anos de descontos ou menos, a taxa anual corresponde a 2%, ou seja, significa que para encontrar a taxa global de formação terá de multiplicar o número de anos de descontos por 2%".
Contudo, caso a carreira contributiva seja superior a 21 anos, a taxa anual varia entre 2% e 2,3%, por cada ano civil relevante, conforme o valor da remuneração de referência.
- Fator de sustentabilidade (quando aplicável)
O fator de sustentabilidade tem que ver com a evolução da esperança média de vida e só se aplica aos beneficiários que solicitem a reforma antes da idade mínima de acesso (66 anos de 4 meses, em 2023).
Às reformas antecipadas iniciadas em 2023, a aplicação do fator de sustentabilidade resulta numa redução do valor da pensão em 13,83%.
No entanto, este fator não é aplicável em todo e qualquer caso, havendo adaptações:
- Pensões de velhice dos beneficiários que passem à situação de pensionistas na idade normal ou na idade pessoal de acesso à pensão, ou em idade superior;
- Pensões de velhice do regime de flexibilização da idade;
- Pensões de velhice do regime de antecipação por carreiras contributivas muito longas;
- Pensões de velhice resultantes da convolação das pensões de invalidez.
O montante a receber resultará da seguinte fórmula:
Pensão = Remuneração de Referência x Taxa global de formação x Fator de sustentabilidade (quando aplicável)
Atenção às adaptações no cálculo da reforma!
Apesar das fórmulas gerais, há adaptações a serem feitas, dependendo da data de inscrição na Segurança Social.
Assim sendo, se a sua inscrição é anterior a 31 de dezembro de 2001, o valor da reforma será constituído por duas partes: uma calculada com base nos 10 melhores anos dos últimos 15 anos de descontos; e outra com base em todos os anos de descontos da sua carreira contributiva, até ao limite de 40 anos.
A fórmula para calcular é:
Pensão = (P1 x C3 + P2 x C4) / C
- P1 – Pensão que resulta do produto da taxa global de formação pela remuneração de referência obtida com base nos 10 melhores anos dos últimos 15;
- C3 – Número de anos de descontos até 31 de dezembro de 2001;
- P2 – Pensão calculada com base em todos os anos de descontos da sua carreira contributiva, até ao limite de 40 anos. Resulta do produto da taxa global de formação pela RR;
- C4 – Número de anos de descontos completados a partir de 1 de janeiro de 2002;
- C – Número de anos de descontos.
O valor da P1 será assim calculado da seguinte forma: P1 = RR x 2% x n
- RR – Remuneração de referência = TR10/15 a dividir por 140 (ou seja 14 meses x 10 anos);
- TR10/15 – total de remunerações dos 10 anos em que ganhou mais, dos últimos 15 anos de descontos;
- n – Número de anos de descontos (no mínimo 15 e no máximo 40).
O valor do P1 está limitado a 12xIAS (Indexação dos Apoios Sociais), ou seja, 5.318,4 euros. No entanto, se P1 for superior a P2 ou se ambos forem superiores a 12xIAS a pensão será calculada como se a sua inscrição na SS tivesse ocorrido depois de 1 de janeiro de 2002.
Recorde que para obter o valor final da pensão teria de aplicar o fator de sustentabilidade, ou bonificações, se aplicáveis.
Por outro lado, se a sua inscrição foi feita depois do dia 1 de janeiro de 2002, o cálculo é feito com base em todos os anos de descontos da sua carreira contributiva, até ao limite de 40 anos. Conforme já vimos, se tiver mais do que isso, são contados os 40 melhores.
Pensão = RR x taxa global de formação
- RR - Remuneração de referência = TR a dividir por (n x 14);
- TR - total das remunerações de toda a carreira, até ao limite de 40 anos;
- n – Número de anos de descontos (no mínimo 15 e no máximo 40).
Se tiver 20 anos ou menos de descontos: Pensão = RR x 2% x n Se tiver 21 anos ou mais de descontos, a pensão depende da remuneração de referência.
Também aqui, para obter o valor final da pensão, teria de aplicar o fator de sustentabilidade, ou bonificações, se aplicáveis.
Se depois de tudo isto o cálculo ainda lhe parecer complexo (que é, inegavelmente), pode fazer uma simulação de pensão de velhice a partir da sua página pessoal da Segurança Social Direta. Afinal, esta entidade foi registando a sua vida contributiva e basear-se-á nela para a calcular a sua reforma.
Além do valor bruto estimado da sua pensão, o simulador vai dizer-lhe a idade em que poderá deixar de trabalhar.
Leia também:
Este artigo tem mais de um ano
Fonte: Ekonomista
Neste artigo: finanças, pensão de velhice, reforma
Só faltou aplicar a inflação ano após ano, que contas redondas, realisticamente reduz para menos de metade.
Pessoalmente prefiro descontar o mínimo possível e fazer eu a minha própria reforma, dispenso o estado paizinho para me tratar das contas.
Descontar o mínimo? Descontas sempre 11%…
Tenho 45 e aos dias de hoje teria direito a 1600€ em caso de reforma por invalidez, caso continue a minha carreira contribuitiva e mantenha o nível de vencimento que tenho aos dias de hoje com os devidos aumentos de acordo com inflação prevista, chegarei aos 65 com uma reforma de 13500€.
Em cima disso terei o meu PPR que desconto o máximo para beneficiar no IRS e tenho os meus investimentos imobiliários, stocks e crypto e um fundo de investimentos.
Diversidade é chave, o ditado de não meter todos os ovos no mesmo saco tem um motivo
Concordo com tudo, menos com a primeira parte.
Há várias opões, com empresa própria consegue-se outras malabarices.
Parabéns!…excelente serviço público.
Não vi o site ainda mas é preciso ser muito ingénuo para sequer pensar que o que ali aparecer será realidade.
O país está falido, Portugal é um estado falhado.
O estado falha quando as pessoas dele precisam.
Os melhores vão embora e entra gente sem qualquer formação.
É preciso ser um cientista da NASA para perceber que isto vai correr muito mal?
As contribuições da SS atingiram máximo este ano, já tinham atingido o ano passado, informa-te, único problema da SS é financiar a CGA, tirando isso é saudável, muito até
Zé Fonseca, está tudo tão bem tão bem, que até custa a crer como é que a dívida pública não pára de subir.
Está tudo bem até deixar de estar.
E neste país já se sabe que as bancarrotas são tipo boomerang, vão e voltam.
Fiem-se nessa treta das contribuições e não sei quê e depois apanham com cada surpresa que até dói…
Ainda não foi à muito tempo que o estado não tinha dinheiro para pagar os salários da função pública.
Se não tinham dinheiro para isso iam pagar as reformas, então não iam.
Enfim… está uma bela noite.
A deco fez um estudo europeu que parece que passou ao lado de muita gente, a sustentabilidade da SS está baixo dos 25%. Andam a vender PPR’s por todo o lado, o estado dá benefícios fiscais a quem fizer um PPR, vai surgir o PPR europeu e anunciam que a reforma pelo estado cairá para os 50% dos vencimentos atuais. Está saudável? é informação disponível, não é nenhuma teoria.
PS: população a envelhecer drasticamente, emigração de mão de obra qualificada e imigração de mão de obra para ubers e ubereats, vão pagar que reformas?
Ao contrário dos profetas da desgraça, vou dizer exatamente o oposto. A maioria de nós receberá acima do valor calculado, pois o cálculo é feito baseado no nosso salário actual, com actualização média da inflação. No entanto, não leva em consideração promoções ou atualizações salariais.
Errado, o cálculo projecta aumentos anuais
MAs so contempla os aumentos anuais ordinários e não extrodinarios.
Ao longo de uma carreira profissional vais tendo aumentos extrodinarios. Pode ser 1, podem ser 10, mas que alteram muito as contas.
Sergio J, pelos vistos acredita no Pai Natal e demais histórias.
Vc não pode pensar assim porque a qualquer momento é criada uma lei qualquer a alterar tudo e mais alguma coisa e pior ainda, com efeitos retroativos.
Mas vcs não sabem o país onde estão?
Pense assim pense… deve ter cá uma sorte.
Receber acima do valor calculado.
Até me ri.
Esqueçam a reforma…. anda tudo a tombar…. AVC, aneurismas e Imunodeficiência…. e a culpa é das alterações climáticas 😉 no máximo vivem até aos 69… depois acaba o valor que temos no mercado e somos desligados do sistema….
O melhor e mesmo vivermos um dia de cada vez. Ninguem sabe o que ai vem quando chegar a altura da reforma. Nao sofram por antecipacao
Mais prático quando se reformar receberá cerca de 85% de seu último salário
Ja me reformei com mais anos descontos de que um amigo meu que trabalhava na mesma empresa ele tinha igual salário que eu, mas menos anos de descontos, entrei em Fevereiro na reforma fiquei a perder 50€ ele tinha entrado 5 anos antes trabalhavamos numa empresa que é a maior a nivel nacional no sector automovel em V N Gaia
Cada ano que passa a tendencia é cortar nas reformas quando passarem por la informem-se
Mais um bom artigo aqui:
https://www.economias.pt/idade-da-reforma-em-2022-e-2023/
Se tomarem a dose de reforço atualizada do Covid agora no Outono podem maximizar ainda mais o valor da reforma ou futura reforma. Vão em frente Srs. Pensionistas.
adoro a pedagogia.
adoro artigos instrutivos.
adoro feeds “mauzinhos”.
adoro a Autoridade Tributária.
Adoro!! – Até recuei no tempo para ouvir GNR – Efectivamente (… para não desmoralizar!)