Xiaomi acusada de plágio em material publicitário, incluíndo da LG

Ainda que esteja longe de ser o primeiro caso de plágio, certo é que tal não o torna menos gravoso. É mais um caso que entra na categoria do ousadamente insensato popularizado por Elon Musk ao recusar creditar o artista. Agora, foi a Xiaomi para promover os smartphones e gadgets com material alheio, até da LG.

Em causa está algum material publicitário divulgado pela fabricante chinesa, com semelhanças gritantes!

A tecnológica chinesa é agora acusada pela publicação The Verge de plágio. Em causa estão imagens como a que podemos ver acima, material que corresponde quase na sua totalidade ao produzido por um dos artistas residentes. De acordo com a fonte, este material está a ser utilizado pela Xiaomi em Espanha.

Material usado para promover smartphones e gadgets Xiaomi

Acima podemos ver um dos seus mais recentes smartphones da gama Mi 9, bem como vários gadgets. Com efeito, temos o seu candeeiro LED, a Mi Band, a câmara de segurança, bem como os auriculares sem-fios. É uma das imagens utilizadas na campanha de marketing e divulgação dos produtos no nosso país vizinho.

Contudo, este parece ser mais um caso que segue os passos de Elon Musk. Ao propósito, recordamos o caso paradigmático em que o CEO da Tesla colocava imagens alheias no seu Twitter e se recusava em atribuir os devidos créditos. Aliás, em mais do que uma instância, Elon Musk levou a cabo esta prática.

A compare & contrast of Elon Musk and Brie Larson.

Musk posted art without credit.
Larson RT'd reposted art without credit.

Musk refused to credit, ranted.
Larson apologised, RT'd the original art AND then RT'd other work by the original artist.

It's easy to not be a jerk 😌 pic.twitter.com/1Ppk8HZDby

— thal (@thalestral) 17 de junho de 2019

Já, por outro lado, controvérsia e Elon Musk são praticamente sinónimos. Ao propósito recordamos a sua promessa / ameaça recente em apagar o seu Twitter. Certo é que nunca sabemos quando é que realmente a falar verdade, ou quando está a fazer bluff. Algo que também não passou despercebido na internet.

Entretanto, os dias passaram-se e Elon Musk não apagou a sua conta de Twitter. No entanto, recebeu mais uma grande vaga de atenção e há quem diga que esse sempre foi o seu único objetivo. Se assim foi, a estratégia surtiu os efeitos pretendidos.

Elon Musk is an absolute genius. His way of crediting artist is by creating viral argument and letting the artist get all the attention from it.

He became the villain in art communities so people will support the artist. pic.twitter.com/F3yNy7AkJU

— Unsync (@ArtificialKaban) June 16, 2019

Já, por outro lado, o caso da Xiaomi não tem propriamente os mesmos moldes. A fabricante chinesa de smartphones e gadgets ter-se-á limitado a retocar o trabalho de Peter Tarka. Em seguida, essas imagens foram publicadas no site oficial da Xiaomi em Espanha para promover os seus produtos e promoções.

De Elon Musk ao material pertencente à LG

A mesma fonte acusa a fabricante de apenas alterar algumas proporções, acrescentar os seus produtos e republicar o material. Já para defender a tese acusatória, veja-se o portfólio do artista em questão no Behance, comparando-se com a imagem de topo. As semelhanças são bastante evidentes.

Aliás, tal como também se torna evidente na imagem animada em seguida, temos vários elementos importados para uma só imagem. Todos eles criados pelo artista supracitado e utilizados pela fabricante de smartphones e gadgets sem creditar quem de direito. Veja-se, por exemplo, a cadeira à esquerda que só mudou de cor.

Mais ainda, algumas das imagens foram encomendadas ao artista pela LG. Assim, a Xiaomi acaba por utilizar material comissionado pela rival sul-coreana e claro, pertencente ao seu criador. Há ainda a utilização de vários elementos gráficos que neste momento pertencerão ao portfólio publicitário da LG.

Há ainda elementos presentes num dos vídeos utilizados pela LG, também visíveis no material recentemente publicado pela Xiaomi. Já de acordo com o artista, Peter Tarka, nenhum representante da fabricante chinesa o contactou relativamente ao uso do material gráfico.

Numa última nota, esta já não é a primeira vez em que a Xiaomi se vê envolvida numa prática similar. O caso da utilização das dunas como fundo de parede para o Mi 9, estranhamente coincidente com as paisagens que a Apple utiliza no seu macOS Mojave.