MedusApp ou o Waze das praias para identificar alforrecas
Este ano as praias de norte a sul do país estão "carregadas" de alforrecas, medusas, mães d'água, águas-vivas... entre outras espécies, como as caravelas-portuguesas. Algumas são perigosas, mas na maioria dos casos são apenas zooplâncton de pouca ameaça. Em contacto com a nossa pele, podem provocar reações alérgicas, irritações e outros problemas. A app MedusApp é uma espécie de Waze das praias para identificar estas alforrecas e o local onde apareceram.
As alforrecas, também conhecidas como águas-vivas, têm um corpo em forma de cogumelo, de aspeto gelatinoso. Os tentáculos, longos e finos, sob o corpo, estão cobertos de pequenas bolsas venenosas. As alforrecas vivem em várias zonas do mundo e podem ser encontradas em águas de profundidade variável. Dizem que existem há mais de 650 milhões de anos, há mais tempo que os dinossauros.
Este ano, possivelmente pelas águas que banham a Península Ibérica estarem mais quentes, existem muitas a dar à costa. As praias estão carregadas e há vários episódios de encontros entre os tentáculos deste ser gelatinosos e a pede dos banhistas.
As alforrecas são venenosas?
Segundo os especialistas, as medusas das águas de Portugal Continental, Mediterrâneo, Madeira e Açores são pouco perigosas. Das espécies que aparecem na costa portuguesa a mais perigosa é provavelmente a Pelagia noctiluca (caracterizada por se tornar luminescente quando se sente ameaçada) e a Caravela-portuguesa (apesar das parecenças não é uma alforreca) que, contudo, é relativamente rara nos nossos mares.
De qualquer modo, em caso de contacto, se a pessoa apresentar sintomas de choque anafilático, deve procurar-se ajuda especializada. Caso o paciente esteja apenas dolorido, as medidas incluem a remoção dos restos dos tentáculos, por exemplo, com um cartão bancário ou até com um pauzinho de gelado.
O que se sente quando se é picado por uma alforreca ou caravela-portuguesa?
Para os humanos, o grau de toxicidade do veneno destas espécies é variável.
- Nas espécies com tentáculos mais longos, a primeira sensação é de enrolamento, seguida por sensação de queimadura, que deixa flictenas, ou seja, vesículas com líquido que caracterizam as queimaduras de segundo grau;
- Nas espécies que têm tentáculos curtos, a sensação de queimadura surge logo após o contacto, que deixa áreas da pele vermelha, com aumento do calor local e extremamente dolorosa;
- Nas pessoas com sensibilidade aumentada à toxina libertada podem surgir reações alérgicas, que podem tornar-se graves e necessitar observação numa urgência hospitalar.
O que fazer depois de uma picada?
Se durante um banho de mar sentir uma picada de alforreca ou caravela-portuguesa, evite entrar em pânico pelo risco de afogamento.
Deve sair rapidamente da água e dirigir-se de imediato ao nadador-salvador, que está preparado para o ajudar. Se estiver numa praia não vigiada, em que esta não é uma opção viável, há algumas medidas que pode tomar:
- Lavar a zona afetada com água do mar, com cuidado e sem esfregar;
- Não use água doce, álcool ou amónia na área afetada;
- Para aliviar a dor, o tratamento mais eficaz é remover os fragmentos de tentáculos que tenham ficado na vítima. Para isso, use luvas, uma pinça de plástico, soro fisiológico ou água do mar. Não tente remover os fragmentos diretamente com as mãos;
- Uma vez removidos os tentáculos, aplique bandas quentes ou outra fonte de calor na região afetada durante cerca de 20 minutos para ajudar a aliviar a dor e a inflamação;
- O uso do vinagre pode ser considerado, apesar de ser controverso, para prevenir a libertação de toxinas. Em nenhum caso se deve aplicar urina ou álcool na região afetada;
- Aplique uma camada fina de pomada própria para queimaduras;
Se depois destes passos não sentir alívio da dor, deve procurar ajuda médica, numa urgência hospitalar.
Algumas pessoas têm verdadeiro medo destes animais. Como tal, para essas e para todas que queiram evitar estes encontros de primeiro grau, existe uma app, MedusApp, que é uma espécie de Waze das praias, onde as pessoas podem colaborar com a plataforma, comunicando o local de avistamento, o tipo de medusa, o dia, e até a fotografia. Podem colocar com a identificação que se registaram na app ou fazer tudo de modo anónimo.
Então, o que é exatamente a MedusApp?
MedusApp é uma aplicação criada por Eduardo Blasco e Ramón Palacios, cientistas da computação da ETSEAMN. É uma app que nasceu voltada para biólogos marinhos, para que eles possam enviar informações de todos os cantos da costa onde as águas-vivas são avistadas, e assim conhecer a distribuição espaço-temporal de diferentes espécies.
Contudo, com o tempo a app cresceu e tornou-se uma espécie de canivete suíço para alforrecas, com muitas utilidades que também podem ser utilizadas por utilizadores normais e banhistas nas praias.
Feita a introdução, agora para a poder usar só tem de a descarregar. A app está disponível para Android e iOS. Poderá descarregar aqui no Google Play e aqui na App Store da Apple.
Depois de dar a autorização da sua localização, de colocar o seu email e nome de utilizador (opcional), poderá começar a contribuir.
Isso o levará a um ecrã principal, onde terá várias opções disponíveis para usar a aplicação.
Estas são as opções:
- Mapa: mostra um mapa com todos os avistamentos recentes de alforrecas.
- Avistamentos: Permite relatar o avistamento de alforrecas ou outros objetos.
- Sem avistamentos: permite relatar praias onde não há alforrecas.
- Picadas: Permite relatar picadas.
- Primeiros Socorros: Um guia completo sobre como proceder caso seja picado por uma alforreca.
- Guia sobre alforrecas: Um catálogo de espécies de alforrecas, especificando as mais perigosas.
Uma dica é para quando relatar a picada, se possível, anexar a fotografia, assim como indicar o tempo que passou desde que foi picado, os sintomas desaparecerem.
Este artigo tem mais de um ano
No Algarve, no início de julho, houve alforrecas e medusas gigantes, mas foram-se.
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Apk espetacular
Caravelas Portuguesas raras?
Todos anos vejo pequenas Caravelas portuguesas a darem à costa…desde pequenas a médias…e aos montes…